Bônus (Patrícia)

...Patrícia Castro...

Sou Patrícia, tenho vinte e quatro anos, meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha cinco anos e infelizmente tive que ir morar com minha tia.

Meus avós maternos e paternos morreram antes mesmo de eu nascer, e minha mãe tinha apenas uma irmã e meu pai dois, mas casados e morando em outro estado e óbvio que as esposas deles não quiseram cuidar de uma criança que não era delas. Minha tia Gláucia, irmã da minha mãe, foi a única que quis ficar comigo.

A princípio minha vida com ela era ótima, até ela se casar, se casou com um homem que aos olhos de todo era muito bom para ela e para os filhos, mas o que acontecia dentro de casa era outra história, ele era violento, batia nela, nos filhos e também em mim.

Infelizmente as surras foi o de menos, tudo piorou quando eu tinha apenas treze anos e ele abusou de mim, mas eu não fiquei calada, contei para minha tia que por sorte acreditou em mim, mas me disse que não poderia fazer nada, pois além de ter medo dele, ela não tinha para onde ir nem emprego, já que ele não a deixava trabalhar.

Quando fui morar com ela, minha tia trabalhava em um supermercado e morava em uma casa alugada, mas quando o conheceu logo casou, parou de trabalhar e foi morar na casa dele, teve três filhos e depois dessas crianças aquele nojento mudou totalmente.

Infelizmente ele passou a abusar de mim todos os dias e quando queria, da forma que queria, eu não aguentava mais, meu corpo, meu psicológico, mas a gota d'água foi quando descobri que estava grávida e ele me deu um remédio para perder a criança, e minha tia sabia de tudo, ela chorava, sentia muita dó de mim, mas não tinha coragem para enfrentá-lo só que eles não previram que eu era muito nova e poderia ter complicações e foi justamente o que aconteceu. Comecei a sentir dores muito fortes e a sangrar muito. Ele simplesmente me deixou na porta do hospital e sumiu, dizendo que se eu o denunciasse iria matar minha tia e meus primos.

Felizmente encontrei anjos nesse hospital que cuidaram de mim e que fizeram de tudo para preservar meu útero, ovários e trompas, caso um dia eu quisesse ser mãe, coisa que eu não sinto vontade até hoje.

Infelizmente tive que mentir sobre quem havia feito isso comigo, pois óbvio que o pessoal do hospital chamou a polícia, fiz exames e foi constatado o abuso, mas eu me recusei a contar por medo daquele monstro cumprir o que falou e ele ficou impune, mas só até fazer o mesmo que fez comigo com a própria filha, só que ela não foi boba igual a mim, contou tudo que sofreu, sobre os maus tratos, as surras e o abuso, aproveitou e falou de mim também, fui chamada para depor, já era maior de idade na época e eu fui e contei tudo que aconteceu comigo e finalmente depois de muitos anos ele foi preso, mas não durou muito tempo na cadeia, acabou morrendo e sinceramente eu nem sei como e nem me interessa.

Também não quis mais ter contato com minha tia, não tenho raiva dela, afinal entendo que ela não tinha culpa, que sofria junto comigo, mas também não teve coragem de lutar por nós, então eu preferi não ter contato com ela, raramente falo com dois dos meus primos, falo somente com a Zaya, que foi a que denunciou ele para o polícia.

Depois que recebi alta do hospital fui mandada para um abrigo, pois tinha apenas treze anos, mas fui muito abençoada e uma das médicas que me atendeu me adotou, me deu muito carinho, me deu um lar digno, uma família, mãe, pai, irmãos, avós. Todos me acolheram e me deram muito amor, foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Tanto que estou estudando medicina, quero ser como minha mãe.

Fiz terapia por muitos anos, ainda faço, na verdade, mas hoje só porque quero, no meu ponto de vista todos deveriam fazer terapia, é muito bom e ajuda demais. Na época do acontecido, tive que fazer terapia e tomar muitos remédios controlados, pois não conseguia dormir e nem sair de casa, foi uma luta, mas eu venci.

A princípio não conseguia ir à escola, mas aos poucos fui conseguindo, sempre gostei muito de estudar. Outra questão bem difícil foi me relacionar com um homem, eu tinha muito medo. Isso foi muito trabalhado na minha terapia por muito tempo e eu só consegui de fato ter relações sexuais outra vez aos dezenove anos e não foi uma experiência muito agradável.

Hoje aos vinte e quatro anos posso dizer que me curei de tudo, não esqueci, óbvio, isso não é algo que se esqueça, mas eu superei. Agora consigo me relacionar sem problema algum, mas nada muito sério, no meu caso é só sexo mesmo, sou um espírito livre e gosto de novas experiências e quem me ver hoje nem sonha pelo que já passei nessa vida. Só quem sabe é minha família, óbvio e minha melhor amiga, Paloma.

Paloma e eu estudamos juntas no ensino médio, ela é mais nova que eu dois anos, já que eu atrasei um pouco por causa do acontecido, mas no final foi bom atrasar um pouco, pois conheci minha melhor amiga, que é um ser humano lindo e muito iluminado, ela é muito certinha, mas agora está se permitindo, isso tudo depois de começar a ficar com o gostoso do Alex Alencar.

Que homem meu Deus!

Alex é o sonho de consumo de toda mulher, inclusive era o meu também, mas agora está com minha amiga e jamais vou olhar para ele com outros olhos.

Falando na Palominha, vou aproveitar que estou perto da casa dela e ir visitá-la.

Minha entrada no condomínio que ela mora com o pai é liberada, posso entrar sem ser anunciada.

Assim que paro o carro em frente a casa começa a chover e para o meu azar não trouxe guarda-chuva, mas acredito que até chegar na porta não dá tempo me molhar muito.

Saio do carro e tento correr até a porta, mas acho escorregando e caindo.

— Mas que grande bosta! — resmungo me molhando mais do que gostaria.

Levanto e começo a tocar a campainha insistentemente.

— Já vou! — tio Emanuel diz, vulgo pai da Paloma.

Ele abre a porta e me olha de cima a baixo, estou toda molhada, tremendo e com a roupa suja por causa da queda.

— Menina! O que faz no meio dessa chuva? Vai acabar ficando doente.

— Estava aqui perto e resolvi vir ver a Paloma, começou a chover assim que cheguei e decidi correr até a porta, achei que não ia me molhar tanto, mas acabei escorregando e caindo.

— Meu Deus Patrícia! Entra.

— Vou molhar tudo tio.

— Não se preocupe com isso, você não pode é ficar na chuva. — ele dize puxando para dentro.

— Vou ficar aqui na porta tio.

— Vou buscar uma toalha pra você. — ele diz e sobe as escadas.

— Aqui filha. — ele diz estendendo um roupão e vestindo em mim e secando meus cabelos com uma toalha, bem coisa de pai, ele sempre me tratou como trata Paloma.

— Obrigada tio. A Loma está aí?

— Não está meu bem, decidiu não vir por causa da chuva, estava esperando ela e Alex para jantar aqui, mas decidiram não arriscar, a previsão diz que a chuva vai aumentar e vem raios e trovões por aí.

— Aí tio, vou embora logo, morro de medo de raios e trovões.

— Tome um banho quente antes e troque de roupa meu bem, vá até o quarto da Paloma, já sabe onde fica tudo.

— Eu vou sim tio, Obrigada.

Tomo um banho rápido, pois estou morrendo de frio.

Saio do banheiro e vou até o closet de Paloma e visto um conjunto de moletom dela, sem nada por baixo, pois sei que ela não gosta que eu use suas calcinhas e sutiãs e nem ela usa os meus, eu não tenho problema com isso, se ela deixasse usaria as dela e ela também poderia usar as minhas, mas minha amiga não gosta. Somos muito diferentes, mas mesmo assim somos muito amigas.

— Tio? — chamo descendo as escadas.

— Oi. — ele diz lá da cozinha e eu vou até lá.

— Eu deixei a roupa molhada no banheiro, não queria trazer até aqui embaixo pra lavanderia, porque ia molhar tudo.

— Pode deixar lá, que depois eu pego e coloco na máquina e depois você pega.

— Onde estão as meninas? — pergunto me referindo às meninas que trabalham aqui na casa.

— Já foram para casa, já passou da hora do expediente delas.

— Entendi. Eu já vou indo tio, obrigada.

— Quer que eu te leve? Deixa seu carro aqui e vem buscar depois.

— Não tio, não precisa se incomodar.

— Me avise quando chegar.

— Pode deixar.

Tio Emanuel é muito atencioso, e sim, eu tenho o número dele, mas sem nenhuma maldade, pois às vezes Paloma fala com ele pelo meu celular.

O pai da minha amiga é um homem muito bonito e jovem, nem aparenta a idade que tem.

— Vou indo tio.

— Te levo até a porta. — ele diz e eu vou na frente.

Assim que chegamos na sala, um clarão rasga o céu e logo tudo se apaga e o barulho do trovão ecoa muito forte e eu por puro medo pulo em cima do tio Emanuel e nós dois acabamos caindo no chão, eu caio por cima dele e minhas mãos apertam os braços musculosos dele e as mãos dele sem querer param na minha b*nda, mas ele as tira rapidamente e as coloca em minha cintura.

Outro clarão do raio e mais um trovão rasga o céu e nada da luz voltar, eu travo por causa do meu e abraço meu tio ainda mais forte e ele me abraça de volta.

— Calma. — ele diz.

— Eu tenho muito medo de raios e trovões tio e ainda está sem luz.

— Eu estou aqui, vamos levantar? Você se machucou?

— Não. — falo bem ao pé do ouvido dele, já que estamos deitados no chão e eu agarrada a ele.

Sinto sua pele se arrepiar, deve ser pela proximidade da minha boca na sua orelha.

— Patrícia?

— Oi.

— Vamos levantar? Você precisa sair de cima de mim meu bem. — ele diz e eu sinto que ele está ficando excitado com nossa proximidade.

Também ele nem tem culpa, sou uma mulher bonita, uma baita de uma gostosa e ele deve está a um tempo sem tr*nsar, já que não é de sair muito.

Devo confessar que eu não acho ruim ser desejada por um homem como esse, ele é lindo, educado e ainda por cima mais velho, deve ter muito a ensinar.

Não posso pensar nele assim!

É pai da minha melhor amiga.

— Desculpa tio. — digo me levantando de cima dele.

— Sente aqui no sofá que eu vou pegar umas velas, não sei porque a luz não voltou ainda, já que aqui temos gerador. — ele diz acendendo a lanterna do celular.

— Eu vou com o senhor tio.

— Tudo bem.

— Tio desculpa, mas eu preciso te abraçar, tenho medo do escuro.

— Você não deveria meu bem.

— Por que não tio?

...Emanuel Marinho ...

A simples pergunta dela me faz tremer na base. Jamais olhei para ela com outros olhos, essa menina frequenta minha casa desde quando tinha uns dezesseis ou dezessete anos, sempre olhei para ela como olho para minha filha, mas toda essa proximidade me fez sentir algo que não queria, mas infelizmente não consegui controlar.

Não posso negar também que Patrícia se tornou uma mulher muito bonita e por onde passa não tem como não ser notada, é morena, tem cabelos compridos, um corpo lindo e teus uns lábios grossos que são muito convidativos, ótimos para dar aquela mordida depois do beijo.

Droga!

Não posso pensar nela dessa forma, ela tem idade de ser minha filha e é amiga da minha filha de fato.

— Patrícia, eu sou homem meu bem, não pega bem você ficar me abraçando, nem a mim e nem a nenhum outro que não seja seu namorado.

— Eu não tenho namorado tio.

— Mesmo assim meu bem, não deve ficar abraçando as pessoas dessa forma.

— Mas o senhor é conhecido.

— Eu sei que sim, mas isso não impede... — paro antes de falar que tive uma ereção para a garota.

— Não impede?

— De que sinta coisas de homem.

— Tio, eu não sou mais criança e eu sei bem o que o senhor sentiu. — a menina é bem direta e isso me deixa um pouco constrangido.

É estranho ter que admitir que ficou de p*u duro para alguém que você ver como filha, ou via, sei lá!

— Vamos pegar a vela tio?

— Vamos.

— Vou te abraçar e não me importo se sente coisas de homem por mim.

— Não?

— Não, porque isso é involuntário, o senhor não tem como controlar.

— Aqui eu tenho. — digo apontando para minha cabeça e ela dá um sorrisinho.

— Eu sei tio, confio no senhor.

Eu mesmo não confio em mim nesse momento!

Pego algumas velas na despensa e espalho pelo casa, logo após logo para a portaria para saber porque as luzes não voltam e infelizmente houve um problema com o gerador e estão esperando o técnico, que no caso não tem como vir por causa da chuva forte.

— Deveria ligar para os seus pais e avisar onde está, eles devem está preocupados.

— Eu vou ligar sim tio.

— Vou esquentar o jantar.

— Está me convidando para jantar com o senhor?

— Claro! Você não vai poder ir embora agora, então vamos jantar.

Ela vai até a bolsa pegar o celular para ligar e eu vou até a cozinha esquentar o risoto que a Martinha deixou pronto para mim, Martinha é um anjo em minha vida, não tenho tempo de cozinhar, apensar de gostar bastante e ela cuida dessa parte para mim.

— Eu avisei aos meus pais que vou dormir aqui, não tenho coragem de dirigir nessa chuva e nem nessa escuridão, ainda mais com esses raios e trovões. O senhor se incomoda se eu ficar?

— Claro que não. Pode ficar no quarto da Paloma.

— Não tio! Eu tenho medo, podemos colocar colchões na sala? Igual quando a Loma e eu fazíamos festa do pijama, eu fico em um e o senhor no outro. Pode ser?

— Pode. — concordo, mas sem gostar muito da ideia.

Essa noite promete.

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Comments

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Quase cinquentona🥴🥺😔😩

Como vai esquentar, se não tem energia? 🤔

2025-02-26

0

Marli Franroz Hofildmann

Marli Franroz Hofildmann

nada contra autora, mas acho que Paty deveria ficar com caio, irmão do Alex! porque se ela for safada e tiver traindo o gostosão, tomara que seja desmascarada! aí sim.

2025-01-29

3

iranete teofilo

iranete teofilo

Eu também já estava torcendo para a Paty ficar com o Caio, Há autora não deixe acontecer nada entre o pai da Paloma e a Paty não. Deixe a Paty pro Caio, por favor autora. Pense com carinho autora, tá bom?

2025-02-22

0

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