Leandro, a passos largos, aproximou-se de Luka e encurralou-o contra a porta. Luka, desprevenido ou apanhado de surpresa pela aproximação repentina, cambaleou um pouco ao recuar, e os joelhos dobraram-se, dando a Leandro a oportunidade de meter um dos pés entre as pernas do rapaz.
Luka, um pouco nervoso e irritado, tentou empurrá-lo. Mas o seu esforço revelou-se inútil quando Leandro, usando a sua força superior e maior altura, agarrou os seus pulsos brancos e colocou-os acima da sua cabeça. Para limitar ainda mais os movimentos de Luka, colocou o outro pé entre as suas pernas, forçando-as a abrir um pouco mais.
— Solte-me! — Disse ele, irritado. Luka sabia que Leandro estava habituado a ter todos a seus pés; contudo, não pensava deixar-se dominar tão facilmente. Mas a verdade era que gostava de ver e sentir a possessividade do seu chefe. Apesar de tudo, antes cortava a língua do que admitir tal coisa.
— Ou quê? — Perguntou Leandro, trocista. — Vais pedir ajuda ao teu namoradinho universitário? Sabes que estará morto antes que consiga fazer alguma coisa. Mas vá, grita, e vê o corpo dele cair aos meus pés.
Luka franziu as sobrancelhas. Não podia arriscar, muito menos brincar com a vida de Emanuele. Mas também não queria ceder a esse homem arrogante.
— Deixe-me ir ou dou-lhe um murro. — Avisou. Contudo, as suas palavras foram recebidas como se fossem uma piada. Leandro agarrou o seu queixo afilado com a mão esquerda e forçou-o a levantar a cabeça.
— Tente. — Depois de sussurrar a palavra, pressionou os lábios contra os de Luka.
O beijo, longe de ser calmo, era de uma bestialidade completa. Os seus lábios invadiram os de Luka de forma agressiva. A sua língua quente e húmida deslizou para dentro da boca do rapaz e explorou cada centímetro ao seu alcance. Luka foi pressionado com ainda mais força contra a porta de madeira, e as suas pernas, inicialmente fracas, tremeram um pouco mais. A sensação exigente e obsessiva percorreu cada centímetro da sua pele. O beijo tornou-se mais profundo e húmido. Só se separaram por breves momentos para recuperar o fôlego. Um fio fino de saliva escorreu pelo canto dos seus lábios.
«Não, isto não está certo.» Pensou.
Leandro largou o queixo de Luka e deslizou a mão até à sua cintura. Planeava continuar a descer, talvez até às suas nádegas; contudo, antes que a sua mão pudesse ir mais longe, Luka mordeu-lhe o lábio com força suficiente para o afastar um pouco. Assim que o aperto dele vacilou, Luka deu-lhe um pontapé na virilha e cuspiu para o lado; a saliva misturada com o sangue de Leandro.
— Avisei-o hoje e, para que fique bem claro, não me volte a tocar enquanto viver!
Luka saiu, batendo com a porta com raiva. Leandro, que estava de joelhos no chão, limpou o sangue que lhe escorria da boca e sorriu. Ver a forma agressiva como Luka o olhava despertou nele o desejo de o possuir. Tomar o seu corpo até ao último centímetro e fazê-lo esquecer todos os outros homens. Queria beijar e morder aquela pele de porcelana branca e marcá-lo como seu. Se pudesse, trancava Luka e amarrava-o à cama. Entrava nele e deixava marcas por todo o lado. Desejava fazê-lo perder a cabeça e fazer Luka Mancini pensar nele como seu amo e senhor.
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Luka correu para a casa de banho do segundo andar. Antes de trancar a porta à chave, certificou-se de que não estava lá ninguém. Depois de fechar a porta, foi até ao lavatório e apoiou-se no azulejo bege, inclinando a cabeça. A sua respiração era irregular e a frequência cardíaca assustava-o. Era como se o seu coração fosse saltar pela boca a qualquer momento.
Levantou o olhar e viu o seu reflexo no espelho. O seu rosto estava vermelho, e os seus lábios pálidos estavam ligeiramente inchados e rosados. Tocou-lhes com cuidado, lembrando-se do beijo intenso que o tinha deixado sem fôlego. Leandro podia ser um idiota, mas não podia negar que beijava muito bem. A sensação de ser sugado ainda permanecia na sua boca. A língua dele era tão quente e húmida que lhe foi muito difícil resistir. No entanto, não lhe podia dar o prazer de fazer o que quisesse com ele.
— Idiota. — Murmurou.
Luka abriu a torneira e lavou o rosto. A água fria entrou em contacto com os seus poros, e ele recuperou rapidamente a cor natural da sua pele. Depois de se secar, saiu da casa de banho e desceu para o bar.
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— Ei! Onde te meteste? Era suposto celebrares a tua entrada na universidade, mas desapareceste a meio! — Queixou-se Andrea. Luka não disse nada, apenas se sentou ao lado de Emanuele e bebeu a bebida que Andrea tinha preparado anteriormente. No início, estava feliz por festejar com eles, mesmo depois do beijo com Leandro, ainda estava de bom humor. Contudo, quando descia as escadas, viu Leandro a beijar outra pessoa.
Ele sabia que não devia ligar. Que o que quer que fosse que tivessem não era possível, ele é que o tinha decidido. Não queria ser apenas um acompanhante de cama. Ele procurava algo sério. Embora nunca tivesse tido um relacionamento nem gostasse de ninguém, era firme nas suas decisões. Se quisesse ficar com Leandro, teria de concordar em partilhá-lo, mas não queria fazê-lo. Tinha um forte sentido de posse. Mas Leandro não estava disposto a ficar apenas com ele.
— Estás bem? — A pergunta tirou-o dos seus devaneios. Luka olhou para Emanuele e assentiu.
— O meu chefe deu-me um trabalho um pouco irritante. — Disse ele. — Mas hoje quero divertir-me, vamos brindar a nós os três.
Andrea, embora soubesse que algo não estava bem, ergueu o copo e brindou com eles. Luka não falava dos seus problemas até que achasse necessário, e ele tinha aprendido a não se meter muito nos seus assuntos.
Por outro lado, era impossível ignorar o rosto de Luka. Emanuele, embora estivesse a conversar com eles, a comer e a beber, estava focado nas feições da pessoa ao seu lado. Desde que conheceu Luka, percebeu que ele escondia muitas coisas, mas, ao mesmo tempo, era um livro aberto. Luka era uma pessoa pouco expressiva, mas havia coisas impossíveis de esconder.
Olhou para Luka, as luzes brilhantes do bar incidiam diretamente sobre o seu rosto pálido. Sob a luz azul e roxa, parecia que os seus olhos brilhavam lindamente, tal como no primeiro dia em que o viu.
Naquela altura, Luka estava sentado na borda de uma fonte artificial. O seu cabelo estava colado na sua testa suada, e o sol batia-lhe no rosto. O amarelo brilhante fá-lo resplandecer. Era único entre todas as pessoas à sua volta. O seu peito movia-se para cima e para baixo. Embora houvesse mais de uma dúzia de pessoas presentes, os seus olhos não se conseguiam desviar daquele rosto pálido e brilhante. Luka era como um íman para os seus olhos, embora ele não o soubesse.
— Ei! Estás bem? — Luka estalou os dedos à frente do rosto de Emanuele, assustando-o um pouco.
— Sim, estou bem. Disseram alguma coisa? — Emanuele olhou para Luka e Andrea. Eles trocaram olhares, mas não disseram nada.
— Estás bêbado? Se sim, posso levar-te à estação de comboio. — Ofereceu-se Luka gentilmente. Contudo, uma mão grande pousou no seu ombro e, do outro lado, viu Andrea a encolher os ombros. Só de sentir o frio a atravessar o tecido fino da sua roupa e o aroma familiar do perfume, soube quem era.
— Levar quem? — A voz fria de Leandro conseguiu arrepiar os pelos do corpo de Andrea. Ele realmente admirava a coragem de Luka por lidar com uma pessoa assim.
— Ao meu amigo, claro. — Respondeu Luka, olhando para Leandro. O homem olhou para Emanuele com desdém. Ele sentiu-o, mas limitou-se a ignorá-lo.
— É pena, vão ter de voltar a pé. — Disse ele, trocista. — Um idiota bateu no meu carro no parque de estacionamento, por isso preciso das chaves, Luka. Sam não vai esperar muito tempo. — Leandro agarrou a cintura do rapaz ao seu lado. Era o mesmo com quem Luka o tinha visto nas escadas.
Luka não disse nada, levantou-se e tirou as chaves do bolso das calças. Depois, entregou-as a Leandro sem reclamar. A indiferença e a falta de expressão fizeram com que Leandro apertasse as mãos inconscientemente. Não tinha sido há muito tempo que se tinham beijado, como é que não o afetava vê-lo com outro?
— Não se preocupe, senhor, não precisamos de voltar a pé, há muitos hotéis por esta zona, vamos passar a noite lá. — Disse Luka calmamente. — Tenha uma boa noite. Vemo-nos amanhã.
Leandro só conseguiu engolir em seco as suas palavras e a sua raiva. Virando-se, foi-se embora. Luka respirou fundo e, com um sorriso enorme, voltou ao seu lugar e fez um brinde novamente.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
ZINTHOS__
To amando o Luka ksksksk
2024-12-17
0
Ana Lúcia
orgulhosa de você Luka e isso ai
2025-02-11
1
Santos 💗
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣 Leandro 0 x 1 Luka
2025-02-08
0