Paloma

Sou Paloma Marinho Azevedo, tenho vinte e dois anos e sou recém formada em arquitetura.

Meu pai é arquiteto e tem um escritório muito renomado na cidade. Com isso não foi difícil escolher minha profissão, sempre fui fascinada pelo o que meu pai fazia e essa paixão só foi crescendo dentro de mim.

Após minha formatura comecei a trabalhar no escritório do meu pai, mas até então não havia conseguido nenhum projeto, pois as pessoas preferem arquitetos mais experientes, o que eu não julgo, mas nós que estamos começamos agora precisamos de uma oportunidade.

Meu pai me fez pegar um projeto simples, é apenas a reforma de uma casa de um figurão da advocacia, Alex Alencar o seu nome.

Andei dando uma pesquisada sobre sua vida e vi que ele e a família são muitos conhecidos na cidade, a ponto de ter matérias sobre eles em revistas famosas.

São quatro irmãos, herdeiros do patriarca Fernando Alencar, os três filhos homens são advogados como o pai e já a única filha estuda medicina.

Eles são uma família de posses e muito reservados, segundo a revista famosa, mas de acordo com as páginas de fofocas, Alex Alencar leva uma vida libertina e coleciona casos de uma noite só, entre suas conquistas, estão modelos, atrizes, cantoras, só gente famosa e da alta sociedade.

Os sites de fofoca dizem que ele não é muito de dar entrevistas, mas segundo fontes próximas a ele, revelaram que ele não quer se casar e nem ter relacionamentos sérios.

No momento estou igual a ele, mas não porque não quero um relacionamento sério, mas sim porque estou de coração partido. Meu namoro de seis anos acabou e o motivo que ele me deu foi absurdo.

Ele disse que estava terminando comigo, pois queria curtir sua vida, que era jovem ainda e que o tempo de curtir estava passando e que nossa vida estava monótona e que nada de diferente acontecia.

Namoramos desde a adolescência, quando tínhamos dezesseis anos, nós temos a mesma idade. Dei nele meu primeiro beijo e ele foi meu primeiro e único homem, pois depois dele ainda não consegui ir para cama com ninguém, na verdade eu nem tentei.

Ele terminou comigo faz dois meses e eu ainda estou arrasada e de coração partido.

Hoje é sexta-feira e eu caí na besteira de aceitar o convite da minha amiga Patrícia para ir à uma balada, faz tempo que não faço isso. No final das contas o que o meu ex falava tinha um fundo de verdade, fazia tempo que não saímos para nos divertir, havia sempre outras coisas que vinham em primeiro lugar.

Só que essa culpa eu não levo sozinha, ele também havia se acomodado e não me convidada para sair, nem jantar fora nós íamos.

Termino de me arrumar, estou usando um vestido preto, curtinho e bem colado, nos pés uma sandália de salto, também preta e na boca um batom vermelho. Tudo obra da desmiolada da minha amiga, segundo ela tenho que ir vestida para matar e que hoje eu só saio da balada acompanhada.

Não estou nem um pouco afim de sair acompanhada, a verdade é que hoje só quero afogar minhas mágoas enchendo a cara.

Decidimos vir com o motorista do meu pai, já que vamos beber e não vamos dirigir alcoolizadas.

— Se eu gostasse de mulher eu te pegaria facinho. — Patrícia diz e eu sorrio, essa não tem um pingo de juízo.

— Só você mesmo para dizer uma coisa dessas. — digo e nós sorrimos.

O motorista do meu pai nos deixa em frente a boate e eu peço para que ele vá para casa, que quando for embora eu ligo e assim ele faz.

— Essa balada é incrível. — Patrícia diz.

— Já veio aqui?

— Quem não veio Paloma?!

— Eu!

— Você não conta.

— Nossa!

Entramos na balada e pegamos as pulseiras para o vip e subimos as escadas. Daqui de cima dá para ver toda a pista de dança que fica lá embaixo, onde muitas pessoas estão dançando, bebendo, conversando e se pegando.

— Isso aqui está bombando hoje.

— Eu só quero encontrar um lugar para sentar e beber até cair.

— Credo! Tem certeza que você só tem vinte e dois anos mesmo?!

— Sim! Eu sou uma jovem senhora de vinte e dois anos. — digo e nós sorrimos.

— Vamos dançar Paloma!

— Dançar?

— Sim, Paloma! Dançar!

— Eu não! Vai você, vou pegar uma bebidinha e sentar.

— Amiga você tem que sentar, mas é em outro lugar. — nego com a cabeça.

— Vai dançar vai!

— Eu vou mesmo.

Ela vai para a pista de dança e eu vou para o bar.

— Boa noite. — o barman diz.

— Boa noite.

— O que deseja? — ele pergunta e eu dou uma olhada no cardápio grande que está pendurado na parede atrás dele.

— O que me sugere?

— Quer algo mais leve ou mais forte?

— Algo leve, acabei de chegar e a noite só está começando.

— Espanhola, então. — levanto uma sobrancelha pelo nome sugestivo e ele sorri.

— E o que tem nessa espanhola.

— Abacaxi, leite condensado e vinho tinto.

— Vai ser esse então.

— Ok, pode sentar enquanto preparo seu drink.

— Ok. — sento e observo ele todo concentrado preparando minha bebida.

Ele é muito bonito, um moreno alto, cheio de músculos e com um sorriso bonito, mas tem uma aliança, então vou só admirar o barman bonitão mesmo.

— Amiga! A pista está bombando! — Patrícia diz se aproximando de mim.

— Eu posso imaginar. — digo.

— Sua bebida, moça. — o barman diz me entregando a bebida e eu experimento. — Hum, muito bom. — digo e o barman sorri.

— E a senhorita, o que deseja? — ele pergunta para Patrícia.

— Um mojito.

— Ok.

— Você nem sabe quem está aqui!

— Quem? — pergunto.

— Os irmãos Alencar! Os quatro.

— Hum... Eles não são de sair muito, não é? — digo.

— Sua bebida, senhorita. — o barman diz e entrega o mojito de Patrícia.

— Obrigada. — ela diz, dá um gole na bebida e continua a falar. — Caio e Alex são os que mais são vistos, Caio está com a namorada, uma ruiva muito bonita, Fabrício está com a esposa que também é ruiva, ele se casou bem jovem, Beatriz está com o namorado um figurão aí que vende carros importados e Alex ao que parece está sozinho. — Patrícia diz.

Essa sabe muito da vida deles, pois ela acompanha as páginas de fofoca e só o que eles sabem fazer é falar dessa família.

— Alex não tem namorada, o lance dele é pegar e não se apegar, pena que ele só fica com famosas e eu não sou uma. — Patrícia diz. — Mas, tem um amigo do Caio junto com eles, Maurício o nome dele, é o maior gato, já que Alex está fora do meu alcance... — nego com a cabeça e ela sorri.

Patrícia vira a bebida de uma vez e sai no rumo da pista de dança.

— E você não vai dançar também como sua amiga? — o barman pergunta.

— Eu não danço.

— Entendi, desculpe perguntar, mas o que faz aqui então?

— Sabe essa doida que está comigo? — ele assente. — Então, estou aqui por causa dela.

— Entendi.

— Um Whisky. — alguém pede se aproximando do balcão.

— É para já. — o barman diz.

— Paloma Marinho? — a voz masculina me chama e eu me viro para olhar quem é.

— Oi. — digo olhando para o lindo homem à minha frente.

— Que surpresa agradável você por aqui.

— Seu whisky. — o barman diz.

— Amiga! — Patrícia volta eufórica. — Descolei dois gatos pra gente.

— Eu passo.

— Deixa de ser chata Paloma, você tem vinte e dois anos, tem que curtir a vida menina! — olho para Alex que faz sua melhor cara de paisagem.

— Eu não quero ficar com ninguém, Paty, pode ir lá e aproveitar.

— E eu fico com os dois é?!

— Aí fica a seu critério. — ela sorri, minha amiga é uma pervertida.

— Se incomoda se eu for?

— Não, terminando essa bebida eu ligo pro Sandro vir me buscar.

— Ok, te amo amiga.

— Eu também te amo, me manda sua localização e quando chegar em casa me liga.

— Pode deixar. — ela me dá um beijo e sai.

Patrícia estava tão empolgada que nem se deu conta de que Alex estava aqui, do contrário teria falado com ele.

— Sua amiga é moderninha, não é? — ele pergunta e sorri.

— Ela é.

— E você?

— Eu o quê?

— É moderninha também?

— Não.

— Ah!

— Eu suponho que você sim. — digo sem pensar.

— Pior que não, não curto muito essas coisas.

— Mas já experimentou? — as palavras só estão saltando da minha boca e eu mesma não acredito que perguntei isso, Alex sorri de lado.

— Já, mas não é algo de que eu me orgulhe e nem pretendo repetir. — ele diz e eu levanto uma sobrancelha, mas não digo nada.

— Pode me dar minha comanda, por favor?

— Não vai querer experimentar outro drink? — o barman pergunta.

— Não, eu já estou indo. — ele assente e me entrega a comanda.

— Tão cedo e você já vai? — Alex pergunta.

— É! Minha amiga já foi e eu só vim pra fazer companhia a ela, então já estou indo também.

— Não precisa ir, eu te faço companhia. — ele sorri.

Que sorriso!

— Vamos até minha mesa, estou com meus irmãos aqui, um com a esposa, outro com a namorada, a outra com o namorado e um amigo do meu irmão.

— Agradeço pelo convite, mas não quero atrapalhar e também já estou de saída.

— Quer que eu te leve em casa.

— Não precisa se incomodar.

— Não é interessante uma mulher ir embora sozinha, essa cidade está ficando perigosa.

— O motorista do meu pai vem me buscar.

— Alex! Que demora. — a linda morena de cabelos cumpridos e olhos verdes se aproxima, essa é a irmã, Beatriz. — Hum... estou vendo porque se distraiu. Olá, sou Beatriz, irmã mais nova dele.

— Muito prazer, Paloma.

— O prazer é todo meu, você é muito bonita Paloma.

— Muito obrigada, você também é linda.

— Vem pra nossa mesa?!

— Já estou de saída.

— Toma só um drink conosco.

— Eu agradeço muito o convite, mas já estou indo.

— Se conheceram hoje? — Beatriz pergunta.

— Não, no início dessa semana, sou a arquiteta que está cuidando da reforma da casa do seu irmão.

— Ah! — ela olha para o irmão e sorri. — Só um drink, vamos? — Beatriz me olha e sorri.

— Ok. — digo e ela dá um pulinho de alegria e bate palmas.

Acho que ela tem mais ou menos minha idade. Ela é muito bonita e muito animada.

— Gente, essa é Paloma, amiga do Alex. — todos que estão na mesa olham para mim, inclusive as duas ruivas que me olham com cara de poucos amigos.

— Olá. — Caio diz super sério.

— Oi.

— Sou Caio.

— Muito prazer.

— E eu Fabrício.

— Muito prazer.

— Essa são, Bárbara, namorada do Caio e Mariana, esposa do Fabrício.

— Muito prazer. — as duas me dão um meio sorriso.

Já não gostei dessas duas, tem cara de serem metidas e esnobes e eu detesto gente assim, não suporto quem quer ser mais que os outros.

— E esse é meu namorado Michel.

— Olá Paloma. — ele diz.

— Olá.

— Muito prazer.

— Igualmente. — digo.

— Sente. — Alex diz me indicando um lugar vazio e logo senta ao meu lado.

— Obrigada. — digo e ele sorri.

Alex chama o garçom e dessa vez eu peço um mojito e esse vai ser meu segundo e último drink da noite, depois daqui vou para minha casinha.

— Paloma é uma excelente profissional, está cuidando da reforma da minha casa.

— Você é arquiteta? — o namorado de Beatriz pergunta.

— Sou sim, meu pai também é, trabalho no escritório dele.

— É bom fazer o que ama, dá pra ver pelo seu olhar que ama o que faz. — ele diz.

— Sim! Realmente eu amo o que faço e faço com muito amor. — Beatriz olha para mim sorrindo e logo olha para o irmão.

— Acho que escolhi bem. — Alex diz.

— Escolheu sim. — Beatriz diz e pisca para o namorado que sorri para ela.

Termino de beber o drink e decido que agora é hora de ir embora.

— Eu já vou indo, foi um prazer conhecer vocês. — digo me levantando e chamando o garçom para pagar pelo meu drink.

— Pode deixar que nós pagamos, eu que convidei. — Beatriz diz.

— Obrigada.

— Domingo vamos passar o dia na piscina, se quiser vir está super convidada.

— Obrigada. — digo para ser educada, mas óbvio que não vou aparecer coisa nenhuma.

As duas ruivas fuzilam a mim e a Beatriz com os olhos, não gostei mesmo dessas duas.

— Me empresta seu celular? — Beatriz pede e eu entrego meu celular para ela.

— Pronto! Salvei meu número e já liguei para mim para salvar o seu também. Eu te ligo.

— Tá! — essa moça é bem insistente, estou vendo que não vou ter como me livrar desse compromisso.

— Até domingo. — Beatriz diz e me abraça.

— Até. — digo.

— Foi um prazer. — o namorado dela diz e aperta minha mão.

Caio e Fabrício também apertam minha mão e as duas ruivas se esforçam para sorrir. Essas aí são duas cobras fingidas.

— Eu te levo. — Alex diz se levantando.

— Não precisa, eu vou de motorista.

— Faço questão.

— Não precisa se incomodar, você está com seus irmãos, não quero atrapalhar.

— Não atrapalha, vamos?

— Sim.

— O Caio vai pagar minha parte. — Alex diz e Caio nega com a cabeça.

— Vou! Só porque a garota é bonita. — Caio diz e eu sorrio.

Alex e eu saímos de dentro da boate para o estacionamento. Logo manobrista traz seu carro.

Alex abre a porta para mim e logo vai para o lado do motorista.

— Pode digitar seu endereço no GPS. — ele pede e assim o faço. — Obrigado.

— Não precisava se incomodar, você estava aproveitando a noite com seus irmãos e cunhados e eu moro muito longe da sua casa.

— Sabe onde eu moro?

— Quem não sabe que os Alencar tem residência fixa em Nova York e aqui no Brasil tem residência fixa no Alphaville.

— Está me stalkeando?

— Não! Mas o nome da família Alencar está sempre em alta nas páginas de fofoca, eu acredito que saiba que vocês são muito conhecidos, tipo celebridades locais.

— É... Eu sei sim.

— É por isso que eu sei.

— Entendi... Mas isso é injusto, você sabe tanto de mim e eu não sei nada de você, me fala sobre você.

— O que quer saber sobre mim?

— O que quiser que eu saiba, estou todo ouvidos.

— Não há muitas coisas interessantes a meu respeito.

— Eu duvido.

— Eu sou filha única, moro sozinha com meu pai desde os oito anos, me formei em arquitetura ano passado e é isso.

— Hum... E namorado você tem?

— Não.

— Uma mulher tão bonita e não tem namorado.

— Você também é muito bonito e não tem namorada! — ele sorri de lado.

— Me acha bonito?

— Sim! E você sabe que é, não precisa que eu diga.

— Dizem isso por aí... estou começando a acreditar que sou mesmo bonito. — reviro os olhos.

— Quem é bonito sabe que é bonito.

— Posso saber porque não tem namorado?

— Porque acabei de sair de um relacionamento e não pretendo entrar em outro tão cedo!

— Também não quero um relacionamento sério.

— Você é do tipo que fica com uma por noite, eu sei bem como é.

— Não com uma por noite, isso é exagero, uma por final de semana, ou duas ok, mas eu não faço sexo todas as noites, eu trabalho bastante e só tenho folgas no final de semana, saio às sextas, tipo hoje e aos sábados e no domingo fico com a família e não bebo, pois no outro dia vou trabalhar.

— Entendi.

— Chegamos. — ele diz parando o carro em frente ao portão do condomínio.

— Obrigada.

— Quer que eu entre e te deixe na porta de casa?

— Não precisa, muito obrigada.

— Então tá! Venho te buscar domingo às 09:00 da manhã.

— O quê?!

— Para almoçar na minha casa, minha irmã te convidou.

— Eu não confirmei.

— Confirmou sim, o que você falou para minha irmã é o suficiente.

— Eu não...

— Esteja pronta. — ele diz descendo do carro e abrindo a porta para mim.

— Eu não vou...

— Você não vai fazer essa desfeita com minha irmã, vai? Ela é muito amável.

— Ah! Tudo bem! — digo e ele sorri.

— Venho te buscar às 09:00.

— Ok.

— Boa noite, Paloma. — ele diz dando um beijo no meu rosto.

Logo entra em seu carro e sai e eu fico com a maior cara de boba.

Aí Paloma você se mete em cada uma!

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Comments

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Normalmente eu acho as mulheres de cabelo escuro mais bonitas . Só que essa loira é lindíssima. Só não ganha da segunda esposa do Fabrício ( que eu esqueci o nome , mesmo tendo acabado de ler o final da história 🥴) !

2025-02-26

3

Solaní Rosa

Solaní Rosa

comecei hoje com a história do Alex já li a do Caio e toda a família só falta essa e a Fabrício

2025-03-15

1

Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

Ele está interessado que ela vá, se fosse só pela irmã não teria insistido

2025-04-01

1

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