Capítulo 7

Keith Sullivan.

Acordo com um barulho chato do meu telefone disparando sem parar, e olho para o retrovisor, e pulo de medo, ao ver que se trata do meu "querido" chefinho me ligando, e eu logo atendo, mesmo com a cara toda amassada.

— Eu espero que você já tenha arrumado as suas malas! Pois o meu motorista estará aí uns dez minutos, e se você demorar, ele nao irá te esperar e nem eu, fique sabendo.

— O que? Mais eu acordei agora.. dez minutos é muito pouco.

— Não para uma pessoa organizada e que se progamou antes! E se você não fez isso, o problema é todo seu. Ainda fui generoso em ligar para você.

Seguro a minha língua para não chingar ele. Esse homem é insuportável em todos os sentidos! Ele é muito rígido e muito certinho, tudo que eu nunca gostei em um homem. Mais esse jeito dele me irrita! Eu o odeio, e se ele pensa que vai conseguir me domar, está muito enganado. Pois se nem meu pai, conseguiu fazer isso comigo, quem dirá ele!

— Claro vossa Excelência! Se o senhor me mandar o seu jatinho particular, garanto que em menos de cinco minutos estarei aí na sua mansão. Não se preucupa, que não irei levar nenhuma bomba aqui comigo.

E ele rir sarcástico.

— Você é mesmo muito maluca assim, ou se faz menina? Antes de você nascer, eu já sabia coisas que você sempre gostou de fazer né? Então não tente dar uma de espertinha e achar que sabe mais do que eu, porque você sempre irá sair perdendo. E não acha que ao trabalhar aqui terá uma vida de regalias e mimos, como você tinha. Aqui você será tratada como qualquer funcionário meu. E parabéns, você até agora foi a única pessoa que me fez perder mais de 30 segundos falando no celular.

E ele simplesmente desliga o telefone na minha cara e agora literalmente penso em levar uma bomba na minha mala. Eu não sei qual é desse cara.. mais se ele acha que vou ficar aguentando as humilhações dele calada está muito enganado e se ele quiser colocar uma cela dentro da mansão dele especialmente para mim, que coloque! Porque eu não irei ficar aguentando os insulto dele, na verdade de ninguém. Poxa, eu sei que eu não tenho o melhor passado e nem a melhor imagem de exemplo.. mais eu estou me esforçando para ser uma mulher diferente, madura e responsável. Eu juro que não irei mais me envolver nem tão cedo com homens.. vou fugir de tudo que me lembra aquele órgão genital deles.. vou virar uma imaculada, acho que vou até me fantasiar de freiras nas horas vagas. Está aí! Acho que seria uma boa eu virar amigas, Best friends delas.  Mais á essa altura a vossa excelência do meu chefinho, vasculhou a minha vida inteira e com certeza não viu nada de bom, na verdade eu sempre fiz questão das pessoas terem a pior imagem de mim, principalmente os homens. Eu nunca escondi quem eu era, e isso dava ainda mais prazer para eles.

Falo quase vomitando essa Keith antiga que agora eu repúdio totalmente. Mais o importante é que hoje, começa uma nova etapa na minha vida que virou de cabeça para baixo. Mais á parti de hoje eu quero que no lugar da minha vergonha, venha a minha dupla honra e sei que isso irá acontecer. É muito difícil ser realmente pobre..  nunca pensei que um dia eu serviria alguém, sendo que eu sempre fui servida em toda a minha vida. Nunca pensei que poderia viver sem as minhas preciosas geleias de morangos, hoje nem a fruta dá para comprar mais, de tão cara que está. Eu acho que vou é fazer um bazar.. tenho tantas roupas de marcas, que eu acho que se eu vendesse, ganharia alguns dólares. Será que se eu vender um rim meu, funcionaria também? É, quem sabe...

E eu entro no meu Box de quinta categoria, não esse pelo menos, eu fiz questão de colocar uma cortininha de cetim puro, onde na verdade era o meu lençol favorito.

E eu tomo o meu banho sem pressa nenhuma! Tá, eu sei que ao chegar na mansão da vossa excelência, eu serei uma mulher morta.

Mais nunca gostei de tomar  banho rápido, ainda mais pela manhã onde nem parece que eu estou raciocinando direito..  não parece não, tenho certeza que não estou. E também, se ontem fui dormi tarde, a culpa foi dele.. porque eu tive que ficar arrumando a minha mala a noite inteira, justamente por que não sabia quais roupas levar.

E eu me preparo para entrar na água totalmente fria, porque esse chuveiro não entra água quente. Sério, todos os dias eu estou pedindo perdão á Deus, se algum dia eu fiz por merecer toda essa humilhação que eu estou passando.

Pego o shampoo de uma marca que nunca pensei em comprar e para piorar, quando eu abro a tampa dele, ele entorna no meu cabelo, acaba vazando quase tudo e eu grito igual uma maluca, quando cai no meu olho e começa a arder.

— Eu sou muito nova para ficar cega meu Deus.

Falo desesperada, colocando o meu rosto nessa água de gelo.

E com certeza agora devo esta com os olhos todo vermelho, igual camarão... mais acho que até um camarão está bem melhor do que eu.

E eu esfrego o meu cabelo, mais é tanta espuma que sai, que daqui á pouco terá que sair do meu próprio nariz.

— Eu não vou lavar vocês por um mês! Eu sabia que esse shampoo era falsificado.

Falo chorando de nervoso, também, com os olhos todo ardido.

E quando eu vejo que a Água diminui, e dou um treco.

— Não.. não pode faltar água!

Falo, abrindo mais o chuveiro e nada da água vim, só recebo mesmo uma gotinha no rosto.

— Não! Eu não posso sair assim com cheio de espumas no cabelo e no rosto. — Oh meu Deus, hoje o dia não começou cooperando tudo para o meu bem não.

Falo pegando a toalha, uma coloco no meu cabelo e outra no meu corpo.

E quando eu solto o meu cabelo e me olho no espelho, eu dou um outro grito.

— O que aconteceu com vocês? Estou parecendo literalmente agora a bruxa do 71. Eu não posso começar uma nova etapa da minha vida parecendo um horror.

E eu pego o pente, e nem o pente passa de tão duro que esta por causa desse shampoo. Por isso que eu falo, nunca compra nada de origem "China" é puro xingling.

Eu só comprei porque agora a minha felicidade é achar tudo baratinho.

E a minha única solução e ideia, é colocar um chapéu Panamá meu que é rosa choque. E eu coloco um vestido rosa fashionista, esse é o meu preferido. infelizmente é para combinar com o chapéu.. eu já estava programada para ir bem formal, mais hoje teve uma excesão.

E para ficar melhor coloco um óculos escuro.

E eu me olho no espelho novamente. — É.. nada mal Keith! Você só precisa abaixar um pouco mais esse vestido..

Falo ao mesmo tempo abaixando ele. — Não quero que a vossa excelência acha que eu quero seduzir ele.

Mais não posso fazer nada se tenho pernas sexy e torneadinhas. Essa é a única parte do meu corpo que eu não falo mal.

Passo um leve batom rosinha, para deixar minha boca ainda mais rosado, do que já é.

E a campanhia não para de tocar, mesmo eu xingando o idiota que está fazendo isso.

E quando abro a porta, vejo um homem que nunca vi na vida e me pergunto quem ele é? Mais como ele mesmo fala, é o motorista do meu querido chefinho, pelo menos não é ele próprio aqui, acho que ficaria sem cor. E fico com raiva.. pois esse tempo todo o Enrico tinha motorista? E me fazia aquelas condições cheias, cheias de pessoas melequentas e fedorentas? Argh..como quero matar ele agora.

— Bom dia senhorita, creio que sabe que está atrasada! E o senhor Enrico não é um homem muito paciente.

— Me diz o que ele não é? Bom, já que ele fez questão de te enviar aqui, aproveita e desce com a minha mala.

E eu falo deixando ele na porta, e pegando a minha mala enorme, e ainda com uma dificuldade.

E o motorista dele meio que arregala os olhos ao ver o tamanho da minha mala.

— O que tem aí dentro?

— Vários doguinhos abandonados, que ver?

— Você não está falando sério né.

Ele fala assustado e eu solto uma risada.

— Definitivamente não.. mas calma! É só roupas mesmo. Poderia descer com ela para mim? Ainda tenho outra.

E ele arqueia a sobrancelha para mim.

— Que foi? Nas horas vagas eu gosto de me arrumar.

E ele me deixa falando sozinho, com certeza me achando maluca da cabeça.

E eu volto para o meu quarto minúsculo e pego uma mala pequena. Essa é só de cosméticos, como maquiagem, produtos de higiente juro. E também o que restou ainda dos meus cremes importados e de uma marca que talvez nunca mais vou poder comprar por um bom tempo, pois só o preço de um produtinho dessa marca, é quase o meu salário que nem sei se eu irei ganhar.

Saio do meu apê, e me despeço dele toda melancólica.

— Era para eu está feliz em sair daqui, pois irei trabalhar em lugar bem melhor do que esse, estarei novamente morando em uma mansão. Mais sabe.. isso nem enche mais os meus olhos? Com o tempo aprendemos que as coisas simples nos ganha mais, esse lugar aqui pode até ser um fundo de boteco, como muitos falariam, mais esse lugar foi onde eu decidi recomeçar de baixo mesmo.. E querendo tudo á parti do meu esforço e por mérito meu.

E eu sorrio, lacrimejando os olhos.

— Me lembro como se fosse hoje.. só de lembrar da faxina que eu dei nessa casa, faz a minha coluna de uma senhorinha de 70 anos voltar! Fiquei toda dolorida no corpo por cerca de uma semana e para piorar quebrei a minha unha, no qual chorei também de dor. Pois ela estava enorme e nunca foi fácil de quebrar, e sempre gostei de cuidar muito bem delas, na verdade.. eu não né.. as manicure que toda semana cuidava. Agora só restou eu para cuidar delas e como sou péssima em cuidar de algo, é claro que daria ruim.

Mais agora estou aprendendo a me virar sozinha... estou conhecendo uma Keith que não sabia que existia aqui. Agora meus queridos, me chamem de Mulher maravilha! Pois para quem não sabia nem fritar um ovo direito, agora sei fazer a melhor fritada da vida. E esfregarei todos os ovos quebrados na cara daquele delegado.. quando ele me pedir um ovo frito. Se é que vai me pedir.. pois segundo ele, não quer me ver nem perto da sua cozinha.

(...)

Saio do meu apêzinho e vou andando as escadas até chegar lá em baixo, porque o elevador daqui nem presta e quando eu mais preciso dele, ele dá um jeito de fugir de mim.

E chego quase desfalecida no Hall de entrada e o motorista com pena vem me ajudar.

— A senhora parece que vai morrer..

Ele fala parecendo se diverti com o meu estado caótico.

— Acho que seria uma boa! Imagina não poder trabalhar e fugir da vossa alteza?

— Não tem como fugir dele loirinha! Mais se você se comportar bem, não vai ser um inferno ter o Delegado Enrico como seu chefe.

— É claro que não vai ser, porque já está sendo!

— Você é sempre assim dramática mesmo?

Ele fala terminando de por essa última mala minha no porta-malas do carro e depois olha para mim.

— Quase nunca.

E ele sorri.. E nossa.. que.. não Keith! Para imediatamente com isso..

E eu desvio o meu olhar para outro canto.

— Eu espero que não tenha mais nenhuma mala! Pois se não teremos que deixar lá.. porque o Enrico já me ligou mais de sei lá quantas vezes. É Loirinha, sinta-se especial porque ele nunca faz questão de esperar alguém..

— Claro, eu aposto que ele estará me esperando com duas algemas para me prender por fazer uma autoridade "esperar."

E nessa hora ele se acaba de rir.

— O seu senso de humor realmente é o oposto do Enrico.. não sei se isso será bom.

— Isso será péssimo! Aquele lá é um ogro, parece uma fera.. não, até que ele é muito b.. argh, vamos logo! Antes que a vossa alteza aparece aqui.

— Eu não duvido nada!

Ele fala abrindo a porta para mim.

— Hm.. não precisava..

— Não tem de quer Loirinha.

Ele fala com a voz em meus ouvidos e porque diachos ele está me chamando de Loirinha?

E logo em seguida ele entra pela outra porta.

— Só coloca o cinto de segurança, por favor.

— Imagina querer quebrar uma outra regra de trânsito.

Falo rindo baixo e eu realmente já reprovei três vezez na prova e só passei na quarta por pena de mim e também porque saí com o meu professor só por esse interesse, porque nem o meu tipo ele fazia. Claro que hoje eu me arrependo, como falei, totalmente da Keith do passado que eu fui.. mais enfim, consegui passar na prova, mesmo ele dizendo na minha cara que eu era uma péssima motorista.

E sim, eu sou péssima em dirigir, não sei como nunca sofri acidente, mais em compensação já paguei mais de sei lá quantas multas de trânsito.. E já tive também muita vontade de atropelar os engraçadinhos que mexiam comigo. Mais sorte deles que nunca fui assim tão malvadona e nem malévola.

— Você tem carro Loirinha?

— Tenho sim, mais ele está no concerto á meses, também o idiota que estava em um carro horrendo e parecendo uma lata velha, agrediu o meu carrinho lindo e ainda você acredita que o abusado disse que fez um favor para a imagem visual da estrada? Porque segundo ele, ninguém merecia ver um carro rosa Choque na rua. Ainda por cima, me chamou de síndrome de penélope charmosa. Agradeci claro pelo elogio, afinal sei que sou charmosa, mais depois denunciei ele com força.

— Pera? É verdade isso mesmo?

Ele rir ainda mais. — Você acha que eu tenho cara de contar mentiras?

— Sinceramente, têm!

Ele fala se acabando ainda mais de rir e isso me irrita.

E eu jogo algo nele e depois sorrio, mais o treco acaba voando em algo do carro e choca, fazendo um barulho e meu coração aperta.

— Ain não.. será que eu quebrei algo? Agora que sou uma mulher morta mesmo.

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