CAPÍTULO 6

O psiquiatra Lauro deu ordens que quando chegasse sua paciente Laura não queria ser interrompido por nada desse mundo, tratava-se de um caso especial é complicado, e sua assistente entendeu o recado e ela como ninguém sabia da competência dele e da disciplina que ele sabia impor aos seus funcionários. Mas também era generoso e sabia reconhecer o trabalho de todos em sua volta. Ele desmarcou todas as sessões que tinha com outras pacientes alegando um compromisso inadiável. E arrumou bem a sua sala e colocou um perfume agradável, queria que sua paciente se sentisse bem à vontade, e tranquila para dar início ao tratamento, e só estava esperando a hora que ela chegasse, estava ansioso também.

Laura, por sua vez, tinha necessidade de colocar aquele peso pra fora. E sentia que muita coisa ia mudar na sua vida, mas por outro lado tinha medo de ir além dos seus limites. Essa hora ela queria de uma vez por todas entender porque muitas coisas estranhas aconteciam com ela? Porque tinha dificuldade de ter o domínio sobre si mesma? Porque a pressa de querer as coisas antes do tempo? E suprir a necessidade de ser amada? E o medo de ser traída? O medo de perder algo que nem ela sabia se de fato era dela mesma? E ficou confusa em relação aos seus sentimentos, só seu psiquiatra Lauro daria as respostas que ela estava buscando, saiu de casa cedo e com pressa bem arrumada. E nem disse a sua mãe para onde ia, apenas disse tchau e que tinha uma consulta marcada determinada hora, mas ela sabia os termos da responsabilidade que ela havia assinado com seu psiquiatra em relação a fazer uma experiência a vidas passadas. Até porque sua mãe e toda sua família eram céticas em relação a isso. E quando foi se aproximando da clínica sentia um nervoso que fazia sentir um calor e um calafrio, queria até voltar atrás, mas estava decidida ir até o fim, custe o que custasse, não ia voltar atrás, à decisão estava tomada. Era da sua personalidade agir assim, quando queria uma coisa. Mesmo com medo, mas que a vontade de atingir seus objetivos falava mais alto. E quando entrou foi chamada diretamente para o consultório de Lauro que estava esperando ela também, ansioso.

— Boa tarde Doutor!

— Boa tarde, senhorita, tudo bem?

— Tudo bem, só um pouco nervosa e ansiosa!

— É normal, eu também estou nervoso, sinto que seu caso é especial, e juntos vamos descobrir coisas novas!

— Será Doutor?

— Sim, mas deite-se e fique a vontade, eu vou colocar essa pedra de cristal em sua cabeça e vou contar de um até Nove, e ai senhorita vai voltar em outras vidas, está bem?

— Sim.

— Lauro fez Laura deitar e fechou as cortinas das janelas e fechou a porta e deu ordens para que não fosse interrompido.

— Então está preparada? Eu vou ligar o gravador e gravar a nossa sessão!

— Está bem, doutor!

— Então olhe bem nessa pedra, eu vou contar de um Nove. Um... Dois.. três... Quatro… Quatro... Cinco... Nove...

E nisso Laura adormeceu e ficou esperando o comando do seu psiquiatra dar início a regressão a vida com os meus.

— Laura, vamos voltar no ano de 2004 o que está acontecendo?

— Eu estou com meus irmãos e os meus amiguinhos vizinhos, estamos sempre brincando felizes como toda a criança nessa idade. Estamos em grupo dividido em dois brincando de esconde, esconde. A minha mãe trabalha fora como diarista, e o meu pai como pedreiro. Eu fico em casa cuidando dos serviços domésticos.

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