Capítulo Nove

Barbara

Caminhava devagar por um enorme corredor, sentia minha cabeça latejando, o gosto de sangue na minha boca estava ficando horrível. Ao longo do corredor ouvi barulhos de tiro o'que me fez correr mais rápido, chegando ao fim uma porta enorme vermelha finalizava aquele enorme corredor. Abri com cuidado a mesma e quando olhei para seu interior, meu coração parou, três corpos deitados ao chão sem vida estavam pintando o chão de vermelho com sangue que escorria de seus ferimentos. Andei lentamente até aqueles três cadáveres totalmente desconhecidos, quando estava perto o suficiente para ver, vi Elena e duas outras pessoas, uma garota e um garoto, no momento não entendi, mas uma dor corroia todo meu ser, me ajoelhei no chão e como um flash vi meus filhos, eram eles, a minha visão falhou diversas vezes, toda hora que eu piscava via eles diferentes, uma hora como bebês, outra hora como adolescentes. Eu tentava tocá-los, tentava chama-los, mas nenhum deles se mexiam. Comecei desesperadamente gritar pelo Vitor e pedir sua ajuda.

…

Acordei totalmente suada e em Pânico, senti Vitor ao meu lado, mas não consegui olhar para ele, só me levantei e corri pro banheiro, uma tontura me tomou por levantar tão rápido e me sentei no chão frio do banheiro, coloquei as mãos no rosto e comecei a chorar. Ouvi a porta abri e vi Vitor entrar e vir até mim, ele perguntou algo, mas não conseguia responder, senti ele me erguer em seus braços e me levar novamente até o quarto, conversamos um pouco e logo voltamos ao banheiro para tomar um banho, ele foi carinhoso comigo oque me fez sentir uma paz enorme, ele me acalmava de uma maneira única, e isso era tão bom, depois do banho nos trocamos e descemos para o café.

Na mesa meu pai me fez algumas perguntas estranhas o'que me fez ficar com uma pulga atrás da orelha, o'que eles sabiam, será que sabiam do contato de Marino comigo? Isso não estava me cheirando bem, tinha que ser cautelosa nas minhas próximas ações.

Depois de um tempo saímos de casa e fomos direto para o quartel, tivemos uma reunião breve sobre a missão e depois fomos resolver alguns assuntos.

As horas passaram rapidamente e quando vi já estava na hora de nos reunirmos, fui até a área de armas e me preparei, ao me olhar no espelho me senti a mesma Barbara de cinco anos atrás.

Eu estava de volta e iria dar meu sangue hoje, queria deixar todos os sentimentos de lado e me ligar ao meu modo máquina.

Caminhei até onde todos estavam, todos me olharam inclusive Vitor, que nunca havia me visto assim, e seu olhar em mim era de curiosidade, ele não conhecia essa versão minha e tenho certeza que ia adorar.

Saímos do quartel e eu e ele fomos de moto até o local, depois de quase uma hora chegamos e todos se prepararam em seus lugares.

Os comunicadores estavam ok, as armas carregadas, só esperávamos o sinal de Matteo para começar a missão.

— Dai, puoi invadere. ( Vamos podem invadir) — diz Matteo.

Na mesma hora meus homens entraram na frente e eu e Vitor fomos em seguida, haviam dezenas de capangas inimigos, e eu ia adorar matar cada uns deles.

Com minha scar na mão fui desferindo tiro na direção dos inimigos, com cautela fui andando pelos pontos mais escondidos e atirando com tudo, minha primeira munição acabou e fiz sinal para Vitor me dar cobertura, carreguei a arma e me levantei novamente atirando. Já estávamos perto da entrada, quando avistei mais homens saindo da mansão, peguei uma granada no meu colete e tirei o pino com a boca, a joguei bem na entrada e logo o som da explosão tomou conta do lugar.

— Tudo bem por aí Barbara ? — diz Matteo pelo comunicador.

— Tudo ótimo, acabei de explodir uns malditos. — Digo e dou risada.

— ótimo, cuidado. — ele diz.

Continuamos avançando e minha bala acabou, tirei a mesma do meu corpo e joguei ao meu lado, Vitor veio correndo em minha direção e parou ao meu lado.

— Tá se divertindo ? — ele diz ofegante.

— Tô sim, mas ainda não acabou. — Digo sacando minhas pistolas.

Estávamos agora do lado da entrada, então corremos atirando em direção da mesma e derrubamos todos que estavam ali, entramos pela parte de trás da mansão e logo avistei alguns homens cinto em nossa direção.

— Vem, fica aqui. — digo para Vitor ficando atrás de uma das portas.

Tirei meu colete do corpo e coloquei de volta umas das armas no cinto, peguei minha faca e me preparei.

— Barbara. — Vitor me chama.

— Confia em mim amor. — digo e assim que me viro eles estão quase do nosso lado.

Em poucos segundos entro no meio deles desferindo dois tiros, derrubando dois, com golpes certeiros vou lutando com eles e derrubando todos, Vitor me auxilia atirando nos que estão vindo até nós, termino o meu serviço e todos estão mortos, me levanto e olho pro meu marido que me olha com brilho nos olhos.

— Porra garota, se é melhor do que eu imaginava. — ele diz.

— Você não viu nada. — Falo carregando minha pistola.

Volto minha faca pra dentro da bota e pego minha outra pistola, ficando com uma em cada mão, vamos adentrando o corredor e logo avistamos a sala principal, na entrada vejo Matteo em uma luta corporal com um dos homens, eu e Vitor nos aproximamos mais e quando vejo o homem está em cima de Matteo, pronto para socar ele, levanto uma das pistolas, miro e em segundos acerto a cabeça do desgraçado.

— Tá me devendo uma. — digo pelo comunicador.

— Tava tudo sobre controle. — ele diz e eu dou risada.

Seguimos andando até a escada principal e com cautela vamos subindo, conosco estavam mais cinco homens, fomos adentrando o corredor e eles foram abrindo as portas com cuidado.

Quando olhei para o final do corredor vi uma porta grande vermelha e nesse momento meu coração acelerou. Não podia ser.

Assim que entramos e todas as portas e se certificamos que não havia ninguém, fomos caminhando até a última, e a cada passo que me aproximava dela, arrepiava mais meu corpo, um dos homens abriu a porta e não havia ninguém, por um momento senti um alívio, andei até dentro do quarto e vi um telefone em cima da cama. Quando cheguei mais perto ele tocou com um número desconhecido, o peguei e atendi.

Ligação On

— Olha vocês quase me pegaram em, estou surpreso.

— Aonde você tá maldito. — digo nervosa.

— Calma minha querida, logo estaremos juntos.

— Vai se fuder Marino.

— Não fala assim com o homem que tem a posse das pessoas que você ama. — ele diz e eu escuto um chorinho fraco ao fundo.

— Meu filhos, se você….

— Não vou fazer nada com eles, temos um acordo. Mas sinceramente fiquei chateado quando soube que iam invadir a mansão, sabe Barbara, tô sendo bem legal, mas agora acho que preciso mostrar quem realmente manda.

— Oque você vai fazer ? — digo assustada.

— Quem sabe posso torturar um pouco a sua amada sogrinha. — ele diz e escuto Elena ao fundo gritar.

— Seu maldito

— Tchau minha flor até logo.

Ligação off.

Na mesma hora taco o celular na parede com fúria.

— Barbara calma, o que ele falou? — Vitor pergunta me segurando pelos ombros.

— Esse maldito sabia que estávamos vindo. — Digo e logo vejo meu pai e Matteo entrando no quarto.

— Parece que ele saiu daqui trinta minutos antes de chegarmos, acabamos de ver nas câmeras. — Matteo diz.

— Ele é esperto demais, temos que tomar cuidado. — Meu pai diz.

Eu não conseguia falar mais nada, eu queria tanto achar eles aqui, queria tanto acabar com isso.

Sai andando até a porta e segui pelo corredor, não tinha mais forças, ia me entregar para ele, essa era a única forma, desci as escadas lentamente, as lágrimas teimam em descer mas estava sendo forte, não ia mostrar fraqueza.

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