Ele olhou as mensagens repetidamente. Ele ouviu aquele áudio e imaginou o rosto de Luka naquele momento. Apesar de estar longe, ele tinha uma boa visão, ele podia ver perfeitamente a expressão em seu rosto... Doía. Ele realmente queria ir atrás dele. Ele deu dois passos à frente e parou. Ele teria gostado muito de lhe dar um último abraço...
—Ei, você está bem? — Uma de suas colegas se aproximou dele e tocou seu ombro. Sem perceber, ele havia se perdido em suas memórias mais uma vez. Tinha sido assim nas últimas quatro semanas. Sim, quatro semanas já haviam se passado—. Você terminou com sua namorada ou algo assim? — Ele ergueu uma de suas sobrancelhas—, estou dizendo isso porque você não para de olhar para o seu celular.
—Oh, não, não, não é isso... não uma namorada — ele murmurou a última parte—, de qualquer forma, o que está acontecendo?
Ela olhou para o lado, com as bochechas sardentas ligeiramente rosadas—. Eu queria saber se você está livre hoje, vamos almoçar juntos.
Ele pensou por alguns segundos antes de responder. Ele não tinha nada para fazer e, desde que ele se afastou de Luka, não havia ninguém por perto. Ele não ia aceitar, mas depois da universidade, as memórias que eles tinham juntos se tornaram a única coisa em que ele pensava. Ele não queria mais continuar se lembrando de algo que decidiu esquecer. Era melhor ocupar seu tempo livre com outra coisa.
—Tudo bem, vejo você na saída. — Ela sorriu para ele e foi até suas amigas. Emanuele a viu sussurrar algumas coisas e rir entre elas. Ele nunca entenderia as mulheres.
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—Você pode vir ao restaurante amanhã? A professora disse que você tem um prato para mostrar, eu quero ver. — Disse um dos chefs do restaurante mais importante da cidade. Luka, que estava andando ao lado dele, concordou energicamente com um enorme sorriso nos lábios. Realmente tudo estava indo muito bem. Ele tinha um bom emprego e a faculdade estava sendo muito agradável.
—Só me diga a hora e o dia, eu garanto que estarei lá sem falta.
—Perfeito, enviarei a data e a hora por mensagem. — O professor apertou sua mão e se despediu. Se ele não estivesse na entrada da universidade, ele certamente teria pulado de alegria.
Luka se virou e olhou para longe, seus olhos azuis encontraram aqueles cabelos castanhos que ele tanto sentia falta. À distância, Emanuele estava caminhando em sua direção, no entanto, o estudante universitário não estava sozinho, ao seu lado estava uma garota com cabelo loiro e trinta centímetros mais baixa. Por um instante, ele não soube como reagir. Emmanuel havia parado de falar com ele sem explicação, ele queria ir atrás dele e perguntar por que ele havia se distanciado, no entanto, vendo-o tão sorridente ao lado dela, ele decidiu não interromper.
No entanto, ele ficou lá, observando-o enquanto ele continuava avançando em sua direção. Ele sabia que deveria se mover, mas seus pés não se moviam. Emanuele olhou para ele e parou, com um traço de surpresa em seu rosto e com um brilho de tristeza, ele desviou o olhar. Ser ignorado por ele causou uma leve dor em seu peito.
—Espere! — ele gritou. A voz forte de Luca alcançou os ouvidos de todos, muitos pararam para ver o que estava acontecendo, no entanto, Emanuele parecia não tê-lo ouvido. Luka não ia ficar lá parado vendo-o ir embora com aquela garota, então, respirando fundo, ele correu em sua direção. Quando ele chegou lá, ele o agarrou pelo braço e o fez se virar para olhá-lo—. O que há de errado com você? — ele perguntou, irritado. Suas sobrancelhas estavam franzidas e seu olhar parecia mostrar raiva. Emanuele ficou surpreso ao ver o olhar frio que ele estava recebendo, ele nunca pensou que ele pudesse olhar para ele daquela maneira, no entanto, ele havia se afastado repentinamente e sem dar qualquer explicação, de alguma forma ele sentia que merecia.
—Nada aconteceu. — Ele respondeu indiferentemente, como se as coisas realmente continuassem da mesma forma. Luka ficou ainda mais irritado com o olhar desinteressado que recebeu, apertou a mão contra o abraço forte de Emanuele e franziu as sobrancelhas ainda mais.
—Sério? Por que não consigo acreditar em você? — ele questionou—, você parou de falar comigo, você leu as mensagens, mas não houve resposta. Você nem me deu uma explicação e diz que tudo está igual, você é um mentiroso desgraçado.
A voz de Luka falhou no final. Durante todo esse tempo ele esperou por uma ligação, uma mensagem, até mesmo um adesivo que lhe dissesse que eles ainda poderiam ser amigos, no entanto, Emanuele nunca deu nenhum sinal de que sua amizade poderia continuar, e quando eles se encontraram, ele disse que tudo estava bem, mas, para ele, tudo havia acabado.
Luka bateu em seu peito com um pouco de força—. Já não importa — ele murmurou—, se é isso que você quer... Que seja.
Luka se afastou dele e saiu correndo entre os alunos que saíam. Emanuele o viu ir embora, incapaz de apagar de seu rosto o olhar cheio de tristeza que ele tinha naquele momento.
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Luka chegou a um beco, suas pernas estavam tremendo e sua respiração estava acelerada. Seus olhos estavam úmidos, mas ele nem percebeu quando começou a chorar. E a verdadeira questão não era quando, mas por quê. Era claro que eles eram apenas amigos, no entanto, algo parecia completamente diferente. Era como se ele estivesse sendo abandonado.
Ele secou as lágrimas com as costas da mão e caiu no chão. Emanuele não passava de um amigo, ou pelo menos era disso que ele queria se convencer. Mas o fato era que, desde que se conheceram, sua amizade cresceu muito rápido.
Eles tinham gostos semelhantes. Por exemplo, ambos gostavam de dias de folga em casa, passeios em locais sem muitas pessoas, leituras sobre qualquer assunto interessante, longas conversas sobre qualquer coisa e, acima de tudo, ambos compartilhavam o amor pela gastronomia. Eles eram tão compatíveis que o assustaram no início. Mas, sem saber, Emanuele estava presente em todos os dias de sua vida.
Quando ele estava em casa, ou quando Leandro o fazia cozinhar para ele, ele sempre enviava uma foto do que estava fazendo. À noite, quando seu chefe o estava matando com trabalho ou quando ele tinha um encontro com alguém, ele sempre procurava se distrair com ele. Em qualquer instante, Emanuele estava lá, mas agora que ele havia partido, o que restava a ele, o que ele poderia fazer?
—Merda — Luka se encostou na parede e deixou escapar um suspiro de frustração—. Realmente acabou...
Luka fechou os olhos por um momento, no entanto, foi tempo suficiente para que alguém cobrisse sua cabeça com um cobertor e o golpeasse na nuca. Ele estava tão distraído que nem resistiu.
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Ele abriu os olhos lentamente, mas viu apenas escuridão. Algo cobria sua cabeça e o impedia de ver qualquer coisa. Sua boca estava selada. Suas mãos e pés estavam amarrados com força. Qualquer tentativa de fuga era inútil.
Quem sabe quanto tempo se passou sem ouvir o menor som, mas de repente, passos no chão podiam ser ouvidos ao longe, mas logo se aproximaram dele.
O capuz foi removido de seu rosto, no entanto, uma luz branca e ofuscante o impediu de ver qualquer coisa. Ele franziu as sobrancelhas e fechou os olhos, completamente irritado.
—Você foi muito bom em se esconder durante anos. Tenho que admitir que seu pai era um gênio filho da puta. Olha só, fazer uma cirurgia em você para que ninguém soubesse seu paradeiro, isso é outro nível. — Disse um homem nas sombras. Luka estava confuso, ele nunca havia feito cirurgia e seu pai não se importaria com sua segurança. Aqueles bastardos tinham a pessoa errada.
Ele tentou dizer que eles tinham a pessoa errada; no entanto, a mordaça em sua boca o impedia de fazer qualquer som.
—Certo, vamos tirar algumas fotos e começar o leilão.
Os olhos de Luka se arregalaram. Quando ele estava trabalhando com Leandro, ele estava pesquisando sobre tráfico de pessoas, mas ele não tinha nada a ver com isso, ele nem era um homem X25, como os homens capazes de dar à luz eram conhecidos.
Seu pânico aumentou quando, da porta, entraram duas pessoas com roupas estranhas e olhares assustadores.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Carla Santos
Agora que desgraçou tudo agora sim foi sequestrado e pior vai ser leiloado
2024-10-19
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