Capítulo Dezessete

Carioca

Estávamos na mesa apenas aguardando a Barbara, só que notei que ela demorava, então resolvi subir pra ver se tava tudo bem, quando chego na metade da escada a ouço falar com Stefanno, e de novo aquele infeliz estava tentando algo com ela. Subi furioso e sem pensar soquei a cara dele.

Puxei Barbara comigo antes que eu fizesse uma merda.

Assim que descemos me sentei ao lado do seu pai.

— Francesco. — O chamo.

— Pode falar Vitor.

— Pela segunda vez eu peguei aquele desgraçado tentando algo a força com a minha mulher, da primeira fui paciente e aguentei, mas agora soquei a cara do desgraçado, se ele tocar nela de novo, eu juro que mato ele. — sussuro para ele.

— Deixa que eu resolvo isso. — Ele diz sério e se levanta.

No mesmo momento me levanto e sigo ele, quando menos percebemos Barbara já estava atrás de nós, até tentamos fazer com que ela voltasse, mas já sabíamos que não teria como.

Subimos e fomos na direção do quarto do desgraçado, Francesco nem deixou ele falar e já mandou o cara embora, mas claro que ele tinha que retrucar, Francesco já estava furioso e eu também, mas quando ele xingou ela perdi meu controle e fui pra cima dele, na hora que me fui voltar para perto da minha esposa o desgraçado sacou a arma e a Barbara foi mais rápida e meteu uma bala na cabeça dele.

Na mesma hora Francesco ficou desesperado e nervoso, sentia que não era algo bom ter matado esse infeliz. Ele e Barbara começaram a discutir e logo Matteo subiu preocupado, mas ela já foi falando para ele mandar limpar tudo e mandar o conselho se reunir.

Logo seu pai a rebateu e ela o olhou com fúria no olhar.

— Eu o matei e vou resolver, agora deixa eu descer e aproveitar os últimos dias bons que eu vou ter. — Ela diz e desce as escadas.

— Ela matou ele Francesco? — Matteo pergunta.

— Sim, já tínhamos um problema com sequestro, agora com a morte do chefe do quartel Mancini, vai piorar tudo. — Diz Francesco.

— É melhor já ligar pro conselho, quanto mais rápido resolvermos isso melhor. — Diz Matteo.

— Vitor, preciso que fique de olho nela, e você vai ter que nos acompanhar hoje. — Francesco diz sério e vai para o andar de baixo.

Eu e Matteo nos encaramos e não perdi tempo.

— O que vai acontecer Matteo?

— Se tivermos sorte, Barbara vai assumir o comando do quartel de Stefanno, mas se for ao contrário, será sentenciada a morte. — Nesse momento meu corpo estremeceu.

— Va ficar com ela Vitor, vou marcar a reunião para a noite. — Ele diz e entra no quarto.

Desço as escadas e fico observando ela de longe, ela ria enquanto Maria brincava com ela, que merda, era pra eu matar aquele desgraçado e não ela.

Caminhei até a mesa e fiquei ao seu lado, ficamos um bom tempo conversando com as meninas e logo elas subiram para descansar com as crianças, na mesa ficou apenas eu e ela.

— Barbara.

— Amor, se for falar sobre o'que aconteceu é melhor parar, eu sei resolver meus problemas muito bem e se acha que vou morrer hoje está enganado. — Ela diz isso e se levanta indo em direção a escada.

Não falo nada e apenas a acompanho até nosso quarto, ela vai até o banheiro e escuto o chuveiro ligar, fico sentado na cama esperando ela e em poucos minutos ela sai e vai até a mala pra se trocar.

— Vamos treinar amor? — Ela diz me encarando.

— Vamos. — Me levanto e vou me trocar.

Saímos do quarto e fomos direto pra parte de treino da mansão, ficamos lá por umas duas horas, sentamos em umas cadeiras que tinha e ficamos em silêncio. Mas não aguentava aquilo, tinha que falar com ela.

— O'que pretende fazer ? — Pergunto

— Já disse pra não falar sobre isso Vitor. — Ela diz calma.

— Barbara, somos um casal, você só quer ficar escondendo as coisas de mim. — digo levantando e andando um pouco pra frente.

— Eu não quero falar, é só isso. — ela diz fechando a cara. — E melhor eu ir, não quero ficar discutindo isso com você é perda de tempo. — ela diz se levantando.

— Perda de tempo? Tô do seu lado sempre Barbara, te ajudando, te apoiando, você sabe que faria tudo por você, e você vem falar que é perda de tempo conversar com a pessoa que ama você, com a pessoa que tá com você sempre ? — Digo nervoso. — Você realmente mudou, sei que aconteceram diversas coisas, mas essa não é a Barbara que eu conheço.

Na mesma hora ela me encara com raiva e vem até mim.

— Eu não vou ficar aqui ouvindo essa merda. — Ela diz me encarando e se vira pra ir embora.

— Ótimo, eu não vou ficar aqui com uma pessoa que tá pouco se fudendo pra nossa relação. — grito com raiva. — Eu sei que quer achar as crianças e eu também quero isso, mas queria fazer isso com você, ao seu lado. Mas você que não quer isso.

Ela se vira pra mim de volta, e eu realmente não reconheço mais ela, ela era outra pessoa, eu entendia o lado dela, entendia tudo que passou, mas nunca soltei a mão dela, sempre fiquei com ela, e agora ela estava agindo pelas minhas costas de várias maneiras.

— Me deixa em paz Vitor. — ela diz e sai andando.

Vou atrás dela e vejo ela indo pro salão principal, subo pro nosso quarto e tomo um banho rápido, tava nervoso, sai do banheiro e me troquei, peguei uma mochila e coloquei algumas roupas. Quando estava saindo do quarto ela apareceu.

— Aonde você tá indo? — Ela pergunta me encarando.

— Fica tranquila que estarei na reunião. — Digo andando até a escada.

— Vitor, onde você vai ? — ela fala já ficando nervosa.

— Pra que quer saber Barbara ? Só o'que importa pra você é o'que você faz, então como me pediu, estou te deixando em paz. — digo e nem dou tempo pra ela responder.

Desço as escadas e vou em direção ao escritório do Francesco. Bato na porta e ele me manda entrar.

— Francesco, vou para um hotel, me manda o endereço da reunião que encontro vocês lá, vou levar um dos seus homens pra dirigir. — Digo e ele me encara.

— Tem certeza disso ? — ele se levanta e vem até mim.

— Eu só preciso esfriar a cabeça, não tô afim de ficar aqui. — Digo e ele apenas concorda.

Saio e vou direto pra fora, um dos homens já está me esperando, entro no carro e ele me leva até um hotel próximo.

Eu precisava de um tempo, meu casamento estava se destruindo, só queria resolver logo tudo isso e ir embora pro meu morro.

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