Capítulo 20

...Xavier a narrar...

Murilo olhou-me com cautela, ele sorriu e se levantou com uma certa rapidez.  Ele puxou a minha cadeira para trás, segurou no meu pescoço e beijou os meus lábios com agressividade, mostrando a sua excitação e impaciência.

— Você ainda pensa que eu estou fingindo ter atração sexual por você,  Xavier? — A encara.

Nego com a cabeça sem conseguir desviar o meu olhar do dele. Os meus lábios estão quentes e úmidos, a minha respiração está acelerada, o meu corpo está excitado e eu estou esperando o segundo ato do Murilo. Não sei o que ele irá fazer agora, se vai me beijar ou me fazer gemer o seu nome como uma louca.

— O que você quer, Xavier? Você quer que eu te chupe? Ou que eu te coma?

— Eu...

Murilo impediu-me de continuar a falar, ele beijou os meus lábios e apertou o meu pescoço com mais força. Gemi de dor e prazer. O encarei com muito desejo, ele puxou-me da cadeira e me colocou sentada na pia.

— Hoje eu irei te proporcionar a melhor foda da sua vida Xavier!

Ouvir aquelas palavras fez o meu coração parar, os meus olhos encheram-se de água e a voz do Eduardo ecoou na minha cabeça. O Eduardo havia-me dito as mesmas frases do Murilo. O que ele me disse marcou-me de uma forma tão forte que é impossível de esquecer.

Empurrei o Murilo e desci da pia, passei por ele desesperada e fui para o quarto. Eu não estava sentindo segurança, eu tinha medo de sentir aquela dor novamente ou de reviver aquele maldito acontecimento!

— Xavier? Você está a passar mal? — Pergunta preocupado.

— Não, eu só preciso ficar sozinha...

Murilo não me respondeu, ouvi o seu suspiro e ele falou baixo, mas foi o suficiente para eu ouvir.

— Deixa eu entrar, eu não quero que você fique sozinha assim!

Eu não consigo entender, como uma pessoa mudou assim de uma hora para a outra? A alguns tempos atrás ele me odiava, e agora está aqui a me tratar com carinho e preocupação. Abro a porta com cautela, ele entra e fecha a porta.

— Você não quer me dizer o motivo de querer ficar sozinha?

Murilo tocou no meu ombro, ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás e eu fechei os meus olhos.

— Você disse algo...que me fez lembrar do Eduardo...e daquela maldita noite!

Olhei para o chão, sentindo os meus olhos pesar. Eu não quero chorar novamente, não posso ficar derramando lágrimas assim. Murilo puxou-me para os seus braços e beijou a minha testa. Ele fez carinho nas minhas costas e disse:

— Não chora, pensar no passado nem sempre é o melhor caminho a seguir.

O tom de voz dele soou estranho, ele parecia estar arrependido. Curiosa, eu faço uma pergunta a ele e não tiro a minha atenção dele por nenhum segundo.

— Você já pensou no passado?

Murilo concordou, ele deitou na cama e puxou-me para deitar no seu peito. O silêncio tomou conta do ambiente, deixando o clima tenso e ao mesmo tempo calmo. Murilo suspirou pesadamente e eu pude ouvir os seus batimentos cardíacos aumentarem. Ele começou a falar e eu fiquei ali, prestando atenção nos seus batimentos cardíacos, que a todo momento aumentavam cada vez mais.

— Sim, já fiz muitas coisas que pensando bem agora… — Suspira — Julgo que não valeu  a pena viver no passado.

O silêncio tornou a se instalar no local, ficamos abraçados e após um tempo, eu acabei dormindo. Eu estava me sentindo segura nos braços do Murilo. Pela primeira vez, eu pude sentir segurança vindo dele.

Ao amanhecer

Acordei com a luz do sol entrando pela janela. Olhei para o lado em que o Murilo estava e percebi que o mesmo não estava ali ao meu lado. Me alonguei e saí da cama. Entrei no banheiro, escovei os meus dentes, tomei um banho e depois fiz uma limpeza no meu rosto. Passei um algodão com o óleo de limpeza facial, um brilho nos lábios para hidratá-Los e sair para me arrumar.

Saí do quarto e encontrei o Murilo fazendo o café da manhã. No momento em que ele notou-me ali, o mesmo sorriu e eu fiquei ali admirando aquele belo homem sem camisa e com um avental no corpo fazendo o café da manhã. Ele parou de mexer os ovos na panela e perguntou:

- Bom dia! Conseguiu descansar?

Eu fiz que sim com a cabeça, sentei-me e fiquei o observando.

- Precisa de ajuda? Eu posso lhe ajudar. — Me ofereci para ajudá-lo, mesmo sabendo que ele não aceitaria a minha ajuda.

- Não precisa Xavier. Eu só estou fazendo o café agora. Você pode começar a se servir.

Esperei o Murilo terminar de fazer o café. Apóestávamos a tomar estávamos tomando café juntos. Estava sendo agradável, pela primeira vez podíamos tomar café juntos como um casal de verdade.

- O que iremos fazer hoje? Iremos ficar aqui ou iremos sair Murilo?

Murilo limpou a sua boca, ele olhou-me sorrindo e disse:

- Irei levá-lhe para conhecer a ilha, depois ficamos na praia.

- A ilha tem mais visitantes?

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