Capítulo 04

EDUARDO E LEONARDO

Eduardo e Leonardo Vidal Negrão são irmãos adotivos, seus pais Sebastian e Isolda não conseguiam ter filhos e adotaram os dois quando eles tinham apenas 8 e 4 anos. Eles não tinham nenhum parentesco na época, nem sequer se conheciam, mas como o casal queria 2 filhos e acreditavam que passar pela adaptação seria mais fácil tanto para eles quanto para as crianças se eles tivessem um companheiro.

E na realidade esse plano foi bem-sucedido, os meninos criaram um laço forte entre eles, se tornaram irmãos mesmo. Isolda e Sebastian Vidal Negrão passaram para seus filhos todos os seus princípios, levaram a sério toda a educação deles estudando sempre nas melhores escolas particulares de São Paulo e depois a graduação em Administração na Universidade Mackenzie e depois pós-graduação em Gestão Empresarial e Inteligência de Mercado.

A vida em família era tranquila até que, quando Eduardo estava com 24 anos e Leonardo 20, seus pais sofreram um acidente com o jatinho da família e morreram, deixando os rapazes desolados, mas na tragédia a união deles se consolidou ainda mais, eles se dedicaram aos negócios dos pais fortalecendo as empresas e expandindo os negócios para outras áreas de atuação fazendo da empresa V.N. Empreendimentos conhecida e respeitada na cidade e no país, tudo para fazer os pais orgulhosos onde quer que eles estivessem.

Muito embora a fama de mulherengo dos irmãos também fosse bem conhecida, seus nomes estavam sempre estampando as manchetes dos tabloides de fofocas, em noitadas com seus amigos, principalmente na boate Adore, de propriedade deles.

6 meses antes

Eduardo, agora com 32 e Leonardo com 28, estavam com um grupo de amigos na área vip da Boate Adore observando o público em baixo na pista de dança, a combinação do escuro e o jogo de luzes e fumaça se movendo pela multidão fazia tudo parecer mais atrativo mexendo com a imaginação, chamando a atenção das pessoas na área vip.

Ao lado da pista tem a área com mesinhas e cadeiras, também tem mesas com sofás para os clientes poderem descansar e interagir confortavelmente.

— Olha isso, Eduardo, nós temos que começar a cobrar uma taxa desses filhos da puta que volta e meia tão estampando os nossos nomes nessas merdas de revistas fofoqueiras.

Leonardo segurava uma revista sensacionalista nas mãos falando debochado de mais uma matéria sobre nós, a segunda em menos de 3 meses, isso irritava Eduardo também, mas seu irmão ficava bastante estressado.

— Para com isso Leo, até parece que você está se importando com essa merda, não é como se nós tivéssemos ou quiséssemos dar satisfação da nossa vida para alguém.

O irmão mais velho balança o gelo no copo de whisky na mão e toma um gole pequeno, pensando em não ficar embriagado, ele teria uma reunião amanham cedo, sim, em um domingo, ele teria uma maldita reunião em um domingo e seu humor estava péssimo por isso, mas eles precisam de uma empresa de construção confiável e experiente e eles tinham uma com ótimo custo-benefício então não podia recusar a oportunidade.

— Se nossa mãe estivesse viva, estaria dando na nossa cabeça com algum sapato de salto dela, com certeza.

Eduardo ri do comentário do irmão, sabendo qual era o verdadeiro problema dele, estava sentindo falta dos pais novamente e ao invés de falar sobre isso ficava remoendo alguma atitude deles que os pais desaprovariam para tocar no assunto.

— Acho que estamos meio velhos para isso, ela com certeza nos daria um sermão daqueles – sorri e balança a cabeça lembrando da mãe dizendo que mulheres devem sempre ser tratadas como princesas -, mas somos adultos e as garotas com quem saímos também então. - Deu de ombros e tentou consolar o irmão. - Deixa esses babacas, daqui a 2 dias ninguém vai se lembrar mais, se você se sente melhor nós tomaremos mais cuidado da próxima vez.

Leonardo balança a cabeça em negação e lança um olhar perdido pelas pessoas dançando na pista de dança e foca em algum lugar com interesse. Uma delicada garota sorridente nos braços de um rapaz moreno alto, ele poderia jurar que já tinha visto aquele rapaz com um homem outro dia.

— Irmão dá uma olhada na mulher que está dançando com aquele cara ali na esquerda.

Eduardo focou na direção em que o Leo apontava, e bem naquele momento a moça balançou mais o quadril enquanto o rapaz baixava as mãos da cintura para os lados do quadril dela, fazendo os dois irmãos se remexerem de irritação, se entreolharam com se isso tivesse sido uma provocação deliberada contra eles, o rapaz segurou as mãos da mulher e a fez rodopiar em seus braços a virando de costa para os dois, nesse momento eles decidiram descer as escadas e tentar conhecer melhor aquela garota.

Não que eles tivessem algum direito, ou que eles fossem simplesmente tirar a menina das mãos do namorado e sair puxando-a paro quarto deles, mas com persuasão e uma boa lábia eles poderiam fazer ela perceber que ela estava perdendo tempo com aquele cara e que eles poderiam ser uma companhia bem mais agradável, muito mais prazerosa.

Quando eles chegaram na pista de dança a garota e o rapaz tinham desaparecido, procuraram em todo lugar, mas nada dela, quando olharam nas fitas de segurança viram que bem no momento em que eles resolveram descer ela cochichou alguma coisa para o rapaz, olhou por cima do ombro dele e foram rápido em direção à saída da boate.

Mas em algum momento ela iria voltar e nesse momento eles estariam preparados para atingir o objetivo deles, que seria ter aquela garota na cama deles.