Era uma droga, todos naquela escola eram imundos! O menino odiava a todos de forma igualitária, ele havia sido assediado por ter entrado no banheiro masculino, era um cúmulo do absurdo, passaram a mão em sua bunda e o apertaram contra a rede insinuando coisas indecentes, ele só não os socou, por ser maior de idade, se não ele havia descontado seu ódio naqueles infelizes.
Aqueles adolescentes eram odiavéis, o menino se odiava e os odiava ambiguamente. Na boate, se embebedava como se o amanhã não existisse, olhando outras pessoas ele fingia ser o que não era, o rapaz sorria fingindo ser feliz e que a bebida era apenas uma degustação da noite.
Em uma dosagem lenta, o garoto percebia olhares em sua direção, com um sorriso animado ele deixava a pessoa entrar em sua vida naquele momento, e aos poucos aquele envolvimento terminava em uma paquera momentânea e uns amassos estranhos em um canto daquele inferninho imundo.
Pela manhã o menino se via nu ao lado do ficante da noite que dormia despido ao seu lado. Amargurado o garoto olhava seu corpo, seu estado deprimente e seu telefone com inúmeras ligações de Amélia e algumas de Christopher. O que mais lhe chamou atenção não foi ter virado à noite com um desconhecido, apesar de sua primeira vez ficando a noite toda daquele estado, mas sim, Chris ter o ligado, o francês odiava ouvir as vibrações do seu celular, ele sempre ignorava quem o ligava, o menino já tinha visto isso várias vezes quando ia ajudar o francês no foguete.
Era um silêncio estranho, olhar o francês com aquele rosto estúpido naquela manhã fria e cinzenta na escola. O menino também se sentia mal, estava com uma dor horrível no corpo e uma náusea horrorosa. O cheiro de morango daquele biscoito recheado o enjoava, mas o menino não dizia nada, só ficou quieto cabisbaixo do lado do francês que esfregava o rosto distante.
_Te machucaram? (Foi apenas aquelas palavras profundas e estranhas).
Negando, o menino balançava a cabeça quietamente o ouvindo. Chris parecia confuso ao olhar, mesmo que por dentro parecia uma bagunça para entender o motivo do garoto ter desafiado as regras básicas, o francês ficou em silêncio.
Nisso o menino ficou desconfortável e levantou a sua blusa tirando o binder, mostrando o motivo de odiar aqueles garotos. Christopher quando viu aquilo, ficou constrangido e perplexo, nunca tinha visto aquela coisa, somente nos livros de biologia, e nem eram reais, ele ficou sem jeito, mas não deixava de olhar o que o menino o mostrava.
_ Os odeio! Por causa disso que me apalparam! E isto me machuca! O binder é muito pesado, as vezes me corta de lado! (O garoto era magro, mas o binder o deixava mais, depois que o garoto tirou, ficou mais evidente suas curvas que eram quase nulas).
Era errado, mas Chris queria sentí-los, talvez segurá-los ou tê-los, seu rosto queimou enquanto sentia seu corpo correspondendo aos seus pensamentos impróprios.
_ Deveria parar de usar, se te machuca! (Christopher o respondeu).
_ Eu quero tirar, eu estou usando hormônio e quando eu tiver dinheiro, vou fazer a cirurgia! Vou parecer mais com você! Não vai ser divertido?! (O menino se vestia com um riso angelical no rosto, Christopher gostava de vê-lo sorrir).
Christopher ficou em silêncio, ele não sabia o que dizer. Durante o tempo que se conheceram, ambos mudaram muito. O menino estava mudado, andava expressivo, ainda era violento quando estava sozinho, mas parecia que seus sentimentos eram menos confusos e Chris ainda não o entendia perfeitamente, o menino ainda se mudava constantemente, então ele ainda se sentia só.
_ Se você se sentir feliz, é o que importa! (Nisso ele quebrou o silêncio com pensamentos distantes, olhando o menino).
O rapaz se sentiu estranho, Chris parecia estranho. Chris escondia seu pequeno problema entre as pernas, não era para aquilo acontecer. Não era a primeira vez que Christopher fazia aquilo olhando o rapaz, nem era a primeira vez que ficava daquela forma pensando nele, Christopher as vezes tinha sonhos eróticos e isso o deixava mais confuso em relação ao garoto.
O rapaz se sentiu mal ao ver Chris encolhido e distante daquela forma, talvez o menino não deveria ter dito nada, só ficado calado como sempre. Era uma situação chata e estranha, ver o francês tão quieto e distante daquela maneira.
_ Você gosta de conversar com mulheres? (Chris o indagou confuso).
_ E-eu, não gosto muito de pessoas! Para ser sincero, as plimpou os seusme curtem muito! (Era difícil fazer amizades sendo diferente).
Chris o ouviu e continuou quieto, depois limpou seus óculos com um olhar distante, parecia preocupado com algo. Mordendo os lábios suavemente o rapaz sorriu, ele sentia livre quando ficava perto do garoto, ao contrário de Jessie que sempre se sentia presa independente de quem lhe dissesse que era seu amigo.
_ Por que está calado? Está acontecendo alguma coisa? (Chris parecia diferente).
_ E-eu?! Não! (Sua mãe havia dito que iria o buscar, assim que o ano letivo terminasse, faltavam quatro meses para o ano terminar, o seu tio estava sumido novamente, e sua tia morria de medo de ir no galpão para vê-lo, então o francês só a via de noite, e as vezes ela não estava em casa).
_ Quer ir em um lugar divertido? (Chris era de menor, mas ele era alto, quando o garoto o conheceu ele era minguado, mas com o tempo, Christopher se desenvolveu de tal forma que parecia nem ser o mesmo, ele estava encorpado, mais forte).
_ A dona Amélia não vai ficar brava? (Era uma pergunta desconfortável, o menino queria se afastar dela).
O convívio com seus pais estavam piores. Daniel havia lhe dado uma surra por ele ter dormido fora. Seu pai gritava o dizendo coisas que o menino se sentia horrível, ele comparava a todo o tempo sua antiga forma com a atual. Daniel despejava seu rancor e repúdio no que o garoto estava se tornando. Amélia chorou ao ver aquilo, ela concordava com Daniel e alegava que o menino estava se drogando novamente, pelo fato de que seu braço estava com pontos vermelhos e seu nariz sangrava.
Talvez Amélia estivesse certa, talvez estivesse errada. O garoto não confirmava, não podia confirmar nada, o que ele usou durante a noite, ficou durante a noite, de dia ele era apenas um estorvo esquisito no meio deles. À noite o rapaz se sentia acolhido pelos estranhos que estavam na mesma merda que ele, esses estranhos o faziam se sentir menos vazio do que já era.
Levar o francês em seu mundo particular não parecia um erro, significava confiança. Christopher não era autista, apesar de sua seletividade alimentícia, e boca suja, Christopher não tinha problemas em ficar em ambientes movimentados.
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Atualizado até capítulo 28
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