...Xavier a narrar...
Ao chegar em casa, eu fui para o meu quarto e entrei no banheiro. Tirei a roupa que eu estava usando, coloquei uma toalha no meu corpo e enchi a banheira. Sentir aquela água quente tomar o meu corpo fez-me gemer, uma sensação de leveza o tomou deixando-me mole.
Fechei os olhos e sorri, o sono estava a me envolver num abraço apertado e reconfortante, fazendo o mundo se perder diante dos meus olhos. Não sei quanto tempo se passou mais quando eu abri os olhos, eu estava num lugar diferente. Estiquei meus braços e percebi que eu não conseguia me mover, eu estava amarrada!
Eu gritei por incontáveis vezes, mas nada saia dos meus lábios. Olhando ao redor eu pude ver quando a paisagem à minha frente mudou-se, fazendo eu gritar de medo. Eu não sei o que está acontecendo, mas agora...eu estou vendo o Eduardo Bragança. Ele estava com uma faca na mão e o mesmo ria enquanto me encarava.
— Achou que eu não voltaria, meu amor?— Diz ele rindo.
— Não...isso...não!— Chora.
— Eu voltei para você meu amor, e não irei embora...
Sinto as suas mãos no meu ombro e quando ele aproximou-se para beijar-me, eu ouvi a voz do Murilo e então aquela paisagem sumiu e agora eu estava no banheiro, dentro da banheira ao lado do Murilo.
— Murilo? — Pergunta com a voz embargada pelo medo.
— O que houve? Você estava tendo um pesadelo? — Tira um fio de cabelo do rosto dela.
As lágrimas brotam dos meus olhos e sem ter forças para levantar, eu afundo ali mesmo na banheira fazendo o Murilo puxar-me, fazendo eu ir de encontro com o seu peitoral nu. Chorei como nunca antes ali nos seus braços. O medo de ter outro pesadelo com o Eduardo é enorme e está bem evidente o meu espanto e medo.
— Me diga Xavier, o que te atormentou?— Pergunta a alisar as costas dela.
Fungo no ombro dele, respiro e inspiro várias vezes e finalmente, algo que não seja apenas os soluços, sai dos meus lábios.
— Eduardo...ele...ele disse que voltou para mim Murilo e que não irá embora! — Diz olhando para o chão molhado.
Sentir o corpo do Murilo vibrar, ele ficou calado e então eu disse.
— Eu sei que ninguém acredita em mim. Todos agem como se eu não tivesse sofrido com a morte dele...eu sofri Murilo, eu nunca desejei a morte dele, nem quando ele me estuprou! — Chora.
— Doeu...cada segundo que ele me atormentou, a dor foi grande mais ele sentia prazer! — Aperta os braços do Murilo — Ele gemia no meu ouvido...dizia coisas horríveis para mim enquanto eu gritava de dor e reclamava que não estava suportando...eu agi por legítima defesa! Isso foi um erro? É errado nos defender?! Eu me sentia fraca, meu corpo todo doía e ele estava prestes a me fazer mal de novo! — Limpa o rosto.
— Eu lembro que tomei a faca da mão dele, uma que ele estava usando para comer uma fruta. Eu tomei a faca da mão dele e quando ele me atacou...eu fiquei parada no local e só senti o sangue dele escorrer pela faca. Eu fiquei apavorada, tentei salvá-lo, tentei...mais… ele sorriu e caiu no chão. Eu sair correndo dali para chamar alguém para salvá-lo, mais eu estava perdida e só encontrei o meu pai uns 20 minutos depois.
— Eu sei que você o conhecia, eu peço desculpas...pois eu não quis o mal dele! — Chora.
— Tudo bem...vem Xavier, você precisa descansar.
Murilo pegou-me no colo, enrolou-me na toalha e me colocou na cama. Ele saiu do quarto e voltou com uma xícara de chá.
— Toma, você precisa se acalmar.
Peguei a xícara da mão dele e agradeci. Bebi um pouco do líquido quente e logo sou surpreendida pelo Murilo, que começou a secar o meu cabelo com uma toalha.
— Não precisa…
Eu falei e tentei me afastar, mas ele puxou-me novamente e me prendeu no meio de suas pernas.
— Você está toda molhada e pode pegar um resfriado. Não fique com vergonha, eu já vi você nua mesmo, isso não será um problema.
O meu rosto queima e várias perguntas se formam na minha cabeça. Será que ele reparou em tudo?! Olho para o Murilo e ele molha os lábios.
— Eu não fiquei te olhando, okay? Você estava muito assustada e eu só pensei em te tirar daquela água. — Diz sério.
Confirmo com a cabeça chateada. Não teria como ele ficar olhando para o meu corpo nu mesmo… ou teria?
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Atualizado até capítulo 22
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