Sou a própria Annabelle

— Pretende me embebedar para ganhar meu coração? Já adianto, sou muito bom com álcool. — Alexandre brincou enquanto eu entregava a taça para ele.

— Como iria conseguir o coração de um bêbado. O amor é muito mais racional do que se pensa. Quantas pessoas você conhece dizendo por aí ter encontrado alguém e se apaixonado completamente bêbado. O vinho é apenas para deixar o clima mais relaxado e a gente conversar melhor. Irei provar como sou perfeita para ser sua esposa de mentirinha — Aproximei minha taça da dele, para brindar, eu precisava vencer essa etapa, só assim poderia avançar no meu plano.

Poderia até me agarrar ao meu orgulho, sair por aquela porta e ignorar o fato que ele disse que eu era como todas as outras que viviam atrás dele buscando apenas o que tem a oferecer, não que fosse mentira, eu apenas quero o poder do seu nome e quebrar o coração da minha irmã.

Por isso, eu sabia que qualquer uma poderia fazer o papel oferecido por mim naquele casamento de fachada, mas ninguém poderia substituir Alexandre nos meus planos. Apenas ele era alvo de Virgínia. Nunca ouvi ela falando em nenhum outro nome quando se tratava de relacionamento, isso desde do seus 16 anos. Ignorando totalmente o fato que ele tinha o dobro de sua idade.

Mas há algo que Alexandre não sabia, eu não era como as outras. Todas nós somos como bonecas na frente dele, usadas apenas como decoração ou para se livrar do tédio, já que o gosto dele é focado no outro sexo. Assim como as outras, sou uma boneca em sua mão, a diferença é que posso ser a própria Annabelle.

— Então, qual é o seu plano? Posso ver um olhar confiante o suficiente para ficar curioso com que está planejado. — Alexandre sorria animado. Ele gostava de jogos. Como sempre teve tudo nas mãos, se interessa por tudo aquilo que seja diferente. Para quem tem uma vida perfeita, eu sou a própria bagunça em forma de gente.

— Fácil, eu trarei caos, problema, bagunça. Se você casar comigo, não terá um dia de paz depois disso. Isso eu posso garantir. Não haverá mais nenhum dia de tédio enquanto estiver casado comigo. Eu fe oferece isso. Desarrumar toda sua vida perfeitamente arrumada. O que acha? Juro. Sou muito boa em fazer bagunça. — Parecia uma proposta bem louca, mas não é de paz que Alexandre está procurando, ele busca problema, caso contrário, teria casado com minha irmã. Já que ela não tem defeitos quando se trata de ser a mulher perfeita para o homem de status se casar, com certeza, ela aceitaria qualquer coisa para ter o nome dele.

— Caos, ehn? Para ser sincero, minha vida anda muito calma, parece um lago de tão parado. Será que estou precisando de um mar agitado para dar animo? — Alexandre gargalhou com a ideia. — Você está certa. É diferente das outras. Ninguém havia me feito uma proposta tão absurda como essa.

— Viu? Já provei muito bem meu ponto. Agora vamos beber e comemorar que um tornado acabou de pousar na sua vida. — Completei nossas taças novamente. Já estava começando a me sentir um pouco tonta. Era a terceira ou quarta taça? Eu perdi as contas. Nunca fui bom com álcool.

Acho que meu plano saiu um pouquinho do controle. Afinal, eu não lembro de mais nada depois da terceira taça de vinho. Eu estava tão nervosa com tudo que havia acontecido, que acho que acabei bebendo demais. Acordei em um sofá cama, vestindo apenas a camisa de Alexandre, enquando ele estava adormecido ao meu lado, apenas de calça e com uma marca de batom do pescoço. Haviam várias garrafas de vinho esplanadas, além da bagunça que estava aquela sala. Parecia que um vendaval tinha passado por ali.

— O que diabos eu fiz? — Me sentei na cama nervosa assim que eu me dei conta do que havia acontecido. — Eu só posso estar sonhando. Não fiz isso, não é? Aí meu Deus! O que eu faço agora? Não estava nos meus planos dormir com ele.

Ao pensar no que poderia ter acontecido, me sentia nervosa. Eu havia realmente passado dos limites logo com aquele homem? Isso podia complicar tudo, afinal, nossos relacionamento deveria ser estritamente profissional. Como vou resolver essa bagunça que eu inventei?