capítulo 19

Acordo e agora realmente não sei onde estou, me lembro de matar Izaly num golpe de sorte, de ouvir a Deusa gritar, Filipe pegar em minha mão e ela, sempre surgindo do nada, sempre por convivência estando no lugar certo. Acordo num pulo, já estou curada, graças às minhas habilidades sobrenaturais, passo o olhar por todo o cômodo e não a vejo. Então saio para fora, estamos na minha antiga casa na floresta atlântica, ela está tentando fazer um fogueira ou algo do tipo, e Filipe parece pensar num canto.

Vou em sua direção, com um movimento da mão, afasto tudo que está ao lado dela e a agarro, a pendurando numa árvore próxima, olho em seus olhos, e sinto a raiva voltando enquanto a sufoco com o movimento da minha mão apertando cada vez mais, Filipe tenta a soltar, mas estou furiosa e o prendo com galhos no chão o afundando na terra,ele tenta aquecer a terra mais o olho com fúria, sei que não tem culpa, mais ele não vai me impedir.

— Como é engraçado você está sempre em todos os lugares, todas as vezes sua cadela ridícula, melhor começar a falar Layla, ou eu juro que arranco até sua última memória dessa sua cabeça desprezível, nem que para isso eu tenha que arrancá-la fora. — aperto mais meu punho.

— Lua… est… sufoc…

— Jura, está ficando sem fôlego? Vadia desgraça, porque você está sempre onde estou? porque você sempre tem todas as respostas? porque está sempre no meu caminho? — Aperto mais forte.

— Lua, para… vai matá-la.. — Olho para Filipe e tapo sua boca.

— Não pense que porque sinto algo por você, vai me impedir. — Volto meu olhar para Layla — Você tem dez segundos antes que o oxigênio no seu cérebro acabe e eu arranque suas memórias a força.

Começo a contar, com cada vez mais fúria, e apertando ainda mais seu pescoço com ela no ar, até que ela começa a se debater, e a jogo no chão com toda minha força.

— Sara… — Ela diz recuperando o fôlego. — Ela é minha tia, sou descendente direto dela. — Ela senta, se encostando em outra árvore.

— Não achou uma boa idéia me contar isso antes? — caminho até ela.

— Você está instável, matou uma primordial Lua, vai ser caçada até o inferno. — Ela respira fundo tossindo.

— Acha que me importo? Já era caçada antes disso. Mas eu só estou nessa situação por causa de você. A mariposa, não foi Izaly, nem Acares, foi você, vadia imunda. — A movo com a mão a jogando em outra árvore, com ela caindo no chão.

— É, foi eu. Mas não muda o que foi dito, isso já está em você Lua.

— hum… hum… — Olho para Filipe e o solto.

— O que é seu está guardado, odeio manipulação, e não sou um peão no seu tabuleiro. — A levanto.

— Ela está sendo torturada, só você pode tirar ela de lar, pensei que alimentando seu ódio a libertária, fazendo psicologia reversa, você sentia mais raiva e faria o que preciso. — Dou risada

— Irei libertá-la, porque preciso, não porque você pediu ou precisa.

Vejo Filipe em pé, tentando recuperar o fôlego também, digo que sinto muito por o prender na terra e entro em casa.

Passa algum tempo e Layla entra na casa, está mancando, fiz isso com ela, sinto um pouco de culpa.

— Eu não sou sua inimiga. — Ela diz sentando ao meu lado.

— Realmente adorava sulgá, se não era eles, como me descobriram? — Pergunto segurando o choro.

— Lua, tem energia em você de lá. Acares tem limitações, mas ainda é uma deusa, ela sabe o que está errado em seu reino. Eu queria me desculpar pela ilusão da mariposa e outros animais fictícios. — a encaro.

— Como sabia sobre mim?

— Sou mais velha do que pareço… — ela fala abaixando a cabeça.

— Queria que tivesse me contado…

— Eu tentei no começo, mas você não escuta ninguém, só sua vingança. — Reviro os olhos, sei que está certa.

— como sabe sobre mim? — pergunto novamente.

— Minha tia, eu só tô tentando viver em paz, já vivi muitas vidas e odeio todas elas.

— Outra maldição?

Ela encarou o chão, vi lágrimas escorrer em seu rosto.

— Minha mãe não suportou minha tia ser levada por Acares, morreu alguns anos depois, minha tia colocou tudo que descobriu em um livro que minha mãe me deu. Mas assim como ela lançou a maldição sobre todos aqueles que se sentissem diferentes na terra. Ela lançou em mim também, eu reencarno a cada oitenta anos, e as vezes me caso, tenho filhos, os vejo morrer na vida seguinte. E eu consigo lembrar de tudo da vidas passadas. — a encaro pensativa, Sara parece prender todos em um laço muito cruel. — no livro da minha tia, tem você no futuro, e eu teria que achar você, porque você tiraria ela de lar. Mas tenho medo que ela saia. — Ela chora. — Estamos presos nesse ciclo infernal, que somente ela pode nos tirar, aquelas pessoas que ela almodicoou pode ter uma nova chance de vida normal, sem cede de sangue, sem lua cheia, eu posso viver uma vida única que será só minha, mas não consigo nada disso, porque ela prendeu todos nós a sua liberdade.

— Desculpe te jogar naquelas árvores, eu estava com raiva. — me emociono.

— Eu sei Lua, e sabe como eu sei que ela vai ser solta? — faço que não com a cabeça. — Porque de todas as vidas que vivi, essa é a única que tenho o entendimento do que está naquele livro, nasci no mesmo dia que você, temos a mesma idade, eu observei inconsistências, soube como ocultar tudo de sulgá por um tempo, aí deixei me acharem, porque eu vi você matando vampiros, lobisomens, sonhava com você, estamos ligadas. Não pense que a quero solta porque estou querendo uma reunião em família, só quero ser livre. — Layla parecia sincera.

— Eu também…

Layla deita a cabeça em meu ombro, e eu sei como se senti, e minha raiva parece ser direcionada novamente, mas dessa vez fico calma, sem surtos.

— Preciso voltar a sulgá, saber o que tem acontecido lá, por enquanto você está segura aqui. Ocultei a casa e tudo em volta dela, não sei quanto tempo vai durar, mas terá tempo para aprender a ter controle.

— Como abriu o portal? Nós não precisamos ir ao campo, porquê? — Ela sorri.

— O portal do córrego é o mais importante, mais não o único. A energia que corre em nós, nos permite atravessar sem ir até o córrego.

— Sério? — pergunto em choque.

— Sim, porque acha que eles nos rastreiam entre dimensões. Mas não pode ir lá Lua, não ainda. Preciso que fique aqui, não podemos correr o risco de perdermos tudo. — Ela olha pra fora, Filipe está sentado, montou uma fogueira. — Sei que tá lutando para não sentir, mas conexões assim, não se desfaz, Ele está confuso, você está confusa. Mas não dar pra fugir disso. Tem comida e roupas aqui, vou tentar voltar logo.

Layla se levanta, e apesar de quase a ter matado, ainda sinto empatia por ela, porque como ela disse, nossa liberdade, depende da Sara, Layla fala algo para Filipe lá fora, e então some e um estalar de dedos.

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Comments

Davi Ramos

Davi Ramos

eita que tá bom...

2024-04-01

0

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