Quando estamos no carro, o Beto me obriga a contar o que aconteceu, para eu sair da boate daquele jeito, sem ele mesmo pagar o que ele pediu, e ainda por cima nos deixarem sair sem nem perguntar ou pedir o recibo da comanda.
Eu começo a contar meu encontro com Eduardo sem ele me interromper até o momento que apareceu outro cara, ele quase para o carro no meio da estrada.
— Não acredito, desgraçada você não fica com ninguém a praticamente um ano e quando fica quer tirar o atraso e garantir o próximo ano. - Ele ri, eu fico vermelha e encolho os ombros, ele me analisa um segundo me olhando de cima a baixo.
— Tem coisa errada nessa história, me conta tudo direitinho, te conheço muito bem, você não ia aceitar transar com os dois do jeito que você é toda chata e meio puritana, o que aconteceu. - Ele já fala em um tom meio preocupado, e eu o amo por isso.
Eu engulo em seco e sei que não vai adiantar esconder a história da chantagem dele, se eu fosse mais atirada tudo bem, mas ele não ia engolir, eu simplesmente dizer que pulei no colo dos dois, eu fico olhando para fora da janela do carro uns instantes eu sei que ele está entre prestar a atenção na pista e em mim, é melhor falar logo antes que ele pare o carro, então eu conto sobre a chantagem.
Um arrepio de frustração passa pelo meu corpo, provavelmente eles tentam isso com todas as mulheres que eles querem e dizem não para eles, essa história sendo contada assim parece ridícula e sórdida, como eu pude ser tão burra, já estava romantizando, estupida, estupida.
— Como assim, chantagem, Amanda, eu estou ficando com raiva e ódio já, me fala logo.
— Quando eu não quiz ficar com eles, sai da área vip e fui te procurar em todo lugar, perguntei para os garçons, ninguém te viu, fui para pista de dança, te procurei e percebi que você tinha se dado bem.
— Deve ter sido quando eu me arrumei com um cara muito maneiro e lindo que estava na pista de dança e fui com ele direto para uma suíte pequena no terceiro andar.
— Eu imaginei, então quando eu não te achei fui para chapelaria para pegar o celular te deixar um recado, pagar a consumação e pedir um Uber, só que... uh mm... quando eu cheguei na chapelaria e recebi minha bolsa ela estava lacrada, mas estava vazia.
— Como assim vazia.
— Vazia, sem a chave, celular, carteira, sem nada, quando eu falei com a menina da chapelaria ela disse que não podia fazer nada que eu fosse no caixa para ver se eu podia usar o telefone lá.
Eu olhei o Beto estava com a cara fechada olhando fixamente para frente e apertando o volante do carro.
— Vai Amanda termina essa história. - Eu já imagino que ele ligou os pontos, mas precisa de uma confirmação, eu aperto as mãos, olho para frente, solto um suspiro.
— Quando eu fui no caixa eles me passaram um valor absurdo para eu pagar- eu olho para ele e ele me olha com uma cara muito séria - eu pedi para usar o telefone porque eu não achava você e as minhas coisas tinham sumido, mas eles se negaram a me deixar usar o telefone, disseram que se eu não pagasse iam chamar a polícia e abrir um B.O. contra mim.
Ele me olhou já com uma cara de possesso, os olhos brilhando de raiva, apertou minha mão e acenou para eu continuar.
— Eu pedi para ela não fazer isso que eu ia pagar, nisso eles apareceram- eu paro e chacoalho a cabeça- o pior é que eu não tinha entendido tudo até o Leonardo fazer a proposta, eles se comportaram como se eu estivesse tentando dar um golpe, sabe, qualquer um que estivesse na fila pensaria assim.
Eu abaixo a cabeça e cubro o rosto como eu pude pensar que eles realmente poderiam querer algo a mais comigo, eu suspiro.
— Eu sou uma palhaça ridícula mesmo – limpo as lágrimas, não eu não vou chorar, o Beto aperta minha perna.
— Preta, você quer que eu pare o carro, você tá bem?
— Não, por favor, eu só quero ir para casa, tomar um banho e dormir até o meio-dia amanhã, e você deve estar querendo fazer o mesmo vamos logo.
— De jeito nenhum, vou te deixar sozinha agora, você precisa de mim, eu te conheço, vou ficar com você até você dormir, agarrado em você, para ter certeza que você vai dormir.
— Beto, não precisa, você não vai descansar se você ficar e outra eu estou super cansada, eu vou dormir acredite.
Ele me olha preocupado comigo.
— Desculpe Preta, eu tenho que perguntar, você tá machucada, precisa de alguma coisa, quer dizer, faz tempo para caralho e dois caras, acaba você sabe, machucando. - eu fico vermelha e abaixo a cabeça desviando o olhar dele, volto a olhar para ele, é ele está esperando uma resposta.
— Eu não estou machucada, eles não, nós não, quer dizer... foi um de cada vez, tá bom – e fico como um pimentão. Ele ri do meu jeito, me puxa para perto dele, me abraça, beija minha cabeça.
— Certo, eu não quis te constranger, sabe né, só estou preocupado com você.
— Eu sei, tudo bem, eu te amo.
Encosto a cabeça no ombro dele, enquanto ele dirige e descanso tentando resistir as lágrimas e aos pensamentos de desilusão que me confundem.
— O pior de tudo, sabe, é que, não foi ruim..., na verdade, foi bom, muito até, na verdade, dói o fato deles me enganarem para entrar no jogo deles, e dói mais ainda sair disso, mas não tem como eu ficar com eles.
— Você acha que eles iriam querer te ver novamente?
— No final, quando sai dizendo que nunca mais ia ver os dois, eles disseram que queriam conversar, que queriam me conhecer, após tentarem me enganar mais uma vez inventando uma desculpa esfarrapada, aí eles vieram com “me desculpe, vamos conversar” - fiz aspas com as mãos imitando a voz grossa do Eduardo – me poupe, eles não me contaram a verdade sobre a armação deles, como eu poderia confiar, eles devem fazer isso com toda garota que tenta fugir deles, aqueles cretinos, babacas.
— Calma querida, você está cansada e magoada, se você quiser amanhã eu volto lá para quebrar a cara linda deles.
Nós rimos e eu relaxei mais no abraço do meu amigo.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Andressa Silva
como é ter uma pessoa com quem possa contar
2024-09-12
0
Noemia Fernandes
muito bom ter um amigo assim como Beto
2024-04-18
7
Fernanda Marins
😆😆😆😆
2024-02-11
3