Capitulo 14

Mila Jordan

Despertei aos poucos e quando abri os olhos estranhei o lugar, era diferente, muito bonito e luxuoso por sinal a cama estava confortável...

Como vim parar aqui? De repente, ouço uma voz levemente familiar:

– Se quiser, pode descansar mais um pouco.

Com essa voz eu dei um pulo e fiquei de pé, mas a pressão baixou rápido e eu fiquei sem forças, estava quase me esborrachando no chão, quando sinto dois braços me segurando:

– Devagar, você acabou de acordar.

Nossa! Que braço forte, e pela posição senti o seu abdômen bem definido... não, espera! eu empurrei e me sentei na cama, daí me lembrei de certas coisas antes de apagar, olhei pra ele e comecei:

– O que estou fazendo aqui? Onde estou? Quem é você, afinal de contas? Por que me drogou?

Ele me olhou nos olhos com uma intensidade que me fez perder o foco do questionário, deu um sorriso torto que me deixou baqueada e disse:

– Calma, vou responder a todas as suas perguntas, mas primeiro você precisa comer algo para se recuperar.

E foi até a mesa com um farto café da manhã, bolos, pães, sucos, leite, enfim, nunca tinha visto tanta comida na minha frente mas não queria dar o braço a torcer, então eu disse:

– Valeu, não tô com fome.

Na mesma hora, meu estômago traidor me entrega...

"Growl"

Ele olha para mim e depois para minha barriga e diz:

– Estou falando sério, é só um café da manhã, logo você vai se sentir melhor enquanto isso podemos conversar.

Estava mesmo com fome, e aquela mesa estava de dar água na boca, então, engoli o meu orgulho, me levantei e fui até a mesa, sentei em uma cadeira e ele na outra de frente pra mim, já fui pegando um pedaço de bolo quando olhei para ele e disse:

– Desembucha então.

– Certo, me chamo Elijah Sharp...

Quando ele disse o seu nome, já estava com um pedaço de bolo na boca e parei de mastigar, era ele quem eu deveria entrevistar, acho que ele percebeu que eu o reconheci, pois acrescentou:

– Acredito que muita coisa sobre mim você já saiba, quer dizer aquilo que a mídia deve saber, o que aconteceu naquele dia foi algo que não esperava, pois fazemos isso há anos e nunca houve um acidente sequer.

– Mas, se houvesse você não contaria né?

– Talvez, agora o motivo de você ter vindo para cá, foi que eu não tinha tempo para te convencer a vir por vontade própria, mais uma vez eu sinto muito.

– Hunf! Deveria sentir mesmo, caso não saiba eu tenho uma vida incrível lá em... Onde eu estou?

– Londres, mais precisamente Grimwich.

– Ah! Pera, quê? Tá me dizendo que eu estou em outro continente?

– Sim, estou.

O cara me fala isso na maior naturalidade, é sério isso? Respirei fundo e continuei:

– Bem, como eu estava dizendo, eu tenho uma vida incrível, trabalho num lugar maravilhoso, tenho muitos amigos que aliás devem estar chamando a INTERPOL nesse momento para me procurar, e por isso você deveria me deixar ir, tá entendendo?

E então, ele deu outro sorrisinho lindo... Miserável.

– Trabalhar meio período numa lanchonete, morar num estúdio minúsculo e largar a faculdade na reta final é a sua definição de vida incrível?

– Ei!? Você andou me investigando?

– Mas é claro que sim, embora você tenha me dado um nome falso, o que tornou difícil te encontrar, as pessoas naquele karaokê te conheciam muito bem e acabei ficando curioso sobre sua vida, e quanto aos seus dois únicos amigos, falaremos deles depois.

– De-Depois? Você vai matar eles?

– Ai ai, garota, a sua imaginação é fértil demais por que eu iria matar seus amigos?

Nessa ele me pegou...

– De qualquer forma eu tenho uma proposta para você.

– Proposta?

– Sim, mas antes, me responda você realmente gosta de jornalismo?

– Não, eu queria fazer administração.

Que droga! por que falei isso para ele? Deve ser aqueles olhos maravilhosos e malignos...

– Perfeito, quero que trabalhe em nosso banco "Worldca$h" já ouviu falar?

– Quem nunca ouviu falar nesse banco? Sempre quis trabalhar nele, tem uma filial na minha cidade e dizem que dão ótimos benefícios.

– Sim, é verdade. E acontece que estamos precisando de um funcionário na área de cobrança, se quiser o cargo é seu.

– E por que você faria isso?

– Tenho meus motivos, mas basicamente é o que fazemos quando se descobrem algo a mais sobre a fachada de empresário que lutamos muito para manter.

– Antes que eu te responda, me diga para onde aquelas duas garotas foram?

– Ah! elas? Bom, elas estão bem, uma está trabalhando com vendas numa loja de luxo no shopping e a outra num de nossos laboratórios.

– É sério?

– Claro, se quiser posso te levar para ver com seus próprios olhos.

Nisso, ele se encostou na cadeira, cruzou os braços e disse:

– Mas antes, quero a sua resposta.

Essa era mesmo uma oportunidade e tanto, posso realizar meu sonho e ainda trabalhar num dos bancos mais poderosos do mundo.

– Vou poder ligar para os meus amigos?

– Claro, mas só para dizer que está bem... por enquanto

– E se eu decidir voltar para os Estados Unidos?

Ele deu um gole no café e disse:

– Vou cumprir a minha parte e te levar para ver uma delas.

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