—O secretário do Dragão é seu irmão Luka, certo? —perguntou Vicenzo, enquanto olhava para as informações que haviam chegado há pouco em seu telefone.
Elio olhou para ele, com um traço de confusão nas sobrancelhas, mas, mesmo assim, assentiu. —Por quê? Aconteceu alguma coisa com ele? —Ele se levantou imediatamente e caminhou até o marido. Vicenzo, o mais rápido que pôde, fechou o e-mail e desligou o celular.
—Nada, só queria saber para poder fazer negócios com ele. —Mentiu.
—Que negócios? —No entanto, Elio era inteligente demais para acreditar nessas palavras. Eles estavam juntos há tempo suficiente para saber que aquela expressão em seu rosto significava mentiras e problemas.
—Ultimamente, temos tido problemas com os russos, e tenho entendido que eles têm bons negócios com os Bernocchi, precisava da sua ajuda. —Vicenzo se aproximou de Elio e o abraçou pela cintura, depois beijou seu pescoço e seus lábios. —Não se preocupe, está tudo bem.
Elio não disse nada, por enquanto, ia deixar as coisas assim. No entanto, isso não significava que ele não iria investigar por conta própria.
…----------------…
Vicenzo chegou ao luxuoso bar que, ele sabia, era administrado por Alessandro Bernocchi. Embora ambos tivessem ficado em uma inimizade marcada, ele ainda estava preocupado com Luka.
Ao chegar ao escritório, o segurança abriu a porta para ele e o deixou entrar. Lá dentro, os dois Bernocchi estavam sentados, um de frente para o outro. Ambos levaram os olhos ao imponente Vicenzo Di Marco e o cumprimentaram.
—Fiquei sabendo pelo Mike que Luka desapareceu, você pode me dizer que merda aconteceu? —Sua voz era ameaçadora e seu olhar frio. —Como diabos você deixou isso acontecer? O que eu vou dizer ao meu marido?
—Acalme-se, carvão! Você não vem aqui para nos dar ordens. —Gritou Leandro, enquanto se levantava.
—Ele está sob seu comando, imbecil! E você nem está fazendo nada para encontrá-lo! —Vicenzo estava furioso. Leandro também não estava tão calmo, ele se levantou e foi até ele para agarrá-lo pelo pescoço, no entanto, Alessandro o deteve.
—Calma, o mais importante neste momento é o Luka, não ele. —Disse. Ele era o mais calmo dos três, embora estivesse preocupado, sabia que não ajudava em nada brigar naquele momento.
—Vocês não têm ideia de quem pode ser? —Perguntou Vicenzo, após um minuto de silêncio em que mantiveram olhares intensos de raiva.
—Temos uma vaga ideia. —Leandro pegou uma pasta em cima da mesa de madeira e entregou a Vicenzo. —Tivemos um contratempo com eles em nossa última entrega, porém, tudo foi resolvido, eles não têm motivos para nos trair assim. —Afirmou. —Vou falar com eles.
—Você está demorando, não é? —Vicenzo não perdeu a oportunidade de apontar sua incompetência.
—Vou agora. Irmão, se acontecer alguma coisa, me avise imediatamente. —Disse, olhando para Alessandro. Ele assentiu.
Leandro saiu dali, pegou seu celular e discou o número que tinha salvo, porém, não obteve resposta alguma. Ele fez mais duas ligações, até que finalmente conseguiu falar com a outra pessoa. Ele ocupou o banco do passageiro e o motorista começou a dirigir.
[O que você quer?] Respondeu em um tom irritado. Embora os negócios tivessem transcorrido sem maiores problemas, eles não voltaram a ter contato. Poder-se-ia dizer que estavam em termos neutros.
—Sequestraram meu secretário, seus bastardos malditos. —Leandro tinha certeza de que eles eram os responsáveis, nem sequer deu margem para dúvidas.
[Não, Dragão, eu não sequestrei ninguém. Não faça acusações falsas, ou pode sair caro.] Embora sua voz parecesse convincente, Leandro não conseguia confiar em suas palavras. Afinal, ambos eram criminosos e sabiam perfeitamente que, nesses negócios, não havia lealdade garantida.
—Você é o primeiro suspeito, Geovanny, vocês são minha concorrência direta, e com certeza estão tentando tirar informações dele. Me diga onde diabos ele está e quanto dinheiro vocês querem, ou na próxima vez que nos virmos, você terá uma arma apontada para sua cabeça.
As ameaças eram reais, no entanto, a outra pessoa nem se abalou.
[Pense o que quiser, eu não sequestrei ninguém. —Afirmou, com total segurança. —No entanto, conheço alguém que está interessado em tráfico de pessoas.]
—Vamos nos encontrar no mesmo lugar em meia hora. Lembre-se de vir sozinho e desarmado.
[Você acha que eu sou idiota?] Disse com uma gargalhada.
—Você quem mencionou, querido primo.
Leandro não disse mais nada e desligou a ligação. Depois de dar ordens ao motorista, ele olhou novamente para a tela do celular. Ele havia tirado várias fotos de Luka, e naquele momento, era a única coisa que o consolava.
No entanto, lembrar do rosto sorridente de Luka enquanto abraçava aquele bastardo o fazia ferver o sangue de raiva. No entanto, não era o momento certo para ficar com raiva, o primordial era descobrir seu paradeiro.
—Eu vou te encontrar, Luka…
…----------------…
—Primo, não tão querido. —Cumprimentou, de forma arrogante, um jovem de uns vinte e sete ou vinte e oito anos.
Geovanny Bernocchi era o herdeiro do grupo Bernocchi, uma empresa dedicada ao transporte de cargas para o mundo todo. Seu pai havia começado a traficar telas únicas por toda parte, vendendo-as a preços exorbitantes no mercado negro. Ele ainda não conseguia entender como uma pessoa podia pagar tanto por uma pintura horrorosa.
—Fale. —Ordenou, com ares de superioridade. Geovanny sorriu, arrogante. Se algo o caracterizava, era que jamais em sua vida havia baixado a cabeça para ninguém. Nem mesmo para o seu pai. Claro, ele não estava disposto a ser ofuscado por Leandro.
—Você pediu esta reunião, você é quem precisa da minha ajuda, não pode exigir aqui, primo. —Geovanny se recostou na dianteira de seu carro de luxo.
—Deixe seus joguinhos estúpidos, fale de uma vez! A vida do Luka está em jogo… —ele estava desesperado, a cada minuto perdido com aquele idiota, era uma possibilidade a menos de vida para Luka.
—De acordo, calma. Lembre-se, quem se irrita, perde. —Geovanny curvou os lábios em um sorriso zombeteiro e se aproximou dele, carregando um tablet em sua mão esquerda, que havia pegado de cima do carro esporte. —Aqui está a informação que você procura, mas… Nada é de graça. —Geovanny passou a mão direita pelo peito de Leandro e a desceu até seu abdômen. —O que você está disposto a dar?
—Estou disposto a dar um tiro na sua cabeça se você não tirar a mão de cima de mim. —Ameaçou Leandro, agarrando com força o pulso do primo e o afastando.
—Você não tem graça, é por isso que está sozinho. —Geovanny se afastou, entregando o tablet e segurando o pulso com a outra mão, se tivesse usado mais força, certamente teria quebrado o osso.
—Quem são eles? —Leandro ignorou o comentário e focou o olhar nas fotos que estavam sendo mostradas ali.
—Não sei exatamente de onde eles são, na verdade, ninguém sabe. No entanto, sabemos que eles têm membros em todas as partes do mundo. —Explicou. —Os que entraram na Itália são do Oriente Médio, mas seus nomes, ou codinomes, ainda são um mistério para mim.
Leandro franziu as sobrancelhas e ergueu o olhar. —Onde eu os encontro?
Geovanny ergueu os ombros. —Tenho um contato que tentou fazer um acordo com eles, mas algo que aconteceu lá o fez desistir.
—Envie-me a informação.
—Somos família, mas não dou nada de graça.
—Quanto você quer? —Questionou.
—A questão não é quanto eu quero, mas sim quem eu quero. —Um sorriso malicioso se formou nos lábios rosados de Geovanny. Leandro estreitou os olhos ao ver aquele olhar maléfico. Embora Geovanny tivesse a aparência bela e pacífica de uma pomba, ele era, na verdade, uma cobra venenosa esperando para pegar sua presa, asfixiá-la e engoli-la completamente.
—Você dirá. —Disse.
—Por enquanto não, direi quando chegar o momento certo. —Ele voltou ao seu rosto angelical, se virou e se aproximou da porta do carro. —Manteremos contato, primo.
Depois de entrar, ele se afastou em alta velocidade. Leandro o viu desaparecer na estrada e voltou para a van escura. O motorista, que estava atento e em guarda, finalmente pôde relaxar.
—Vamos.
…----------------…
Leandro entrou no armazém onde o contato que Geovanny havia lhe passado o havia citado. O lugar estava silencioso, apenas o som de seus passos contra o chão sujo podia ser ouvido.
—Leandro Bernocchi, não pensei que nos veríamos novamente, muito menos nesta situação.
Leandro virou o rosto para aquela voz irritante. Ele fechou os olhos, esperando que fosse uma maldita piada de seu primo irritante. No entanto, assim que abriu os olhos, ele se deparou com aquele rosto zombeteiro e desdenhoso.
—Fabrizio Berti, quantos anos sem nos ver.
Um sorriso enorme apareceu naqueles dentes amarelados e naquele rosto horrível. Fabrizio caminhou, orgulhoso e arrogante, em sua direção. Ele era magro, com cabelos cacheados e despenteados, barba desgrenhada, olhos fundos, queixo pronunciado e nariz adunco; sem dúvida, ele era feio.
—Que bom que você não se esqueceu do meu nome ou do meu rosto. —Fabrizio se aproximou dele e o cheiro de cigarros baratos invadiu suas narinas, porém, o que mais lhe causou repulsa foi o cheiro de lixo que vinha dele.
—Impossível esquecer um rosto tão horrível quanto o seu. —Leandro zombou.
Fabrizio franziu as sobrancelhas, mas depois de alguns segundos, ele caiu na gargalhada. Ele não se importava com a zombaria, afinal, ele já estava acostumado a isso.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Ana Lúcia
luka pegou o beco e acham que ele foi sequestrado que confusão
2025-02-11
1
Carla Santos
Como Lukas foi sequestrado só se foi quando voltava pra casa. ou ele mesmo fugiu foi embora isso está muito estranho LuKas estava na casa da família de Emanuele em que momento ele foi sequestrado
2024-10-19
1