Capítulo 10 Mila Jordan

Uma cena de filme de terror... Acho que foi isso que eu imaginei na hora, ainda estava em choque com o ocorrido e claro com o fato do cara não me deixar ir, como assim conversar comigo? Eu não quero conversar com ninguém, quero sumir desse lugar.

Já deu pra perceber que esse cara não é um sujeito comum, então o que eu ganharia denunciando ele para a polícia?

Mas ele não só não acreditou em mim como ainda me mandou levar para o andar de cima pra essa tal conversa, quando estava chegando perto do elevador vi pelos números que um deles estava descendo e nessa hora ele abriu e eu saí correndo até ele na minha segunda tentativa de tentar fugir já que a primeira foi um total fiasco.

Mas, assim como a primeira não foi nada bom, o MiB tava logo atrás de mim, affe, pela segunda vez... Não deu.

Mas o elevador acabou fechando e isso me deu outra ideia, mas enquanto isso o segurança falou:

– Boa tentativa moça, mas vai ser bem difícil você sair dessa.

E com a maior cara de pau do mundo eu respondo:

– Sair dessa? Como assim, só achei que era o elevador certo haha nem estava pensando nisso que ideia hein, credo.

Enquanto falava com ele, olhando em seus olhos fiquei bem atrás daqueles botões que apertam pra ir ao andar e apertei o térreo e continuei encostada para que ele não percebesse:

– Moça, por favor, não dificulte meu trabalho, me deixe apertar o botão para abrir no próximo andar para pegarmos o outro e voltar para a cobertura.

– Puxa! Você é bem educado para um assassino...

– É.. e-eu não sou assassino, sou apenas o segurança.

– Mas você mataria se o seu chefe te pedisse né? Aliás, quem é o seu chefe? No que ele trabalha? Aquele psicopata que matou aquelas mulheres é o seu chefe? Quem garante que ele não vai te matar se sentir entediado...

Nisso, a campainha nos avisou que o andar pedido já tinha chegado e abriu as portas, Deus estava do meu lado, pois havia um grupo de turistas se aglomerando e se preparando para entrar.

Era tudo ou nada, eu me abaixei e me enfiei no meio daquela multidão, tinha um pouco de dinheiro na bolsa, peguei e joguei no ar e falei bem alto:

– Quem quer dinheirooooo!

Nisso a multidão se aglomerou ainda mais e eu continuei abaixada observando o MIB desesperado me procurando, hehe acho que agora deu certo fui até a escada de emergência e entrei lá, tomei cuidado para evitar as câmeras de segurança que eram poucas, para o meu alívio.

E cheguei até o subsolo, o Willian é um taxista, pedi o telefone do vigia emprestado já que o meu foi confiscado quando eu entrei naquele quarto do pesadelo e liguei para ele pedindo para me buscar na entrada de uma loja de roupas.

Enquanto esperava por lá com o meu cartão, eu comprei um sobretudo preto bem simples e sem detalhe para usar por cima da minha roupa a camisa era branca mas a bendita da mini-saia era amarela algo padronizado entre as garçonetes da região, então só chamaria a atenção.

A minha sorte foi que eu tinha guardado o meu crachá antes de entrar no hotel, e dei um nome falso pro carinha lá...

E pra finalizar, antes de sair do elevador com o muvuco consegui pegar o meu celular no bolso do MiB mas meu instinto me disse pra jogar na fonte da recepção, e foi o que fiz.

Sei que eles podem recuperar os dados mesmo assim, mas vai dar uma atrasadinha, tempo suficiente pra pedir pro William hackear meu celular e fritar ele todinho.

Isso porque meu amiguxo é um hacker bem requisitado pela polícia e sabe fazer esse tipo de coisa, ele só trabalha de taxista, para atender ao pedido de seu pai que está acamado e muito doente, porém assim que ele melhorar ou o pior acontecer, ele larga essa profissão sem nem pensar duas vezes.

Assim que o William aparece eu entro e peço para ele ir dirigindo, mas é claro que o questionário já estava todo preparado:

– Que roupa é essa? Você tá pálida! O que foi?

– Só dirige, depois eu te conto, mas eu preciso que me faça um favor.

– Pode falar.

– Quero que queime todos os dados do meu celular.

– Ué... você não vai querer recuperar nada? pera aí... você perdeu?

– Ai ai, é uma longa história, mas preciso que você faça isso agora, ou o mais rápido possível.

– Tá! Vou parar aqui e já faço isso.

Ele sempre deixa alguns de seus "apetrechos" no carro, pois a polícia pode pedir ajuda a ele a qualquer momento, então ele mantém alguns desses aparelhos que ele mais usa por perto.

Enquanto ele estava cuidando dos dados do meu celular, eu disse a ele que tinha sido assaltada o que não era mentira pois pegaram o meu bebê sem a minha autorização, mas acrescentei que os assaltantes me ameaçaram expôr minhas fotos pela rede social.

– Credo, amiga! Você é bem azarada, hein? Que gente doida iria querer colocar suas fotos nas redes sociais? Pra acabar com o vírus? Haha.

– haha, palhaço!

– Agora é sério, quer chamar a polícia? A gente pode rastrear o seu telefone e aí mandar eles pro xilindró, mas se eu fritar ele agora não vamos conseguir mais nada...

– Tá tudo bem, era muito velho mesmo e eu queria me desfazer dele.

Ai meu bolso... Sniff.

– Tá certo então.

Vou cumprir a minha promessa de não denunciar ninguém, lamento e muito pelo que aconteceu com aquelas garotas, aquela cena vai ficar muito tempo em minha mente, mas eu não posso arriscar a ser uma delas.

E pelo modo como tudo aconteceu eu percebi que eles não são mesmo pessoas comuns, diria até que seria totalmente inútil pedir ajuda a polícia, o jeito vai ser respirar fundo e fingir que nada aconteceu.

Pedi para o William me deixar em casa, mas antes , liguei para a minha amiga Amanda e pedi para ela me "cobrir" no trabalho pois eu não iria voltar, disse a ela a mesma coisa que contei ao William e acrescentei que não consegui fazer a entrevista com o cara por conta disso, afinal um assalto deixa as pessoas traumatizadas, né?

E foi assim que cheguei em casa, tomei um longo banho, mas mas não consegui comer nada e me deitei na cama adormecer, mas não antes de me lembrar do olhar daquele homem que apesar de tudo, me deixou fascinada.

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