Capítulo 11

 Nestor olhava Louis terminando o quadro. Ele ficou admirado com o talento daquele garoto, tanto que não se importava de lhe dar todo o seu tempo e atenção. O artista a sua frente com movimentos lentos e precisos, estava dando as ultimas pinceladas em sua obra.

Nestor Grize: {Como pode ter esse dom incrível sendo um omêga? Normalmente, os ômegas não são bons em quase nada.}

Louis Olid: Finalmente eu terminei. Acho que ficou bonito. Eu perdi tanto tempo essa semana, poderia ter feito antes, e ter caprichado mais. Agora tenho que esperar alguns minutinhos para secar. Será que vai dar tempo?

Nestor Grize: Vai sim, Então...Deixa eu ver?

Louis Olid: Claro! Pode ver.

Louis saiu da frente do quadro. Nestor ficou maravilhado.

Nestor Grize: Eu consigo ver claramente a essência do Adriano nessa pintura. Ele era assim mesmo. Aqui consigo ver os olhos brilhando de empolgação com alguma coisa. Isso a gente só conseguia perceber no olhar dele. Porque normalmente ele era sério, e rígido. O pessoal da empresa comentava muito sobre Adriano Olid, O arrogante, metido e mandão.

Louis Olid: E o meu pai era assim?

Nestor Grize: Era... Mas quando e com quem precisava. Ele queria as coisas certas, então tinha que ser firme. Eu só era cinco anos mais novo, e o admirava como se fosse Irmão mais velho. Queria ser como ele.

Louis: {Ele admirava o meu pai?}

Nestor Grize: E a sua mãe era animada, motivadora e incrivelmente amável. Você tem um pouco dela sabia?

Louis Olid: Fico feliz em ouvir isso. Senhor Temido... Você prejudicou mesmo o meu Pai?

Nestor mudou a feição de repente, o seu olhar parecia triste.

Nestor Grize: Sim. Prejudiquei, atrasei os planos dele, mas nunca o trai. Eu virei uma pedra no sapato do Adriano, e isso porque...

Deise: Com licença senhor Grize! Me pediram para avisar que a homenagem começa daqui a vinte minutos.

Nestor Grize: Ah sim. Obrigada Deise.

A funcionária saiu, deixando a porta aberta. Ao voltar seu rosto na direção de Louis, Nestor percebeu que o garoto ainda olhava para ele. Estava parado como se esperasse a resposta ansiosamente.

Nestor Grize: Será que a gente pode falar sobre isso, um outro dia?

Louis Olid: Sim, tudo bem. Eu posso perguntar uma outra coisa então?

Nestor Grize: Você pode me perguntar o que quiser. Vou te responder tudo. Mas se for sobre uma longa história, vai ter que ficar para outro dia.

Louis Olid: Você é um Alfa, certo?

Nestor Grize: Sim.

Louis Olid: Você já dormiu com alguém sem marcar essa pessoa?

Nestor Grize: Eu nunca marquei ninguém.

Louis ficou surpreso.

Nestor Grize: Porque essa pergunta? O que foi? Isso que está me perguntando é realmente sobre mim?

Louis Olid: Sim... e não.

Nestor Grize: O que está incomodando você?

Louis Olid: Ontem o meu irmão estava... Com alguém, na cama dele. Ele nunca fez isso antes.

Nestor Grize: Não na sua frente, mas pode ter feito sim. O que tem de errado?

Louis Olid: É que, se é isso... Ele não vai mais precisar de mim.

Nestor Grize: O que? Como assim?

Louis Olid: Se ele marcou alguém, essa pessoa vai ficar com ele não é? E eu... Eu não vou mais servir. Fico feliz porque ele precisa de alguém para ajudar com as crises de fúria dele. São fortes, e ele fica desesperado, e até quebra as coisas do quarto. Mas estou com medo. Esse medo é tão forte que parece que é eminente, que vai acontecer.

Nestor segurou a mão de Louis

Nestor Grizmas, ao mesmo tempoo sentir esse seu medo. Você está realmente abalado. Não fique assim, talvez ele fique melhor, e te trate melhor também. Se ele sofre com essas crises, talvez seja isso que o perturba. Não pense no pior.

Louis Olid: Eu gosto muito de você.

Nestor Grize: De mim? É... Louis, isso que sente comigo, é igual ao que sente com o seu irmão?

Louis Olid: É sim, mas ao mesmo tempo; não.

Nestor Grize: Você vai me matar com essas respostas... Tenta descrever esse sentimento. Você também beijou o seu irmão de repente sem ele esperar?

Louis Olid: Não. Ele fez isso comigo.

Nestor Grize: {Esse lunático! Fica confundindo os sentimentos do garoto. Bate nele, beija ele. Com certeza ele não o ama. Não posso deixar o Louis sofrer mais. Ele é a pessoa mais inocente que eu já conheci na vida}

Depois de alguns segundos em silêncio, irritado com o que tinha acabado de ouvir, Nestor finalmente se manifestou.

Nestor Grize: O que você sentiu quando ele fez isso?

Louis Olid: Me senti importante. Ele me apertou um pouco, e fiquei desconfortável, mas quando percebi que ele estava ficando bem, que aquela fúria toda estava sumindo... Eu fiquei satisfeito.

Louis ficou vermelho de repente.

Louis Olid: E isso... Do beijo, eu gostei porque eu nunca tinha beijado ninguém. Por isso quis fazer o mesmo com você. Porque eu gosto muito do que sinto quando estou com você.

Nestor Grize: E o que é?

Nestor aproximou os seus lábios dos de Louis.

Nestor Grize: Me diz, como é esse sentimento?

Louis Olid: No começo, era só conforto e segurança... Depois eu me senti importante, como se alguém me notasse de verdade. E depois foi ficando maior... Eu não tenho ideia. Mas estou feliz de você se importar comigo. Não queria perder isso. Eu fiquei muito triste quando ele disse para eu ficar longe de você... Eu ia obedecer, mesmo doendo dentro de mim. Só que você, não deixou, quando você falou por cima da ordem dele, eu queria obedecer você.

Nestor Grize: Eu vou sempre, me importar com você, porque é especial. Me tocou mais fundo que era possível alguém tocar um dia. E depois daquele dia que você derrubou o café em mim, eu não paro de pensar em você.

Nestor segurou o rosto de Louis e encostou sua testa na dele.

Louis olhou para ele e sorriu.

Nesse momento, Nestor o beijou. Os lábios colados buscando um ao outro se conectaram e encaixavam perfeitamente. O beijo embalou, e eles continuaram.

De repente, Eder parou em frente a porta.

Eder Olid: Louis!

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