Capítulo 15

Na casa dos Olid, O quadro com o rosto de Eder estava quase terminado. Tudo o que Louis fez nos primeiros dias que ficou em casa foi se dedicar ao máximo a sua pintura. Ele também não saiu de seu quarto, por orientação da Governanta, a fim de não ter mais desavenças com o irmão. De repente, a porta de seu quarto se abriu e Eder entrou.

Louis Olid: Irmão!

Eder Olid: Louis...

Louis percebeu que o irmão olhou para o quadro surpreso.

Eder Olid: É... Essa pintura...

Louis Olid: Eu fiz para você.

Eder Olid: A pintura ficou... Muito realista.

Louis Olid: Eu já terminei ela. Pode colocar onde você quiser, mas espere uns trinta minutos. Os retoques ainda não secaram.

Louis sorriu para Eder

Eder Olid: Louis...

Um nó se formou na garganta Eder.

Eder Olid: {Porque isso está sendo tão difícil? Eu achei que ia entrar aqui, e dizer para ele sumir, e finalmente ficar em paz, mas estou nervoso e incomodado.}

Louis Olid: Pode falar, o que foi?

Eder respirou fundo e hesitou. Louis começou a recolher os pincéis, e nesse momento, um corte em suas costas, perto do pescoço ficou exposto.

Eder Olid: Como você está? As feridas... Ainda estão doendo?

Louis Olid: Eu estou bem, nem sinto elas. Não se preocupe.

De repente, Sara se aproximou da porta.

Louis olhou para a mulher

Louis Olid: Você... É, como vai?

Sara Alencar: Estou bem. Eder? Já conversou com ele?

Eder Olid: Não! Eu preciso de tempo, e... Eu posso fazer isso sozinho, eu já acertei tudo sozinho. Você pode me esperar no meu quarto? Ou... Sei lá, volta amanhã.

Sara Alencar: Vou esperar no seu quarto, você não pode ficar sozinho hoje.

A mulher saiu caminhando com um ar de superioridade. Eder fechou a porta.

Eder Olid: Louis, senta um pouco...

Louis se sentou na beirada da cama.

Eder Olid: Você tem que arrumar todas as suas coisas, as suas telas, roupas enfim... tudo.

Louis Olid: Vamos viajar?

Eder Olid: Não. Você vai embora daqui.

Louis Olid: Eu? Ir embora?

Os olhos de Louis se encheram de água.

Eder Olid: Você vai embora, para sempre.

Louis Olid: Você não vai me perdoar? Eu disse que não fiz de propósito, por favor irmão, me dá mais uma chance!

Eder Olid: Não tem mais chances, não tem mais nada. Você tem que ir embora, vai se casar com o Nestor Grize... Acho que disso você vai gostar não é? Já estava flertando com ele.

Louis Olid: Não Eder. Eu vou obedecer você, eu disse isso para ele, e não vou mais ficar perto dele. Eu não quero sair daqui, quero ficar sempre com você.

Eder Olid: Para com isso! Eu não gosto quando fica choramingando! Essa é a minha ordem! Eu fiz um acordo com ele; Ele me deu aparte dele na empresa, e eu estou dando você para ele. Então, não faz isso aqui virar um drama desnecessário. Só arruma tudo, ele vem te buscar amanhã cedo.

Eder saiu rapidamente do quarto

Louis Olid: O quê? Amanhã cedo?

Louis saiu atrás de Eder e segurou a mão dele no corredor.

Louis Olid: Por favor... Eu não quero ir. Somos irmãos, você é tudo que eu tenho... Eu não quero.

Eder tocou no rosto de Louis

Eder Olid: Só me obedece! Por favor.

Louis Olid: Eu ajudo você! Faz o que quiser comigo. Pode me usar daquela forma também, mas não me manda embora assim.

Eder Olid: Não. Vai ser melhor para mim não ficar perto de você. E conquistar finalmente a última parte da empresa... Agora Sai!

Louis deu um passo atrás, e voltou para o seu quarto. Eder fez o mesmo.

Sara Alencar: Conseguiu?

Eder Olid: Sim.

Sara Alencar: Isso vai ser muito melhor para o seu tratamento. Não ver mais ele aqui, vai te ajudar. E àquela moça? Não quer chamar ela?

Eder Olid: Não estou inspirado para fazer isso com ninguém. Também não estou sentindo raiva agora. Eu preciso de um outro tipo de remédio, quando essas crises vierem... Porque, vou ficar sem ele.

Sara Alencar: Sim, mas também vai ficar sem o principal fator do seu descontrole. Precisa manter contato com a moça.

Eder Olid: Eu não quero mas isso! Eu não gosto dela. Quero ser normal!

Sara Alencar: Calma querido, tem que ser um passo de cada vez.

|||

Durante a noite, Eder começou a passar mal. Ele sentiu a sua pele queimando, e se contorceu na cama.

De repente, Eder sentiu alguém pegar em sua mão, e sem abrir os olhos para conferir, ele somente segurou firme, enquanto sentia os seus sintomas desaparecendo aos poucos.

Ao amanhecer, Eder virou e se sentou na cama. Bem em sua frente estava o quadro de seu rosto em um cavalete.

Eder Olid: Louis...

Eder se levantou rapidamente e correu usando apenas a calça do pijama.

Eder Olid: LOUIS!

Governanta Larissa: Senhor Eder? O que houve?

Eder Olid: Onde ele está? O Louis? Ele já foi?

Governanta Larissa: Todas as coisas dele já foram levadas, mas o carro ainda o aguarda.

A Governanta estava com o semblante triste.

Governanta Larissa: Ele está lá fora Senhor, ainda não cruzou o portão.

Eder correu para fora, no quintal fechado.

Eder Olid: Louis!

Louis Olid: Irmão...

Os dois se olharam por alguns segundos.

Eder Olid: Louis você...

Louis Olid: Tudo bem. Eu sei.. Eu prometi que ia obedecer você.

Louis tocou no rosto de Eder, e encostou os seus lábios nos dele. Após o beijo, ele se afastou. Eder ficou paralisado, apenas o olhando.

Louis Olid: Me perdoe por não ser um bom irmão. Adeus.

Louis sorriu e saiu pelo portão da casa.

Eder ainda parado no mesmo lugar, estava com os olhos arregalados. Ele levou uma das suas mãos, até os lábios e os tocou.

Eder Olid: Esse beijo... O gosto dessas lágrimas. O que é isso que estou sentindo? Eu queria tanto me livrar dele... Eu quero! Eu odeio ele, agora isso acabou aqui. É só isso que importa.

...

Louis entrou no carro estranho que o esperava, encostou a cabeça na janela, e seguiu.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***