Capítulo 18: Amor e Conspirações

"Falta muito para você terminar o projeto?" indagou Erick enquanto serviam a sobremesa.

"Na verdade, ele já está praticamente concluído. Finalizei os detalhes esta manhã e está pronto para a apresentação," explicou Raquel com tranquilidade.

"Ótimo! Então, você consegue preparar a apresentação para amanhã? Estou ansioso para começar a construí-lo," disse Erick com entusiasmo evidente.

"Claro, darei o meu melhor," afirmou Raquel com um sorriso confiante.

"Vou pedir à secretária que organize tudo. Falei com o cliente, e ele está muito contente por nossa empresa continuar com a construção do shopping," informou Erick.

"Que maravilha! É ótimo saber que não teremos problemas. Estou tão feliz que mal consigo expressar em palavras," disse Raquel, seu rosto iluminado por um sorriso radiante.

"O seu lindo sorriso já me diz tudo que preciso saber," declarou Erick, cativado.

Depois de mais alguns momentos de conversa, foram se despedir de Marcos e voltaram ao trabalho. Ao entrar na empresa, Erick segurava a mão de Raquel, atraindo olhares curiosos — alguns de admiração, outros de inveja —, mas ninguém ousava encará-los por mais de alguns segundos. No elevador, encontraram Henrique, que acabara de chegar.

"Oi, Erick. Estive adoentado, por isso só vim agora," explicou Henrique, rindo nervosamente e lançando olhares furtivos para Raquel.

"Sem problema. Esta é minha namorada e nossa nova arquiteta, Raquel. Raquel, este é meu braço direito, Henrique," apresentou Erick.

"Prazer em conhecê-lo," disse Raquel, apertando a mão de Henrique. "Sua mão está muito fria e você está pálido. Acho que deveria descansar um pouco mais," sugeriu inocentemente.

"Não precisa se preocupar, estou bem. Não é nada sério," assegurou Henrique.

"Esse meu amigo tem a saúde frágil, mas sempre se recupera milagrosamente," brincou Erick.

"Que bom! Melhoras para você," disse Raquel, então esperaram o elevador chegar ao andar deles.

Ao saírem, Raquel informou que iria trabalhar na apresentação do dia seguinte. Erick despediu-se dela com um beijo apaixonado, deixando-a corada, mas garantindo que Henrique percebesse a profundidade do relacionamento deles. Ele sorriu ao vê-la se afastar. Em seguida, chamou Henrique para sua sala.

"Quando iria me contar que está namorando?" perguntou Henrique, curioso.

"É algo recente, não tive tempo," respondeu Erick de forma neutra. "De qualquer forma, chamei você para me entregar o relatório do último mês. Já terminou?"

"Não tive muito tempo, mas está quase concluído. Amanhã mesmo lhe entrego," disse Henrique, sem conseguir esconder o atraso.

"Você está ficando muito relaxado ultimamente. Não quer mais trabalhar comigo?" questionou Erick, com um olhar enigmático.

"Claro que não, é só que acumulou muito trabalho. Estou resolvendo tudo aos poucos," explicou Henrique, tentando ser convincente.

"Compreendo. Vá para sua sala e finalize seu trabalho para não continuar acumulando," disse Erick, sorrindo.

"Claro, com licença," disse Henrique, saindo da sala logo em seguida.

Ao entrar na sua sala, Henrique ligou imediatamente para Vitória, com uma inquietação visível em seu semblante. Temia que o passado pudesse ressurgir a qualquer instante.

"Oi! O que você quer?" indagou Vitória ao atender a ligação, sua voz carregada de impaciência.

"Tenho uma informação urgente que você precisa saber," respondeu Henrique, a tensão clara em suas palavras.

"Diga logo, sem rodeios," ordenou Vitória.

"Acontece que a pessoa que adotou seu filho está trabalhando aqui na empresa e, pior, está namorando o Erick," informou Henrique.

"Como? Você tem certeza do que está dizendo? Isso é um golpe de azar tremendo," disse Vitória, nervosa.

"Tenho certeza. Bruno nos enviou uma foto dela quando tudo ocorreu, ela é inconfundível," afirmou Henrique.

"O que vamos fazer? Se eles começarem a conviver, podem acabar descobrindo algo. Erick é muito inteligente" lamentou Vitória.

"Nossa única opção, por enquanto, é tentar separar os dois de alguma forma e complicar a vida dela aqui na empresa. Quanto mais rápido os afastarmos, melhor," sugeriu Henrique.

"Tudo bem, eu vou ver o que consigo fazer com minhas conexões e você pense em algo também," concluiu Vitória, já tramando seus próximos passos.

O restante da tarde transcorreu tranquilamente, com cada um dedicando-se às suas tarefas, ou pelo menos a maioria. Vitória estava ocupada acionando suas conexões, enquanto Henrique, dissimuladamente, matava o tempo, refletindo sobre como poderia prejudicar Raquel na empresa. Eventualmente, ele retomou suas atividades para não levantar suspeitas.

No início, Henrique se dedicava ao trabalho com afinco, buscando conquistar a confiança de Erick. Porém, ao sentir que havia acumulado privilégios suficientes, começou a negligenciar suas responsabilidades, acreditando estar seguro. Agora, determinado a evitar que Erick suspeitasse de suas intenções, Henrique decidiu voltar a trabalhar com eficiência, ocultando sua trama sob uma fachada de dedicação.

Ao término do expediente, Erick levou Raquel até a creche de Leonard. Haviam combinado de sair para jantar e comemorar o primeiro dia de trabalho dela. Quando Leonard os avistou, correu animadamente para abraçá-los. Parecia mais sorridente desde que Erick entrara em suas vidas, como se uma peça perdida de seu quebra-cabeça finalmente tivesse sido encontrada.

No restaurante, compartilhando uma refeição como uma pequena família, o mundo exterior parecia distante e desnecessário. Aquele momento era tudo de que precisavam.

"Erick, você quer dormir lá em casa hoje?" perguntou Leonard, os olhos brilhando de esperança.

"Se não houver problema para sua mãe, eu adoraria," respondeu Erick.

"Deixa, mamãe, por favor!" implorou Leonard, juntando as mãos em um gesto adorável.

"Tudo bem, ele pode dormir em nossa casa hoje," cedeu Raquel, incapaz de resistir à fofura do filho.

"Quando estivermos indo para casa, que tal passarmos em uma sorveteria?" sugeriu Erick.

"Que legal, Papai... Quer dizer, Erick," disse Leonard, animado.

"Se quiser, pode me chamar de papai mesmo. Assim você não confunde mais," ofereceu Erick, apreciando a nova forma de tratamento.

"Posso mesmo?" perguntou Leonard, inocente.

"Não sei se seria bom, Erick," disse Raquel. "Não quero que ele sofra depois, se um dia terminarmos..."

"Você está pensando em terminar comigo?" questionou Erick, arqueando a sobrancelha.

"Não, mas se você se cansar de mim algum dia, ou se terminarmos por qualquer outro motivo..." Raquel começou a argumentar.

"Isso nunca vai acontecer. Nunca vou me cansar de você e nunca vou te decepcionar. Apenas confie em mim," disse Erick, piscando para Raquel. "Você pode sim me chamar de papai quando quiser. E, quando me casar com sua mãe, vou te registrar como meu filho," completou Erick, olhando para Leonard.

A felicidade no rosto do menino era visível, e Raquel também ficou emocionada ao ouvir as palavras de Erick. Após o jantar, conforme prometido, passaram na sorveteria, onde Leonard acabou sujando a camisa inteira com sorvete.

"Você precisa tomar um banho, mocinho, está todo sujo," disse Raquel, quando chegaram em casa.

"Hoje o papai que vai me dar banho," disse Leonard, puxando Erick enquanto subiam as escadas.

Raquel observava a interação dos dois com olhos amorosos, sentindo-se afortunada por ter encontrado um amor para seu coração e um pai para seu filho. Depois que Erick deu banho em Leonard e o ajudou a se preparar para dormir, contou-lhe uma história. Já era especialista em histórias infantis, então Leonard rapidamente adormeceu.

"Você tem muito jeito com crianças," elogiou Raquel quando saíam do quarto de Leonard.

"Com o Leonard é fácil. Ele é um garotinho muito educado e até somos parecidos. Se eu não soubesse que Vitória teve uma menina, pensaria que ele era meu filho," brincou Erick.

"Já imaginou? Seria perfeito. Me dói o coração saber que alguém teve coragem de abandoná-lo," disse Raquel.

"O importante é que ele nos tem. Ele nunca vai se sentir sozinho," afirmou Erick, beijando Raquel.

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