Camille ( Despedidas )

Camille

O caminho de volta foi quente. A mão do Escorpião entre as minhas coxas, me fez desejar aquele toque tão íntimo, mas eu tive que impedir que ele continuasse. Eu estava tão confusa com o que estava acontecendo, sei que ele é o maior safado do morro, pega todas as mulheres, e mal nos conhecemos, o meu tio estava naquele carro com a gente, e o maior motivo de todos, eu sou virgem.

Sim pessoal, sou virgem aos 21 anos, e devo ser a única em todo o rio de janeiro.

Nasci e cresci num morro, e nunca me interessei por ninguém, o único garoto que me interessei foi o Nathan, vulgo NT, ele era filho de um dos aliados do meu pai, tivemos um relacionamento quando eu tinha 15 anos, dois meses depois dos meu aniversário de 16 anos, ele queria que eu me deitasse com ele, mas eu não quis, não me sentia preparada, ele disse que entendia, e que não iria me forçar a nada. Três semanas depois, descobri que ele estava com Lavínia, uma garota mais velha, que era filha de outro dos aliados dos nossos pais. Quando eu descobri, fiquei abalada por dias, tentando fazer com que o meu pai não reparasse. Contei a meu pai após duas semanas, ele chamou o pai do NT, e eles conversaram, decidiram que o melhor para todos, seria manter a parceria, mas a distância. Eu sofri muito com tudo o que aconteceu.

Pensar em me envolver novamente com alguém, estava fora de cogitação, e ser mais uma das marmitas que vai passar pela mão do dono do morro, estava ainda mais distante da minha realidade.

Deixei que ele descansasse a sua mão na minha coxa, o que o fez dar um sorriso de lado, um sorriso lindo, o mais lindo que já vi, me dava vontade se beijar cada cantinho daquele sorriso.

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Tudo estava acontecendo rapido de mais. Minha mãe e meus irmãos ja estavam prontos para sair quando chegasse a hora.

Passamos o final da tarde e a noite toda juntinhos no sofa, eu, minha mãe, meus irmãos e minha tia. Tio Wesley estava dormindo, e o escorpião ja tinha ido embora.

Antes de sair, ele me mandou fazer as malas, que ainda hoje (após os meus familiares irem embora) eu iria me mudar. Eu estava um pouco triste, já que desde que o meu pai morreu, eu vivia naquela casa, mas achava que seria ate melhor, já que viver ali me lembraria da minha mãe e dos meus irmãos.

As três em ponto, os homens da minha madrinha já haviam chegado, haviam três carros em frente a minha casa, cada um iria em um, com mais quatro vapores. Acabei conhecendo o Bola e o Lagarto, o Bola é um cara bem animado e engraçado, ele estava fazendo de tudo para aquele momento ser o mais feliz possível, ele é sub do Escorpião, o Lagarto é um pouco mais fechado, dava ordens aos homens do Escorpião, enquanto ele conversava com o meu tio. O Lagarto é o gerente geral.

Três e meia da manhã, tudo estava pronto, os carros e motos posicionados. Dei um abraço apertado nos meus irmãos e na minha mãe, que logo entraram nos carros. Minha mãe chorava muito, e eu estava me segurando para não chorar também.

O primeiro carro saiu, junto com duas motos, aquele era o carro que a minha mãe estava, o segundo e o terceiro saíram, acompanhado de mais quatro motos. Lágrimas caíram por meu rosto, quando não vi mais nenhum dos carros. Bola passou o braço pelos meus ombros.