Avy
O senhor Yuri decidiu esperar pela comida em seu quarto.
Procurei pela geladeira e decidi fazer uma massa com frutos do mar. Ele disse que só comeria se eu o acompanhasse, então montei dois pratos, montei uma bandeja e subi, graças a Deus não encontrei ninguém pelo caminho, estou com medo do pai do senhor Yuri
Bati na porta.
-Senhor Yuri?
Ele abriu rapidamente.
-Demorei?
-Um pouco, mas que prato mais lindo, Avy!
-Espero que goste, senhor.
Eu ainda estava em pé, ele me mandou sentar ao seu lado numa pequena mesa de vidro.
-Nossa, essa massa pede um vinho, o que você acha?
Ele diz já caminhando em direção a adega. Eu fico vermelha rapidamente.
-Oh, Avy, me perdoe! Cara que vacilo, me desculpa
ele retorna se desculpando tão logo percebe o que erro.
-Não tem problema senhor, pode tomar o seu vinho.
-Eu não faria isso com você, Avy! Não conscientemente.
-Eu concordo com o senhor que essa massa pede um vinho, e não poderei carregar esse trauma pro resto da vida. Pegue o seu vinho, senhor.
-Esqueça isso, Avy.
Começamos a comer e ele elogiou bastante o prato. Fiquei... Feliz! Nossa, eu nem me lembrava dessa sensação.
Graças a Deus os parentes do senhor Yuri foram embora e a casa voltou ao seu silêncio habitual.
Na hora do almoço, Dilcy veio me chamar para almocar.
-Eu estou bem, Dilcy.
-Não pode continuar sem comer, Avy, você trabalha muito o dia todo. Eu reconheço que agi erroneamente com você e peço desculpas, volte a comer conosco.
Ela parecia humilde e isso me fez aceitar o seu convite, mas por outro lado, imagino se o senhor Yuri não tem algo a ver com isso.
Falando nele, acabou de sair de viagem, ainda tem uma agenda de shows para cumprir até o final do mês.
Retorno para ao meu quarto de hóspedes de antes e a vida parece finalmente dar uma trégua.
Até que...
Amanhã é dezembro e estou me sentindo solitária e saudosa.
As luzes natalinas já foram ligadas há uma semana, não saí para ver, eu nunca sai da mansão desde o dia em que entrei, apenas sei que já estão acesas e me lembro com lágrimas nos olhos que era a época favorita deles.
Enquanto subia as escadas ousei abrir a minha galeria de fotos e percorrer as últimas ...
Há que saudades...
Não prestei atenção no meu percurso e quando dou por mim estou na frente de uma porta aberta, passo por ela e pelo vento frio, pois já está anoitecendo, sei que é o terraço.
Ergo os olhos e vejo uma cena terrível!
Arregalo os olhos e nem noto quando solto o celular e corro até o homem a minha frente. Ele está sobre um caixote com a cabeça enfiada numa forca.
Sem pensar duas vezes abraço suas pernas, sinto que estava por um triz de empurrar o caixote.
-Tenha piedade de mim e me deixe ir!
Ele pediu com voz de súplica.
Permaneço imóvel por sabe Deus quanto tempo e nenhum de nós dois dizia nada.
Até que ele se movimentou e tirou o pescoço da morte. Desceu um pé após o outro de cima caixote e ficou de frente para mim.
-Tinha que ser você, Avy?
-Não sei como vim parar aqui eu me distrai...
-Obrigado.
Ele me abraçou inesperadamente.
Ouvi um som vindo da barriga dele.
-Há quanto tempo não se alimenta?
-Eu não sei.
-Vem, vamos comer alguma coisa.
Pelo cheiro, sei que ele não tomou banho hoje.
Levo-o até a cozinha, é sexta-feira e então não deve ter funcionários mais em casa. Todos saem, só os seguranças permanecem na propriedade.
-O que acha de um macarrão ao alho e óleo?
-Pode ser.
Ele está frágil.
-Sabe, a minha família é uma lástima! Minha mãe vivia drogada até a morte. O meu pai um vigarista, viciado em jogos, meus irmãos um bando de sanguessugas.
-Deve ser difícil pro senhor.
-Yuri, me chame de Yuri, está bem?
-ok.
-Eu fui refém das chantagens emocionais deles por muito tempo, até que resolvi cortar laços de vez, mas ainda conseguem me atingir mesmo assim.
-Não fique assim. o senhor também terá a sua família e tenho certeza de que será muito linda!
-Como poderei construir família? Todos que se aproximam de mim só têm interesse no meu dinheiro ou na minha fama.
-Ainda existem pessoas boas.
-Não no meu mundo, Avy.
-Talvez te falte um pouco de fé, senhor.
-Pare de me chamar assim! Temos quase a mesma idade.
-Isso não muda o fato do senhor ser o meu chefe.
-Avy... Eu quero tanto ser pai ! Ter a oportunidade de dar ao MEU filho todo o amor que não recebi . Tanto de pai quanto de mãe.
-O senhor terá!
- Nenhuma das namoradas que já tive tem perfil de mãe, a maioria delas não querem nem ouvir a palavra maternidade.
-Talvez esse seja o problema, não tem se envolvido com o tipo de pessoa que realmente almeja pra sua vida.
-Talvez.
- O senhor tem um show hoje, o que faz aqui?
-Eu cancelei.
-Sério!? E pode fazer isso?
-Poder pode, mas é um baita prejuízo. - Ele diz com uma risada fraca.
-Já considerou fazer um tratamento, senhor? Terapia pode te fazer bem.
-Tentei, mas não gostei.
-...
-Avy, sente falta de cuidar dos seus filhos, não sente?
-Muita.
-Não pensa em ter mais filhos?
-Um filho nunca poderá ser substituído, senhor.
-Não quis dizer isso, só que... você parece que nasceu pra ser mãe. Um filho te traria um novo sol.
-Talvez esteja certo, mas não pretendo nunca mais me envolver com homem algum
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 33
Comments
ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA
Avy ainda está muito abalada com a perda dos filhos
2025-03-04
0
Ideusa Maria Gonçalves Maciel
Show.
2024-01-20
2
MAIZA AMORIM
que lindo esse capítulo, tomara que eles começam a se olhar diferente, pois estão construindo uma amizade, e da amizade surja amor
2024-01-07
4