Capítulo 13 - Medos

Algum tempo depois...

A minha vida melhorou desde que ela voltou. Na verdade, a de todo mundo. O Jonas tá respondendo melhor ao tratamento e eu quando tô com ela, sou uma pessoa melhor.

Mas, eu tô com medo, o que a mãe dela falou pra ela aquele dia, afetou ela, de algum modo conseguiu. Quando tô por perto, é só a gente e fica tudo bem, mas ai, a gente se separa e quando eu volto, ela tá com o mesmo olhar distante pensando.

Eu ainda não fiz muita coisa pra sair do ramo, não é tão fácil e eu não quero envolver ela nisso, não que eu tenha vergonha nem nada do tipo, é que, ela é tão perfeita que podem querer usar o que sinto por ela contra mim.

Eu amo essa mulher, tenho medo de tentar sair disso e usarem ela pra se vingarem de mim.

Rael: Luna? - ela vem caminhando mas não me vê

Luna: a, oi Rael - ela sorri, vem até mim e me beija - você tá com cheiro de maconh@ - eu rio

Rael: desvantagens da profissão amor - aperto ela em mim e dou um cheiro no pescoço dela - você tá com cheiro de Rexona - ela me empurra e ri

Luna: pelo menos tô cheirosa seu besta - sorrio pra ela

Rael: eu resolvo isso, que tal - pego a mão dela e a trago de volta pro meu corpo - a gente ir lá pra casa - beijo a testa dela e seguro na sua cintura - aí a gente toma um banho, dou a opção pra você - a gente toma banho juntos ou banho juntos - beijo a ponta do nariz dela - única e exclusivamente com a intenção de poupar a água do planeta - ela ri - depois - beijo o canto dos lábios dela - a gente pede uma pizza e assiste um filme - ela fica me olhando sorrindo

Luna: Rael, você não presta - ela segura meu rosto e me beija, então me olha nos olhos - você tá muito chapado - sorrio - eu vou com você pra casa - ela segura a minha mão e nos vamos pra casa.

Chegando lá, a gente vai pro banheiro. Tiramos a roupa e entramos no box. Diferente das outras, ela não procura só s3xo, ela realmente tenta cuidar de mim, até ficou na ponta dos pés pra lavar o meu cabelo.

Rael: desculpa tá? - fico debaixo da água com ela, ela fica me olhando e sinto a ponta dos dedos dela passando pelas minhas costas

Luna: pelo que? - ela fica seria

Rael: esse lance todo que tô metido, drogas e tal, você não merecia isso - ela toca a pontinha do meu nariz

Luna: eu ainda acredito em você Rael - ela tenta sair do banho mas eu a seguro pela cintura

Rael: deixa eu dar banho em você também - sussurro no ouvido dela e beijo levemente o pescoço, ela não se mexe

Lavo o cabelo dela e passo sabão por todo seu corpo, resisto a tentação que me consome pois eu sei que eu fiz merda, eu não tô mudando tanto quanto eu deveria, não vou forçar nada apesar de saber que ela nunca se nega a mim.

Depois do banho a gente se veste, a essa altura do campeonato ela já trouxe roupas aqui pra casa. Então parou de roubar as minhas.

Rael: que mulher mais linda que eu tenho - ela sorri e eu deito com ela

Luna: agora eu tenho um homem muito cheiroso - ela cheira meu pescoço e eu rio

Rael: valeu por me chamar de fedido - ela ri

Luna: tô mentindo? - sorrio

Rael: aprecio sua sinceridade madame - ela deita nos meus braços e passa a ponta dos dedos pelo meu abdômen

Luna: admiro seu tanquinho senhor - sorrio

Rael: eu não mereço você - ela suspira

Luna: isso sou eu quem decide - ela me olha seria - para de se diminuir Rael

Rael: diz o que tá passando na sua cabeça nesses últimos dias? Toda vez que eu vejo você, você parece que não tá feliz - ela suspira

Luna: eu tenho duas vidas Rael, isso é cansativo - ela se senta na cama me olhando - a modelo paga as contas - ela faz uma pausa e fecha os olhos, quando abre, tem um semblante de tristeza - a outra, que te ama, vive numa bolha. Você tem medo de tudo, eu conheço esse morro, sei tudo sobre ele, mas eu vejo que não conheço mais você, você não é o meu amigo de infância, você virou outro Rael. Também tem dois lados, se divide pra ficar comigo - ela levanta indo pra porta e eu vou atrás dela

Rael: espera, vamos conversar - ela não deixa eu tocar nela e vai pra cozinha, pega um copo de água e bebe, respira fundo e então me olha

Luna: pode falar - ela fica seria - agora você não tá mais chapado mesmo

Rael: você tem vergonha de mim? - ela respira fundo

Luna: você não entende nada Rael? - agora ela tá ficando brava - eu quero que a gente seja uma só coisa, eu posso ser a Luna modelo que namora o Príncipe do Morro e você pode ser o cara que tá comigo e não me escondendo. Acha que eu não sei que você me esconde fora daqui? Fora daqui ninguém sabe que tá comigo. Ao contrário, ninguém nem sabe que a Luna, aquela Luna do passado tá de volta, eu que pergunto, tem vergonha de mim porque eu não sou dessas v@dias que você c0mia na frente de todo mundo? - ela coloca as mãos no rosto e respira fundo - vou pra casa, não quero mais ficar aqui

Rael: Luna, espera - tento pegar na mão dela mas novamente ela não deixa, pega a bolsa no sofá e vai embora

Pai: eu já vi isso antes - ele sai do quiosque

Rael: é falta de educação ouvir a conversa dos outros - reviro os olhos

Pai: eu já ouvi essa conversa a muitos anos atrás, você tá cometendo o mesmo erro do Jonas - o tom dele é sério - a Luna é uma mina da porr@, bem melhor do que a metida da mãe dela e mil vezes mais do que essas mina desse morro

Rael: eu sei tá? - respiro fundo e olho pra ele - ela tá puta comigo e ela tem razão de tá

Pai: você é um vacilão Rael, para de esconder ela, ela não quebra e se ela cair? Ela levanta - ele mexe no celular - já viu as redes dela? - ele me mostra uma foto

Rael: quem é o babaca? - só de olhar isso já me deixa com ódio

Pai: ele não é babaca, você é - ele ri - investiguei, eles são colegas de trabalho e nunca ficaram um com o outro, o cara não é babaca, é um gênio, virou o melhor amigo dela e ao contrário de você, ele escuta ela e não esconde, você tá dando terreno pra ele roubar ela de você

Rael: mato ele - dou de ombros

Pai: e isso vai trazer ela pra você como? - ele revira os olhos - falar com uma porta é mais fácil, desisto, vou sair, não me espera

Ele sai e eu fico em casa sozinho, não consigo dormir, comer ou fazer qualquer coisa que não seja no que eu ouvi hoje dos dois. Eu não posso perder ela e meu pai tá certo, tá acontecendo por minha culpa.

Saio da cama e vou direto pra casa dela, a porta tá sempre aberta porque ninguém se atreve a tocar nessa casa. Abro a porta do quarto dela e ela já tá dormindo, o rosto tá vermelho, parece ter chorado, me ajeito na cama e ajeito ela no meu corpo, sentindo o cheiro dela, o calor dela, finalmente eu consigo ficar bem, pelo menos, até agora, então, durmo agarrado nela.

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