*:・Capítulo 3 - Aliados

Abri meus olhos lentamente sentindo o peso da noite mal dormida, passei a noite tentando entender como, ou porquê, uma imensa confusão na minha mente fez com que eu não conseguisse segurar as lágrimas.

Suspirei profundamente enquanto sentava na cama, não tinha o que fazer, já tinha aceitado que isso é real, decidi focar na minha realidade no momento, ou ficaria mais deprimida.

Até porque não sabia como tinha vindo parar aqui, eu realmente tinha morrido e vim para outro mundo? Quanto mais eu pensava menos fazia sentido.

A minha situação estava entre a pior das piores, a chance de sair viva disso é quase inexistente conhecendo a história de Lilian.

O comportamento orgulhoso ao extremo e seu egoísmo fez com que todos a odiassem e desrespeitasem ela, seu prometido assinou sua sentença de morte, seus tios roubaram suas posses, seus serventes a expulsaram.

Sua vida era resumida em ameaças de mortes.

Depois de pensar decidi o que eu tenho que fazer se eu quiser continuar com minha cabeça intacta, depois de passar a noite em colapso eu finalmente resolvi:

Vou evitar todos os acontecimentos ruins!

Apertei minhas mãos confiante na minha decisão, é óbvio que isso não vai ser fácil, e tem muitas chances de dar errado, mas não tenho muita opção nesse momento, realmente estou em um livro, então vou atuar como tal.

Olhei em volta do quarto novamente, mas dessa vez prestando mais atenção.

— Santo céus, isso está um lixão — Olhei atentamente o quarto luxuoso que estava coberto de mofo e poeira.

Uma das primeiras coisas que eu devo evitar, é ser tratada como servente pelos próprios serventes... Mas não tenho idéia de como fazer isso!

A maioria dos serventes, não, todos não gostam da Lilian, e só mantém essa mansão em ordem esperando que os tios dela assumam sua posição.

Tenho que fazer eles entenderem que eu sou a dona dessa mansão, isso deve ser o suficiente para que eu não seja enxotada pelos empregados daqui.

Abri a coleção de vestidos de Lilian pegando um dos primeiros, um longo vestido vinho com retalhos pretos a manga bufante me fazia lembrar em que época eu me encontrava.

Sinceramente, como uma pessoa normal usava essas roupas!? São tantas armações que cansam apenas de olhar!

Saí do quarto e me deparei com um problema que não tinha pensado antes, eu não sei onde fica nada.

Meu objetivo é falar com a empregada chefe no momento, mas eu não faço idéia onde fica a área de serventes.

Olhei atentamente para o corredor e a longa escadaria para baixo que levava a um salão.

Desci as escadas devagar, o silêncio que tomava a mansão fez o som dos meus saltos ecoarem pelo salão.

Ouvi alguns sussuros e olhei em direção automaticamente, vi três serventes conversando no canto da escadaria.

— Ei, onde está a empregada chefe? — olhei para elas fazendo a conversa ser cortada.

— Ela está em pausa no momento — Uma delas me respondeu ríspida me encarando.

— Isso não responde minha pergunta, aonde ela está?

Não importa a situação, tenho que me manter firme, se eu aceitar o mínimo de desaforo a partir de agora, vai só piorar...

Apertei minha mão com força tentando aliviar a pressão.

— Como eu já disse ela está em pausa, ela não vai querer atender você agora — ela encolheu os braços como se não se importasse.

— Qual é o seu nome? — perguntei a servente que parecia a mais nova e continuava a me responder.

— Suellen, porque?

— Suellen, me chame por "Você" novamente, e você vai está fora dessa mansão, não me faça repetir minha pergunta novamente, não me importa se estão ou não em pausa — olhei seriamente para ela.

— Tsk, ela está na cozinha — apontou para uma das portas que tinha atrás da escada.

Fui em direção a porta ignorando elas.

Eu não vou ter paciência para lidar com pessoas assim, é como lidar com várias de minha mãe.

Coçei meu pescoço enquanto abria a maçaneta da porta.

Tinha por volta de 8 pessoas na cozinha, que reagiram com uma enorme cara de decepção ao me ver na porta, mas tinha uma que se destacava, uma mulher com coque bem preso, e seu vestido mais arrumado e destacado que as outras.

— Vim falar com a empregada chefe — Afirmei olhando para a mulher.

A pessoa que mais põe ordem nos serventes, é a empregada chefe, não vou conseguir muita coisa sem ela.

— Pois não? — a mulher respondeu seria.

— Sozinha — ela deu uma olhada para os outros que se encontravam na cozinha, que foram deixando o lugar um após o outro.

Olhei para mulher de olhos puxados e pele morena, seus cabelos pretos, e um ar de seriedade de quem é digna de respeito.

Apertei minha mão aliviando a tensão que tinha naquele momento, me sentia como se estivesse em frente a minha mãe, uma mera palavra errada e seria ignorada.

—Poderia me explicar o porquê da minha habitação está naquele estado?

— Não entendi a pergunta — Pressionei um pouco meus dentes com a resposta.

Era óbvio que ela tinha entendido a pergunta, ela só queria me ver perder a razão para ter outra desculpa.

— Deixe-me falar com clareza então, minha habitação não é limpa a dias, o cheiro de poeira é insuportável, como empregada chefe, creio que é seu dever ser responsável por manusear a limpeza da mansão, ou estou errada?

Eu estava nervosa, nunca enfrentei alguém em um discurso direto sem ser na minha imaginação, eu queria sair de lá, mas se eu saísse teria que enfrentar situações piores.

— Está certa, mas o conde Marechal disse que não era nescessário se preucupar com as coisas sem importância na mansão — ela me olhou com olhar de desgosto, deixando mais claro que para ela, eu não tinha nenhuma importância.

Engoli seco enquanto apertava uma das minhas mãos um pouco mais forte, o vestido bem armado era suficiente para esconder esse ato de nervosismo.

— Quem é o dono dessa mansão no momento? — mantive meu rosto sério enquanto perguntava.

— Perdão?

— Eu lhe perguntei quem é o dono dessa mansão, eu ou meu tio? — ela pressionou levemente suas sombrancelhas a entender o que eu pretendia.

— Eu sou a marquesa de D'Colines, você está trabalhando sob minhas ordens, caso isso lhe desagrade, faço questão de manda-lá embora imediatamente, não só você como qualquer outro.

O rosto sério dela se transformou em uma leve raiva, ela sabia que eu estava correta, não tinha como me contradizer.

— Resolverei esse problema o mais rápido possível, senhorita. —Ela se curvou e saiu em silêncio, me deixando sozinha naquela cozinha.

Suspirei profundamente me apoiando na pia, minhas pernas estavam tremendo, e minha respiração ofegante.

Foi apenas uma simples conversa, mas a pressão que ela omitia era enorme, está longe dela me respeitar, mas é o suficiente por agora, eu espero que eles não se importem com minha mudança de personalidade repentina.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!