Capítulo 13: Planos sombrios

Vitória saiu da casa de Erick com o coração envolto em uma névoa densa, do fundo do seu coração até o mais íntimo de sua mente; ela o odiava. Não suportava que ele a rejeitasse por anos. O luxo e a riqueza que ele lhe ofereceu deveriam ter sido suficientes, mas ela era gananciosa; ela queria muito mais. Desejava tê-lo nas mãos como um brinquedo, que ela pudesse usar e manipular a seu bel-prazer.

"Como aquele bastardo ousa me acusar dessa forma?" Vitória gritou ao entrar no apartamento luxuoso que ela ganhou após o divórcio.

Fechando a porta com força, ela andou em direção ao sofá, mas ao invés de sentar-se, pegou um vaso que estava próximo a ela, jogando-o contra a parede para aliviar um pouco a sua raiva. Observando os cacos do vaso estilhaçados no chão, amaldiçoou Erick silenciosamente, desejando que suas palavras se tornassem realidade e pudessem feri-lo.

Não satisfeita, Vitória foi até a adega, servindo-se de uma bebida forte, para aliviar os sentimentos obscuros que a dominavam. Após sentar-se no sofá da sala, ela ligou para alguém.

"Venha para meu apartamento imediatamente!" disse Vitória, desligando a chamada antes que a pessoa pudesse responder.

Aguardando ansiosamente, ela tomava várias doses da bebida, enquanto pensava no que poderia ter acontecido e no que poderia fazer para sair daquela situação. Pouco tempo depois, alguém bateu à sua porta. Olhando de canto de olho, ela suspirou pesadamente, então levantou-se, ainda segurando o copo, e andou em direção à porta para abri-la.

Quando abriu a porta, apareceu à sua frente um belo homem. Seus cabelos loiros cacheados e olhos cor de âmbar destacavam os traços firmes de seu rosto, tornando seu sorriso ainda mais encantador. Vestindo uma roupa casual com dois botões da camisa propositalmente desabotoados, que realçavam seus músculos, ele parecia capaz de conquistar qualquer mulher que desejasse.

Entrando no apartamento, enquanto fechava a porta atrás de si, ele não podia imaginar a fúria contida nos olhos negros de Vitória, então apenas virou e sorriu. Mas antes que pudesse dar qualquer passo, foi interrompido abruptamente.

"Onde você estava o dia todo? Não tem nada para me dizer?" Vitória questionou.

"Como assim? Eu estava em casa, achei que você tinha me chamado aqui para comemorarmos, não foi isso?" Ele questionou confuso.

"Não brinque comigo, Henrique!" Disse Vitória, jogando o copo na direção de Henrique, que desviou habilmente, fazendo o copo acertar a parede.

"Você precisa respirar e me contar o que aconteceu," disse Henrique, atordoado com a situação.

"Falar o que não aconteceu, você quer dizer, né?! Por que Erick chegou em casa sem nenhum arranhão, eu até tive que assinar o acordo de divórcio porque ele insinuou que eu poderia ter algo a ver e que iria investigar," disse Vitória com os braços cruzados.

"Mas como? Eu fui preciso na ordem! Ele não sofreu o acidente?" Henrique perguntou se aproximando de Vitória.

"Isso aí é trabalho seu descobrir, afinal, você é o melhor amigo e braço direito dele," Vitória disse estreitando seus olhos ameaçadores.

"Hey, não fique assim, eu vou descobrir tudo, mas se algo der errado, você pode seduzir Bruno, o chefe de polícia, de novo," Henrique disse afastando uma mecha dos longos cabelos negros de Vitória.

"Você sabe que não é tão fácil, ele vai ficar irado se descobrir que estávamos tentando tirar ele do plano e por isso não procuramos ajuda dele antes," disse Vitória impaciente.

"Tenho certeza de que você consegue. Mas, de qualquer forma, vou investigar o que aconteceu e ver se conseguimos resolver sem a ajuda dele," disse Henrique, segurando a cintura de Vitória e puxando-a para seus braços antes de beijá-la apaixonadamente.

Carregando-a no colo e jogando-a no sofá, Henrique acalmou todas as chamas de ódio que queimavam no coração de Vitória. No entanto, mesmo enquanto estavam ali juntos, com seus corpos entrelaçados e cedendo ao calor do paixão, ela ainda pensava em Erick. Cada parte de seu ser desejava possuí-lo, incapaz de aceitar a rejeição.

Algum tempo depois, Henrique sentou-se calmamente, tomando um gole de whisky, sem camisa, revelando todos os seus músculos e uma gota de suor que escorria em seu corpo, mostrando a intensidade do que tinha acontecido minutos antes. Pegando o celular, ele ligou para Erick, tentando descobrir o que aconteceu.

"Oi, Erick, o que aconteceu? Passei o dia em casa porque estava doente e descobri só agora que você não apareceu no escritório, fiquei preocupado," disse Henrique quando Erick atendeu o telefone.

"Oi, Henrique, não precisa se preocupar, eu quase sofri um acidente, estou no hospital com a pessoa que me salvou," disse Erick calmamente.

"Acidente? Como assim? O que aconteceu, meu amigo?" Disse Henrique, demonstrando preocupação.

"Ah, um daqueles loucos no trânsito, ele quase me atropelou, mas uma pessoa me empurrou e eu não fui atingido," disse Erick.

"Mas você está bem? Precisa que eu vá aí te ajudar em algo?" Henrique disse, tentando ser solidário.

"Não precisa se preocupar, você não tá doente?! Vá descansar, eu vou ficar bem," Erick disse calmamente.

"Tudo bem, se precisar, ligue para mim, que irei imediatamente," disse Henrique.

"Ok, vou desligar!" disse Erick, terminando a chamada logo em seguida.

Vitória, que estava escutando tudo, não conseguiu esconder a raiva ao saber que alguém o tinha salvado.

"Esse maldito tem muita sorte," disse Vitória, rindo da sua desgraça.

"O que faremos agora? Não dá para tentar outro acidente, já que você assinou o contrato de divórcio," questionou Henrique.

"Agora é com você, vai ter que tentar tirar dinheiro dessa empresinha dele de alguma forma. Minha parte eu já fiz, diferente do que eu achava, o acordo de divórcio foi lucrativo para mim. Por um tempo, vou observar; depois, eu vejo quais serão próximos passos," disse Vitória, pensativa.

"Como se fosse fácil tirar dinheiro daquele muquirana. Eu tirei umas migalhas uma vez e ele descobriu. Tive que inventar que estava doente e não queria preocupá-lo," disse Henrique, sem acreditar no azar que tinha. Vitória pelo menos tinha saído ganhando com o divórcio, mas para ele ainda era muito pouco. Precisava pensar em algo para arrancar mais dinheiro de Erick. Ele pensou...

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