Capítulo 14

—Posso te pagar o dobro, ou até o triplo se você aceitar ficar ao meu lado.

Leandro parecia extremamente seguro de suas palavras. Seu olhar forte e intimidador conseguia inibir qualquer um. Mas Luka Mancini não era qualquer um. Ele havia vivido com sua família paterna muito mais tempo que Elio, claro que estava acostumado a esses olhares ameaçadores.

—Por que você me quer ao seu lado? Ou melhor dizendo, Para quê? Para ser um simples secretário, ou pretende me tornar um de seus amantes? —Luka o enfrentou.

Leandro agarrou o queixo afiado e o fez olhá-lo nos olhos. Amava aqueles belos olhos azulados e brilhantes. Era como se o imenso e belo oceano se refletisse neles.

—Claro que adoraria fazer você morder o travesseiro para mim, no entanto, disse que não ia pressionar e ia esperar até que você mesmo me implorasse.

O olhar de Leandro estava marcado com total luxúria. Ele tinha estado esperando o momento exato para arrancar as roupas de Luka e colocá-lo de quatro, ajoelhado diante dele, ou com os pés sobre seus ombros, caramba, qualquer posição seria malditamente boa.

—Você também disse que tinha uma lista enorme, então, vai e procure qualquer uma dessas pessoas, eu não pretendo fazer sexo com você. —Falou firme, enquanto tirava a mão de Leandro de seu queixo.

Embora tivesse sido rejeitado diversas vezes, Luka tinha algo que o fazia querer possuí-lo completamente. Talvez fosse pela resistência que ele apresentava, mas a cada dia desejava mais poder tê-lo.

Ele estava prestes a dizer algo, no entanto, a buzina de um carro os fez virar o olhar. Era aquela caminhonete velha cor laranja que tinha visto na casa de Emanuele. O universitário se inclinou para fora da janela.

—Bem, Senhor Leandro, foi um prazer trabalhar com você.

Luka, sem esperar que Leandro dissesse algo, passou ao seu lado, empurrando-o um pouco e indo até Emanuele.

E ali, sem poder fazer nada para detê-lo, viu seu maior desejo, ir no carro de outro.

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—Obrigado por me trazer. —Disse Luka, enquanto caminhavam para a estação de trem. Nenhum dos dois havia dito nada desde que Emanuele o pegou na estrada. Ele não queria perguntar, e Luka não queria falar sobre, o que considerava, desnecessário.

—Até amanhã, se cuida.

Luka assentiu e foi comprar seu bilhete para voltar à cidade. Emanuele o viu ir em direção aos bancos para esperar o trem, gostaria de acompanha-lo, mas, pela expressão que tinha, duvidava muito que ele quisesse companhia naquele momento.

Quanto mais pensava, mais convencido estava. Entre aquele homem, com uma cicatriz feia no rosto, e Luka, acontecia algo mais. Não parecia tão simples quanto uma relação de chefe e empregado. No entanto, considerava inapropriado perguntar naquele momento. Ou em qualquer outro. Preferia que Luka confiasse nele, e lhe contasse por iniciativa própria. Embora não soubesse se esse momento chegaria.

...----------------...

Luka chegou em sua casa, já era tarde e foi diretamente para o seu quarto. A discussão com Leandro lhe causou uma dor de cabeça horrível.

Deitou-se em sua cama, com o rosto para baixo, e se aconchegou em suas cobertas, abraçando seu travesseiro. Odiava sentir-se tão miserável. Ele havia decidido terminar aquela relação de trabalho, mas era ele quem se sentia abatido por isso. Era o melhor, disso não havia dúvida. No entanto, Leandro lhe havia agradado por muito tempo (embora fosse um idiota), e naquele momento não sabia como lidar com seus sentimentos.

Por enquanto, deixaria as coisas seguirem seu curso. Não iria insistir e se esqueceria dele em alguns meses. Talvez não voltaria a ter a mesma vida de antes, mas, pelo menos, já não estaria atado a sentimentos unilaterais.

No dia seguinte, Luka levantou-se cedo. Como já não tinha um trabalho onde ganhasse bem, tinha que começar de novo. Emanuele disse que um chef da universidade estava procurando assistente e achava que ele poderia fazer isso. Estava muito tentado a aceitar a oferta, mas preferia procurar por conta própria um trabalho. Não queria depender dos outros, e muito menos de Emanuele. Já era suficiente ter usado ele para que Leandro o deixasse em paz.

Depois de sair de sua casa, dirigiu-se a diferentes lugares no centro da cidade. Hav tinha pensado em voltar ao bar, depois de tudo, David era uma pessoa que apreciava seu trabalho e entenderia que ele queria estudar. No entanto, certamente veria Leandro com frequência, e era o que menos desejava naquele momento. Esse homem apenas trazia descontrole à sua vida.

Depois de procurar por muito tempo, e de ir de um lado para o outro, decidiu entrar em uma pequena loja de comida. O lugar não era especialmente grande ou elegante, mas o serviço sempre lhe parecera muito agradável. Além disso, a comida era muito boa. Claro, nunca o diria em voz alta, temia que a notícia chegasse aos ouvidos de Isabella e morresse naquele instante.

Ao entrar, foi diretamente ao balcão para fazer seu pedido, depois de pagá-lo e receber seu ticket, procurou uma mesa livre no canto, por sorte havia uma.

—Olá. —A voz de uma pessoa o fez levantar o olhar do celular. Seus olhos se encontraram com uns belos olhos âmbar. O homem à sua frente era completamente desconhecido, mas com apenas um olhar, podia ver que tudo sobre seu corpo ultrapassava os três zeros.

—Eu te conheço? —Questionou com um ligeiro tom de irritação.

—Na verdade, não, mas eu te conheço. —Disse, recolhendo uma de suas mechas tingidas e colocando-a atrás de sua orelha esquerda. Ajustou a cadeira e sentou-se diante de Luka. Luka não se lembrava de tê-lo visto em nenhum momento. Ele, definitivamente, era uma pessoa difícil de ignorar ou esquecer. Seus grandes olhos âmbar ficavam perfeitos no delicado e angelical rosto. O cabelo estava tingido de uma bela cor roxo escuro, era tão longo que chegava até a cintura, e, embora usasse químicos para mudar sua cor, parecia lindamente cuidado.

—Nunca esqueceria alguém como você, e duvido que esteja se confundindo de pessoa. —Disse. A pessoa à sua frente sorriu, claro, que não estava se confundindo.

—Não sou idiota, embora você seja muito parecido com seus irmãos. —Disse, ajeitando seu belo cabelo de um lado.

—Tudo bem, quem é você? —Luka olhou ao redor, procurando uma forma de escapar dali se as coisas ficassem difíceis com aquele desconhecido, no entanto, percebeu que estava completamente cercado.

—Calma, não sou uma má pessoa. —Luka franziu as sobrancelhas, embora tivesse um rosto bonito, não podia confiar nele.

—Como você me conhece e como me encontrou?

—David falou de você e me mostrou uma fotografia sua, estava passando por aqui e te vi, essa é a história. —Ao ouvir o nome de seu antigo chefe, pôde se relaxar um pouco.

—O que você quer? —Luka encostou-se à cadeira e deixou o espaço livre para que a garçonete colocasse sua comida à sua frente.

—Me mudei recentemente e preciso de alguém que cozinhe para mim. Entre a conversa que tive com David, ele disse que você era um bom cozinheiro, mas que tinha trabalho. —Ele pegou uma das batatas fritas que tinha na comida de Luka de forma descarada—. Deixe o trabalho que você tem, se você quiser e aceitar minha oferta, posso pagar o dobro pelos seus serviços.

Para Luka, que estava desempregado e entraria na universidade em alguns dias, parecia uma proposta realmente tentadora. No entanto, seu cérebro dizia que era uma má ideia aceitar esse emprego. Ainda que a pessoa à sua frente tenha dito que vinha da parte de David, ainda era relutante em acreditar completamente nele.

—Qual é o seu nome? —Luka levantou uma sobrancelha.

—Meu nome é Geovanny D'Amato, prazer em te conhecer, Luka Mancini. —Geovanny sorriu e estendeu a mão em direção a ele. Luka, embora com um pouco de hesitação, respondeu ao cumprimento.

...----------------...

O homem na escuridão acendeu um cigarro e a pouca luz do isqueiro iluminou seus olhos escuros e uma parte de seu rosto deformada, semelhante a uma queimadura grave. Diante dele, um homem de meia-idade tremia de medo e sua boca escorria sangue em profusão.

—O que ele disse? —Perguntou. A voz forte e aterrorizante fez com que o homem que sangrava, urinasse nas calças.

—Faltam alguns na lista, senhor, e estão na Itália. —Respondeu com extremo respeito o homem armado à sua frente.

Embora não pudessem vê-lo, ele concordou. — Vamos para a Itália então. Procuremos essas mulheres e continuemos com nossos negócios, no entanto, precisamos... — Suas palavras foram abruptamente interrompidas. A porta de bronze se abriu com um rangido alto.

O menino, de apenas nove ou dez anos, entrou correndo, com o olhar aterrorizado e a respiração acelerada. Suas pequenas e finas pernas mal conseguiam se sustentar; se não estivesse segurando a maçaneta da porta, certamente estaria no chão, de joelhos. Com voz trêmula e um semblante extremamente preocupado, disse: — Pai, os militares cercaram a casa.

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Comments

Ana Lúcia

Ana Lúcia

cadê seu olhar de deboche agora ele escolheu o outro kkkkkkkkkk

2025-02-11

0

Ana Lúcia

Ana Lúcia

sabia

2025-02-11

0

Ana Lúcia

Ana Lúcia

aí só falta ser o primo do Leandro

2025-02-11

1

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