Chegou o dia de Laura fazer mais uma sessão, estava ansiosa assim como seu psiquiatra. A dor intensa no ombro, seguidamente tentava massagear com suas próprias mãos, mas que não alcançava, porque no ombro e pescoço atrás descendo até às costas. Pensava num massagista profissional, mas não conseguia confiar neles, já ouviu muitas histórias de que eles cobravam caro por uma massagem. E o preço era sexo.
— Bom dia, doutor!
— Bom dia, senhorita, tudo bem?
— Estou bem!
— E como tem passado?
— Bem, mas ansiosa, não estava vendo a hora passar para chegar esse dia.
— Então vamos começar eu vou seguir o mesmo ritual contando de um até Nove, vai ficar olhando essa pedra, relaxe e vamos voltar lá pelo ano de 1925.
— Sim doutor!
O psiquiatra Lauro fez o mesmo ritual, contando de um até Nove e depois prosseguiu. Deixou ela adormecer para depois começar a fazer as perguntas.
— O que você está vendo?
— Estou vendo uma montanha coberta pela cerração, está caindo neve aqui na serra gaúcha. Estou tremendo de frio mesmo estando bem agasalhados todos da minha família, estamos dentro de casa em volta de um fogão à lenha comendo polenta assada e queijo e salame colonial, e tomando café com leite. Estamos trancados dentro de casa por causa da neve, ninguém vai trabalhar, e muito frio dois graus abaixo de zero De tão rigoroso que está o inverno, eu acompanhada de meus irmãos e meus pais e meu marido Cristiano. Ele é brasileiro cabelo preto alto, seus pais também vieram da Itália. Ele nasceu no Brasil, mas fala bem o italiano, meus pais gostam dele, é o genro dos sonhos. É alegre e se dá bem com todo mundo, eu amo ele, estamos casados há pouco tempo, estou feliz com meu casamento, ainda não temos filhos. Estamos em plena lua de mel. É bonito e simpático, não tem como não amar. Agora vejo que ainda continua chovendo lá fora. Meu marido está me chamando para ir pro quarto, e estou indo já que não dá para ir trabalhar,e pelo que eu estou vendo meu pai saiu para um galpão separar as máquinas de trabalho, e meus irmãos foram juntos, minha mãe está indo pra cozinha, eu e meu marido vamos pro quarto fazer amor, risos. Está me pegando no colo e me levando pro quarto. Doutor embora eu esteja narrando os fatos, é como se eu estivesse sentindo as emoções, agora estou sentindo o prazer intenso nos braços do meu marido. E minha mãe só fica olhando e fica rindo. Ela diz que meu pai era assim também logo que eles se casaram, ela parece feliz com o marido que escolhi, ela acha que ele é um homem bom pra mim, e que me ama muito. Nesse instante envergonhada, ela sai de perto e diz que vai numa vizinha, é desculpa dela é claro, quer deixar nós a sós. Ela já passou por isso, então sabe como as coisas funcionam. Ele é forte alto de bigode preto olhos azuis cabelo preto dente bem alinhado sorriso lindo cara de safado, mas é meu. Risos. Está usando uma calça preta e uma camisa branca, e um boné, que os italianos costumam usar, eu estava lavando a louça do almoço quando ele chega de surpresa por trás me beijando o pescoço, mama mia como dizem os italianos. Ele me deixa louca sem fôlego pelos beijos ardentes, há como ele sabe beijar, nossa que loucura. Depois de tantos beijos ardentes ele me joga na cama e fecha a porta do nosso quarto, começa a tirar a minha roupa lentamente. Como está muito frio, estou vestida com muita roupa pra me aquecer. Ele fala que precisamos sair da casa dos meus pais e moramos só nós dois pra ficar mais à vontade, a gente está morando com nossos pais. Estamos felizes mesmo assim melhor o casal viver na sua própria casa, que é o mais certo a fazer, diz ele, porque tanto nós como os meus pais não se sentem à vontade, entende? Ele está me beijando, nossa sensação gostosa é que estamos fazendo amor enquanto chove lá fora. Está enfiando a mão por baixo da minha blusa, estou só de calcinha. Nossa que delicia desculpe, mas agora está tudo escuro, não sei de mais nada!
— Está bem, vamos avançar um ano mais tarde, está bem?
— Sim, doutor!
— O que você está vendo?
— Eu estou me vendo grávida, doutor, vou ser mãe, ainda não sei se é menino ou menina, é nosso primeiro filho. O psiquiatra Lauro percebeu que Laura estava reagindo de forma frenética, não sabia o que estava sentindo, se era dor ou prazer?
— O que está sentindo?
— Estou sentindo dores, acredito que meu filho está prestes a nascer. Estou sentindo dores, a bolsa estourou, estou gritando, é muita dor, minha mãe é parteira, e vai fazer o parto do meu filho. Ela está com uma tesoura na mão, e tem uma bacia cheia d'água quente perto de mim, eu estou de pernas abertas e gritando muito, minha mãe pede para eu fazer força, e meu marido está junto segurando a minha mão e me ajudando fazer o parto, está muito dolorido. A criança tem dificuldade para nascer. Está doendo muito doutor, nossa estou suando muito, está demorando esse parto. Minha mãe continua falando para eu me acalmar, e tudo vai ficar bem, eu estou mordendo a fronha do travesseiro, é muita dor, eu acho que ele está quase saindo, nossa que dor, ele está saindo de dentro de mim. Ufa, até que enfim ele saiu. Um lindo menino chorando muito. E minha mãe está cortando o cordão umbilical, nasceu forte, deve ter uns três quilos, está chorando muito, e até que enfim minha mãe coloca ele em meus braços. E que emoção ver ele. Meu marido caiu desmaiado, ele não podia ver sangue, ou é emoção, era o sonho dele ser pai de um filho homem. E até que enfim nasceu o barão dele que tanto queria. Era isso que ele vivia falando, minha mãe está acordando ele!
— O que mais aconteceu?
— Estamos felizes com a chegada do nosso primeiro filho, ele é lindo, nasceu com três quilos, é saudável, olhos e cabelinho preto pele branca é um lindo italianinho, diga-se de passagem, riso.
— E o que mais você está vendo?
— Eu estou vendo a neve caindo lá fora. Está fazendo muito frio não dá pra sair na rua de tão frio que é, estamos em volta de um fogão à lenha, ninguém sai e ninguém entra. É muita neve, os telhados estão cobertos de gelo, pobre das vacas, e dos bois, e ovelhas encolhidas de frio, estou com pena deles, eu estou segurando meu filho no colo, ele se chama Joaquim já tem dois anos e eu estou grávida novamente, e vamos ser papais.
— Vamos avançar mais um pouco, está bem?
— Sim doutor!
— E agora o que você está vendo?
— Depois de passar um tempo, meus filhos já estão crescendo, tenho muito orgulho dos meus dois filhos, eles tiram notas boas no colégio. As professoras só elogio a eles, todos adoram eles, são muito inteligentes, e nós somos uma família feliz. Disso eu não posso reclamar, o tempo foi passando e nós continuávamos felizes.
— Agora vamos mudar de percurso e vamos voltar ao ano de 1755.
— Sim doutor!
— O que você está vendo?
— Estou num País distante, Israel, cidade de Jerusalém, sou casada com um conselheiro do templo, sou uma religiosa que trabalha no templo e faço orações dias de sábados. E naquela época estou usando roupas pretas, meu rosto e coberto por um véu negro. É tradição das mulheres usarem essas roupas, tenho que estar sempre pronta para receber os convidados que vem à nossa casa, somos ricos. E não falta nada, está sempre cheia de gente. Meu marido é que sempre recebe a visita de outros conselheiros do templo, eles seguem ainda as tradições dos antigos e obedecem às leis de Moisés. Eu me sinto estranha usando essas roupas, e não sou feliz doutor, estou me vendo chorando, me sinto muito sozinha. Casei-me por interesse, eu amava outra pessoa. Um judeu vejo o rosto dele, ele é moreno alto cabelos pretos usa barba preta aparada. Somos muito apaixonados, me casei atendendo o pedido da minha família que estava com muitas dividas e eu tive que casar com um desses homens asquerosos, eu não amo ele, sou muito infeliz me vejo chorando escondidas em meu quarto, mas não posso trair meu marido, se eu for pega em ato de adultério punida com a morte apedrejada, e a lei de Moisés que prevalece doutor, tenho que servi meu marido. A minha vida é um inferno, não tiro aquele rapaz moreno da minha cabeça, mas é proibido, ele me manda flores e bilhetes apaixonados me convidando para fugir para o Egito ou para a Palestina, mas se formos para a Palestina podemos sermos mortos, por causa da guerra entre os judeus e os palestino que envolve muita coisa sobre a religião, mas eu amo ele e se ele me convidar eu vou fugir, eu não aguento mais essa vida de prisioneira me sinto sufocada, passo o dia inteiro trancada chorando e fazendo coisas que eu não gosto, fazer sexo sem vontade sem saber o que é prazer!
— E o que mais você está vendo?
— Estou traindo meu marido, cheguei ao meu limite, e vamos fugir no dia seguinte!
— Como você se chama?
— Maria!
— E ele como se chama?
— Thiago, os pais dele são judeus, e também eram contra meu namoro!
— Conta-me como aconteceu seu encontro com Thiago?
— Ele passa todos os dias em frente à casa em que eu estou morando, e fica horas olhando pela janela do meu quarto. Eu fico observando ele pela fresta, não quero que ele me veja, sou casada e tenho que temer pela minha segurança e a dele, se meu marido descobrir ele manda matar sem dó e sem piedade e apedrejado como manda as leis de Moisés. Eles levam a sério, se uma mulher casada for pega em ato de adultério são mortos apedrejados pela comunidade da sinagoga daqui, então eu tenho que sufocar essa paixão dentro do meu peito, não sei até quando vou suportar essa infelicidade. E meu marido perante a sociedade é uma coisa, mas como homem em casa é um carrasco violento e ciumento, que já me bateu várias vezes até amante ele tem, mas ninguém sabe, já pensei em denunciar ele para o conselho, mas não tenho provas, ele seria expulso, mas por outro lado eu prefiro que ele fique por lá assim ele não me incomoda!
— Conta-me cTiagoiago conseguiu se encontrar e combinar de vocês fugirem?
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Atualizado até capítulo 35
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