Paloma

Ao longo desses meses me apeguei cada vez mais a Alex e hoje sei exatamente a quem meu coração pertence. Ele pertence a Alex Alencar.

Alex, como sempre falou que ia conquistar meu coração, e de fato conseguiu e hoje sou inteiramente dele.

Marcos ainda tentou uma aproximação, se jogou aos meus pés, literalmente e implorou para que eu votasse com ele, disse que estava arrependido, que sua vida não fazia sentido sem mim e toda aquela ladainha de quem está arrependido faz.

Confesso que se ele tivesse feito isso uns dois meses depois do nosso término eu teria voltado para ele sem pensar nenhuma vez, mas aí conheci meu doutor bonitão, meu moreno depravado e depois dele não há outro que me faça querer largar esse homem.

Amo Alex Alencar e acredito que será assim até o fim dos meus dias e como ele falou, ele será o pai dos meus filhos.

Alex teve que ir em outra dessas viagens de negócios que faz com os irmãos e eu fico aqui só na saudade, louca para que ele volte logo para matarmos a saudade do jeitinho que nós gostamos.

Estou em minha sala, super concentrada nos meus cálculos e nos meus desenhos, ouvindo, She’s Like the Wind de Patrick Swayze.

Amo as músicas dos anos 80.

Cálculo, desenho e ao mesmo tempo cantarolo a música.

— Pode entrar. — uma batida na porta me tira do meu mundo.

— Pra você. — Alice entra carregando um buquê de rosas vermelhas enorme.

— Alex! — digo sorrindo.

— Tem um cartão.

— Obrigada Alice.

Pego o buquê e cheiro as rosas e em seguida coloco em cima da mesa e pego o cartão.

"Minha loira, estou com muita saudade, esses dias têm sido muito vazios sem você aqui comigo, mas saiba que estou sempre pensando em você.

Nos vemos em breve para matar a saudade.

Amo você, do seu doutor bonitão, Alex."

Termino de ler o cartão com um sorriso no rosto, mesmo a distância ele ainda consegue me surpreender.

Agora me diga se tem como não se apaixonar?!

Alex está viajando já faz mais de um mês, está visitando as filiais do escritório espalhadas pelo país. Dessa vez foram todos eles, inclusive meu sogro, que vez por outra os acompanha nas viagens.

— Você tem tanta sorte Paloma, Deus tem mesmo seus preferidos. — ela diz e eu sorrio.

— São coisas do destino Alice. — digo. — Sua pessoa ideal ainda vai chegar.

— Aí chefa! Estou começando a desacreditar disso.

— Esse é o meu segundo relacionamento e espero que seja o último. — digo.

— Como eu disse, você tem sorte, eu venho de dois divórcios e acho que não quero arriscar um terceiro. — olho para ela surpresa.

— Sem querer ser indiscreta Alice, mas quantos anos você tem?

Não sei a idade dela simplesmente pelo fato de que nunca vi seu currículo, meu pai a designou para ser minha assistente assim que comecei a trabalhar aqui.

— Eu tenho trinta e seis.

— Senta. — a convido, pois agora quero ouvi-la.

Trabalho com Alice a mais de um ano e não sei nada da vida dela, nunca paramos para conversar, nem a idade dela eu sabia, mas andei muito atarefada. Ela é uma boa funcionária, meu pai escolheu muito bem.

Sou do tipo de pessoa que gosta de conversar, gosta de ouvir as histórias das pessoas. Vivo metida na cozinha conversando com as meninas que trabalham lá em casa, elas se tornam boas amigas, Martinha é quase uma avó.

— Não estou te atrapalhando?

— De forma alguma. Então me diga com quantos anos se casou pela primeira vez?

— Ah! Eu era bem jovem, tinha dezenove anos, fiquei casada por cinco anos, o primeiro ano foi ótimo, aí veio a gravidez e tudo mudou, pensei que as coisas iriam melhorar quando nossa filha nascesse, mas aí piorou de vez, ele só chegava tarde e cheirando a álcool e a outras mulheres, mas me mantive ali, pela minha filha, dois anos depois engravidei outra vez, por um descuido, esqueci de tomar a pílula um único dia e veio minha segunda filha. No dia que descobri a gravidez e contei para ele, ele ficou transtornado e me bateu. — escuto horrorizada, não gosto nem de pensar em uma situação assim.

— Você o denunciou?

— Que nada, eu fiquei com muito medo, sai de casa e fui morar com meus pais, que graças a Deus são ótimos e me acolheram. Tive minha segunda filha e quando ela fez seis meses arrumei um emprego, aqui mesmo, comecei de serviços gerais, mas estudei, me esforcei e consegui ser assistente da assistente do seu pai e quando você veio trabalhar aqui ele me colocou de sua secretária. — ela diz e sorri.

— Qual a idade das suas filhas hoje?

— Bianca tem dezesseis e Betina quatorze. — ela diz e seu rosto se ilumina ao falar das filhas. — E ainda tem as gêmeas do segundo casamento, mas essas foram planejadas e o pai é presente na vida delas, esse o divórcio foi amigável e só aconteceu por estarmos muito sobrecarregados com nossos trabalhos, responsabilidades da casa, com as crianças.

— E como foi o segundo casamento?

— Eu tinha vinte e sete, o segundo casamento foi um respiro para mim, aquele homem era um deus, em todos os sentidos da palavra, ele era atencioso, bonito, bondoso com minhas filhas e comigo também, aí planejamos o bebê, e aos vinte e oito tive minha gêmeas Sara e Ester, que agora estão com oito anos. Só que toda nossa rotina fez com que a relação se desgastasse e caísse na rotina, aí decidimos amigavelmente nos separar e somos amigos até hoje, ele frequenta minha casa, minhas filhas do primeiro casamento amam ele e as nossas nem se fala, ele é incrível, minhas filhas do primeiro casamento gostam e tem mais convivência com ele, porque o pai delas só paga mesmo a pensão, mas não é nada presente na vida delas, o pai das gêmeas faz papel de pai das quatro. — vejo os olhos dela brilharem falando dele.

— E você ainda gosta dele, não é?

— Gosto.

— E ele está com outra pessoa?

— Não que eu saiba.

— Acho que ele deve gostar de você também.

— Não sei.

— Faz quanto tempo que se separaram?

— Faz três anos.

— E você? Ficou alguém nesses três anos?

— Não, só tenho tempo para cuidar das minhas filhas, para o trabalho, cuidar da casa e isso está bom demais, uma vez ou outra faz falta ter alguém, mas preencho a cabeça com outras coisas.

— Você tem uma história muito forte, aliás, você é uma mulher forte, cuidar de quatro crianças, sendo que duas delas não teve apoio do pai, você é mesmo admirável. — digo e ela sorri.

— Obrigada chefinha.

— Converse com seu ex, vai que ele está esperando que você dê o primeiro passo, as vezes nós mulheres temos que tomar a iniciativa. — digo e ela sorri.

— É... você tem razão, bom, vou deixar de tomar seu tempo com minha história.

— Imagina, eu gosto muito de conversar e conhecer as pessoas que convivem comigo.

— Você é uma garota incrível, espero que minhas filhas sejam assim como você. — dessa vez eu sorrio.

— Com certeza vão ser, elas tem uma ótima mãe.

— Obrigada, já vou indo. — ela diz se levantando e saindo da sala.

Mulheres são seres excepcionais e muito fortes, admiro muito essas mulheres fortes e que não fogem da luta.

Continuo meus trabalhos ouvindo minhas músicas.

...****************...

— Chefinha? — Alice me chama.

— Oi.

— Já deu meu horário.

— Já? Nossa, nem percebi que era tão tarde.

— Sim.

— Pode ir Alice, vou só guardar minhas coisas e já estou indo também. Sabe se meu pai já foi?

— Saiu mais cedo hoje, a namorada veio buscá-lo. — sorrio.

— Ok, obrigada Alice.

— Por nada, até amanhã Paloma.

— Até Alice, bom descanso. — digo e ela sai da minha sala.

Termino de arrumar minhas coisas e logo saio do prédio indo até o estacionamento pegar meu carro.

Já no carro penso em ir para casa, mas possivelmente meu pai estará lá com a Patty e eu não quero atrapalhar os dois, decido então ir para a casa de Alex, que é onde eu tenho passado a maior parte do meu tempo, por isso os rumores que estamos morando juntos.

Minutos depois estou estacionando o carro na garagem do Alex, onde ficam os três carros dele.

Entro na casa acendendo logo a luz da sala e me surpreendo ao encontrar meu doutor bonitão parado no meio da sala segurando um buquê maior ainda do que o que ele me mandou no escritório.

— Alex! — exclamo deixando minhas coisas e inclusive o buquê em cima do sofá e corro para abraçá-lo.

— Oi amor. — ele diz me beijando.

— Não avisou que vinha e seu não tivesse vindo pra cá? — pergunto ofegante por causa do beijo e ele me entrega o buquê. — Obrigada pelas rosas.

— Não por isso. — ele diz e sorri. — Se você não viesse pra cá uu iria atrás de você, onde estivesse, mas segui meu coração e ele me disse que você ia vir pra cá.

— Tenho ficado a maior parte do tempo aqui do que com meu pai e no meu apartamento.

— Por isso segui meu coração.

— Estava com tanta saudade. — digo e ele sorri.

— Eu também estava.

— Espero que não tenha que viajar tão cedo agora.

— Não tenho não.

— Que bom!

— Paloma... — ele diz meu nome e parece nervoso.

— O que foi? — pergunto com o coração acelerado.

— Eu sei... — ele pigarreia. — Eu sei que faz pouco tempo que estamos juntos e que você pode me achar um louco, mas eu não posso mais esperar, eu quero te ter todos os dias ao meu lado, dormir e acordar com você todos os dias e nada no mundo me faria mais feliz do que ouvir o seu sim. Você aceita se casar comigo? — ele pergunta se ajoelhando e abrindo uma caixinha de veludo com um lindo anel dentro dela.

— Alex... — abro e fecho a boca sem ter o que dizer.

— Só diga sim pra mim meu amor, só diga que quer formar uma família comigo e ser feliz ao meu lado.

— Sim, sim, sim! Mil vezes sim Alex! — ele sorri e coloca o anel no meu dedo beijando minha mão em seguida.

— Eu amo você amor. — ele diz se levantando e me dando um beijo daqueles de tirar o fôlego.

— Também amo você, meu doutor bonitão. — digo o beijando novamente.

É isso!

EU VOU CASAR!

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Comments

Josiane Alves

Josiane Alves

meu Deus esse casal e de tirar o fôlego .autora vc arrasa .

2025-02-13

1

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Esse é o erro de toda mulher . Nos anulamos pelos outros. Estamos erradas , né mesmo!? Um dia os filhos vão embora, a velhice chega , e aí? Ficamos sozinhas .🥴

2025-02-26

1

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

É impossível um casamento não cair na rotina!!! Não dá para fazer coisas diferentes todo dia ! O trabalho e os filhos também não podem ser motivos para separação. A meu ver , o tempo esfria a relação. As coisas da rua passam a ser mais interessantes e aí tudo desanda . 😔

2025-02-26

3

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