Capítulo 12

Zayn

Estava ansioso... acho que essa palavra não define totalmente meu estado, enquanto aguardava minha futura zawja desembarcar no aeroporto, mas com certeza toda essa inquietação não era só ansiedade.

- Meu filho, vai fazer um buraco no chão se não parar de andar de um lado para o outro. - minha mãe aconselha.

- Deixe ele, meu raio de sol. - meu pai sorri, divertido. - O nosso filho apenas está ansioso para ver sua bela esposa e eu, estou ansioso para provar que minha teoria está certa. - meu pai se ajeita na cadeira, com um sorriso vitorioso.

Bom, eu explico...

Sr. Samir Harmud me disse que, ele tem quase 100% de certeza, de que eu me encantaria pelo olhar da minha futura zawja logo assim que a visse pessoalmente, já que apenas em olhar sua foto, já despertou minha curiosidade e eu até procurei em redes sociais para ver se encontrava algo sobre ela.

Fiquei frustrado, pois na única que a encontrei, há apenas poucas informações, e apenas duas fotos, e uma delas é a que tenho em meu telefone.

Eu disse que ele estava imaginando coisas e me mantive firme em minha decisão. Teremos apenas um casamento de aparências, porque infelizmente, eu já tive sentimentos por outra mulher, e não me deixarei levar novamente, mesmo que casado.

Ainda mais com alguém com costumes tão diferentes!

Mas acredite, nada do que eu pensei me preparou para o que estava por vir...

Quando meus olhos viram a moça pequena, de pele clarinha, olhos curiosos e aparência doce, se inclinar para pegar algo que havia caído, e outros homens olhando com desejo para suas pernas a mostra, eu quase voei sobre eles a fim de arrancar seus olhos e jogar na brasa quente!

Como ousam olhar as pernas da minha menina?!

Ela se levantou e parece ter visto a placa com seu nome, que minha irmã segurava, mas eu já estava cego pelos ciúmes e pela raiva dos olhares sobre minha Line, então caminhei até ela, quase sufocando a pobrezinha, enrolando seu corpo com meu sobretudo, mas tendo o cuidado de não tocá-la, pois isso séria no mínimo inapropriado.

Vi os olhinhos doces terem uma sombra de susto e depois, indignação.

Minha baixinha não é de baixar a cabeça, e com aquele narizinho arrebitado, se soltou e ergueu o dedo para mim, me desafiando e deixando claro que não se dobrará diante de minhas imposições.

Confesso que me excedi, usei palavras que não deveria e acabei a ofendendo, mesmo que não fosse essa minha intenção, de forma alguma!

Ela não desviou o olhar, mas sustentou e eu quase pude ver as faíscas de raiva que saíram de seus olhos... uma verdadeira leoa!

Fui repreendido por minha mãe, e meu pai me acompanhou para longe, mas fiquei a uma distância segura, observando sem que ela me visse, com as mãos nos bolsos, sem deixar de observá-la e verificar se algum homem a olhava com desejo.

- Zayn, porque não se conteve? Ofendeu a moça sem motivo algum! - meu pai reclama.

- Eu fiquei nervoso! O senhor viu? Viu como a olhavam? Como a cobiçavam? E as Mulheres?! Ah, essas a olhavam com julgamento!

- Julgamento esse que você também fez, não é mesmo?! - meu pai me olha, sério.

Pensando bem, mesmo sem intenção, eu fiz parecer que a estava julgando e não a protegendo.

Querendo defendê-la, com minha atitude impensada e impulsiva, eu não fiz nada além de me igualar a eles.

- Refletiu e viu que tenho razão? - meu pai dá um suspiro pesado. - Bom, agora o que está feito, está feito. - ele olha para minha zawja e vemos minha irmã colocando nela o hijab.

- Allah, Allah! Como está linda! - digo, de boca aberta.

- Ela já era formosa, seu cabeça dura! - ele dá um leve tapa em minha nuca. - Você só precisa ser menos impulsivo, meu filho. A moça não conhece nossos costumes, mas olhe, bastou falar com respeito e carinho,que ela aceitou o presente de sua mãe e agora está usando algo que, com certeza, ela julgou estranho quando viu.

Suspiro... realmente é verdade.

- Meu pai, fui um idiota! - meneio a cabeça. - Como pude ser tão rude? Ela é apenas uma menina, longe de casa, de seus costumes,sem ninguém conhecido, em um país estranho e com costumes diferentes… Preciso ir até ela! - dou um passo, mas meu pai põe a mão em meu peito, me impedindo.

- Se aquiete, Zayn! - ele fala,sério. - Seja prudente e espere a hora certa. Você agiu mal com a moça agora terá que esperar. Ela não teve uma boa impressão de você por sua atitude, então terá de ser paciente para conquistar a confiança dela. Por hora, deixe que sua mãe e sua irmã cuidem de minha nova filha, depois vocês conversam e por favor, reflita e pense antes de falar. Seja carinhoso e demonstre seu cuidado, mas sem excessos, meu filho. - respiro fundo e assinto.

Saímos do aeroporto um pouco antes dos nossos familiares e minha pequena oncinha brava... sorrio sozinho com esse pensamento... minha oncinha!

Como sempre,desde que meu avô se tornou Emir, alguns repórteres e fotógrafos estão em volta, então dou instrução a um dos seguranças para que minha futura zawja seja direcionada para meu carro, e entre pela porta de trás, mas que fique atrás do banco do motorista, assim ela não verá quem conduz o carro, que no caso serei eu.

Minutos depois, ela entra, e quando estou prestes a dizer algo, minha irmã entra pelo outro lado, e eu me calo, mas presto atenção na conversa delas e as observo pelo retrovisor.

Vejo as duas se abraçando, e dou um leve sorriso com o gesto. Meu coração se alegra com minha irmã recebendo minha pequena oncinha com tanto carinho.

Mas basta eu ouvir minha própria futura esposa me chamar de senhor carranca, que fico indignado com tal ousadia... como pode?!

Não consigo me conter e acabo respondendo...

- Não, você será minha esposa, e não minha irmã! - digo, sério. - E deveria saber que não é correto falar mal dos outros pelas costas.

A pobrezinha quase salta no banco, com a mão no peito, e eu logo me viro, preocupado.

- Me desculpe, te assustei? - a encaro, com atenção.

- Claro que assustou! De onde você saiu? Brotou do chão?! - ela continua de olhos arregalados, me olhando.

Tenho vontade de perguntar como eu poderia "brotar do chão"? Acaso sou uma planta ou algo assim?!

- E só para você saber, se falar dos outros pelas costas é errado, ouvir a conversa alheia escondido também é, sabia? - lá está o nariz arrebitado e o olhar desafiador.

Sustento o olhar, ignorando os gestos de Aisha para que eu fique quieto.

- Engraçado, você está no meu carro, então eu não poderia ser acusado de estar ouvindo escondido já que quando você entrou aqui eu já estava, ou não notou isso? - continuo a encarando.

- Eu não sabia que esse carro era seu! Apenas entrei onde me mandaram, e muito menos me dei conta de que você estava na direção. - ela bufa. - Aisha, não podemos ir em outro carro?

- Não, não podem! - me apresso em responder, antes que minha irmã diga que sim.

Vagas nos outros carros é o que não falta! Mas quero ser eu a levar minha futura zawja até nosso lar, então não, ela não irá com mais ninguém além de mim mesmo.

Ela me olha, visivelmente contrariada, e minha irmã sorri discretamente, meneando a cabeça, antes de se ajeitar no banco.

Me inclino para o banco de trás, e minha mão passa rente a seu rosto, mas minha oncinha sequer me move, não parecendo sentir nada com minha aproximação... como pode?

Puxo o cinto de segurança e prendo, mas sem tocá-la. Na verdade eu queria, mas sei que não posso... ainda não.

- Sei como se prende um cinto de segurança. - ela desvia o olhar. - Mas obrigada!

Prendo o cinto de segurança da minha irmã também, sorrindo de lado com a carinha de brava da minha pequena e linda zawja.

- Se está querendo jogar, sinto muito irmãozinho, mas minha cunhadinha está ganhando de lavada! - minha irmã diz baixinho, e quando me afasto, de cara feia, me sento no meu lugar e pelo espelho retrovisor, vejo Aline com a cabeça encostada no vidro, com um olhar perdido...

Imagino quantas coisas devem estar se passando na cabecinha dela nesse momento, e o quanto deve estar sendo difícil.

Faço um leve sinal para Aisha, que entende e segura a mão da minha Aline, e ela dá um leve sorriso em resposta, suavizando as expressões.

Você vai se sentir acolhida, minha pequena. Cuidarei pessoalmente para que se sinta bem e tenha um casamento lindo, para que se alegre.

Eu fui um ignorante com ela, e vou fazer o possível para me redimir, e proporcionar três dias de festa é o mínimo que posso fazer por ela, para que se distraia.

- Ficar encarando os outros também não é certo, sabia? - saio dos meus pensamentos e percebo que estava olhando fixamente para ela pelo retrovisor.

Me ajeito no banco e pigarreio levemente, ligando o carro.

- Estou admirando minha futura esposa. Aqui não temos leis contra isso, então acho bom se acostumar! - olho de relance e quase posso dizer que a vi corar... isso é bom!

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Comments

Lidiane Silva

Lidiane Silva

kkkkkk oncinha? já vi essa história antes, né Samir com a raposinha, em menos de 1 hora ele já mudou de várias convicções 🙄🙄🙄🤣🤣🤣😝😝😝😝

2023-11-16

190

Gabriela

Gabriela

kkk

2024-05-07

0

Josilda Silva

Josilda Silva

Que lindos ,oncinha

2024-05-04

0

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