Capítulo 18

O sarcasmo foi dirigido a Audrey, mas facilmente atrapalhou o comportamento de Lorenzo.

Ele virou a cabeça em pânico e olhou para a mulher.

— Audrey, não é assim!

— Eu acredito em você, Lorenzo. Não se preocupe.

Audrey estava muito calma e não demonstrou desconfiança.

Ela respondeu rápido demais, fazendo com que a explicação dele ficasse presa na garganta.

Audrey olhou atentamente para Pietro e respondeu:

— Você dormiu com menos mulheres?

Pietro olhou para ela com frieza e pressionou a ponta do cigarro entre os dedos na palma da mão.

Doeu e o fez permanecer indiferente.

No entanto, seu silêncio foi um acordo silencioso aos olhos de Audrey.

Suas sobrancelhas estavam cheias de zombaria e suas palavras eram ainda mais dolorosas do que lâminas.

— Que direito você tem de criticar os outros?

Um sorriso frio apareceu nos lábios finos de Pietro.

— E você? Você foi à antiga residência para ver minha mãe esta manhã. Então você saiu com ele.

Pietro ergueu a mão e apontou para Lorenzo com os olhos vermelhos.

— Audrey, acontece que seu julgamento sobre o caráter de uma pessoa varia de pessoa para pessoa.

Como poderia Audrey não ouvir sua zombaria?

Seu rosto pálido ficou tenso.

— Lorenzo e eu não fizemos nada. Não temos medo de ser criticados. Não somos como algumas pessoas que têm pensamentos sujos e vêem tudo sujo.

Quem não conseguiu entender essa metáfora?

O rosto de Pietro estava frio como gelo. O cansaço em seu coração o fez não querer discutir com ela na frente de uma terceira pessoa.

Caso contrário, a situação só se tornaria cada vez mais feia.

Ele agarrou a mão de Audrey e forçou-a para baixo, centímetro por centímetro.

— Este é o fim, Lorenzo.

— O que você está tentando fazer? - O coração de Lorenzo doeu e ele resistiu teimosamente e secretamente.

— Não vou deixar você machucar Audrey.

Pietro estreitou os olhos.

— Quem é você para me impedir?

A mandíbula de Lorenzo apertou.

Ele se sentiu impotente.

Este foi o seu elo mais fraco com Pietro.

Não importa o que acontecesse, Pietro era seu marido legal.

E ele não era nada.

Mas como ele poderia estar disposto a desistir?

Não!

Ele não poderia perder para ele!

Emoções competitivas e indignadas entrelaçadas. Lorenzo segurou o pulso do homem com força novamente. Ele disse calmamente com força oculta:

— Eu sou o irmão dela.

Pietro de repente sorriu levemente e enfeitiçou a todos. No entanto, ele parecia estar rindo de sua estupidez.

Ele abriu a boca para expor sua própria mentira:

— Um irmão sem laços de sangue não é nada.

Algo quebrou em seu coração.

Lorenzo não teve muita força para detê-lo. Pietro abaixou a cabeça e empurrou-o suavemente. Então, a mão de Lorenzo se soltou e caiu impotente.

Pietro puxou Audrey facilmente para seus braços e os olhos de Lorenzo arderam.

A paz superficial não precisa ser mantida.

— Eu conheço sua identidade.

Pietro avisou friamente:

— É melhor você não procurar por ela novamente. Não importa qual seja o motivo.

Assim que suas palavras frias caíram, Pietro ignorou a luta e resistência da mulher. Ele a abraçou com força e abriu a porta.

Lorenzo queria persegui-la, mas percebeu que não poderia dar esse passo, não importa o que acontecesse.

A atmosfera tensa desapareceu de repente, deixando toda a sala em silêncio.

Ele baixou os olhos, a dor neles era óbvia.

Ele ergueu a mão trêmula e tocou a testa, que já estava coberta de suor frio.

Os cantos de seus olhos ficaram vermelhos quando ele mergulhou em pensamentos profundos.

Ela realmente confiava nele agora ou era porque... ela não se importava se esse assunto era verdadeiro ou falso?

E aquele homem era tão ruim com ela, mas ela ainda confiava nele.

Foi porque ele não era bom o suficiente que Audrey não gostou dele, não é?

Uma após a outra, razões aparentemente corretas não conseguiam esconder dele a tristeza.

Lorenzo sorriu amargamente.

Ele sentou-se lentamente, como se estivesse em câmera lenta.

Ele era como uma estátua e não se mexeu por muito tempo.

Audrey foi agarrada por Pietro e levada de volta para o condomínio.

Assim que chegaram à sala, ele a puxou e a jogou no sofá.

— Audrey, você está ignorando minhas palavras?

Ele a avisou para não entrar em contato com Lorenzo novamente.

Ela não só não ouviu, mas até comeu com ele!

Audrey ficou tonta por um momento. Ela olhou para cima e gritou com raiva:

— Por que eu deveria ouvir você?!

Pietro deu um passo à frente e levantou uma perna. Ele se ajoelhou ao lado da perna dela e agarrou sua mão que lutava.

Foi extremamente opressivo de cima a baixo.

— Sou seu marido.

Audrey zombou.

— Que marido? Um marido que anda com outras mulheres e tem escândalos? Eu não preciso disso!

Pietro sempre pensou que era uma pessoa racional e quase fria. Mesmo que alguém realmente o provocasse, ele poderia acalmar suas emoções flutuantes em pouco tempo e resolver o problema com calma.

Assim como no passado, ele pensou que poderia resolver com calma o assunto de hoje.

Ele até pensou isso antes de ir para casa.

Porém, neste momento, quando Audrey disse que não precisava dele como marido, seu coração calmo se partiu novamente.

Estava tão frio quanto o inverno.

— Diga isso de novo.

Audrey olhou para ele com frieza e disse palavra por palavra:

— Eu disse, não quero ficar com você. Eu quero me divorciar de você!

Uma mão grande de repente atacou seu pescoço.

Os olhos de Audrey se arregalaram quando ela olhou para ele, incrédula.

À luz, o homem à sua frente claramente ainda tinha o mesmo rosto, mas estava tão frio que a fez estremecer.

A expressão de Pietro era fria e sem emoção.

No entanto, suas mãos exerciam força constantemente.

Audrey franziu a testa. A outra mão livre dela apertou seu pulso.

— Me solta… Pietro, uh…

Não havia luz nos olhos escuros do homem, ele era como uma estátua.

— Não gosto que você mencione a palavra divórcio, entendeu?

A sensação sufocante lentamente se acumulou em seu peito e tornou-se cada vez mais óbvia.

O rosto de Audrey ficou vermelho e ela quase não teve forças para lutar contra ele.

Neste momento, ela era como uma formiguinha. Ele só precisou usar as mãos para esmagá-la.

O medo finalmente penetrou em seu coração.

Uma lágrima caiu lentamente do canto do olho de Audrey.

Suas mãos caíram.

Assim como ela pensou que morreria em suas mãos, Pietro de repente a soltou.

Cof! Cof!

No momento em que o oxigênio entrou em seus pulmões, Audrey sentiu como se tivesse renascida. Ela começou a tossir violentamente e suas lágrimas jorraram.

Ao ouvir uma tosse forte, a consciência de Pietro voltou. Suas mãos trêmulas caíram lentamente para os lados.

— De agora em diante, não veja Lorenzo novamente.

Audrey assentiu enquanto chorava.

Ela estava com medo. Ela estava com muito medo.

Ele era um lunático!

Naquele momento, ela realmente pensou que ele iria estrangulá-la até a morte.

Pietro cerrou os punhos.

— Não volte se as pessoas da antiga residência vierem novamente.

Audrey cobriu o pescoço e não conseguiu emitir nenhum som. Ela só conseguiu assentir novamente.

Pietro estendeu a mão em direção ao pescoço dela.

Audrey recuou com medo. Lágrimas escorriam de seus olhos, mas ela ainda tentava evitar o toque dele.

Seus olhos escureceram e ele não conseguiu forçar uma palavra.

Ela retraiu a mão no ar.

Ele se virou, afastou-se e saiu.

Audrey olhou para sua figura partindo e sua respiração parou lentamente.

Depois de muito tempo, ela parou de tremer e teve vontade de se levantar para pegar a água que estava na mesa.

Ela estendeu a mão, e a vermelhidão fez com que ela parasse.

De onde veio o sangue?

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