—Eu já tenho que ir, amanhã tenho que voltar para casa cedo. —Disse Emanuele, enquanto se levantava.
—Eu também tenho que ir. —Luka se levantou, porém, havia bebido demais e seus pés cambalearam, por sorte, Emanuele conseguiu agarrá-lo.
—Reservei um quarto de hotel, a duas ruas daqui, podem dormir lá. —Andrea tirou de sua pequena pochete a tarjeta com o endereço do hotel e a entregou a Emanuele.
—Obrigado. Eu te pago assim que voltar. —Emanuele parecia muito fofo, embora fosse alto e musculoso.
—Somos amigos, cuidamos uns dos outros. Mas se te faz se sentir melhor, quero que nos encontremos em alguns dias, sem o Luka, de preferência. —Murmurou. Luka tinha desmaiado por causa da bebida. Se Emanuele não estivesse o segurando, certamente estaria caído no chão.
Ele assentiu, um pouco confuso com o pedido repentino. Embora tivesse gostado de Andrea, não se sentia com confiança suficiente para se encontrar com ele sozinho.
—Certo, certo, vá embora, meu amigo precisa dormir.
Andrea deu um tapinha no ombro de Emanuele. Ele, que não estava muito familiarizado com o contato físico, tentou sorrir, embora só tenha conseguido fazer uma careta. Andrea revirou os olhos, agora entendia como esses dois tinham se aproximado tanto.
Ele se despediu, pegou sua bebida e se perdeu na multidão, gritando e dançando. Emanuele ergueu uma das sobrancelhas, ainda era difícil entender como uma pessoa tão reservada e introvertida como Luka podia ser amiga de alguém tão sociável e extrovertido como Andrea.
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Ao chegar ao hotel, Emanuele carregou Luka até o quarto reservado anteriormente. Acendeu a luz e caminhou até a cama. Era uma cama grande e redonda, embora o design o tenha surpreendido um pouco, quando se aproximou para deixar Luka, as coisas sobre a cama o surpreenderam ainda mais. Ele não era santo, muito pelo contrário, sabia perfeitamente para que serviam aqueles objetos, claro, isso não o impediu de se sentir envergonhado.
Decidiu ignorar as coisas e colocar Luka do outro lado da cama, depois de tirar os sapatos e o cinto, decidiu tirar os objetos da cama e guardá-los na gaveta ao lado.
Estava cansado e com sono, mas não queria incomodar Luka dormindo na mesma cama que ele. Pegou um cobertor e sentou-se na poltrona reclinável que havia ali. Mal tinha fechado os olhos quando a vibração de um celular o fez abri-los novamente. Olhou para o celular de Luka, que havia deixado anteriormente no criado-mudo, era o responsável por aquele barulho.
Depois de hesitar por alguns segundos, decidiu se levantar e ver a chamada, talvez fosse sua mãe, preocupada com ele. Caminhou até o criado-mudo, porém, ao chegar e pegar o celular, a chamada foi encerrada. Na tela, o nome "chefe idiota" apareceu. O celular voltou a vibrar e ele franziu a testa.
Luka havia contado sobre suas exaustivas horas de trabalho e o quão exigente seu chefe era, mas ele nunca pensou que ele estaria ligando a essa hora da madrugada. Ele ignorou a chamada, afinal, Luka estava bêbado e não podia atender naquele estado.
No entanto, e ao contrário do que pensava, o telefone não parava de vibrar. As chamadas continuaram entrando, uma após a outra. Já cansado da situação, entrou no chuveiro e atendeu.
—Alô. —Cumprimentou educadamente.
[Quem é você e o que está fazendo com o celular do Luka?, esquece, me passa ele.]
O tom autoritário e irritado deixava claro que ele não estava de bom humor, porém, Luka não estava em condições de atender ninguém. Além disso, ele considerou errado ligar a altas horas da noite. O fato de ser seu chefe não lhe dava o direito de atrapalhar suas horas de sono.
—É muito importante? —Questionou, do outro lado, um estrondo forte foi ouvido, como se algo de vidro tivesse se quebrado.
[E o que diabos te importa?, se eu te disser para me comunicar com ele, não faça perguntas idiotas, vá até onde ele está e o acorde.]
Emanuele se obrigou a conter suas palavras, a última coisa que queria era causar problemas para Luka.
—Ele está cansado e está dormindo, não vou acordá-lo se não for algo urgente. —Emanuele falou com uma voz séria.
Houve um silêncio terrível do outro lado da linha. Vários segundos se passaram antes que Leandro falasse novamente. E, embora ele tivesse baixado o tom de voz, ainda era possível ouvir um tom frio em suas palavras.
[Vocês estão juntos?, vão dormir no mesmo quarto?]
Embora fosse uma pergunta um tanto pessoal, ele não hesitou em responder —Sim, vamos dormir juntos.
Assim que ele terminou de falar, um estrondo alto o fez tirar o celular do ouvido, e um segundo depois a ligação havia terminado. Sem dar importância, voltou para o quarto. Desligou o celular e sentou-se novamente. A poltrona não era particularmente desconfortável, porém, ele ainda preferia dormir em uma cama.
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Na manhã seguinte, Luka acompanhou Emanuele até a estação de trem para que ele voltasse para casa, depois de se despedir, olhou para o relógio em sua mão, já passava das nove e ele deveria estar na casa de Leandro antes desse horário. Sentiu-se cansado e soltou um suspiro de frustração.
Pegou um táxi e foi direto para a casa de Leandro. Não era um horário de pico, então a viagem foi muito tranquila. Depois de descer do táxi, caminhou em direção à luxuosa casa, de acordo com o que Leandro havia lhe dito por mensagem, ele estava esperando por ele lá.
Ao chegar ao local, a casa estava cercada por homens vestidos com roupas camufladas e botas militares. Ele ficou surpreso com o descaramento com que exibiam armas de alto calibre àquela hora da manhã. Embora o local fosse privado e houvesse poucas pessoas, eles ainda corriam o risco de serem vistos por alguém.
Luka revirou os olhos e continuou andando, cumprimentou a todos educadamente e eles retribuíram a saudação. Ao entrar na casa, viu Dylan, Alessandro e Leandro reunidos na sala. Os três tinham suas armas sobre a mesa e pareciam um pouco nervosos e alterados.
—Senhor Leandro, lamento o atraso. —Ele se desculpou imediatamente. Os olhos de Leandro nem sequer pousaram nele, ele apenas fez um gesto com a mão para que ele se sentasse ao seu lado.
Luka deu dois passos para se aproximar, porém, o olhar feroz de Luka o fez ir em direção ao sofá onde Alessandro estava.
—Irmão, o que você quer que eu faça? —Leandro perguntou, depois de alguns segundos em silêncio. Luka olhou para Leandro e depois para Alessandro, tentando entender o que estava acontecendo.
—Vamos nos manter fora disso, esses idiotas não sabem com quem estão lidando. Por enquanto, fiquem alertas e vigiem tudo, assim que tivermos novas notícias, veremos como encontrá-los e acabar com eles.
Luka franziu a testa, um pouco confuso. Ele havia chegado atrasado e viu homens totalmente armados, além disso, agora falavam em ficar alerta, certamente havia problemas com uma máfia rival.
—Certo. —Dylan se levantou e Leandro o seguiu, Alessandro fez o mesmo. —Vou falar com meu pessoal. Voltarei para os Estados Unidos e procurarei algo com meu informante na DEA. —Disse. Os dois chefes assentiram.
Ter três líderes da máfia ali, na sua frente, faria qualquer um se arrepiar. Olhou para Dylan, ele parecia arrogante e poderoso, com um olhar frio e cheio de superioridade. Ao seu lado, Leandro, com uma postura ameaçadora e cruel, sem dúvida pareciam um casal feito no céu, ou no inferno. Seus olhos se perderam naquele par, ele não reagiu até que um leve toque em seu ombro o assustou.
—O que foi? —Ele perguntou, olhando para Alessandro.
—Eu estava te perguntando sobre seu irmão, como ele está?, ele está bem morando ao lado de Vicenzo? —Luka não sabia se sentia pena dele ou se ficava feliz que seu irmão fosse amado. Sempre que se encontravam, Alessandro não hesitava em perguntar por Elio, talvez ele ainda tivesse esperança de poder ficar com ele.
—Ele está bem. Seu casamento está perfeito, eles até adotaram uma cachorrinha. —Respondeu. Ele se sentiu mal dizendo isso, mas, lembrando as palavras de Alessandro, era melhor se ele se gabasse um pouco sobre a felicidade de Elio.
Alessandro sorriu, sem entusiasmo. —Obrigado. —Murmurou.
Depois de dar um tapinha em seu ombro, ele se afastou e foi embora. Luka soltou um suspiro pesado e se recostou no sofá. Ver o olhar abatido de Alessandro o deixava muito desconfortável, porque sabia que ele, em parte, era a causa de seu sofrimento.
—De quem é? —A pergunta repentina o fez se levantar instantaneamente. Leandro estava encostado em uma parede, olhando para ele friamente. Olhou em volta, mas não viu Dylan, ele provavelmente já tinha ido embora. —Luka, de quem diabos é? —Os olhos de Leandro se estreitaram e seu rosto parecia querer derramar sangue.
—Do… do que você está falando? —Suas sobrancelhas se franziram, mostrando confusão.
—Não se faça de idiota! —Gritou, fazendo sua pele se arrepiar. —De quem diabos é a camisa que você está vestindo?! —Leandro caminhou em sua direção, dando passos largos, estendeu a mão e o agarrou pelo braço, enquanto com a mão livre agarrava a camisa de Luka.
Como ele não tinha roupa, Emanuele havia lhe emprestado uma de suas camisas, embora ficasse um pouco grande. Era azul claro, com a estampa de uma nuvem e um arco-íris no meio. Ele concordou em usá-la porque não queria usar a mesma camisa do dia anterior, nunca pensou que isso causaria um ataque de fúria em seu chefe.
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Atualizado até capítulo 48
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