Chegando ao hospital, Rosa foi direto ao balcão de atendimentos em busca de informações sobre o estado de Raquel. A enfermeira informou que ela ainda estava na sala de emergência e acompanhou Rosa até a sala de espera, onde Erick estava, olhando com tristeza para um colar que encontrara na bolsa de Raquel.
Ao notar a chegada das duas mulheres, Erick levantou a cabeça e rapidamente guardou o colar na bolsa.
“Você deve ser a Rosa. Prazer em conhecê-la, sou Erick, a pessoa que te ligou mais cedo”, disse Erick, levantando-se e estendendo a mão para cumprimentá-la.
“Prazer em conhecê-lo. Pode me explicar melhor o que aconteceu?” Rosa perguntou, visivelmente preocupada.
“Sente-se aqui, eu vou te contar tudo”, falou Erick, e os dois se sentaram.
Com calma e paciência, Erick explicou tudo o que havia acontecido. Apesar da voz trêmula em alguns momentos, ele se manteve firme, tentando não desabar sob o peso de seus sentimentos. Durante anos, ele foi uma pessoa fria, reprimindo todas as emoções no mais profundo e escuro poço do coração, mas tudo ressurgiu como um pesadelo depois do incidente. Ele se sentia fraco e impotente diante da situação.
“Sua filha é uma verdadeira heroína”, disse Erick ao terminar de contar a história.
“Ah, ela não é minha filha, apenas faço faxina na casa dela, as vezes ”, Rosa explicou com um sorriso amargo.
“Não?! Onde estão os pais dela? Por que não estão aqui?” Erick perguntou, confuso.
“A mãe dela morreu quando ela ainda era pequena, e o pai morreu em um acidente alguns anos atrás”, disse Rosa com tom melancólico.
“Entendo. Então você é a única pessoa que ela tem?” Erick perguntou desanimado.
“Ela também tem dois amigos. Liguei para eles no caminho, devem chegar a qualquer momento”, disse Rosa.
“Entendo. Então só nos resta esperar”, Erick disse, tentando parecer otimista.
Após alguns minutos, Fernanda e Benjamin chegaram à sala de espera. Apesar do nervosismo, Fernanda reconheceu Erick imediatamente. Por um segundo, um misto de emoções a dominou, mas ela não tinha tempo para isso, precisava saber o estado de saúde da amiga.
“Que bom que vocês chegaram!” Rosa disse, abraçando Fernanda.
“Calma, Rosa. O que aconteceu?” Fernanda perguntou, agitada.
Depois de respirar fundo, Rosa contou tudo o que Erick havia dito, deixando os dois amigos ainda mais apreensivos. Seus corações doíam ao pensar no sofrimento de Raquel nos últimos dias. Não bastava ser demitida sem motivo, ainda sofrer um acidente grave.
Sentados ali, trocaram poucas palavras, angustiados pela espera. Fernanda comentou sobre ter reconhecido Erick do encontro de anos atrás na faculdade, e Erick elogiava o ato heroico de Raquel ao salvá-lo, dizendo que jamais se perdoaria se algo ruim acontecesse com ela, comovendo todos.
“Não se culpe. Pelo que conhecemos de nossa amiga, salvar alguém em perigo é natural para ela. Com certeza, ela não ficaria feliz vendo você se culpar”, Benjamin explicou, tentando animá-lo.
“Verdade, nosso Leonard é prova disso”, Fernanda disse, orgulhosa.
“Quem é Leonard?” Erick perguntou, curioso.
“É uma longa história, mas para resumir: há alguns anos, Raquel encontrou um bebê recém-nascido abandonado perto de uma lata de lixo. Sem hesitar, ela cuidou dele e o adotou”, disse Fernanda.
“Ela é realmente incrível”, Erick falou, lembrando da foto do menino no celular de Raquel.
Após algum tempo, finalmente o médico responsável por Raquel apareceu, atraindo a atenção de todos.
“Vocês são os parentes de Raquel Mendes?” perguntou o médico.
“Sim, nós somos!” Rosa afirmou com firmeza.
“Sou Augusto Oliveira, encarregado dos cuidados de Raquel. Embora os hematomas sejam visíveis, ela não sofreu lesões graves. No entanto, devido à concussão, precisará permanecer sob observação na UTI. Além disso, quebrou duas costelas e deslocou o braço. Atualmente, está sedada e em estado estável. Vocês poderão vê-la assim que acordar”, Augusto explicou com cuidado, mas cada palavra atingia Erick como uma adaga. Ele queria falar algo, mas as palavras não saíam.
“Muito obrigada, doutor”, disse Rosa, aliviada por não ter ocorrido nada mais grave.
“De nada, é apenas meu trabalho. Vou atender outro paciente, mas uma enfermeira virá avisá-los quando ela acordar”, Augusto disse, retirando-se do local.
As horas que se passaram até Raquel acordar pareciam intermináveis; Benjamin, Fernanda e Rosa saíram para almoçar, mas Erick continuou ali sentado, dizendo não sentir fome. Não querendo insistir, eles o deixaram lá; sabiam que ele deveria estar se sentindo culpado, então não queriam prolongar a conversa.
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Quando Raquel abriu os olhos, percebeu que estava na UTI de um hospital. Ao examinar o ambiente ao seu redor, as lembranças começaram a voltar lentamente. Apesar da dor e da confusão, sua mente estava fixada em Erick. “Será que consegui afastá-lo da área de impacto?” ela pensou.
Uma enfermeira, com um sorriso acolhedor, se aproximou. “Como você se sente?” perguntou a enfermeira, suavemente.
“Apenas com um pouco de dor de cabeça”, respondeu Raquel, com delicadeza.
“Ok, vou chamar o médico para ajustar a medicação”, disse a enfermeira antes de sair do quarto.
Pouco depois, o médico voltou acompanhado de Fernanda e Rosa . Após aumentar a medicação e realizar alguns exames rápidos, ele informou que, dependendo da resposta de Raquel ao tratamento, ela poderia ser transferida para a enfermaria. Essa notícia trouxe alívio e alegria a todos, indicando que o estado dela não era grave.
“Como você se sente, minha filha?” Rosa perguntou, visivelmente apreensiva.
“Estou bem, Rosa, não se preocupe. A quanto tempo estou aqui? O Leonard ainda está na creche?” respondeu Raquel, tentando tranquilizá-la, mas também sentindo-se preocupada.
“Não se preocupe com ele, Benjamin foi buscá-lo e eu vou cuidar dele para você enquanto estiver no hospital... Quando aquele rapaz ligou para avisar do acidente, quase desmaiei na cozinha”, disse Rosa, ainda perturbada.
“Ele está aí? Ele se machucou? Como ele está?” Raquel perguntou, ansiosa.
“Ele está bem, está na sala de espera aguardando notícias”, respondeu Fernanda.
“Por que ele não veio?” questionou Raquel.
“Ele se sente culpado pelo acidente, acho que está com medo de te encarar”, explicou Fernanda, com uma leve tristeza nos olhos.
“Não foi culpa dele, fui eu que agi impulsivamente. Eu quis fazer isso”, insistiu Raquel.
“Dissemos isso a ele, mas não está sendo fácil. Seria bom você falar com ele. Acho que não comeu nada o dia todo. Isso não é bom para a saúde”, disse Rosa, preocupada.
“Então, chama ele aqui, por favor”, pediu Raquel, rapidamente.
"Nós vamos chamá-lo" disse Rosa, sorrindo.
“Amiga, o destino está tentando unir vocês de novo. Primeiro aquele esbarrão anos atrás, e agora você salvou a vida dele. Só não vê quem não quer”, comentou Fernanda, dando leves tapinhas no ombro de Raquel.
“Não fale bobagens!” disse Raquel, corando.
“Vamos deixar ela descansar”, Rosa falou, puxando Fernanda para fora do quarto. Raquel sorriu, agradecida pelo carinho das amigas.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Maria_silva💜
com dor ela ainda pensa nele que amoooo❤️❤️
2024-06-27
109
Mariliaa vitoria
27/03/25.comecei a ler e já estou fascinada por toda a trama, é.olha que está só no começo
2025-03-27
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Isa Abreu
Pra mim tem algumas coisas confusa? e acho quê o carro que ia atropelar ele, não foi acaso.
2024-12-01
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