Capítulo 04: Bêbada e chapada

Suzane...

Estou sentindo lambidas no meu rosto, mas eu mal tenho forças para abrir meus olhos, onde eu estou? O que aconteceu comigo? Escuto latidos, e mais latidos.

Continuo sentindo lambidas no meu rosto, eu preciso acordar, eu preciso abrir meus olhos, sinto mordidas leves nos meus pés. 

 Com muita luta, consigo abrir meus olhos e tem um cachorro enorme em cima de mim? 

Eu estou sonhando? 

_ Au-au ! Au-au !

_ Aí, meu Deus! Isso é real.

_Rufos!_  Ouço uma voz grave, o cachorro corre em direção à voz, e então me levanto e vejo aquele homem, meu Deus, ele está sem camisa! É sarado, másculo e?

Pera aí! Como eu vim parar aqui? 

_ O que eu faço aqui? Você é um psicopata que me seguiu e me sequestrou, é isso? 

_ Calma! Fique calma! Você concordou em vir para minha casa, já que não se lembrava do seu endereço.

_ Está de brincadeira, né? Eu estava na casa da Olivia, cadê a Olivia? O que você fez com ela? 

_ Escuta aqui, a sua amiga sumiu ontem deve estar tão bêbada e chapada quanto você! Você estava na minha boate. _Ele fala bravo.

Tento lembrar da noite de ontem, mas só lembro de ir para casa da Olivia após descobrir a traição do Murilo. Durante a noite, eu bebi uma garrafa de tequila, ela me deu uns biscoitos de erva, pera aí a erva era outro tipo de erva, não era ervas finas! 

_ Eu vou matar a Olivia!_ penso em voz alta. 

Me levanto e sinto uma dor de cabeça terrível, ele vem na minha direção. 

_ Está bem? Está com dor de cabeça, né?

_ Muita dor de cabeça. 

_ Senta aqui, vou buscar um remédio, pode tomar banho, tem toalhas limpas no armário do banheiro.  

_ Eu não entendo o que aconteceu. 

_ Toma um banho, Rufos lambeu o seu rosto, agora está cheirando a baba de cachorro e álcool. Depois eu te conto o que eu sei, vou deixá-la sozinha, pode ficar à vontade. _ Ele fala de um jeito amigável e sai. 

Que humilhação! Já não bastava ser humilhada pelo marido e agora eu estou na casa de um estranho, fedendo a baba de cachorro e com ressaca. 

Após um merecido banho, eu saio do banheiro, tem um copo com água e uma cartela de analgésico ao lado, tomo o remédio e visto minha roupa.

Saio do quarto e passo por um corredor bem grande. Essa casa é bem maior que a do Murilo! Desço as escadas e então encontro o estranho na sala com a mulher dele, ela está deitada no sofá e ele está falando com a barriga dela! Ela está grávida!

_ Bom dia!_ Falo e minha voz mal sai.

_ Bom dia! _ Ela fala sorridente, penso se eles podem ser aqueles casais modernos que têm relacionamento aberto.

_ Eu peço perdão pelo transtorno que eu possa ter causado a vocês, obrigado por cuidarem de mim. 

_ Não foi nenhum transtorno._ Ele fala.

_ Eu não faço isso, na verdade, eu nunca fiz isso de beber e usar drogas, e eu não quero mais incomodar vocês, então eu vou indo._ Falo com envergonhada. 

_Não pode ir embora assim de estômago vazio._ A mulher dele fala.

_ Não quero mais incomodá-los, melhor ir._ Falo, O estranho então se levanta e vem até a mim. 

_ Ainda não sei o seu nome, eu me chamo Pablo, ele fala estendendo a mão e que mão grande ele tem.

_ Suzane._ Falo apertando a mão dele.

_ E eu sou Paola. _ Ela fala sorridente. 

_ Foi um prazer conhecê-los.

__ Espera, eu te levo na sua casa.

_ Não precisa se incomodar, pegarei um táxi.

_ Não vou deixá-la ir de táxi, eu posso levá-la na sua casa._ Ele insisti.

_ Nesse caso, se a sua esposa não se incomodar, eu aceito. 

_ Minha esposa? — Ele pergunta com cara de quem não entendeu nada.

_. Sim, a sua esposa._ Falo apontando para a Paola, que está concentrada no celular. 

_ A Paola? Não é minha esposa. Aí, Paola, ela achou que fossemos casados._ Ele fala sorrindo. 

_ Somos irmãos, apesar de não sermos parecidos, e como toda certeza eu ser a mais bonita, nós somos irmãos. _ A Paola fala. 

E ela muito linda.

Paola

_ Eu vou concordar com você, só porque você é a cópia da nossa mãe. _ Ele fala, e ela joga os cabelos se exibindo, acho engraçado. 

_ Então, eu preciso ir agora, tenho muitos compromissos para hoje._ Falo.

_ Só vou pegar a minha carteira e já te levo._ Ele fala e sobe as escadas.

Fica só eu e a Paola na sala, ela parece querer falar alguma coisa, mas desisti.

_ Bonita casa._ Falo para tentar puxar assunto, algo que eu sou péssima.

_ O Pablo tem um bom gosto.

_ Está grávida? Eu vi que seu irmão estava conversando com a sua barriga. _ Pergunto e depois fico sem graça, que intrometida eu sou.

_Sim, estou com um mês.

_ Eu vou ser titia, meu irmão e a esposa estão à espera de bebê também, têm o mesmo tempo de gestação que você. 

_ Ah, que legal.

_ Eu queria muito ser mãe, mas os meus planos mudaram.

_ Por quê? 

_ Meu casamento acabou!

_ Nossa, que triste. 

_ Eu vou ficar bem, espero!

_ Com certeza vai, ninguém sofre para sempre, e o homem que te perdeu vai se arrepender amargamente._ Ela fala e me dá um sorriso afetuoso. 

O Pablo aparece.  

_Poderemos ir agora.

Tchau,au Paola, foi um prazer conhecê-la.

_ O prazer foi todo meu, quando quiser voltar é muito bem vinda.

Ele, é muito cavalheiro, abriu a porta do carro.

Após falar o endereço da Olivia, eu não disse mais nenhuma palavra, fiquei olhando pela janela.

_ O que aconteceu? Quando te conheci no avião, disse que era feliz e, no mesmo dia em que disse ser feliz, estava mal._ Ele pergunta. 

_ Eu não quero falar sobre isso._ Falo sem olhá-lo, já que tocar nesse assunto com ele é bem estranho. 

_ Desculpe, não é da minha conta, só estava tentando puxar conversa.

_ Não queria deixá-lo constrangido.

_ Não fiquei, poucas coisas me deixam constrangido._ Ele fala e abri um sorriso, que meu Deus! É lindo.

_ É, você não parece o tipo de pessoa que se constrange. _ Falo e ele ri.

_ Não mesmo.

_ Mora aqui em Madri há muito tempo? — Ele pergunta. 

_ Sim, desde os meus doze anos.

_ Eu nasci aqui, mas cresce na Flórida. Ele fala.

_ Eu nasci na Colômbia e morei lá até os meus doze anos, depois meus pais vieram para Madri, quando me casei, eles voltaram para a Colômbia e eu fiquei. 

Conversamos um pouco durante o caminho, ele é legal, e me parece um homem aventureiro.

_ Quero agradecer pelo que fez por mim ontem.

_Foi um prazer, espero que nos encontremos de novo.

_ Agora preciso ir, preciso matar a Olivia. _ Falo e ele ri.

_ Eu queria agradecer à Olivia, graças a ela eu tive o prazer de conhecê-la melhor. 

_ Já vou._ Falo para fugir dele.

_ Espero que um dia você durma na minha casa de novo, consciente e no meu quarto._ Ele fala com um sorriso safado. 

_ Não vai acontecer._ Falo.

_ Vai, o que eu quero, eu consigo._ Ele fala convencido.

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