Capitulo 4 - Dois mundos

Acho que no fim, eu e o Rael temos diferenças, apesar daquele exterior de fera, dentro dele se encontra um menino. Eu, a bela, sou tão dura como uma fera.

Nossos jeitos de lidar com sentimentos é muito diferente, consigo apaga-los no meu interior, ele por mais que tente, continua sentindo.

Já se passaram alguns dias que estou aqui, fico fora dos negócios do Rael, não me importo com o que ele faz. Não tenho direito de me importar.

Em vez disso, estou ajudando meu pai com sua recuperação, o Rael e o tio Biel tentam do jeito que podem, mas são muito ocupados.

A minha mãe? Está cada vez mais louca comigo. Ela não aceita que estou feliz aqui, que ninguém me machuca aqui e não pretendo sair daqui tão cedo.

Hoje a noite tem baile e é óbvio que eu não vou, me irrito muito com aquelas garotas em volta dele. Tá, quer saber? Tenho ciúmes sim, pronto, falei.

Meu pai dorme cedo e tudo fica muito tranquilo em casa, mas é claro que ...

Lucas: abre aí Luna, vai logo, abre - ele fica batendo na porta e antes que meu pai acorde, eu abro

Luna: fala cara pálida - ele revira os olhos e ri, dou passagem pra ele e ele entra na minha casa

Lucas: adorei o pijaminha, sério, mas vai trocar de roupa - sorrio e cruzo os braços

Luna: motivo? - ele ri

Lucas: não é óbvio? Rael car@lho, as minas tão tudo correndo atrás e ele tá fora do ar - eu rio

Luna: o problema é dele ué - ele coloca as mãos nos meus ombros e me sacode

Lucas: acorda Luna, esse vai, não vai tá cansativo, se arruma e vamos comigo pro baile - tiro as mãos dele de mim

Luna: o que você ganha com isso? - ele sorri

Lucas: o Rael tendo um ataque por que tudo isso aí - ele aponta pra mim - vai tá no meio de um monte de homens e também se ele pegar no seu pé as minas ficam pra mim - ele da de ombros e eu rio

Luna: ele gosta de um drama - suspiro - não tô afim desse joguinho

Lucas: tá ficando covarde depois de velha? - pronto, conseguiu me irritar

Luna: o que você quer? - suspiro e tento ficar calminha

Lucas: mulheres Luna, me ajuda - eu rio

Luna: tá bom, desisto, espera um pouco até eu me arrumar - vou subindo as escadas

Lucas: não demora patricinha - paro na escada

Luna: tu quer uma surra magrelo? - ele levanta as mãos em sinal de rendição

Lucas: parei marrenta - sorrio

Luna: bem melhor não acha? - subo pro meu quarto e em pouco tempo já estou pronta

Desço as escadas e me sento no sofá, ele me olha de cima a baixo.

Lucas: se eu não morrer por ter te levado me lembra de zoar ele bastante - sorrio

Luna: tá, levanta do meu sofá e vamos logo antes que eu me arrependa - ele se levanta e corre pra porta - primeiro as marrentas

A medida que nos aproximamos do baile, tudo fica muito tumultuado, o Lucas é influente aqui, então não temos problemas. Quando entramos, aquela música alta que mais lembra minha infância invade meus ouvidos e eu sinto dois pares de olhos me observando. Olho pra onde eu sei que é o camarote e lá está ele, a cara não está de contente.

O Lucas pega minha mão e me olha sorrindo.

Lucas: acho que vou morrer hoje - eu rio

Luna: morre nada, ele só é um chato - ele vai me levando entre todo mundo e chegamos ao camarote

O Rael olha com um olhar mortal pro Lucas e eu fico rindo, então ele me olha bravo.

Rael: duas perguntas, primeira, o que tá fazendo aqui? E segunda, não tinha uma roupa com mais pano pra colocar? - mau humor do cão

Luna: primeira resposta, eu vou onde eu quiser, com quem eu quiser e quando eu quiser - encaro o olhar dele - baixa essa bola tá? E segundo, se tá tão preocupado com o meu vestido, que tal eu tirar ele aqui mesmo?

Rael: porr@ Luna, que m3rda - ele tenta tocar em mim mas desiste - fica perto de mim, isso aqui não é o que você pensa - sorrio pra ele

Luna: bem melhor, não acha? - entro no camarote e todos me olham - o que? Perderam alguma coisa?

Garota: quem é a piranha metida? - ela vem me encarando - o que tá fazendo com meu gatinho?

Olho pro Rael com uma cara de debochada e ele revira os olhos.

Luna: credo, achei que você tinha bom gosto Rael - ela tenta me dar um tapa mas eu seguro a mão dela e aperto com força até ela se ajoelhar - não é por que eu saí daqui que eu não saiba me defender e não é uma cadelinha que dá pra traficante que vai encostar essa mão suja na minha cara - solto a mão dela e todos ficam me olhando e eu sorrio - qual é? Uma garota bonita não pode ficar de mau humor as vezes?

Gabriel: acabou o show, não tem nada pra ver aqui - todos fingem que não viram nada e eu vou pro bar, peço uma água mineral sem gás.

Rael: eu vou matar o Lucas - suspiro

Luna: troca o disco Rael - sorrio pra ele - até que aqui é legal

Rael: você é maluca Luna - eu rio

Luna: demorou anos pra descobrir - tomo um pouco da minha água e ele fica me olhando

Rael: você tá linda - mordo meu lábio e olho pra ele pensando

Luna: agora a pouco você tava possuído, agora você tá me elogiando e eu é que sou maluca? - ele revira os olhos

Rael: não era pra você tá aqui tá bom? - eu rio

Luna: estraguei seus planos não foi? Na verdade, acho que o Lucas estragou - ele olha bravo pro Lucas de novo

Rael: me acerto com ele depois - eu rio

Luna: ela é tua fiel? - ele me olha sério

Rael: não tenho fiel - ele me olha nos olhos e sei que ele tá falando a verdade

Luna: então essas garotas são só teu lanchinho? - ele revira os olhos

Rael: é só sexo - finjo ânsia de vômito e ele ri

Luna: achou teu corpo no lixo, foi? - ele coça o cabelo, ele fazia isso quando era pequeno, tá nervoso

Rael: eu não beijo ninguém, tô falando, é só sexo - sorrio

Luna: não beija por que? - me aproximo dele

Rael: por sua causa - ele olha nos meus olhos - nenhuma delas é você, tem nojo disso?

Luna: não tenho não - dou de ombros - mas e se eu nunca mais aparecesse?

Rael: não fala isso - eu rio da cara de pavor dele

Luna: Rael, para de papo furado, você não tem negócios pra fazer com seu pai? - olho para os homens reunidos

Rael: eu não te deixo sozinha aqui nem a pau - eu rio e chego mais perto dele, penso um segundo antes de fazer o que eu quero.

Dois mundos, conheço dois mundos e nesse pelo menos existe respeito.

Luna: me beija Rael? - sorrio

Rael: como é? - o sorriso dele é tão lindo que me faz sorrir também - tá brincando comigo?

Luna: não tô brincando - me aproximo mais dele e coloco meus braços em volta do pescoço dele, sinto o coração dele acelerando - eu quero você - sussurro no ouvido dele

Ele coloca uma mão na minha nuca e a outra na minha cintura, me puxando firme pro corpo dele. Ele beija levemente meus lábios e me olha, então eu o beijo.

Sinceramente? De todas as vezes que eu pensei sobre isso quando fui embora, a realidade é melhor. Esqueço onde estou, esqueço tudo, é só eu e ele. O Rael que só eu conheço.

Ele é carinhoso, gentil, eu também sei que ele tá se segurando, gosto disso, não quer se exibir. Depois de alguns minutos curtindo o beijo, termino com um selinho.

Luna: agora vai lá, ninguém mais vai tocar em mim - ele fica com o rosto colado ao meu me olhando, acaricia meu rosto com o torço da mão

Rael: por que agora? - sorrio

Luna: por que era pra ser - eu mordo meu lábio olhando pros lábios dele - vai, sai daqui Rael, tá me distraindo - ele ri

Rael: não sai do camarote tá? Por favor - concordo e ele me rouba mais um selinho e volta pros negócios com o pai dele.

Garota dois: quem é você? - ela senta ao meu lado e me olha com curiosidade, eu a reconheço e sorrio

Luna: oi Agata - vejo surpresa no olhar dela - tô tão patricinha assim? Eu sou a Luna

Agata: a Luna do Rael? - ela fica de boca aberta - agora eu entendi - eu rio

Luna: sim, a Luna do Rael - sorrio mexendo no meu copo com água

Agata: você voltou pra ele - ela da um gritinho - isso é tão fofo

Luna: a história não é fofa Agata - sorrio - tem muita coisa ainda pra resolver

Agata: tipo? - ela chega mais perto

Luna: minha outra vida com a minha mãe - reviro os olhos

Fico conversando com ela durante um bom tempo, falamos dos velhos tempos, a Ágata é prima do Rael, éramos tipo um grupinho na infância.

Não sei que horas são quando ele volta pra mim, meu coração bate mais forte quando ele me toca, agora, ainda mais.

Saímos de lá e vamos pra casa dele, conheço ele, não me deixaria sair de perto dele agora.

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