Entretanto Laura lutava com ela mesma e combatendo seus inimigos dentro dela, tentando não fazer coisas que ela odiava fazer.
Ela sabia o quanto isso a deixava mal. Se sentia em dívida com ela mesma, seu espírito estava sempre em busca de coisas novas, e novos objetivos, mas a pressa de querer ter as coisas para ontem deixava aflita e às vezes desesperada de querer tudo de uma vez.
E isso ela não sabia por que acontecia, era difícil apagar o vulcão prestes a explodir. Laura tinha sérios conflitos com ela mesma, e precisava urgentemente destruir a sua inimiga presa dentro dela.
Tinha um espírito evoluído, mas que não estava madura o suficiente para saber entender o significado de tudo que estava acontecendo.
Embora sendo jovem ainda, mas com tantas coisas acontecendo, ela amadureceu precocemente.
Mesmo com sua idade de 23 anos, aparentava dezesseis anos. Imatura pela falta de paciência e ficava estressada facilmente. Mas o que não faltava era disposição em tudo que fazia.
Tinha inteligência de sobra. A pergunta que não queria calar, o que há de tão misterioso que se esconde por trás daquela jovem bela e determinada em algumas vezes e desanimada em outras?
Seria algum espírito obsessor que a impedia de crescer profissionalmente e pessoalmente? Sentia necessidade em querer voltar a vidas passadas e tentar descobrir o ponto de partida, o que ela deixou de fazer em outras vidas.
E que nessa vida ela tem a missão de completar algo que não conseguiu terminar! A pergunta é: o que? E tinha pesadelos, a maioria era dominada por um sentimento de ódio de qualquer coisa que saísse do seu controle.
E se existia alguma coisa que ela odiava era perder o controle. E, por que daquela necessidade de querer ter o controle de tudo e de todos, porque aquela obsessão de que as coisas tinham que ser perfeitas. Ou nem tanto, desde que fosse da sua vontade. Seria ela mesma agindo dessa forma? Até porque ela era meiga de bom coração, tinha sede de justiça e se magoava facilmente com as pessoas, ou sofria quando suas expectativas não eram correspondidas do jeito que ela queria. Havia duas mulheres em combate, seria ela com dupla personalidade? Havia a Laura que se preocupava com o bem estar das pessoas que ela amava. Ou aquelas mais próximas seriam a sua família ou seus amigos. E não media esforço quando queria ajudar, amava crianças e animais de estimação. E, outra era mais severa até com ela mesma, fazia coisas que nunca gostou fazer, dominada por um impulso que não media as consequências dos seus atos. E pagava caro quando se arrependia, mas seu orgulho nunca o permitia revelar tais fraquezas, e sentia uma dor no ombro com aquela sensação de que precisava fazer uma regressão a vidas passadas. Mas temia em perguntar para seu psiquiatra, até porque ela sentia certa necessidade, só que às vezes o fato dela ser cética em relação a essas coisas sentia vergonha de perguntar a determinadas coisas. Até mesmo vergonha de ir ao médico ginecologista.
Para ela era constrangedor revelar problemas íntimos. Tanto da parte física como psicologicamente ou sentimental diga se de passagem. E a única pessoa que ela confiava era no seu amigo do Facebook.
Mais um dia na vida de Laura, e como havia combinado de ir fazer um tratamento com o psiquiatra Lauro. Um profissional sério e competente que faria um jeito diferente para tratar do caso Laura, que por alguma razão tornou-se especial pra ele.
— Boa tarde Doutor.
— Boa tarde, senhora Laura, como se sente hoje?
— Estou bem melhor depois de ter me desabafado naquele dia.
— Então deite aí na poltrona, e vamos começar a nossa sessão.
Ela deitou-se sobre a poltrona, e estava ainda nervosa e ansiosa e sentia a necessidade em poder conversar e desabafar tudo o que incomodava, e tentar vencer seus inimigos dentro dela. E quando ela estava pronta para responder as perguntas ficou surpresa com uma proposta do seu psiquiatra.
— Então senhora, por acaso você sente alguma dor em alguma parte do seu corpo? Pode ser em qualquer lugar, não tenha vergonha de falar, sabe que meu trabalho é profissional, tudo que disser será sigilo absoluto. É como confissão para um padre no confessionário!
— Sim Dr. Eu tenho uma dor no ombro, é uma dor espontânea, nunca fui ferida nessa parte. Até parece uma dor espiritual do que uma dor física desculpe Dr. Eu falar coisas espirituais, embora às vezes eu acredito e outras vezes não!
— Sem problemas. O que acha de fazer uma regressão a vidas passadas? Já ouviu falar?
— Engraçado era isso que eu queria fazer, mas tive vergonha de perguntar e não sabia que o Dr. Fazia esse trabalho da alma, eu diria.
— Sim, eu trabalho também nessa área, é uma experiência que pode te ajudar desde que se comprometa, e assine um termo de responsabilidade de aceitar espontaneamente esse tratamento?
— Sim, eu aceito o Dr. Até porque eu sinto que preciso fazer isso. Não sei por que?
— Porque você sente essa necessidade em regressar a outras vidas?
— É difícil eu explicar, mas sinto que deixei de fazer algo e ficou pelo caminho e que nessa vida preciso completar alguma missão pendente, só não sei o que é. Às vezes me sinto angustiada, sinto fortes dores no peito, e não sei se é física, ou psicológica. É muito confuso pra mim descobrir essa situação que me incomoda muito, porque as coisas tem que ser tão difíceis, muitas vezes sinto-me deprimida e não consigo chorar me expressar meus sentimentos, e acabo guardando dentro de mim como se eu estivesse engolindo um veneno, e isso me faz mal pra minha alma, e minha autoestima, e aquele veneno guardado dependendo do dia eu acabo me explodindo e xingo todos em minha volta. E não resisto à tentação de colocar tudo pra fora, e quando grito com meus irmãos que não tem nada haver com meus problemas, eu me sinto leve e bem, mas depois me sinto culpada como se eu não quisesse dizer aquilo tudo!
— E desde quando você tem isso?
— Desde os meus oito anos de idade que tenho essa personalidade de querer ter tudo sobre meu controle, e que as coisas tem que ser do meu jeito!
— Você se acha mimada?
— Eu nunca me achei mimada, só quero que as coisas sejam perfeitas, ou que seja do jeito que eu quero, sei que estou errada, mas é da minha natureza ser assim e não é por mal!
— Sim, eu entendo, você já chorou alguma vez? — Laura fica embaraçada sem saber se diz a verdade, e fica vermelha.
— É difícil eu falar isso, mas respondendo a sua pergunta, eu choro, mas nem sempre. Tenho dificuldade em chorar, tem que acontecer algo de muito grave para eu chegar a ponto de chorar, às vezes choro de raiva, às vezes tristeza, quem vê eu assim durona acredita que eu seja mesmo uma casca de ferida, mas não sou. Acho que sou um vulcão prestes a explodir a qualquer momento, mas é porque tenho bom coração!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 35
Comments