Capítulo 3

— Dylan fará aniversário em breve. — Disse Leandro de repente, quebrando o silêncio que se formara. Luka não disse nada. — Sabe de alguma coisa que eu possa dar a ele?

— Não, senhor. — Ele respondeu. — O Sr. Dylan é seu parceiro, se o senhor não sabe, muito menos eu.

Leandro olhou para ele, frustrado. O rosto de Luka não mostrou nenhuma flutuação. Ele estalou a língua, irritado. — Você tem razão.

Leandro olhou para o lado. Ele olhou através do vidro para a cidade movimentada. Ele olhou, de soslaio, para o reflexo de Luka no espelho retrovisor. Aqueles olhos azuis estavam lindamente iluminados pelas luzes dos carros e prédios. Era um brilho lindo que eles tinham. Ele se lembrou daquela noite. Luka parecia estar disposto a ficar com ele. Seus beijos eram intensos e suas mãos acariciavam suas costas, mas ele foi um idiota e quis fazer um ménage com um de seus sócios.

Na verdade, não era isso que ele queria. O homem tinha reparado em Luka, mas ele sabia que Luka nunca tinha estado com ninguém, então um ménage foi sua solução. Claro, ele estava um pouco relutante em compartilhá-lo com alguém. Luka era uma pessoa que ele queria guardar para si. Mesmo que ele continuasse vendo outras pessoas, ele queria que, para Luka, ele fosse o único que existisse.

Mas o negócio era muito lucrativo para desperdiçar. Seria inútil perder milhões em lucros para proteger a castidade de uma pessoa. Ele não estava disposto a perder tanto dinheiro, mas em sua estupidez, ele havia perdido qualquer chance de fazer sexo com Luka.

Seu negócio e Luka, ambos foram para o inferno.

— Que merda está acontecendo com você? — Leandro agarrou sua bochecha, que estava queimando e latejando. Luka havia se aproximado em segundos e o havia esbofeteado diretamente no rosto.

— Que seja a última vez que você tenta me prostituir, ou eu te mato. — Luka disse, com ódio refletido em seus olhos. Leandro mal conseguia abrir os lábios, mas não disse nada, pois quando percebeu o que havia acontecido, Luka já havia ido embora.

Ele se lembrava daquele tapa como se fosse no dia anterior. A partir daquele momento, Luka havia traçado uma linha entre eles. Ele estava ciente de sua má decisão, então decidiu não insistir mais, afinal, Luka não era diferente dos outros amantes que ele tinha. Ele ainda poderia encontrar outra pessoa para substituí-lo. Portanto, quando ele encontrou Dylan novamente, e se lembrou dos bons momentos nos Estados Unidos, ele decidiu torná-lo seu amante no momento.

Dylan, em seu tempo, o fez ter o mesmo desejo de posse que sentira por Luka. Naquela época, ele ficou com ele por vários meses até que seu pai, um poderoso mafioso daquele país, interveio em seu relacionamento. Depois disso, ele teve que voltar para casa em silêncio e não contatou mais a pessoa. Mas Dylan estava de volta e, segundo ele, seu pai havia morrido de câncer há um ano. Nada mais poderia separá-los.

Dylan era valioso, e não apenas pelo bom sexo que ele lhe dava, mas também porque com ele, seus negócios nas Américas poderiam decolar. Agora que os Mancini e os Di Marco estavam unidos, eles estavam perdendo terreno e, portanto, perdendo dinheiro. Alessandro não queria brigar com essas duas famílias (por respeito ao afeto que tinha por Elio), e embora estivesse descontente, respeitou a decisão de seu irmão. Foi por isso que ele começou a se expandir muito mais no exterior, e Dylan era um trampolim perfeito.

— Senhor, chegamos. — Luka o tirou de seus pensamentos. Leandro viu a casa à sua frente. A estrutura era moderna, em tons de cinza e branco. Uma casa que denotava elegância por toda parte. Ele olhou para o quarto principal; as luzes fracas estavam acesas, Dylan devia estar lá.

— Vejo você amanhã. — Leandro disse, em um tom baixo, o que fez Luka se sentir estranho. Ele nunca se despedia, muito menos com aquele tom de voz. Era como se ele estivesse sentindo alguma tristeza.

Luka o viu entrar e voltou para sua própria casa.

...----------------...

Leandro entrou, o som da porta se fechando atrás dele ecoando pelo corredor solitário. Os detalhes da casa eram escuros e elegantes; com pé-direito duplo e paredes revestidas em granito.

— Leandro. — A doce voz de Dylan, com aquele estranho sotaque americano, foi ouvida da escada.

— Estou lá embaixo. — Ele respondeu, sem muito entusiasmo. Os passos de Dylan podiam ser ouvidos se aproximando. Leandro foi até a escada e esperou o garoto descer. Dylan, a dois degraus de distância, se jogou nele.

— Achei que você demoraria mais, — ele disse, em um tom um tanto meloso. Ele beijou a bochecha de Leandro e então baixou os pés. — Você despediu aquele bastardo desrespeitoso? — As sobrancelhas de Leandro se uniram ao ouvir essas palavras.

— Dylan, Luka é meu funcionário, eu o proíbo de chamá-lo de bastardo, certo? — Ele nem lhe deu tempo de responder, pois quando Dylan ia dizer algo, Leandro já estava indo para o bar que eles tinham no porão.

Dylan bufou e foi atrás dele. Ele não era estúpido, ele viu o jeito que Leandro olhava para aquele secretário, e vice-versa. Leandro não tinha lhe dito nada, mas ele sabia que havia ou tinha havido algo entre eles. Ele não estava disposto a perder para alguém tão insignificante como Luka.

— Você está com raiva? — Dylan o abraçou por trás e apoiou o queixo em seu ombro forte. Ele sentiu as mãos de Leandro nas suas, acariciando-as gentilmente. — Desculpe, eu não quis ofendê-lo, eu não sabia que aquele empregado era tão importante para você.

— Ele não é importante. — Leandro se virou para olhá-lo, pegou-o pela cintura e o ergueu no balcão do bar. Ele beijou seu pescoço e mordeu sua clavícula. Luka não era uma pessoa importante. Ele era um garoto que ele poderia substituir a qualquer momento.

— Sério? Seu rosto mudou quando eu o chamei de bastardo. — No entanto, Dylan não acreditou em suas palavras, e ele também não estava disposto a deixar o assunto de lado. Ele conhecia Leandro e se continuasse pressionando, ele despediria Luka, apenas para mostrar o quão insignificante ele era para ele, mesmo que não fosse.

— Luka é um funcionário valioso, mas apenas isso, já não mostrei isso? — Ele questionou, passando as mãos sob a camisa de seda azul que Dylan estava vestindo. — Se ele fosse uma pessoa importante, eu o teria defendido no dia em que você o esbofeteou.

Dylan ficou em silêncio por um momento. Ele olhou nos olhos do outro, procurando por qualquer indício de que ele estava mentindo, infelizmente, Leandro sempre foi bom em mentir.

— É verdade. — Dylan lhe deu um beijo rápido e desceu do balcão. — Vamos dormir.

Os dois subiram para o quarto principal para descansar. Leandro tomou um banho antes de ir para a cama. Dylan, que não estava dormindo, o abraçou assim que se deitou. Leandro o puxou para perto e passou a mão por suas costas.

— Descanse. — Dylan sussurrou antes de cair em um sono profundo. Leandro não respondeu, ele apenas beijou sua testa.

Meia hora se passou, mas ele não conseguia dormir nem um pouco. Sua mente, como se fosse uma piada de mau gosto, insistia em lembrá-lo da imagem de Luka, conversando com aquele estudante universitário. Suas palavras também ecoaram em sua mente ocupada. Consciente ou inconscientemente, ele tocou a barba espessa e bem aparada em seu rosto.

Ele não tinha mais de trinta e oito anos, embora seu rosto parecesse. E embora Luka também não fosse particularmente jovem, ele parecia muito mais jovem. Ele tinha um rosto jovem e claro, qualquer um se sentiria atraído por ele. Luka gostava de pessoas mais jovens, não havia nada que o impedisse de ser solteiro, e ele não podia impedi-lo de ter um relacionamento, mas se ele pudesse pelo menos ter uma noite de sexo com ele, depois disso ele poderia ir com quem quisesse.

Na manhã seguinte, antes mesmo de Dylan se levantar, Leandro havia terminado de fazer a barba. A barba preta o fazia parecer quatro ou cinco anos mais velho do que realmente era, uma vez que ele se livrou dela, ele podia ver seu rosto um pouco mais jovem. Até ele ficou surpreso.

— Bom dia senhor, eu trouxe o café da manhã. Eu não sei do que o jovem Dylan gosta, então...

As palavras de Luka ficaram presas em sua garganta. Desde que Leandro abriu a porta, ele manteve a cabeça baixa, verificando se o café não havia derramado, uma vez que seus lindos olhos encontraram o rosto sem barba de Leandro, eles se arregalaram de surpresa. A mudança em Leandro foi extrema. Sem barba, além dos anos mais jovem que parecia, ele podia até ver traços de gentileza nele.

Ele era, definitivamente, uma pessoa diferente.

Ele abriu e fechou a boca algumas vezes. As palavras não saíam, embora ele quisesse dizer algo. No final, ele fechou os lábios e entrou. Leandro viu seu rosto surpreso e sorriu. A expressão de Luka foi tão genuína e divertida, que ele gostaria de ter tirado uma foto.

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Comments

Vaiolet Evergarden

Vaiolet Evergarden

não fala assim da qui a pouco ele vai se tornar seu bichinho de estimação ou pode ser o alcontralhio

2025-01-15

0

Ana Lúcia

Ana Lúcia

mas é um ordinário mesmo cretino

2025-02-11

0

Ana Lúcia

Ana Lúcia

bem feito imbecil

2025-02-11

0

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