Capítulo 11

Acordo e a primeira pessoa que eu vejo é o Enrico, e eu me assusto.

— A onde eu estou?

Falo confusa e tento me levantar, porém ele não deixa.

— Não se mexa! Estamos no hospital.

— Hã? Hospital? O que aconteceu?

— Você acabou desmaiando por não ter ingerido nada durante o dia inteiro! O que você tem na cabeça hein menina? Porque não se alimentou antes de ir para o orfanato? Eu pedi para você almoçar.

— Euu.. mais eu falei para o senhor que não tinha almoçado! Mais você deu as costas para mim e saiu andando sem nem ter se importado, então não precisa se importar agora.

— Eu não ouvi! Se eu tivesse ouvido, jamais seria capaz de te deixar sair assim! Quem pensa que eu sou? Um monstro?

Quer mesmo que eu fale vossa alteza?

Falo dessa vez em pensamentos.

— Olha Keith.. eu prometi para o seu pai que eu iria cuidar de você... Apesar de termos muitas diferenças, eu jamais chegaria á esse ponto de querer te ver desmaiada porque não se alimentou. Por favor, não faça mais isso! Me promete que irá comer? Pelo menos fazer as refeições corretas do dia á dia. Não irei permitir que trabalhe de estômago vazio!

E ele fala com uma certa preocupação, que até estranho. Mais é claro que tudo isso é da boca para fora.

E eu apenas balanço a minha cabeça em concordância.

E com muita vontade de sair desse hospital.. pois me dá uma agonia horrível e logo vem a lembrança de eu perdendo a minha filha. E isso acaba me sufocando demais.

E eu seguro nas mãos do Enrico.

— Por favor Enrico, vamos embora daqui. Me tira daqui!

— Como assim Keith? O que houve? Você está tremendo. Temos que esperar o médico!

— Não por favor.. eu quero ir embora. Não me deixe aqui! Não me deixe. Não faça isso comigo!

Falo com as lágrimas caindo e ele me olha preocupado.

— Keith, o que está acontecendo? Eu vou chamar o médico!

— Não! Não é médico que eu preciso, a minha dor jamais será física. Só me tira daqui! Eu vou ficar bem quando eu sair daqui. Eu não gosto de hospital Enrico.. me traz lembranças muito ruins.. por favor, só me tira daqui.

Falo implorando para ele e desesperada.

(...)

— Enrico.. obrigada por ter me tirado daquele hospital..

Falo terminando de morder um Hambúrguer.

— Apenas termina de comer Keith.

Ele fala sem muita importância e volta e mexer no seu celular.

Assim que saímos do hospital, ele me trouxe nessa lanchonete e disse para eu pedir o que eu quisesse para comer. E confesso que eu não esperaria esse gesto dele e minha barriga deu vida na hora ao ver esses Hambúrgueres.

Porém só pedi um Hambúrguer, com fritas e um suco natural de laranja. Sim, esqueçam a parte que eu falei que era vegana... me perdoem os animalzinhos.. mais é que nossa, estou com muita fome para raciocinar.

— Já que você não comeu nada o dia inteiro, pede outro Hambúrguer Keith! Não se sinta constrangida. É o mínimo que eu tenho que fazer depois de saber que você não comeu nada na minha própria casa né.

— Não precisa senhor Enrico.. eu como pouco mesmo e já me encho muito rápido. Como a minha amiga Júlia fala, eu tenho um estômago de passarinho. Mais o senhor pode pedir um, e comer junto comigo. Assim é bom, que eu não como sozinha, pois detesto. E bom, pelo menos nessa hora não derrubei nenhum prato, o que é um milagre né?

E ele acaba rindo com uma risada espontânea, por incrível que pareça e que sorriso é esse? Tão lindo e diferente de todos que eu já vi.

— Você é sempre assim atrapalhada? Ou simplesmente é porque não consegue ficar quieta?

— Ah.. depende, tem um pouco dos dois. Mais eu juro que até agora não quebrei nada na sua casa.

— E nem irá quebrar nada! Porque você está proibida de mexer nas minhas coisas e ainda mais ficar perto da minha cozinha novamente.

Ele fala soltando uma outra risada, mais depois se fecha novamente e adota essa postura de homem sério e inabalável.

— Bom, acho melhor irmos agora!

E ele paga as contas e voltamos para a casa.

(...)

— Bom, agora acho melhor você tirar essa roupa toda suja de terra. E ah, vou dá uma saída. Mais não pense que não irá fazer nada. Ajuda a Samanta com algo aqui e fique longe das minhas coisas.

E ele voltou á ser ogro novamente.

— Mais eu acho que por agora não tem nada para limpar nessa casa senhor Enrico! Está tudo limpo e em perfeito estado.

— As coisas nunca estão limpas 100% Keith! Está vendo essa mancha aqui? Só sai com um pincel específico! A Samanta provavelmente esqueceu e passou com um pano. E não pode! E ah, o chão está novamente sujo de terras! Porque você entrou e não tirou o sapato. Tá vendo essas almofadas aqui? Não é para colocar eles assim, tem que ser dessa forma.

Ele fala ajustando eles e eu respiro fundo.

– Tá vendo? Trabalho é que não lhe falta! E não pense que eu esqueci da sua gracinha de hoje. Tanto que amanhã bem cedinho, quero você limpando o jardim para mim e tirando todas as folhas que estão caindo. Quando eu acordar não quero ver nenhuma folha no chão.

E eu o olho sem acreditar.

— O que? O senhor está brincando né?

— E eu tenho cara para brincadeirinhas? Você por acaso está achando que irá levar uma vida de rainha e regalias como estava acostumada? Pois é bom só achar mesmo, porque jamais será assim.

Ele fala virando as costas para mim e subindo as escadas.

E argh! Como eu sinto vontade de bater nele cada vez mais.

E eu subo as escadas e chego até o meu quarto. E para piorar vejo esse montão de roupa espalhada na minha pequena cama e eu simplesmente me jogo nelas.

— Ain.. que vontade de fazer picadinho do meu chefe e depois dá para os porcos comerem. Acho que ninguém descobriria né?

E eu pego novamente a minha roupa de empreguete. Já que ele armou aquele circo todo só para arrumar algo para eu fazer.

E eu caminho até o banheiro e choro, porque esse treco não está pegando água quente e sim a água fria, que adentra nesse meu copo tão quentinho e frágil. E só de imaginar que á água do chuveiro dele deve sair quentinha e o idiota deve está á essa altura rindo da minha cara.

E eu tomo um banho bem demorado para tirar toda essa terra do meu corpo e do meu cabelo.

E ouço um barulho estranho no meu quarto.

E eu fecho o chuveiro.

— Samanta, é você?

E eu me enrolo na toalha e saio do quarto.

Mais não tem ninguém.

— Eu devo está ouvindo coisas!

Falo segurando em minha toalha e volto novamente para o banheiro.

(...)

E após terminar o meu banho de tortura volto para o meu quarto, já vestida e secando meu cabelo com a toalha.

E nem adianta eu colocar nenhum creme corporal perfumado, se irei soar novamente limpando lá embaixo.

Chego na sala e encontro a Samanta.

— Samanta, eu já cheguei.

— Oh, isso sei menina. O senhor Enrico acabou de sair, e todo arrumado e cheiroso viu? Não é por nada não.. mais como esse homem fica mais lindo dia após dia.. mais isso é porque você não viu os outros dois irmãos dele. Parecem uma miragem os três juntos.

Ela fala rindo.

— Eu acho ele normal! E muito sem graça. Não faz o meu tipo sabe?

Falo fingindo para mim mesma.

— Até parece! Vou fingir até que eu acredito. E ele pode até não fazer o seu tipo, mais dizer que ele não é bonito, aí fica difícil de acreditar.

Ela fala se divertindo com a minha cara, que tenho certeza que está vermelha.

— Foi a senhora que passou no meu quarto agora pouco?

— Não menina. Eu nem ser quer sai daqui de baixo. Mais porque?

— Ah.. então devo ter ouvido coisas! Eu jurava que pensei que alguém tinha entrado no meu quarto enquanto eu estava no banho.

Falo rindo

— Ah menina, com certeza não foi ninguém. Mais biruta da cabeça, pensei que fosse só eu por quanta da idade, agora você?

E eu começo a rir com ela.

E depois eu começo a limpar o que o meu querido chefinho pediu.. E fala sério? Não tem nenhuma sujeira ou mancha aqui! E eu pego o pincel que a Samanta me deu e passo nesses objetos dele e com muito cuidado. Se eu deixo um deles cair, é capaz dele me indenizar com uma fortuna que eu nem tenho.

E agora eu fico curiosa em saber para onde ele foi?

E logo balanço a minha cabeça.

— Não Keith! Isso não é da sua conta. Por mim que ele não volte nem tão cedo. Não estou afim de ver a cara dele outra vez!

E depois que eu termino de arrumar aqui, eu simplesmente me sento no sofá cansada e desaboto alguns botões do meu uniforme que é da altura do meu pescoço que estão me sufocando.

— Keith, parece morta.

Samanta chega e rir do meu estado deplorável.

— E eu estou Samanta! Preciso de uma férias de três meses para tirar todo esse cançasso. E de preferência no Brasil novamente. Naquelas lindas praias. E tomar aquele banho de sol e ficar bem bronzeada. E ainda cantar "Girl from de ipanema"

— Menina, você já foi para o Brasil?

E ela me olha com um outro olhar e só agora vi que eu falei demais.. É Keith...você e essa sua boca.

— Ah Samanta.. mais é claro que eu já fui. No meus sonhos! Hahaahahaha.

E ela fica séria e depois solta uma risada alta.

— Ah essa foi boa! Nos meus sonhos eu também já visitei muitos lugares. — Mais bom.. já que você terminou aqui, por favor, venha jantar comigo lá em casa!

— Não Samanta.. não precisa. Depois eu como alguma coisa. E nem estou como tanta fome assim.

— Não aceita não como resposta! E nem posso. O senhor Enrico disse que está proibida de fazer algo sem que antes coma alguma coisa. Ele pode ser extremamente rígido minha filha, mais jamais quer que seus funcionários não comem. Isso nem combina com a índole dele. E você está trabalhando em um trabalho pesado, precisa se alimentar bem, mesmo não sendo acostumada. Mais aqui irei te alimentar bem! E depois da lasanha que eu fiz, você não vai resistir né?

— Nossa.. lasanha? Agora mesmo que não vou negar. Eu amo esse prato de comida! Mais tem certeza que o Enrico não vai reclamar?

— Mais é claro que não menina! Eu só estou acatando as ordens dele e ah, o chefinho não deve voltar tão cedo. Não se preocupe.

— Ele está a onde?

Falo inusitadamente.

— Oras.. aposto que deve está com uma de suas namoradas. Afinal, um homem como aquele é impossível está sozinha né minha filha? Agora vamos logo! Antes que a comida esfria.

E eu tento não me incomodar com o que ela acabou de me falar. Mais porque estou sentindo esse aperto novamente no peito? Não entendo!!

— Espera Samanta.. eu preciso pelo menos tomar um banho, eu estou toda suada! E preciso tirar esse uniforme. Porém a água do meu chuveiro está tão fria, que vai congelar o meu corpo.

— Oh menina! Tomar banho de água fria em uma hora dessa pode te fazer mal. Já sei, pega uma muda de roupa e toma banho lá em casa. A água é quentinha e gostosa.

— Na sua casa? E o seu filho..

— Oh não se preocupe! O Matias ainda está trabalhando e foi pegar uma entrega para o seu Enrico. Agora vai lá!

— Muito obrigada Samanta, depois de anos vou saber o que é tomar um banho de água quente.

Falo sorrindo e subo as escadas correndo.

— Menina, cuidado para não cair!

E só ouço suas pequenas risadas.

(...)

Saio do banho quente revigorada na casa da Samanta. É uma casa aos fundos, e nossa como ela bem pequena e confortável ao mesmo tempo.

— Nossa Samanta.. eu acho que quero tomar banho todo dia aqui nessa água maravilhosa e quentinha.

Falo saindo do banheiro já vestida com um vestidinho soltinho meu até a metade dos meus joelhos e tomo um susto quando vejo o filho dela.

— Ain que susto Matias!!

— Nossa.. isso por acaso é uma miragem? Uma loira dos olhos mais lindos que eu já vi, saindo do meu banheiro? Daria tudo para ter essa visão todos os dias aqui.

Ele fala me olhando de cima abaixo, com um sorriso torto.

E eu abaixo mais o meu vestido envergonhada.

— Não sabia que tinha pernas tão salientes loirinha.

E eu fico vermelha.

— Matias.. eu acho melhor eu ir..

Falo tentando passar por ele, mais ele me segura, me dando um cheiro no meu pescoço, antes da sua boca se encaixar nos meus ouvidos.

— Calma.. não quis deixa-lá toda envergonhada. Sabe que sou assim, um brincalhão.

Ele fala rindo e fico com o corpo tenso.

— O que está acontecendo aqui?

E ele logo me solta, assim como eu.. quando sua mãe aparece.

E eu simplesmente fico ao mar de desespero, sem saber o que falar e travo total..

— Mamãe! A Keith quase caiu e se eu não tivesse aqui para segurar elas á pressas, á essa altura já teria estado com a cara no chão. E a culpa não é nem dela.. e sim minha. Que esqueci de trocar esses pisos soltos. Então qualquer um pode se acidentar.

E ele inventa qualquer coisa e pelo visto a Samanta acreditou e melhor assim..

(...)

E eu janto não tão á vontade, pelo o que acabou de acontecer. O Matias também fica me olhando com esse olhar que eu conheço bem, porém tento disfarçar meu incomodo e as provocações dele de próprosito.

--- Oh minha filha, come mais um pouquinho hein! você comeu só um pouquinho, parece até que tem estomago de passarinho.

E eu olho para a Samanta que me oferece outro pedaço de lasanha e tadinha ela quer mesmo me engordar.

--- Oh dona Samanta, eu já estou toda cheia e com um estomago desse tamanho. 

--- Ah mamãe, deixa ela! Assim é bom que sobra mais para eu poder comer mais tarde.

--- Mathias!!

--- Que foi mãe? A loirinha mesmo disse que não está com fome mais e ah, você sabe que ela é a cara dessas mulheres que fazem essas dietas malucas para poder manter o corpinho de modelo.

E eu rio de canto. --- Sim Mathias, você acaba de descobrir minha indentidade secreta, Sou modelo da Victoria Secrets nas horas vagas.

E eu falo rindo e tanto ele como a mãe soltam uma risada alta.

--- Oh menina só você mesmo para me fazer rir. Pela primeira vejo uma funcionária que trabalha aqui tão engraçada. As outras sempre foram muitos sérias, pois morriam tanto de medo do senhor Enrico, que até quando ele não estava presente, as bichinhas ficavam com medo até assim. Elas pensavam que tinha várias câmeras escondidas por aqui.

--- Ah mamãe.. E isso é verdade! Até parece que um delegado tão renomeado e claro o mais famoso e temido por toda cidade, não vai ter um minímo umas 10 câmeras escondidas por aqui e de quebra deve ter até uma escondida aqui nessa casa.

E eu quase me engasgo.. porque já falei tanto mal do Enrico pelas costas e se ele ouviu tudo?

--- Mathias, não seja um exagerado. O senhor Enrico pode ser muito rígido com a sua segurança e tem que ser mesmo. Porém, ele respeita a privacidade dos seus funcionários.

E eu olho para a Samanta ainda em nervos.

--- Mais é muita câmera Mathias.. já não basta esses brutamontes de seguranças que tem cercado por essa casa.. assim eu não respiro.

falo pegando um outro copo de água. --- Calma loirinha.. apesar dele ter tantas câmeras espalhadas por aqui, até parece que ele tem tempo para querer ver tudo e ainda extrair os aúdios dela. Como eu falei, o delegado é um homem muito ocupado e claro, a uma hora dessa da noite deve está muito bem acompanhado.

E eu novamente me engasgo, só que agora eu tosso igual uma retardada.

--- Oh menina, você está bem.. Tá vendo Mathias, você fica contando essas coisas que não nos diz respeito sobre a vida pessoal do senhor Enrico! Keith, pega mais um pouco de água.

--- Não dona Samanta.. eu estou melhor.. só me engasguei mesmo.

--- Calma mamãe, eu não disse por mal.. porque oras, também estamos muito bem acompamhados nessa noite. 

E o Matias fala me olhando com esses olhos de pegar  fogo.. e eu puxo o ar, afim de não cair nessas provocações dele.. e nada melhor do que ir para o meu quartinho minusculo e dormi a fim de esquecer todo o dia cheio de hoje.

--- Bom, eu amei o jantar Samanta e realmente estou muito cheia.. mais tenho que ir, pois amanhã terei que acordar cedo novamente.

Falo me levantando, e o Mathias se levanta junto comigo e eu tento não desviar meus olhos para.. nossa, santo amado dos braços fortes.. porque fizeste isso comigo?

--- Todo mundo aqui acorda cedo loirinha.

--- Minha filha fica só mais um pouquinho.. pelo menos come um pouco da sobremesa que eu fiz.

— Oh dona Samanta.. eu adoraria ficar mais um pouco.  Mais eu realmente tenho que ir.. eu me conheço. Se eu não dormi a essa hora, irei enrolar para pegar no sono e amanhã não vou conseguir acordar cedo de jeito nenhum.

Falo argumentando, mais não estou falando nenhuma mentira. A Keith que adorava dormi tarde e acordar tarde.. não é mais bem-vinda nessa minha nova vida. Agora sou uma menina do campo.. que dorme cedo e acorda antes do sol raiar.

E a Samanta insiste tanto para eu pelo menos levar um pouco da sobremesa e para não fazer desfeita e eu aceito,pois sempre gostei muito de afogar minhas lágrimas em doces.

E eu me despeço dela e quando estou pronta para sair da sua casa... Mathias insiste em me levar até dentro da mansão. Como se não estivéssemos todos nela..

— Está em casa loirinha. Quer que eu fale com o seu pai?

Mathias fala rindo, me deixando em frente a entrada da porta da mansão.

— O meu pai está por aí caçando os bandidos dessa cidade, não tem tempo para se preucupar com a filhinha mimada dele.

Falo rindo, entrando na brincadeira.

— Bom, se o papai não tem tempo de cuidar da filha, deixa que eu cuido.

E eu desmancho o meu sorriso e me afasto um pouco e ele só se aproxima ainda mais de mim.

— Você não tem cara que dorme cedo loirinha. E sabe.. a noite ainda é uma criança! Gosta de sorvete? Tem uma sorveteira aqui perto que fica aberto até de madrugada. Depois que você experimentar aquele sorvete, não vai querer mais experimentar nenhum outro.

— Não Mathias.. amanhã eu tenho que acordar cedo e se o Enrico nos pega? Vai dá muito ruim.

— Ele te manda? Estamos fora do nosso horário de trabalho loirinha. E quer saber mais? Ele não deve voltar nem tão cedo, se bobear só amanhã.

E eu o olho nessa hora. — O que você quer dizer com isso?

— Ele deve está com namorada dele.

E sinto um gosto estranho na minha saliva quando ele fala isso.

— Namorada?

— Namorada, ficante..  você entendeu! Já cansei de levar aquela mulher para casa dela.

E me vem a lembrança daquela ligação..  será que foi aquela oferecida? E droga porque eu estou me importando com isso?

— Que cara é essa loirinha? Parece até que não gostou do que acabei de falar..

E eu acabo tossindo e balanço a minha cabeça me fingindo de desentendida.

— Eu? Impressão sua. Só fiquei era com pena da mulher para aguentar um homem tão..  tão chato, tão autoritário e ranzinza igual ele. E quer saber mais.. ele também não passa de uma fera e..

E eu olho para a cara seria do Mathias e não entendo..  porém quando vejo a sombra do Enrico atrás dele.. eu quase desmaio de pânico.

— O que mais Senhorita Keith? Quais adjetivos carinhosos você irá me dá mais hein?

Ele fala saindo do lugar e vindo até a mim com aquele olhar cínico dele e nem tenho coragem de encara-lo depois dessa.

— Estava falando tanto mal de mim agora pouco e agora não consegue olhar para os meus olhos?

E só consigo ver os pares do seus sapatos.

E o Mathias tenta falar por mim, porém o Enrico grita tão forte nessa hora que eu me assusto.

— Calado Mathias!! A pergunta foi para a Keith! E não gosto que nenhum funcionário meu falta com respeito comigo, ainda por cima dentro da minha própria casa!!

E eu levanto os meus olhos já preparada para explodir nele.. Mais meu rosto praticamente se esbarra nele e me prendo mais uma vez ao seu olhar.. me esquecendo de tudo.

— Você ficou muda? Cadê a sua coragem??

— Quer saber? Eu não devo lhe explicação. E embora eu moro aqui na sua casa. Estou fora do meu ambiente do trabalho! E assim como você saiu com sei lá quem, eu também irei sair. E sabe Mathias? Mudei de ideia. Me deu uma vontade tão grande agora de tomar um sorvete! Que vou topar ir naquela sorveteira que você acabou de me chamar.

— Mais não vai mesmo!! E se passar por cima das minhas ordens, você irá se dá mal Keith! Eu ja disse que aqui na minha casa, tem regras. E se você quer tanto tomar um sorvete. Não tem problema eu te levo agora mesmo, sob a campanhia do chato, autoritário e ranzinza! Se não quiser essa tortura ao seu lado, então é melhor você subir agora por essa porta.

Ele fala pegando as chaves do seu carro e eu solto um suspiro com a boca e entro dentro da sua mansão. Ou da "gaiola"

E eu corro para a escada, porém sinto uma mão segura os meus braços e quando vejo é o Enrico.

— Nunca mais.. levante a sua voz para mim na frente de alguém! Você não só me desrespeitou como autoridade, como desacatou as minhas ordens.

E ele me olha com esse olhar de puro fogo.

— Oh delegado.. desculpa se eu feri o ego do senhor. Mais vai fazer o que agora? Me algemar?

— Até que você me deu uma boa ideia senhoria Sullivan?

Ele fala rindo e quando vejo ele pegar as algemas do seu bolso, engulo seco e recuo.

Porém ele segura os meus pulsos, não deixando eu sair.

E quando fui ver, o idiota realmente prendeu as minhas mãos.

— Enrico.. tira essas algemas de mim.. por favor.

Falo tensa e respirando fundo.

— Não é a primeira vez e nem a última no qual você é algemada Keith! E bom, não seria nada mal te deixar com elas até amanhã. Afinal, eu disse que não tolero gracinhas e você não será uma excessão.

Ele fala subindo a escada e eu vou atrás dele desesperada.

--- Enrico.. eu ainda preciso escovar meus dentes.. olha eu prometo que nunca mais irei falar mal de você pelas costas.. só vou falar as mais belas palavras.. vou lavar suas roupas tão bem levadas.. e passa-las muito bem passadas.. posso te ajudar na sua delegacia.. posso fazer tudo que você me pedir e não irei reclamar.. mais por favor, me tire dessas algemas.

falo atordoada, porém ele não dá a mínima, ao contrário só me ignora e continua subindo as escadas.. e eu igual uma barata tonta atrás dele..

E quando chego no andar de cima, vejo ele indo para o seu andar exclusivo, mais eu não desisto..

--- Enrico... por favor.. já sei, já sei! posso te ajudar a prender os bandidos dessa cidade! 

E ele simplesmente para nessa hora e me olha, rindo da minha cara.

--- Você é mesmo uma piadista né menina? O mundo de comédia está precisando de você. E tenha uma ótima noite senhorita e espero não ouvir mais essa sua voz enjoada.

Ele fala se virando novamente e indo embora.

E eu olho para as minhas mãos presas nessas algemas, e engulo o choro que tenta vim.

E eu caminho para o meu mais novo ''quarto'' e bato a porta com força.

--- Como eu te odeio Enrico Àvilar!! argh..

Falo deitando na cama e me sentindo presa. Nem pegar nada eu consigo.. á essa altura ele deve está rindo da minha cara. 

Nem os meus cabelos consigo pentear, nem passar o meu creme noturno.. nem colocar o meu pijama decente..os meus dentes.. argh..se eu pensar mais um pouco eu surto e choro.

--- Só não largo tudo, porque não tenho nada para largar.

E eu tento tirar pelo menos a minha roupa.. porque não gosto de dormi com nada me pinicando e de preferência não gosto de dormi com nada.. Mais não consigo e tento dormi assim mesmo. E choro fraquinha, pois nessa hora eu me sinto tão sozinha e quando penso na minha filha, tudo dói mais. 

--- Não por favor, não tirem ela de mim, não tirem.. Nãoo!! 

--- Keith.. acorda! Keith..

E eu acordo assustada e com o corpo todo suado e o Enrico está me segurando forte e eu não penso duas vezes em abraçar ele, e deixar minhas lágrimas cairem e ele não me empurra, ao contrário me abraça junto.

--- Keith, foi só um pesadelo.. eu pensei que tivesse alguém aqui. tanto que já estava armado.. mais era só você gritando e se debatendo na cama. 

--- Por favor Enrico.. não me deixa sozinha aqui.. ele quer pegar ela.. ele quer.. não sai daqui por favor.

Falo com a voz desesperada e segurando na gola da sua camisa, não deixando ele ir embora.

Meus amores, fico muito feliz que estejam gostando dessa História linda. Peço que curtem, comentem e votem para me ajudar por aqui. E continuem lendo, porque irá vim muita coisa boa por aí e tenho certeza que vocês vão amar. E sim, nosso Delegado, que é um ogrinho.. porque no fundo não quer admitir para si mesmo que está caidinho pela nossa Keith rss♥️🥰

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