Capítulo 4

Chego a Dubai, depois de mais de 6 horas dirigindo, meu corpo está cansado... deveria ter seguido os conselhos do meu pai e ter usado o jatinho da família.

Vou direto ao apartamento que temos aqui. O prédio fica numa ilha artificial, curiosamente com o formato que lembra uma palmeira, o que eu acho bem estranho, mas o que posso dizer já que eles dizem que o conceito é visionário?!

Deixo o carro na vaga reservada para nossa cobertura e sigo para lá.

Assim que entro, dou um longo suspiro. O lugar é enorme e acho que nunca reparei isso mais atentamente pois todas as vezes que estive aqui, vinha com meus pais, minha irmã e até alguns dos meus primos.

Agora, olhando em volta, a cobertura dúplex com 4 quartos parece bem maior e mais exagerada!

Levo minhas malas até o meu quarto, deixo próximo a cama, pego um roupão limpo no closet e sigo para o banheiro. Tomo um banho quente, deixando a água cair sobre minhas costas e me ajudar a relaxar a tensão da longa viagem e também dos últimos acontecimentos.

Preciso entender o que significou esse beijo, pelo menos para mim, já que estou me sentindo totalmente estranho com tudo.

Saio do banho, visto um roupão e me jogo na cama. Preciso dormir um pouco e tentar relaxar para pôr as ideias em ordem.

Rolo na cama e enfim pego no sono, tendo alguns sonhos estranhos e acordando agitado, pois no sonho minha mãe parecia chorar e chamava meu nome.

Sinto algo estranho, e eu já tinha sentido isso durante a viagem, então decido me vestir e ligar para minha casa, preciso saber se algo aconteceu.

Assim que desço as escadas, com o telefone na mão, a campainha toca e eu franzo a testa... ninguém sabe que cheguei ainda...

Abro a porta e me surpreendo ao encontrar meu tio Harmed...

- Meu tio?! Marbaha! (Olá). - eu o abraço e ele retribui.

- Salamaleico (que a paz esteja sobre vós). - ele me responde, mas parece apreensivo.

- Meu pai não avisou que viria também. Se soubesse teríamos viajado juntos.

- Eu não vim ajudar, meu sobrinho. - ele suspira. - Vim te buscar e te levar em segurança de volta a seus pais.

- Levar em segurança? Como assim, meu tio? Há algo errado? - digo, aflito.

- Você saberá que qualquer maneira,então vou contar o que houve, embora imagine que talvez você já saiba... - nos sentamos no sofá da sala e ele me conta tudo o que está acontecendo, mas quando me diz que a senhora Al- Haroon foi até minha mãe e isso a fez ser hospitalizada, meu mundo parece desabar.

- Tio, minha mãe?! Não! Não, a minha rainha! - me levanto, nervoso.

- Se acalme, Zayn! - ele me abraça, e me permito chorar.

- Tio, eu jamais faria algo para causar qualquer mal ou vergonha a nossa família, mas minha mãe... minha mãe é o que há de mais importante na minha vida! Eu a amo acima de mim mesmo...

- Eu sei disso, Zayn! - ele segura meus ombros e me olha. - Temos que ser racionais. A mãe de Hadassa tem imagens do beijo, então isso complica tudo...

- Imagens?! Como?! - começo a refazer tudo o que aconteceu e me lembro da tal moça que parecia nervosa ao guardar algo na bolsa. - Claro! Havia uma moça e ela saiu nervosa assim que Hadassa correu. Meu tio, acredite em mim, eu jamais beijaria uma moça comprometida!

- Meu sobrinho, eu acredito em você, confio na criação que recebeu de seus pais e no exemplo que recebeu de todos nós, o que moldou seu caráter, mas agora temos que provar sua inocência de tudo isso.

Respiro fundo. Porque Hadassa me beijaria e alguém tiraria fotos? Será que era algo premeditado? Uma armadilha em que caí feito um asno?!

- Meu tio, resolveremos isso, eu ainda não sei como, mas darei um jeito. O que me preocupa agora é minha mãe, eu preciso vê-la, ter certeza de que está bem.

- Se acalme! Minha cunhada está no hospital, já foi medicada e seu pai está com ela. A médica disse que foi uma crise nervosa e por isso ela precisou ser sedada, para o corpo se recuperar mais rápido.

Respiro um pouco mais aliviado com essa notícia. Jamais me perdoaria se algo de mais grave tivesse acontecido. Mesmo que eu não tenha sido culpado, minha mãe ficou mal por algo que aconteceu comigo.

- Tio, vou me trocar e pegar minha mala, voltamos ainda hoje. O jatinho já está pronto?

- Sim, somente aguardando nossa volta.

- Ótimo! - aperto o ombro do meu tio, a quem respeito muito e por quem tenho muita admiração. - Obrigado por vir e por confiar em mim. - dou um longo suspiro. - Meu pai deve estar decepcionado. - digo, triste.

- Samir está nervoso e não é para menos. Assim que chegarmos, vocês dois conversarão e tudo será esclarecido, você verá. - ele me conforta. - Seu pai é impulsivo assim como você, então os dois terão que usar a razão e o bom senso nessa conversa, entendeu? - eu assinto. - Sua mãe estava preocupada com o que poderia acontecer a você, as consequências que enfrentará caso a família de Hadassa leve isso à público. Será um escândalo de uma proporção enorme e afetará nossa família e a liderança de seu avô.

- Allah! Allah! Como pude ser tão cego?! Quando recebi a ligação de Hadassa jamais imaginei tamanha confusão! - passo as mãos pelos cabelos, frustrado.

- Espere, essa moça telefonou para você? Marcando um encontro?!

- Sim, meu tio. Por isso fui até ela, e lá ela me beijou...

Meu tio estão dá um leve sorriso.

- Ainda tem o registro da ligação em seu telefone?

- Sim, tio. Nem sequer mexi no telefone depois que falei com ela, até porque, meu aparelho descarregou e só o coloquei para carregar quando cheguei aqui, mas peguei no sono e acordei pouco antes do senhor chegar. - explico.

- Ótimo! - eu o encaro, confuso. - Sua tia Ayla e sua mãe saberão o que fazer, e vamos juntar provas e seu testemunho para provar sua inocência dessa acusação. - ele parece pensar. - Não será fácil, mas daremos um jeito. Agora vamos voltar.

- Sim! Preciso ver minha rainha!

《••••》

Cerca de duas horas depois, já estávamos desembarcando no Qatar. Me despedi do meu tio e segui direto para o hospital.

Durante o curto trajeto, fui pedindo a Deus para que minha rainha estivesse nem e nada de mal houvesse acontecido.

Minha mãe é meu exemplo, aquela que me ensinou, ao lado do meu pai, a ser um homem honrado e de princípios, que segue os costumes e as tradições do nosso povo, que ama a família e zela por cada um dos Harmud.

Chego ao hospital e sigo até a recepção. Não me permitem entrar por já haver um acompanhante no quarto e eu quase ponho a recepção abaixo, quando sinto uma mão segurar firme em meu ombro.

Me viro e encontro o olhar do meu pai, que me encara por um instante, sem dizer nada.

Como um filho que reconhece seu erro, me ajoelho diante dele e curvo minha cabeça, com os olhos marejados, mas aceitando qual seja a punição que meu pai julgar que mereço.

Sinto suas mãos em meus ombros, me fazendo ficar de pé, e em seguida recebo seu abraço e ele beija meu rosto, o que entre nós, significa respeito e afeição, e seu gesto me faz chorar...

- Eu o amo, meu filho! - ele respira fundo. - Vou ouvir o que tem a me dizer, e nós juntos vamos resolver essa situação, como uma família que somos!

《••••》

Quem mais está emocionada com essa relação linda entre pai e filho?❤❤

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Comments

Raquel

Raquel

Lindos 😍, capitulo maravilhoso! Ju, você já chegou arrasando! No entanto, confesso que já peguei ranço da mocinha, apesar de saber que isso vai mudar. Mas foi cruel fazer isso com nosso pequeno e lindo príncipe. A gente esperou tanto por ele.

2023-11-11

197

Maria Carmelita Albuquerque

Maria Carmelita Albuquerque

Chorei. Como é lindo o respeito entre pai e filho. 😭❤️

2024-05-09

0

Maria Dos Anjos

Maria Dos Anjos

estou amando a história ❤️❤️❤️❤️

2024-05-09

0

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