Capítulo 7

Choveu a noite toda.

A névoa da manhã estava nebulosa e as batidas na porta destruíram essa paz.

Audrey acordou assustada. Ela ficou atordoada por alguns segundos antes de perceber onde estava.

Do lado de fora, a voz gentil de Lorenzo foi ouvida.

— Audrey, coloquei alguns produtos de higiene pessoal limpos perto da porta para você. O café da manhã está na mesa. Lembre-se de comê-lo quando se levantar.

— OK.

A comoção na porta desapareceu. Audrey enxugou o rosto e pulou da cama, caminhando até a porta.

Havia uma sacola lá fora. Ela colocou a cabeça para fora e pegou.

Além dos produtos de higiene pessoal, havia também um vestido de senhora limpa e um par de sapatilhas.

O coração de Audrey aqueceu. Ela trocou de roupa e saiu.

Havia mingau quente e alguns pratos na mesa, mas não havia ninguém.

Ele já tinha saído?

Audrey estava sentada à mesa de jantar com os olhos baixos, com uma expressão confusa.

Pensando que ela voltaria para aquela casa mais tarde, os movimentos dela de tornaram-se cada vez mais lentos.

Porém, por mais que ela demorasse, ela tinha que voltar.

Audrey limpou brevemente a mesa de jantar e saiu com o saco de lixo.

Ela olhou e percebeu que Lorenzo estava esperando no carro!

Ao vê-la sair, os lábios de Lorenzo se curvaram.

— Bom dia.

Audrey se aproximou.

— Bom dia. O vestido é muito justo. Eu gostei.

O olhar do homem mediu-a ligeiramente, mas não deixou Audrey desconfortável.

Ela sorriu e sua expressão estava cheia de sinceridade.

— Obrigada.

Lorenzo tirou a mão do bolso e tocou o topo da cabeça dela naturalmente.

— Onde você está indo? Vou mandar você embora.

Audrey quis se esquivar, mas quando notou seu sorriso sincero, ela se conteve.

Ela piscou e recusou.

— Não há necessidade. Eu mesmo voltarei.

— Audrey!

Quando Lorenzo chamou o nome dela, seu sorriso ainda era caloroso e bonito.

— Você não precisa se esconder de mim. Eu não sou um chacal.

Os dedos de Audrey pendurados ao lado do corpo curvaram-se ligeiramente.

Acontece que ele percebeu que ela estava mantendo distância dele.

Lorenzo não estava disposto a forçá-la e disse as coisas muito bem.

— Como sua família, não deveria ser demais mandá-la de volta para casa, certo?

Audrey não poderia rejeitá-lo. Ela assentiu e o seguiu até o carro.

Este lugar não ficava longe da casa dela, e eles chegaram em poucos minutos.

O carro parou em frente à porta requintada e esculpida em estilo retrô. Audrey ergueu os olhos e encontrou o olhar complicado de Lorenzo.

Seu coração tremeu e ela evitou o olhar dele em pânico.

Ela franziu os lábios e disse suavemente.

— Estou aqui. Obrigada.

Uma luz brilhou em seus olhos.

— Não há necessidade de ser tão educada entre nós.

Audrey não disse mais nada e abriu a porta do carro.

Ela ficou ao lado do carro e a janela do carro foi abaixada.

Os traços faciais gentis de Lorenzo foram revelados, fazendo-o parecer muito distante.

Audrey sabia que o guarda na porta estava olhando para ela. Ela franziu a testa e sorriu de repente, fazendo seu rosto parecer mais charmoso. Lorenzo ficou chocado.

Ela disse:

— Lorenzo, tenha cuidado no caminho.

Os olhos de Lorenzo não conseguiam sair de seu rosto. Ele se conteve algumas vezes antes de não conseguir segurar a mão dela.

— OK.

— Adeus.

Audrey se virou e entrou pela porta.

Uma tempestade agitou-se nos olhos calmos de Lorenzo. Ele não conseguiu suprimir a preocupação em seu coração e gritou:

— Audrey?!

Ela fez uma pausa e se virou para olhar para ele.

As palavras estavam na ponta da língua. Depois de algumas reviravoltas, tornou-se a confissão mais secreta.

— Lembre-se de me procurar se alguma coisa acontecer.

— OK.

— Eu vou esperar por você.

Audrey não respondeu. Ela suportou as lágrimas que correram aos seus olhos e se virou, sem voltar atrás.

Ao lado, Simon avançou com uma expressão sombria.

— Jovem senhora, o jovem mestre está esperando por você lá dentro.

Audrey ficou chocada.

O medo surgiu em seu coração e ela o suprimiu com todas as suas forças.

O que deveria vir viria.

Ela respirou fundo muitas vezes antes de endireitar as costas e entrar no corredor.

No entanto, sua suposta coragem desapareceu instantaneamente quando viu as pessoas no corredor.

No sofá, Pietro estava com uma das mãos na testa e a outra nas longas pernas cruzadas. Seu dedo indicador esbelto batia ritmicamente, fazendo-o parecer inexplicavelmente assustador.

Seus olhos frios dispararam e um sorriso frio apareceu em seus lábios finos.

— A madame Sartori está disposta a voltar?

Esta pergunta fez Audrey estremecer.

Ela suprimiu o medo e olhou para cima, caindo nos olhos indiferentes do homem.

— Eu…

— Irmão, não seja tão feroz.

Uma leve voz masculina interrompeu a conversa.

Audrey olhou na direção da voz. O homem vestia uma camisa xadrez azul e branca e calça preta. Seu cabelo castanho estava levemente cacheado e seu rosto era delicado e bonito. Na verdade, ele parecia 50% parecido com a pessoa sentada no sofá, mas também era um pouco jovem.

Ela ficou surpresa ao ver que o homem já havia chegado.

Philip contornou Audrey e sorriu imediatamente, revelando seus dentes brancos.

— Você é a cunhada, certo?

Audrey olhou para ele com cautela enquanto estendia a mão para ela.

— Olá, cunhada. Sou Philip, seu cunhado. Eu também sou irmão desse homem de cara fria.

Audrey franziu os lábios e não respondeu.

Philip não ficou zangado por ela o ter ignorado. Ele retraiu a mão naturalmente e leu:

— Ouvi dizer anteriormente que meu irmão se casou com uma esposa doente. Agora que vejo, essas pessoas estão simplesmente falando bobagens!

Ele abaixou a cabeça e se aproximou do rosto de Audrey. Seu sorriso era inofensivo.

— Minha cunhada é claramente uma beleza. Mesmo que ela estivesse deitada em uma cama de hospital, ela ainda seria uma bela adormecida. Você não acha, cunhada?

Diante de seu entusiasmo, Audrey finalmente demonstrou algum desamparo.

Seus olhos confusos olharam por cima do ombro dele e encontraram o homem no sofá.

Philip seguiu o olhar dela e gritou desamparadamente:

— Por que vocês dois ainda são tão íntimos um com o outro quando estou aqui? Seu relacionamento é muito bom.

— Philip.

Pietro finalmente falou. Seus olhos estavam frios e seu tom ainda frio.

— Papai e mamãe estão esperando por você na antiga residência.

Afinal, eles eram irmãos. Philip entendeu instantaneamente o que Pietro quis dizer ao afastá-lo.

Ele olhou para ele com raiva e voltou-se para Audrey com um sorriso.

— Cunhada, vou resolver algo. Eu tenho que ir primeiro. Vejo você na próxima vez.

Audrey forçou um sorriso.

— Adeus.

Depois que Philip saiu, a enorme sala caiu em um silêncio mortal.

Pietro ergueu os olhos. Seu rosto, pálido por causa dos ferimentos, estava extremamente frio.

— Onde você foi na noite passada?

O que ela deveria dizer?

Que ela estava com Lorenzo?

Não, por que esse homem acreditaria nela?

E Lorenzo....

Audrey cerrou os punhos.

— Voltei para a família Thompson.

— É?

Esse sorriso frio carregava o desdém e a arrogância exclusivos dos homens. Era como se a pessoa à sua frente fosse apenas uma formiga que ele pudesse pisotear e humilhar.

— Você aprendeu a mentir.

Sua voz era fria e penetrante. O medo perfurou o coração de Audrey.

O suor começou a escorrer pelas suas costas. Ela balançou a cabeça.

— Eu não menti.

— Não? - Os olhos longos e estreitos de Pietro estavam cheios de óbvio desdém e zombaria: — Audrey, o quanto você está se divertindo lá fora por ter esquecido o marido que machucou em casa?

A cena da noite anterior ainda estava vívida em sua mente. O rosto de Audrey estava pálido e seus lábios tremiam incontrolavelmente.

— Foi você, você me forçou primeiro!

Ela não queria bater nele!

Pietro levantou-se de repente. Sua proporção perfeita era extremamente opressiva. Mesmo de tão longe, Audrey ainda foi dissuadida até não conseguir dizer uma palavra.

Todo o seu corpo parecia estar congelado. Enquanto ele se aproximava lentamente, ela não conseguia se mover!

Pietro já havia caminhado na frente dela e tocado seu pescoço com a mão fria.

Audrey estava extremamente rígida. Ela olhou para ele.

Ele se inclinou ligeiramente para frente e seus lábios extremamente lindos chegaram perto dos dela, mal parando em um centímetro de seus lábios.

Suas palavras eram ambíguas.

— Deixe-me lembrá-la de que somos marido e mulher. O que quer que eu faça com você, é certo.

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