Capítulo 12

— O que foi? Conseguiu encontrá-lo?

Leandro estava impaciente, andando de um lado para o outro, enquanto mexia nervosamente na arma na sua mão. Fabrizio franziu as sobrancelhas e olhou para o cano da pistola no seu ombro.

— Podes tirar essa coisa de mim? Ainda sou jovem para morrer. — Ele empurrou delicadamente a mão de Leandro. O mafioso estalou a língua e franziu a testa.

— Consegues encontrá-lo ou não? — Voltou a perguntar, perdendo a paciência a cada segundo que passava.

— Isto não é um filme, está bem? Não é como se eu carregasse três vezes e magicamente aparecesse a localização dele. — Disse, um tanto irritado com a atitude de Leandro. Tinham passado anos desde que se viram pela última vez, no entanto, aquele idiota não tinha mudado nada na sua personalidade.

— Despacha-te, ele não tem muito tempo. — Não tinham-se comunicado com ele ou com a família Mancini para pedir um resgate, o que só podia significar uma coisa: queriam informações sobre eles. O Luka não era um traidor, e ele sabia disso, no entanto, não podia garantir que ele mantivesse a boca fechada perante os interrogatórios.

— Ele é teu namorado? Ou porque estás tão nervoso? — Perguntou, enquanto digitava algumas coisas no computador.

— Ele é o meu secretário. — Fabrizio parou de digitar e olhou para Leandro, que estava sentado ao seu lado, numa cadeira de pele. — O quê? Não me posso preocupar com ele?

— Não. Não podes. — Voltou a olhar para o computador e continuou a fazer o seu trabalho, no entanto, ainda não conseguia ficar calmo. — Tu não te preocupas com ninguém, nem sequer com o teu irmão. O que é que este secretário tem que o torna tão valioso?

— Ele é o meu secretário pessoal, tem informações valiosas. — Respondeu friamente. Não ia admitir em voz alta que estava muito preocupado com aquele rapaz. Nem em um milhão de anos o faria.

— Não me mintas, nem te mintas a ti mesmo, Leandro. Ambos sabemos que não é assim. — Falou, muito seguro das suas palavras. — Todos os secretários que tiveste são substituíveis. Até mataste um deles, porque, para ti, a lealdade verdadeira não existe. Vá lá, Leandro, o idiota nem sequer abriu a boca e já estava morto. Porque pensas que vou acreditar em ti?

Leandro não disse nada durante meio minuto.

— Pensa o que quiseres. — Bufou, irritado. Fabrizio apenas sorriu, satisfeito com o que tinha conseguido.

Leandro nunca tinha pensado o quão importante era o Luka para ele. Sabia que o queria manter ao seu lado. Estava ciente de que queria possuir o corpo e a mente dele. Era claro que tinha ciúmes e era possessivo com ele. No entanto, nunca pensou a sério porque era assim com ele.

Atraía-o o corpo e o rosto dele, mas só até aí. Não pensava no Luka de forma romântica, muito menos queria uma relação só com ele. Só queria uma noite com aquele corpo que desejava há muito tempo. No entanto, a resistência de Luka tinha-o complicado mais do que imaginava.

— Ele é um pedaço de carne. — Disse, confundindo um pouco Fabrizio.

— O que estás a dizer?

— O Luka Mancini, o meu secretário pessoal, é apenas um pedaço de carne para mim. — Disse, como se realmente acreditasse nas suas palavras. — Assim que fizermos sexo, pode acontecer-lhe o que for, eu não vou interferir.

Fabrizio assentiu, incrédulo. Não disse mais nada, era divertido ver como Leandro Bernocchi lutava para mentir a si mesmo, e acreditar nessas mentiras. Desde que o conheceu, Leandro tinha sido um cabeça-dura, mas nunca pensou que fosse tanto.

Passaram-se mais alguns minutos e Fabrizio encontrou o local, um tanto exato, onde estava o Luka Mancini.

— Bingo, encontrei-o. — Leandro, que se tinha perdido nos seus pensamentos, pousou o seu olhar e toda a sua atenção no ecrã, que tinha algumas coordenadas.

— Porque é que é um círculo e não uma localização exata? — Leandro olhou para Fabrizio, sentindo que algo não estava bem.

— O telemóvel está desligado, não consigo saber a sua localização exata, só te posso dar um raio de precisão. — Fabrizio olhou para o ecrã. — Quando falei com o Geovanny, ele disse que o Luka provavelmente tinha sido raptado por aqueles traficantes de pessoas, no entanto, eles não têm nenhuma localização neste local.

— Talvez tenham crescido desde que falaste com eles. — Disse. — Seja como for, envia-me a localização, eu trato de o encontrar.

— Está bem.

...----------------...

Uma caravana de cinco carrinhas GMC Sierra pretas, seguiam a toda a velocidade pela estrada. As coordenadas levavam-nos a uma aldeia nos arredores da cidade. Leandro tinha um rosto sério e um olhar frio. Pensava em tudo o que leu sobre aqueles traficantes de seres humanos, e se de alguma forma magoassem o Luka, ele fá-los-ia pagar com sangue… e não só o deles, como também o das suas famílias.

Depois de algum tempo, a caravana estacionou no centro da aldeia. Todos os habitantes locais ficaram espantados ao ver carrinhas tão luxuosas. Além disso, o porte das pessoas que saíram daquelas carrinhas era assustador. O homem à frente tinha um semblante sombrio e uma cicatriz perigosa marcava um dos seus olhos. Sem dúvida, era alguém com quem, uns simples aldeões, não se metiam.

A praça principal ficou vazia em poucos minutos, as lojas baixaram as persianas e fecharam as portas. Leandro, habituado a ser temido, não lhe deu a mínima importância.

— Procurem em cada canto possível, mesmo debaixo das pedras, se for preciso. — Ordenou. Claro que ele também ia procurar alguma pista sobre o paradeiro de Luka. Voltou a olhar para o telemóvel, felizmente, a aldeia tinha poucas estruturas que servissem de esconderijo.

Os homens do Dragão espalharam-se por todo o lado. Ele, juntamente com mais duas pessoas, incluindo o Leo, caminhou em direção a um minimercado que permanecia aberto.

Os aldeões que ainda estavam lá, afastaram-se da entrada principal e correram para a parte de trás da loja. O Leo inspecionou os corredores e as pessoas atrás, enquanto isso, Leandro parou em frente à caixa e olhou para ela com desdém.

— Procurava alguma coisa? — Questionou a rapariga, com um nervosismo acentuado. Leandro recostou-se no vidro da montra e cravou os olhos nela.

— Estou à procura de uma pessoa. — Disse. O sotaque da cidade, aliado àquele tom de voz grosso e arrogante, arrepiou-lhe os pelos da pele. — É um rapaz jovem, cabelo platinado, quase branco, tem olhos azuis e brilhantes, já o viu?

— Ah, aquele rapaz. Sim, sim já o vi, é muito bonito, e estava acompanhado pelo Emanuele e pelas irmãs dele. — Ela sorriu, ainda se lembrava de se ter atrevido a pedir-lhe o número, no entanto, o olhar de Emanuele fê-la recuar. Embora aquele olhar de aviso não se comparasse com aquele olhar afiado que o homem à sua frente lhe lançava.

— Leo — a voz forte de Leandro fê-lo voltar imediatamente. — Cancela a busca, o idiota está com aquele imbecil. — O Leo assentiu e saiu do minimercado. — Diz-me, onde posso encontrá-los?

A rapariga hesitou por um momento, no entanto, a história lamentável que Leandro lhe contou, fê-la dar-lhe o endereço com lágrimas a escorrer pelas suas faces.

Quando saiu do minimercado, o Leo já tinha reunido os homens, todos estavam à espera das suas ordens. Ele, com um simples movimento, fez com que todos entrassem nas carrinhas. Ele também entrou e começou a conduzir, pisaram o acelerador com tanta força, que levantaram uma nuvem de poeira. Depois de desaparecerem naquela nuvem de poeira, os habitantes locais finalmente saíram dos seus esconderijos. Grupos de cinco a dez, reuniram-se no minimercado para falar com a caixa e perguntar-lhe sobre aquele homem misterioso e assustador.

...----------------...

O Luka e o Emanuele, que tinham ficado mais um dia, estavam de volta à aldeia. O Giorgio tinha pedido ao filho para entregar algumas coisas, antes de regressar à cidade, o Emanuele não viu problema, pois a universidade tinha um dia de folga, e o Luka limitou-se a enviar uma mensagem ao irmão, afinal, já se considerava um desempregado.

Ambos chegaram à aldeia e viram que havia alguma apreensão nos rostos dos habitantes locais. O Emanuele aproximou-se de uma velhota, a mesma senhora que antes lhes tinha dado um rebuçado às suas irmãs mais novas.

— Aconteceu alguma coisa? — Questionou. A velhota assentiu. Ela era muito velha e nunca tinha saído dali, por isso estava um pouco assustada.

— Uns homens vieram aqui… parecem más pessoas… — ela olhou para o Luka, atrás do Emanuele. — Estavam à procura dele. — Disse.

Emanuele virou o rosto para Luka. Luka franziu as sobrancelhas, o único que podia ir lá ter com ele, o único que o podia encontrar era o Leandro Bernocchi.

— Para onde foram? — Perguntou à velhota.

— Perguntaram à Sophia sobre o teu paradeiro, ela deu-lhes a morada da tua casa. — Respondeu, olhando para o Emanuele nas últimas palavras.

— Vamos embora. — Ordenou Luka, indo em direção à carrinha e sentando-se no lugar do condutor.

O Emanuele despediu-se da velhota e correu em direção à carrinha, mal fechou a porta, Luka pisou o acelerador. O Emanuele agarrou-se onde pôde, enquanto tentava apertar o cinto de segurança.

— Aquele idiota. — Murmurou Luka, pisando mais fundo.

...----------------...

Jajaja O Luka não tinha sido raptado, estava a divertir-se.

Peço desculpa pelos atrasos, tenho tido pouco tempo para escrever 😢 Vemo-nos em breve.

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Comments

Carla Santos

Carla Santos

Lukas caiu fora devido a briga que teve com Leandro kkkkkkkk todos pensando que tinha sido sequestrado kkkkkk

2024-10-19

1

Anny

Anny

????ahmmmm volta aqui ... quero mais capítulos . rsrsrsrs

2024-10-14

0

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