Capítulo 11

Zayn, meu filho, se controle! - uma mulher, muito bela por sinal, se aproxima e afasta o homem de mim. - Meu marido, por favor, pode levar nosso filho para esfriar a cabeça? - ela direciona o olhar a um homem um pouco mais velho, que sorri de modo gentil para mim, faz um leve cumprimento com a cabeça e sai puxando o meu "futuro marido mal encarado" para longe de nós.

Bufo, totalmente irritada! Mal pisei nesse país, já fui atingida por olhares julgadores, pessoas que pareciam que iriam me fulminar somente com o olhar por simplesmente eu estar vestida de modo diferente... E como se não bastasse, esse homem que eu sequer vi antes, se acha no direito de me ofender e me dar ordens? Ah, mas comigo não, violão!

- Minha querida, nos desculpe por isso. - a voz calma da mulher me chama a atenção. - Eu sou Yasmin Harmud, mãe de seu futuro marido, Zayn. Peço que não dê tanta importância ao que meu filho disse, e me perdoe se ele a ofendeu. Tentamos segurá-lo, mas Zayn é um tanto quanto impulsivo e quando viu as pessoas te olhando, quis te proteger e te cobrir para que não a maltratassem.

- Muito prazer, dona Yasmim. - respondo, me sentindo estranha. - Eu peço desculpas, mas não conheço nada sobre os costumes de vocês, e não vejo motivos para que seu filho me ofenda desse jeito! Minhas roupas não estão mostrando nada demais, para que ele diga que estou nua!

Ela fecha os olhos e respira fundo, meneando a cabeça, parecendo descontente.

Estou prestes a ativar o modo defensivo, quando ela abre os olhos e toca meu ombro, de um jeito carinhoso...

- Sinto muito que sua chegada tenha sido assim, meu bem. Mas prometo que farei de tudo para que se sinta confortável e acolhida em nossa casa. - ela sorri de forma carinhosa e amigável, o que me faz soltar o ar lentamente, mais aliviada por ela não ser como o filho julgador. - Bom, eu preparei algo para que se sinta menos deslocada nesse primeiro momento, mas fica a seu critério usar ou não o presente, não é uma imposição e muito menos uma obrigação, tudo bem? - eu assinto, ainda com um pé atrás.

Ela abre a bolsa que está em seu braço e pega um lenço, parecido com o que ela e as outras mulheres que a acompanham, estão usando.

Estico o braço e ela põe o tecido delicado em minhas mãos. É bonito, delicado, e não parece tão quente como imaginei que fosse...

- Não sei como usá-lo. - digo, olhando o tecido.

- Posso te mostrar? Seria um prazer ajudar minha futura cunhada com algo dos nossos costumes. - uma jovem que parece ter a mesma idade que eu, se aproxima também. - Meu nome é Aisha, muito prazer!

- Prazer, Aisha! Eu me chamo Aline! - dou um leve sorriso de volta. - Se puder me ajudar, ficarei grata.

Ela sorri, abre sua própria bolsa e tira algumas espécies de presilhas pequenas, decoradas com pedrinhas coloridas, até que são bonitas.

- Bom, farei o melhor que conseguir, visto que estamos no saguão de um aeroporto, mas assim que tivermos um tempo em casa, vou te mostrar como fazer, para que você mesma possa colocar seu hijab. - ela parece pensar. - Claro, se assim desejar. - me olha, meio receosa.

Apenas assinto levemente. Ela se põe de pé na minha frente e pega o lenço, começando a pôr em minha cabeça com uma destreza impressionante!

Minutos depois, o hijab não só cobre meus cabelos, como cai sobre meus braços, deixando apenas uma pequena parte acima dos pulsos a mostra.

- Está linda! - dona Yasmim me olha com carinho. - Na verdade, ainda mais linda, pois o hijab só ressaltou o que já era belo!

- Obrigada! - suspiro e dou um sorriso. - Obrigada a você Aisha, por me ajudar sem me julgar. - digo, desanimada.

- Ei, não se preocupe com o meu irmão! - ela segura minha mão. - Ele tem esse jeito mas não morde, só tem cara de bravo! - dá de ombros.

Sorte a dele, pois se ele pensar em morder... eu avanço primeiro!

Caminho com a dona Yasmin e a Aisha, que são muito amigáveis e logo sou apresentada a outras mulheres da família Harmud, que me abraçam e recebem com alegria e respeito.

Os homens, tanto mais jovens quanto mais velhos, apenas acenam levemente com a cabeça, mas sem nenhum contato físico, nem mesmo aperto de mãos... interessante.

- Bom querida, podemos ir? - dona Yasmim me olha com carinho.

- Sim, podemos. - respondo meio sem jeito.

Não sei nem como me comportar direito com eles. E esse "ir" eu nem sequer sei para onde é.

As mulheres são tão bem vestidas e perfumadas. Imagino que devem dormir numa banheira de perfume, para andar tão cheirosas desse jeito.

Os hijab delas são lindos, com detalhes que até parecem de fios de ouro de verdade... que bobagem! Quem usaria fios de ouro de verdade em um lenço, não é mesmo?!

Mas preciso dizer, todas são elegantes, com uma postura impecável, de uma sutileza impressionante e muito, muito educadas e gentis.

Fico até me sentindo estranha no meio de todas elas, com meu tênis velho de guerra e meu vestido tão simples.

Mas não vou deixar esses pensamentos me sabotarem! Posso não ter as joias que elas tem, ou o requinte que elas possuem, mas tenho honestidade, caráter e dignidade. Isso já é o bastante para que eu me orgulhe de mim mesma!

Quando saímos do aeroporto, vejo alguns repórteres com câmeras e celulares, tira do fotos, e logo vários homens, todos vestidos de ternos pretos, se põem a nossa frente e nos escoltam, isso mesmo, somos escoltados até vários carros luxuosos e eu sou direcionada a um carro preto que eu nem ouso imaginar o quanto custa.

Quando entro, logo Aisha entra também e se coloca ao meu lado. Mas ela estranhamente parece acostumada com esse tipo de situação.

Ela me dá um sorriso amigável e me surpreendo com um abraço, agora bem caloroso, que me deixa desarmada, e acabo retribuindo.

- Não imagina como estou feliz, Aline! - ela diz, parecendo realmente alegre. - Finalmente terei uma irmã de verdade!

Quando nos afastamos, ela não para de sorrir, segurando minhas mãos.

- Irmã? - franzo a testa.

- Sim, me deixe explicar. - ela se ajeita, ficando de frente para mim. - Aqui, as noras são consideradas filhas pela família da qual farão parte, então, você agora é a filha mais nova da família Harmud, e se meus pais serão como seus pais, então seremos irmãs! Não é maravilhoso?! - ela realmente está animada.

- Me deixe ver se entendi... se eu serei sua irmã, então serei irmã do senhor carranca também?! - ela me olha, confusa.

- Senhor carranca? - repete, devagar.

- Sim, o seu irmão mal humorado. - explico.

- Não, você será minha esposa, e não minha irmã! - a voz grossa quase parece um trovão dentro do carro. - E deveria saber que não é correto falar mal dos outros pelas costas.

Quase salto do banco, tamanho o susto. Ponho a mão no peito, respirando fundo, tentando me recuperar... mas de onde esse homem saiu?!

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Comments

Charlotte Peson

Charlotte Peson

Zayn prepara que a manada de elefantes está chegando kkkkkkkAline vai fazer você samba kkkk!!!

2023-11-16

224

Maria Carmelita Albuquerque

Maria Carmelita Albuquerque

/Facepalm//Facepalm/

2024-05-10

0

Aldenora Tavares

Aldenora Tavares

Vai ser lindo o amor de zayn e Aline

2024-04-30

0

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