capítulo 14

Pela primeira vez sinto que me diverto desde que cheguei aqui, como se fosse mais leve está com Layla, está aqui em sulgá, a energia daqui, mesmo que eu não queira admitir, é como se eu estivesse em casa, mas eu quero vingança, eu quero mesmo, mas acho que já não é contra a dimensão inteira, mas sim contra o causador da minha dor, contra os causadores dos humanos tirados da terra sem uma escolha. Olho para Izaly, ela está radiante, também se diverti, de certa forma, mesmo ela sendo uma primordial, ela ainda está conosco, aqui…

A música para e começa tocar um tipo de trombeta estranha, não sei o nome do instrumento ao certo, todos ficam sério e sinto meu poder aumentar, sei o que estou sentindo, essa raiva, eu consigo saber do que se trata, fico em guarda junto com as outras pois Deusa do caos, Acares, passará por nós, sinto minha testa franzi e meu maxilar sobre pressão quando a vejo, atrás dela, Miguel e Kalebe, cerro o punho e tento controlar minha raiva, mas ao olhar para minha mão, ela está em chamas. Estou copiando alguém, alguém que também está com raiva, consigo sentir sua fúria misturada com a minha. Abro a mão na tentativa de dissipar a chama, mas não consigo e começo a sentir um certo desespero se aproximando quando Layla pega em minha mão.

— Controle-se, não pode contra ela, mesmo que queira. — Ela me olha seria.

Tento me concentrar no toque de Layla para tentar copiar sua humanidade enquanto eles entram no salão, fecho os olhos com a respiração profunda tentando me acalmar, e quando finalmente consigo me sentir humana, Acares para em frente a mim e Layla.

— As conheço?

Ela pergunta com uma voz doce e ao mesmo tempo firme, Layla e eu balançamos a cabeça dizendo que não. Ela vem até mim, e me encara.

— Conheço esses olhos marrom, me parece muito com alguém senhorita? — Ela pausa.

— Lua… — Digo engolindo seco.

— Lua, a terráquea que descobriu os quatros primeiros feitiços, sem ao menos saber o que está escrito. Elisa falou de você. — Droga, chamei atenção.

— Com todo respeito minha Deusa. — Faço reverência. — Não foi difícil.

— Não? — Ela questiona.

— Não, afinal é um dom natural não é?

Acares me observou de cima a baixo.

— Sim, é claro que é…

Ela sai andando com Kalebe e Miguel, sem querer minha fúria volta junto com meus poderes, e olho para uma garota a frente, ela tem o cabelo verde, seu vestido é verde musgo, com detalhes de folha de árvore, incrivelmente lindo, sussurro em sua mente.

"Me conte o que ouvir"

No mesmo instante que uso meus poderes, mesmo que de forma discreta, Acares me olha no mesmo instante, seus olhos são desconfiado, e tentam me amendrotar, sinto minha espinha doer, mas lhe dou um belo sorriso simples e simpático na esperança que ela não tenha me sentindo.

Ela volta a olhar para frente, e percebo que ela disse algo já que a garota de verde sorrir pra mim como se estivesse em completo domínio meu e entorpecida.

"Humanos"

Acares senta na cadeira de cima, é quase um trono, e os Primórdios sentam a baixo dela, suas poltronas saíram debaixo do piso, cada uma com sua cor de domínio. Acares pedras preciosas, Miguel ouro, Izaly prata e Kalebe bronze. Os três sentados a frente, com ela em cima deles. O que isso? Demonstração de poder? Monarquia?.. suspiro e a música volta a tocar, tento não ver, mas sei que todos os quatro me olha de onde estão, de certa forma sabem que não sou o que digo, sabem que algo está errado desde que trouxeram-nos para cá.

Dançando tento me aproximar da garota de verde, que faz o mesmo, Layla não sai perto, ela teme que eu perca o controle, só que nesse momento eu que estou no controle das minhas emoções, dançamos as músicas animadas sem falar nada e olho algumas vezes e sinto seu olhar distorcido em mim, então vejo Filipe com Miguel, e meu coração acelera e a mariposa surge do nada.

— Você vai se arrepender se continuar com isso.

Sorrio pra ela e a mando voltar para onde estava, que mesmo contra, me obedece. Olho a garota de verde que já não me lembro o nome e lhe pergunto o que ouviu, ela diz com um sorriso, como se estivesse bêbada.

— Lua, ela não é humana, fiquem de olho nela…

Fico paralisada por um segundo e então a garota acorda do transe.

— Como cheguei aqui?

— Mia, a gente tava dançando, não lembra? — Layla pergunta com um sorriso.

— A sim, vamos beber algo?

Balanço a cabeça que sim, e Layla pedi que para que a garota com o nome Mia busque as bebidas.

— Lua, não temos muito tempo, Acares sentiu você.

— Eu sei, tenho que libertar ela.

— O que? — Ela parece surpresa.

— Vou ficar na encolha por uma semana, não posso permitir que me descubra com dois dias que estou aqui. — Digo sorrindo.

— Certo. Esquece à meia noite. Os olhos estão na gente.

Aceno com a cabeça e dou um gole no champanhe que Mia trás para nós logo em seguida, preciso de ar, então saio do salão e vou para o jardim, apreciar aquele lugar, e aquele vento limpo sobre meu rosto. Sinto lágrimas querendo escorrer, lembro do rosto dos meus pais, a dor em peito volta, vejo o rosto da Sara, seu desespero. Quero explodir, quero gritar, mas não posso.

— Lá dentro costuma ser sufocante.

— Um pouco… — Olho pra trás e o vejo.

— Não me deu a honra de uma dança… — Ele sorrir.

— Não devia se aproximar de mim. — Me afasto andando pelo jardim.

— Quem disse que estou me aproximando?

Paro e reviro os olhos ao encara-lo e tentar controlar minha respiração.

— Vem, quero te mostrar uma coisa.

Filipe pegou em minha mão e me guiou para fora do jardim, novamente estamos fora da neblina, no campo de treinamento, olho confusa para ele, não sei onde está me levando, mas presto atenção no caminho. Então a neblina se abri novamente, nos revelando um lugar com árvores plantadas em nuvens, árvores com folhas roxas, ele sobe e faz sinal para que eu suba também. Fico desconfiada, afinal são nuvens. Já embaixo da árvore, ele mostra o que parece ser uma caixinha de som com um pendrive nela. Novamente estou confusa.

— Tem um cantor de três séculos atrás, Bruno Mars, não sei se conhece. Mas gostei de uma música dele e se me permitir.

Ele coloca a música para tocar e a melodia é suave, romântica, tranquilizante, e junto com os olhos azuis de Filipe me deixa mais calma, ele estende a mão para mim, eu a dou a ele, e juntos dançamos nas nuvens, literalmente, e no refrão da música, as pétalas da árvore começou a cair sobre nós, nos rodeando, e depois sendo levadas pelo vento. Olho para cima as vendo cair e o sorriso é gigante em meu rosto, então volto a olhar para Filipe e nossos rostos estão próximos, sua mão na minha cintura, e a outra arrumando a mecha solta do meu cabelo atrás da orelha, seu olhos, sua boca sorrir, não me vejo, mas acho que meu rosto está da mesma forma que o dele.

— Você definitivamente é algo curioso.

Ele fala e só consigo sorrir, eu nunca achei que poderia viver um momento assim, ainda mais com alguém daqui, sulgá, onde é proibido a relação entre dois seres diferentes, então meu mundo volta a realidade e meu rosto endurece.

— Eu tenho que ir.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!