Capítulo 15

O sorriso de Emerald congelou quando ela dobrou os dedos sobre a mesa.

— Eu não quero ser sua tomadora de decisões. Sinto que quando você se casou com Audrey, ela mesma não sabia disso. Agora que ela está acordada, ela deveria ter o direito de escolher entre você e não estar com você.

— Eu não sabia que minha mãe seria tão gentil a ponto de se importar se os outros tivessem o direito de escolher.

Quando a zombaria fria caiu, seu sorriso não era mais tão brilhante.

Seu sorriso parecia apenas educado para manter sua personalidade gentil e calorosa.

Ela o lembrou calmamente:

— Pietro, eu sou sua mãe.

O canto de seus lábios se ergueu ligeiramente enquanto a aura fria ao seu redor se tornava mais forte.

— Você deveria estar grata por ainda ser minha mãe.

O sorriso da mulher finalmente desapareceu.

A fachada gentil desapareceu. Aquele rosto simples e elegante revelava indiferença e dignidade.

— Pietro, você sabe que deveria se divorciar dela.

— O que você quer dizer com deveria?

Sua mãe soltou um suspiro caótico e disse pomposamente:

— Ela está casada com você há dois anos. Ignorando o fato de que vocês dois não tiveram nenhum sentimento um pelo outro no passado, já se passaram mais de três meses desde que ela acordou. Vocês dois ainda estão no gelo fino e não podem se reconciliar. Nesse caso, separar-se é a melhor escolha para vocês dois.

Ao ouvir isso, uma crueldade que não poderia ser ignorada apareceu nos olhos sorridentes de Audrey.

Ele deu a entender:

“Vocês ainda não dormiram juntos.”

Emerald conhecia bem o filho. Seus pensamentos eram anormalmente sensíveis e meticulosos. Ela não ficou nem um pouco surpresa por ele saber que haviam encontrado alguém para monitorar ele e Audrey.

Ela ergueu o queixo e disse com firmeza:

— Estamos fazendo isso para o seu próprio bem.

Os lábios finos de Pietro se curvaram enquanto seu olhar varria os arredores. O simples pavilhão não conseguia esconder ninguém.

Ele perguntou:

— Quando pedi para você vir desta vez, onde ele está se escondendo para ver os resultados?

Emerald levantou a voz, obviamente com a intenção de protegê-lo.

— Ele é seu pai!

Pietro não tinha medo de sua raiva. Seus olhos penetrantes estavam frios.

— Deixe-me adivinhar. Ele está aí?

No pavilhão diagonalmente à frente, a janela esculpida em sequoia no segundo andar estava bem fechada, mas era o melhor lugar para olhar para baixo.

Quando ele abaixou a cabeça, ele pôde ver a mansão inteira.

Seus olhos pareciam estar olhando pela janela para os olhos severos e sem coração lá dentro.

Audrey olhou em sua direção, com o coração batendo forte.

"Seu pai... estava lá?"

"Ela não disse que não estava por perto?"

Audrey entendeu instantaneamente algo e seu coração gelou.

Acontece que a mulher teve outros motivos desde o início.

Ela retraiu o olhar e olhou para a mulher digna à sua frente com seus olhos claros e frios.

Emerald adivinhou o que ela estava pensando. Seu olhar cintilou imperceptivelmente antes que ela mudasse de assunto.

— É isso que eu quero dizer. Não julgue sempre seu pai com más intenções.

— Então por que você está adivinhando meus pensamentos?

Os lábios úmidos de Mãe Pietro se moveram.

A expressão dele era solene. Seus olhos eram indiferentes, mas também pareciam estar aumentando.

— Não importa para ninguém se nos divorciarmos ou não, além de mim.

Assim que terminou de falar, segurou a mão de Audrey com força e foi embora.

De longe, as palavras da sua mãe foram excepcionalmente claras.

— Você sabe que isso é injusto com ela.

O homem não parou e nem sequer voltou.

Só no pavilhão, uma linda mulher estava ali.

Na mesa de pedra havia vapor saindo da panela.

O mordomo Lu avançou.

— Senhora, jovem mestre e senhorita Audrey partiram.

A raiva apareceu no rosto da mulher. Com um aceno de sua mão esguia, o pote de porcelana que segurava o caro ninho de pássaro caiu e explodiu.

A água espirrou no vestido preto e desapareceu rapidamente.

O mordomo Lu parecia um pouco assustado.

— Senhora, não fique com raiva.

A pele da mão de Emerald era firme e macia. Ela abaixou a cabeça e tirou o pó do vestido molhado. Ela franziu a testa ligeiramente como se estivesse com raiva por causa disso.

Ela olhou para o final do atalho no jardim e viu que os dois não estavam mais ali.

Ela conteve a expressão e acenou para Lu.

— Consiga alguém para limpar.

O mordomo Lu baixou os olhos.

— Sim.

Por outro lado, Audrey foi retirada da antiga residência por Pietro.

Os passos do homem eram rápidos e ansiosos. Ela cambaleou e não conseguiu alcançá-lo em sua raiva.

— Pietro, ei…, me solte!

Ele era tão forte que ela não conseguia se livrar dele.

Assim que ela chegou ao carro, o mundo girou ao seu redor e Audrey foi pressionada contra a porta do carro.

Pietro abaixou a cabeça e se aproximou. Ele a interrogou implacavelmente:

— Quem pediu para você vê-la?!

Audrey sentiu que sua pergunta era ridícula.

— Foi ela quem pediu para alguém me buscar. Não tive chance de rejeitá-la.

Seus olhos escuros se estreitaram ligeiramente.

— Não houve chance ou você não quis rejeitá-la de jeito nenhum?

Audrey franziu a testa. Ao olhar para o rosto que a questionava, ela se sentiu um pouco desamparada.

Aos seus olhos, não importa se era certo ou errado, era ela quem estava errada.

Ela realmente queria explicar algo para ele.

Os lábios de Audrey se contraíram quando seu rosto ficou frio.

— Pense o que quiser.

Essa atitude despertou desconforto e repulsa em Pietro.

— Você não precisa agir tão indiferente. Uma mulher que quer se divorciar de mim todos os dias foi ver minha mãe. Não pode desenvolver sentimentos por ela como sua sogra.

Havia raiva nos olhos de Pietro e frieza jorrou de seus lábios. A zombaria fez o coração de Audrey gelar.

Sua expressão estava muito fria.

Naquele momento, ele odiou o olhar frio e indiferente dela.

Ele agarrou o queixo dela com força e a forçou a olhar em seus olhos.

— Audrey, quando minha mãe pediu o divórcio mais cedo, você ousa dizer que não ficou tentada?

Pietro viu o atordoamento momentâneo de Audrey.

A frieza o cercou. Seus longos olhos brilhavam com frieza e seus belos traços faciais estavam repletos de um olhar sombrio.

Ele sorriu e acenou para ela ir embora.

Audrey foi descuidada e tropeçou, caindo no chão.

A ferida no joelho que não havia cicatrizado doía completamente. Ela tocou e ouviu a porta fechar.

No carro, a voz fria de um homem soou.

— De volta à empresa.

— Mas, a jovem senhora…

O homem fechou os olhos frios, não tendo vontade de continuar a conversa.

Simon tinha uma expressão tensa.

— Sim.

O carro deu meia-volta e se afastou dela sob o olhar da mulher.

Os dedos de Audrey no chão cerraram-se com força e suas costas retas desabaram neste momento.

Ela abaixou a cabeça e sua visão estava embaçada.

A dignidade dela foi mais uma vez pisoteada sob seus pés.

Ela franziu os lábios pálidos em desconforto e lentamente se levantou do chão.

Olhando para suas mãos vazias, Audrey sorriu fracamente.

Ela não tinha dinheiro nem telefone.

Ela realmente não aprendeu a lição todas as vezes.

Olhando para a estrada distante, Audrey olhou para trás. A Residência Sartori parecia ainda mais magnífica sob a luz do sol.

Ela se virou entorpecida e desceu a estrada.

Na esquina da estrada, um carro luxuoso preto estava estacionado ali, dificultando que alguém percebesse.

A figura delicada da mulher movia-se lentamente e com dificuldade pelo carro.

Atrás dela, algumas caudas prematuras apareceram. Eles eram sorrateiros e irritantes.

No carro, sob as sombras escuras, os olhos escuros do homem tremeluziam com emoções imprevisíveis.

Entre seus longos dedos havia um cigarro apagado.

Simon se virou e acendeu para ele.

— Jovem Mestre, você quer que eu resolva isso?

A fumaça branca subiu lentamente enquanto Pietro franzia a testa.

Pela janela do carro, a figura da mulher estava prestes a desaparecer e seu rabo a seguia com força.

Depois de muito tempo, a amargura entrou em sua garganta.

Na crescente névoa branca, o homem finalmente ordenou:

— Siga-a.

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