Suzane...
Por onde começar? Como se faz para viver depois que tudo que você construiu se acaba? Como contar para sua mãe e sua família que o casamento acabou? Eu não sei como fazer nada! Eu estou sem rumo, é como se tivesse me colocado no meio de uma partida de futebol e eu não sei nada de futebol!
_ Você apareceu! O que faz aí sentada quietinha? Por que não me chamou?
_ Por onde eu começo?
_ O quê?
_ A minha vida desmoronou e eu não sei o que fazer.
_ Hei, vem cá, deita aqui._ Ela fala colocando uma almofada em seu colo e eu apoio a cabeça.
_ Primeiro, você precisa assimilar as coisas, aceitar o que aconteceu, e depois, se você ver que realmente não dá, mas para seguir com o casamento, peça o divórcio. Após o divórcio, você vai viver um dia de cada vez, vai se redescobrir e conhecer uma nova vida onde o Murilo não exista. Vai aprender a se amar, a ter amor-próprio, talvez case de novo ou não, a vida continua, minha amiga, a vida continua seguindo e você não pode parar, tem que continuar.
_ Às vezes, você dá bons conselhos, e nem parece que é doida._ Falo e ela ri.
_ Eu queria matar você! Você me deu biscoitos de erva e não eram finas! E onde você se enfiou ontem?
_ Nem me fale! Eu fiquei doidona, acordei no apartamento fedido a chulé, estava com tanta sede, fui beber água e a geladeira parecia aquelas de filmes pós-apocalipse, as comidas estavam podres!
_ E aí?
_ E aí? Que saí de fininho, peguei o dinheiro do táxi na carteira do cara, é claro! Você acha que foi roubo?
_ Depende do ponto de vista, você é minha amiga, o cara é um porco, então foi, mas que justo o dinheiro do táxi.
_ E você, onde passou a noite?
_ Eu te falei sobre um cara que veio no mesmo voo da Colômbia que eu?
_ Não.
_ Então vou começar por aí.
Conto para ela toda a história do voo até o momento da praia.
_ Nossa, por que eu não tive essa mesma sorte? Um gato cuidando de mim seria um sonho.
_ Ele é muito lindo, só que agora minha mente só sabe pensar no par de chifres que o imbecil do Murilo me colocou, sinto uma raiva que ódio!
_ Será que ele já contou para aquela mãe dele? Eu não suporto ela, a parte boa dessa história é que aquele filhote de Naja não vai, mas ser sua sogra.
_ Não tinha pensado assim, isso é uma coisa boa, não ter que ver ela me olhando e me ensinando como me vestir, como cuidar do bebê dela! Que mulher chata!
_ Suzane?
_ Hum?
_ Vou te dar uma semana, você pode chorar, beber, ficar no sofá de pijama, sem pentear os cabelos e sem escovar os dentes, mas depois que acabar a semana depressão, nos viajaremos e faremos tudo que você tinha vontade de fazer, mas não fazia porque era casada.
_ Só uma semana?
_ Sim, se passar de uma semana, você vai se afundar de vez!
_Combinado.
Oito dias depois…
Sigo toda a lista de depressão pós-chifre, eu choro todos os dias, meu cabelo não entra um pente, os dentes escovei, a Olivia me obrigou, disse que não dava para me consolar se eu estivesse com bafo de onça. Eu estou parecendo uma moradora de rua, o sofá da Olivia é o meu papelão onde eu durmo, o meu celular toca sem parar, e as únicas chamadas que eu me permito atender são as da minha mãe, que acha que eu estou feliz e casada.
A campainha da Olivia toca, aposto que ela esqueceu as chaves.
_ Esqueceu a chave, Olivia! _ Falo abrindo a porta e logo em seguida fecho de uma vez.
É ele e eu estou parecendo uma louca! Aí, meu Deus, o que faço?
_ Suzane? Abre a porta?
_Eu estou horrorosa!
_ Eu já te vi, e não está tão ruim assim.
_ Larga de ser mentiroso!
_ Então, tá bom, você parece uma moradora de rua que invadiu essa casa._ Ele fala e eu começo a rir.
_ É que eu estou no meu momento de depressão pós-chifre!
_ Abre a porta?
_ Eu vou abrir e sair correndo, você pode se sentar no sofá e ficar à vontade, tá bom?
_ Tá.
Abro a porta e saio correndo para o quarto, vou direto para o banheiro, lavo os cabelos, passo sabonete uma dez vezes no corpo, escovo os dentes, e após um demorado banho, eu me sinto bem melhor, escolho um vestido amarelo modelo godê e vou para a sala.
_ Uau! Você viu uma moradora de rua por aí? _ Ele brinca.
_ Que vergonha, você tem que parar de aparecer nos meus momentos de humilhação.
_Eu sempre apareço na hora certa, quanto tempo pretendia ficar nessa depressão?
_ No máximo ate amanhã, hoje faz oito dias que estava nessa depre, a Olivia não ia deixar passar disso.
_ Então, poupei a Olivia desse trabalho.
_ Sim, e você, como está?
_ Com saudades da minha amiga, ela não me dava notícias e eu pensei, será que ela cometeu alguma loucura? O marido não aceitou o término e a colocou em cativeiro? Ou voltou para o marido?
_ Você é sempre assim bem-humorado?
_Só quando estou com você!_ Ele fala e sinto as minhas bochechas esquentarem, devem estar coradas.
_ Você diz isso para todas?
_ Sim._ Ele responde. E a sua resposta deixa-me chateada.
_ Eu imaginei._ Falo.
_ Ficou incomodada com a minha resposta?
_ Eu? Não, não por que pensou isso?
_ Você é muito transparente, então os seus sentimentos não se escondem, dá para ler nos seus olhos o que está sentindo. _ Ele fala.
_. Pois está enganado.
_ Sei, vou fingir que acredito só para você não ficar com suas bochechas ainda mais coradas.
_ Você está me deixando irritada.
_ Gosto disso, quando um homem irrita uma mulher, é porque ela começou a sentir algo por ele.
_ Pablo pode parar.
_Está bem, na verdade, eu vim para saber se ainda quer comprar uma casa na praia?
_. Sim, quero!
_ Apareceu uma muito linda, tem que ver!
_ Quando posso ir ver?
_ Agora se quiser! — Ele fala sacudindo as chaves.
Fico tão empolgada que abraço ele.
_ Desculpe te abraçar, assim eu me empolguei.
_ Pode me abraçar quantas vezes quiser, eu gosto e muito._ Ele fala de um jeito sexy.
_ Espera aqui, vou buscar minha bolsa e calçar os sapatos.
Volto ao quarto, pego minha bolsa, arrumo com as coisas que preciso e depois calço os sapatos, volto e a Olivia já está na sala conversando com o Pablo como se o conhece-se há décadas.
_ Amiga, de que céu caiu esse anjo?
_ Aí, meu Deus, Olivia! Não me envergonha.
_ Eu gostei da sua amiga!_ Pablo fala.
_ Eu sei que gostou, ela é a sua versão feminina.
_ Pera aí, você é o Pablo gostoso do avião?
_ Eu mesmo!
_ Gente, como eu sou sonsa!
_ Ela se referiu a mim como gostoso?_ Ele pergunta, se divertindo com a situação.
_ Cala a boca, Olivia!
_ E você, nós estávamos de saída!_ falo, abrindo a porta para ele ir.
_ Você tem que dar para ele._ A Olivia fala.
_ Sua pervertida!_ Falo e ela faz gestos obscenos como se estivesse fazendo sexo.
_ Bom passeio! _ Ela grita depois que fecho a porta.
_ E você nem uma palavra!_ Falo e ele ri.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Lívia Maria Esf
Vai Suzane, não perca tanto tempo.
2024-12-28
0
Denise Gonçalves das Dores
🤣🤣🤣🤣
Muito engraçado esses dois.
2025-01-24
0
Anita Alves
kkkkkkkkk aderir depois do término /Grin//Grin//Grin//Grin//Grin//Grin//Grin//Grin//Grin//Grin//Grin/
2025-02-28
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