Alex e Paloma

Chegamos a casa dos meus pais e eu desço do carro e abro a porta para ela.

— Seja bem vinda outra vez a minha casa. — digo.

— Da última vez não me deixou ficar por muito tempo aqui. — ela diz levantando uma sobrancelha.

— Fomos fazer coisa muito melhor.

— Verdade.

— Vamos entrar de uma vez, já estou ficando de p*u duro só em falar sobre isso.

— Deixa de ser safado Alex! — ela diz e eu sorrio.

Entramos e estão todos na sala, meus pais, meus irmãos e meus cunhados.

— Boa noite. — digo.

— Boa noite. — todos respondem.

— Boa noite. — Paloma diz.

— Boa noite. — todos respondem a ela.

— Que bom que aceitou o convite cunhadinha. — Beatriz diz e a loira sorri.

— Obrigada pelo convite. — Paloma diz.

— Oi querida. — minha mãe diz a abraçando.

— Olá. — ela responde retribuindo o abraço.

Meu pai acena para ela, ele é muito calado, Fabrício é assim como ele, de todos os filhos ele é o que mais se parece com meu pai. Caio e eu somos muito sociáveis, Beatriz nem se fala, agora Fabrício é muito calado, nem sei como ele conseguiu conquistar a ruiva dele, mas de fato ele conquistou, os dois são muito apaixonados.

Caio sempre foi cara de pau, se duvidar pegou mais mulheres do que eu, isso tudo antes dos vinte e três, que foi quando começou a namorar com a outra ruiva.

Beatriz é muito extrovertida, mas Michel é seu primeiro namorado, antes dele não teve nada muito sério com ninguém.

— Estão namorando? — Beatriz pergunta.

— Sim! — eu respondo.

— Não! — Paloma responde.

Nós falamos ao mesmo tempo e todos nos olham interrogativos.

— Sim ou não? — Beatriz pergunta.

— Estamos nos conhecendo, mas eu já a considero minha namorada. — digo.

— Não enrole a moça filho, eu não gostaria que fizessem isso com minha filha. — meu pai diz.

Meu pai é muito correto e pelo seu gosto nós quatro já estaríamos casados, pois ele é bem tradicional e não aprova essa história de ficar sem compromisso.

— Não estou enrolando ela pai, ela que está me enrolando, não quer namorar comigo. — ela me olha muito séria.

— Estamos nos conhecendo senhor Fernando, mas eu também não estou enrolando ele.

— Espero que em breve comecem a namorar. — meu pai diz.

— Nós vamos sim pai. — digo e olho para a loira que me olha muito séria. — Vem? Vou te mostrar o jardim.

— Com licença. — ela diz e eu seguro em sua mão a indicando o caminho.

O clima hoje está agradável, nem frio demais como costuma fazer aqui e nem quente, está apenas uma brisa gostosa. A brisa abana os cabelos dela e seu cheiro me invade, ela tem um cheiro muito bom.

Observo o quando ela é linda e o quanto fica linda sob a luz do luar, nunca estive com nenhuma mulher tão linda quanto essa, ela é linda de todas as formas e eu me sinto muito sortudo por tê-la comigo, mesmo que ela não sinta o mesmo por mim nesse momento, mas sei que logo vai ver que eu sou a pessoa certa para ela. No fundo Paloma só está magoada por causa do ex e insegura por causa do meu passado, mas nada que o tempo não cure.

Ela sorri olhando as rosas da minha mãe e meu coração erra uma batida ao ver esse sorriso.

Estou muito ferrado!

Completamente rendido por ela.

Completamente apaixonado por essa menina mulher que tanto tem me ensinado.

Apesar da pouca idade, Paloma tem me ensinado muito, acho que ela nem tem noção disso, mas todos os dias aprendo uma coisa nova com ela.

Não sei se estou sendo precipitado ou se estou agindo pelo calor do momento, mas uma coisa eu sei, quero passar minha vida com essa mulher, não me imagino com nenhuma outra que não seja ela.

— Namora comigo vai? Prometo que não vai se arrepender.

— Alex... já conversamos sobre isso.

— Ouviu seu sogro, não é? Ele quer nós dois namorando.

— Deixa de ser safado Alex! Está usando seu pai.

— Cada um joga com as cartas que tem.

— Você não existe Alex Alencar!

— Aceita vai? O seu pai já acha mesmo que estamos namorando, porque não tornar as coisas reais.

— Estou com você Alex, só com você, sou exclusivamente sua e de mais ninguém. Sem rótulos por enquanto, pode ser?

— Pode, não é?! Fazer o quê? Mas eu gostei dessa parte de ser exclusivamente minha.

— Eu sou! E quero que seja exclusivamente meu também.

— Meu coração é seu Paloma, sou todo seu.

— Aí Alex!

— Vem aqui meu bem. — digo e a puxo para um abraço.

Seguro o rosto dela com as duas mãos e a beijo lentamente, não há nada sexual nesse beijo, apesar de eu estar com vontade de f*der com ela desde a hora do banho.

— Eu não sei quando meu coração vai está totalmente curado para te aceitar por completo Alex, mas saiba que você é uma parte fundamental para mim nesse momento, estou conseguindo enfrentar tudo ao seu lado, não que eu esteja te usando para isso, estou com você porque quero e porque você me faz muito bem, eu nem sei como te agradecer por tudo que está fazendo por mim.

— Não precisa agradecer nada meu bem, eu que agradeço por ter me feito sentir o que estou sentindo hoje, nunca pensei que se apaixonar fosse assim, nunca pensei que era tão gostoso sentir isso, você me ensina um pouquinho a cada dia. Hoje percebo que nunca me apaixonei por ninguém, porque tinha que ser você, meu coração estava te esperando.

— Coisas do universo Alex Alencar.

— Pois agradeça ao universo por mim.

— Obrigada universo! — ela diz olhando para o céu. — Estava precisando de boas energias na minha vida.

— E eu estava precisando de você. — digo beijando-a.

— Ei pombinhos?! O jantar vai ser servido. — Beatriz avisa.

Paloma e eu voltamos para dentro de casa e vamos direto para a sala de jantar.

...Paloma Marinho...

Sento ao lado de Alex e as duas ruivas me encaram e eu as encaro de volta, se uma coisa que não tenho é medo de cara feia.

— Pode fazer a prece querido. — a mãe de Alex diz para o pai dele e todos dão são mãos.

Eu não pertenço a nenhuma religião, eu acredito em tudo um pouco em Deus, no lá de baixo, em anjos, em lei da atração e do retorno, em seres de luz, no universo, enfim acredito no mundo espiritual num todo, pois o mundo espiritual está aí, embora seja invisível aos nossos olhos e que muitas pessoas não acreditem, do mesmo jeito que existe o bem, existe o mal.

— Senhor gostaria de agradecer pelo alimento em nossa mesa, agradecer pela vida de cada um que está aqui, te peço senhor que nunca falte o pão em nossa mesa, Amém?

— Amém. — nós respondemos.

— Como anda o trabalho cunhadinha? — Beatriz pergunta para mim.

— Muito bem, estou com dois projetos novos.

— Acho tão lindo a paixão que você tem pelo que faz, seus olhos até brilham.

— Realmente eu amo o que faço, também escolhi desde criança, vendo meu pai trabalhar.

— Infelizmente eu não tive essa mesma paixão pela profissão do meu pai e nem da minha mãe. Meu pai é advogado e minha mãe era professora, mas eu quero ser médica, formo ano que vem e depois especialização em pediatria, esse é meu sonho.

— Seus olhos também brilham ao falar da profissão que escolheu.

— É, meu sonho, mas meus irmãos não gostam muito da ideia, eles queriam mais uma advogada na família, sendo que já tem eles três para dar continuidade.

— Está no sangue Beatriz. — Caio diz. — Você já nasceu com sua profissão, só não quis segui-la.

— Não vou fazer isso só porque você quer Caio! Eu tenho que fazer o que gosto.

— Isso é verdade, você pode ser o que quiser filha. — o pai deles diz.

— O senhor nunca disse isso pra mim porquê? — Caio pergunta.

— E por acaso você queria ser outra coisa?

— Não! — Caio diz e senhor Fernando sorri.

— Então... Se você ou seus irmãs quisessem seguir outra profissão eu apoiaria da mesma forma que apoio Beatriz, mas acontece que os três querem seguir minha profissão, então os apoio em suas escolhas.

— Eu te amo papai. — Beatriz diz.

— Também amo você princesa. — ele diz e sorri para a filha com muito carinho.

Ele olha para ela da mesma forma que meu pai olha para mim.

— Vamos marcar um dia para fazer um jantar para a sua família querida. — a mãe de Alex diz.

— Somos só meu pai e eu.

— Ah! Desculpe. — ela diz constrangida.

— Não tem problema, tudo bem. Somos só meu pai e eu desde que eu tinha oito anos.

— Ah! É comum vermos a mãe cuidando dos filhos, mas um pai é raro. — ela diz.

— É sim, meu pai é incrível, é meu melhor amigo. Tenho muito sorte por tê-lo em minha vida.

— O pai dela é muito legal mesmo, o conheci hoje. — Alex diz. — O convidei para vir aqui.

— Fez bem. — o pai de Alex diz. — Quero que o pai dela saiba que você quer algo sério com a filha dele.

— Ele sabe, eu disse. — Alex diz.

Vejo que tanto Alex como seus irmãos respeitam muito os pais, isso é uma coisa que eu admiro muito, pois se você não respeita e nem honra seus pais você não é capaz de respeitar e nem honrar ninguém.

— Quem diria! Alex namorando. — Caio diz e Beatriz e Fabrício sorriem.

Fabrício é muito calado, não fala muito e dá umas risadinhas de vez em quando.

— Deixa de ser otário Caio! — Alex diz e Caio sorri. — Fica muito alegrinho quando Bárbara está aqui.

— Claro! Essa mulher é a alegria da minha vida. — ele diz beijando a bochecha da ruiva.

Posso até estar enganada, mas não sinto verdade no que ela sente pelo Caio, desde o dia que encontrei com eles que tenho essa impressão. Caio sim, gosta muito dela e vejo sinceridade nele, mas nela, fico com um pé atrás.

— Cheguei! — uma voz masculina surge.

— Sente filho, jante conosco. — a mãe de Alex convida Maurício, o amigo de Caio.

A ruiva do Caio olha para ele e sorri e seus olhos se iluminam, coisa que não vi com Caio, olho para o tal Maurício e ele devolve o sorriso para ela com o mesmo brilho no olhar e com uma piscadinha no final.

Não pode ser!

Isso é só loucura da minha cabeça, eles namoram há um ano e o cara é o melhor amigo do namorado dela, eles não seriam tão hipócritas e loucos a esse ponto.

Acho que eu ando assistindo muitas séries sobre triângulos amorosos, preciso dar uma maneirada nisso, pois já estou devaneando sobre isso.

— Paloma? — Alex me chama me tirando de meus pensamentos.

— Oi.

— Quer vinho?

— Sim, por favor. — digo e ele coloca vinho até a metade da taça para mim. — Obrigada.

— Por nada. — ele olha para mim meio preocupado. — Tudo bem? — ele sussurra.

— Sim. — digo também falando baixo.

Observo as trocas de olhares entre a ruiva e o amigo de Caio e definitivamente isso não é normal.

Minha intuição raramente falha e também sou muito observadora e esse dois com certeza tem coisas a esconder.

Me sinto mal pelo Caio, ele é uma boa pessoa e gosta muito dessa ruiva, mas ela parece não gostar tanto assim dele.

Fiquei até sem apetite com isso, eu odeio traição, para mim quem trai não tem caráter.

— Você está bem mesmo? — Alex pergunta quando nos levantamos da mesa e vamos para a sala beber um café.

— Sim.

— Você mal comeu.

— Estou sem fome.

— Já quer ir?

— Quero sim.

— Então vamos. — Alex diz se levantando do sofá segurando em minha mão e eu me levanto também.

Vamos até onde seus pais estão sentados conversando com Caio, Fabrício e as duas ruivas.

— Mãe, Pai, nós já vamos. — Alex diz.

— Mas já meu filho? — minha mãe pergunta.

— Já, sim.

— Obrigada pela visita querida. — minha mãe diz abraçando Paloma.

— Muito obrigada pelo jantar.

— Venha mais vezes.

— Venho sim.

— Obrigado pela visita. — o pai de Alex diz apertando minha mão.

— Eu que agradeço.

Beatriz vem da cozinha junto com o namorado trazendo uma bandeja com xícaras e ele outra com o café.

— Já vão? — ela pergunta.

— Já. — Alex responde.

— Ah! Venha mais vezes, ouviu? — Beatriz diz me abraçando.

— Pode deixar. — digo.

— Até logo Paloma. — Michel diz me abraçando.

— Até logo. — digo.

Michel e Beatriz são um casal lindo e muito iluminados, os dois têm uma energia incrível.

...****************...

Alex estaciona o carro em frente ao meu apartamento e desce para abrir a porta para mim.

— Está mesmo bem?

— Estou.

— Você está tão séria.

— Acho que foi as energias negativas das ruivas. — digo e Alex sorri.

— Logo, logo eu te dou outro tipo de energia.

— Hum... E uma massagem rola?

— Rola tudo que você quiser, minha loira.

— Hum...

Termino minha noite com meu doutor bonitão da melhor forma possível, sem roupa e na cama.

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