No fim, não consegui ir para casa depois de tudo. Sinto a minha cabeça trabalhando a mil. A ideia de ter que lidar com aquelas pessoas me deixa um pouco incomodada. Não é que eu esteja fugindo da realidade, mas nosso lar deveria ser um lugar confortável, o porto-seguro, ao menos é o que dizem, eu não tenho essa sensação. Sempre tive uma agenda lotada, para evitar voltar para casa.
Estava caminhando na praia, parecendo uma alma penada. Não havia ninguém na orla. O que era de se esperar, já que além de ser dia de semana era inverno, mesmo assim, ouvir apenas o barulho do vento e das ondas me acalmava, mas toda essa paz foi interrompida por uma ligação.
* CHAMADA ON *
— Onde diabos você está? Estou te ligando a horas. Espera. Isso é barulho de vento? Não me diga que você está na praia? Que vida fácil essa sua. Pessoas normais estariam trabalhando uma hora dessa. Não curtindo o mar. Você está desmoralizando os dias da semana. Que inveja. Queria chutar o balde e beber uma cerveja na praia. — Gleice estava falando bem rápido, parecia super agitada. Quer dizer, ela sempre foi assim. Quando começava a falar, ninguém parava. — Ah! Isso não é importante agora. Você viu que eu consegui colocar em todos os lugares o encontro de vocês? Só falam disso na internet, mas a mamãe surtou, parece que você não é a nora dos sonhos dela. O que fará? Vai tentar mesmo casar com o meu irmão?
— Acredito que não tenho escolha. Posso não ser a nora perfeita, mas seu irmão é o marido ideal para mim no momento. Terei que ir em frente com o plano. A parte boa é que você terá uma cunhada maravilhosa, melhor do que ter a minha irmã. Não acha? — Brinquei. Com toda a certeza a mãe de Alexandre estava junto com Márcia planejando unir ele e Virgínia. O meu surgimento atrapalhava todos os planos dela.
— Eu não te aguentava nem na escola, quem dirá na minha família. Bem, pensando bem, Virgínia seria ainda pior. Como viver uma guerra em todo jantar de família. Só de pensar nisso já me causa náusea. Nem fala. Meu irmão não pode apenas assumir um namorado gato? Seria ótimo, não é? Assim não teria uma cunhada para ter que aguentar. Venhamos e convenhamos, você também é uma peste. — Gleice me achava cabeça dura. Diferente de Virgínia que realmente aprontava, eu a irritava por uma característica bem forte: depois que botava algo na cabeça, eu não abandonava de jeito nenhum.
— Infelizmente. Terei que informar que serei sua cunhada. Já decidi isso. Agora só preciso resolver alguns detalhes para que isso aconteça. — Tenho que fazer Alexandre topar casar comigo. Era só um detalhezinho. — E eu vou precisar de sua ajuda.
— Tu tá brincando? Eu já arrumei o encontro. Me tira dessa. Tenho certeza que você está planejando algo grande. Se a minha família descobre que eu estou por trás disso. A minha mãe me coloca para fora de casa. E sabe como o aluguel de uma casa tá cara? Sabe que o meu salário é de jornalista. Definitivamente, eu não vou me meter nisso — Gleice sempre nega de primeira, mas a curiosidade sempre pega ela. Fiquei em silêncio apenas esperando a curiosidade dela gritar. — Ahhhhh! Vai. Diz logo o que tu quer.
— Eu sei que no fundo você está super animada com tudo isso. Só não quer...— Estava rindo, mas fui pega de surpresa vendo aquele homem se aproximar de mim. — Tenho que desligar agora. Ligo para você mais tarde.
— Espera! Você quer matar... — Gleice gritava, mas eu já estava desligando.
* CHAMADA OFF *
— Você? O que está fazendo aqui? Mais importante, como sabia que eu estava aqui? Não me diga. Um stalker? — Brinquei, mas estava surpresa não esperava encontrar ele tão cedo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Erlete Rodrigues
Alexandre?????
2024-09-27
0
Nil
Nossa ele foi rápido de mais indo atrás dela, será que ele aceitou participar do jogo.🤣🤣🤣🤣🤣👏👏👏
2024-06-08
2
Adiji Abdallah
Será que é ele 🤣🤣🤣
2024-05-24
5