AMANDA
Droga nunca mais vou poder vir aqui, desço as escadas para a pista de dança e olho para cima, os dois estão apoiados na grade do camarote vip, Eduardo me olha daquele jeito que faz ferver o sangue e gelar a nuca.
Suspiro e me viro para pista, preciso achar logo o Beto e sair correndo daqui, o mais rápido possível, antes que eu faça algo que com certeza, vou me arrepender depois, se por um acaso o Carlos ficar sabendo, droga ia dar uma merda grande, seria muito arriscado.
Procuro o Beto por todo lado, mas não o acho, ele não deve ter ido embora, com certeza se arrumou com alguém, sorrio e vou em direção à chapelaria para pegar minha bolsa, deixar uma mensagem para ele pagar minha conta e ir embora.
Quando a funcionária da chapelaria me pede, eu entrego o tíquete, ela me traz o embrulho lacrado, eu abro e pego a bolsa de dentro, só que, quando eu vou verificar meu celular, a porra da bolsa estava vazia.
— Moça tem um problema aqui, a minha bolsa está vazia, onde estão minhas coisas, minha carteira, chaves, celular, minhas coisas?
Falo alterada, entrando em desespero pela falta das minhas coisas. Merda, como eu vou entrar no apartamento essas horas, droga minha vida tá naquele celular, como eu vou pagar a consumação se estou sem dinheiro, tudo virando dentro da minha cabeça.
— Senhora, o pacote estava lacrado correto? - A funcionária me responde meio a contra gosto, com uma cara desconfiada.
— Sim, mas minhas coisas não estão aqui.
— Olha, eu sinto muito, não posso te ajudar, a bolsinha foi colocada no pacote da mesma forma que recebi, e sempre é feito na frente do cliente, é norma do estabelecimento.
— Sim, no entanto, está vazia o que eu vou fazer agora. Eu preciso de um telefone, preciso ligar para o meu amigo vir me buscar até as chaves do meu apartamento sumiram.
— A senhora pode ir lá no caixa, talvez ela te deixe usar o telefone.
- Ok!!! - Digo já me virando e pisando duro\, tinha quase certeza de que\, ou foi ela\, ou ela sabe quem foi.
— Oi, boa noite o meu tíquete – entrego para a caixa - eu preciso usar o seu telefone, minhas coisas sumiram, inclusive minha carteira e meu celular, chave de casa, tudo, eu preciso ligar para o meu amigo vir me buscar e acertar o que tiver para acertar.
— Certo, moça sua conta está em R$3000,00 e eu não posso te deixar usar o telefone.
— O quê? - eu vejo tudo preto na minha frente por um instante- desculpe repete, como assim R$3000,00, eu não pedi nada. E como assim não posso usar o telefone como eu vou pagar por isso. Eu fui roubada aqui e vocês estão querendo me roubar de novo.
— Olha, passe vip para duas pessoas, algumas bebidas mais 2 garrafas de espumante a mais caro da casa.
Meus olhos se fecham em compreensão, com certeza o Beto achou que poderia pedir o que quisesse devido ao passe vip e como eu não correspondi aos dois filhos da puta, eles querem me cobrar cada centavo.
— Tá eu faço uma ideia, mesmo assim eu preciso usar o telefone, um celular para chamar meu amigo, se não como eu vou pagar, acabei de te dizer, minhas coisas sumiram. - Eu mostro a bolsa vazia para caixa.
— Olha, se você não for pagar, eu vou ter que chamar a polícia para fazer um Boletim de Ocorrência contra você.
Puta merda, eu estou muito fodida, a imagem do meu filho indo embora com o Carlos fica bem nítida na minha mente e eu sinto meu sangue gelar no meu corpo.
— Moça, tudo bem? - a caixa chega a se levantar um pouco da cadeira e está com uma cara preocupada, devo realmente estar com cara de quem vai desmaiar.
— Olha, não precisa chamar a polícia, eu só preciso de um telefone celular com internet ou uma linha só isso, eu não estou me recusando a nada.
Nesse momento eu sinto uma mão no meu ombro, me viro e dou de cara com os dois, que droga, será que isso pode ficar mais vergonhoso? Leonardo com a mão no meu ombro mais próximo a mim e o Eduardo um pouco mais afastado com as mãos no bolso e a cara ainda chateado.
— O que está acontecendo, Amanda, que bagunça é essa. — Leonardo fala com uma cara séria.
Eu respiro fundo e penso muito bem minhas palavras para não piorar a situação ainda mais.
— A minha bolsa estava na chapelaria e minhas coisas sumiram, ela estava lacrada, mas está vazia. - Mostro a bolsa para ele- meu amigo foi embora e eu preciso de um telefone emprestado para poder ligar para ele voltar e para eu poder fazer uma transferência para conta de vocês. — Leonardo me analisa ainda sério.
— Quanto é a conta dela Carina- ele pergunta para caixa, eu reviro os olhos, pois sei bem que ele não vai gostar, encaro o Eduardo por que parte disso é culpa dele, ele continua emburrado com a cara virada para o outro lado, imbecil agora quer me dar gelo, até quando ele vai continuar com essa farsa da conta.
— R$3000,00 chefe.
— Você está tentando me dar um golpe, Amanda, - Leonardo fala com um ar zombeteiro.
— Claro que não, eu vou te pagar, só que minhas coisas sumiram e eu só preciso de um telefone celular emprestado, daí eu resolvo isso bem rápido.
— Não vou te emprestar celular nenhum, mas eu tenho outra ideia, - ele se aproxima quase colando o corpo em mim e sussurra na minha orelha- você aceita a nossa proposta e eu pago a sua conta e esquecemos a polícia.
— Você enlouqueceu, eu não vou fazer isso- me afasto dele, irritada, mais que cretino.
— Você é quem sabe, aceita e eu pago ou a Carina chama a polícia e você se explica para eles.
Merda, mesmo que eu fale que fui roubada aqui dentro e delate esses imbecis por chantagem para conseguir favores sexuais vai ser minha palavra contra a deles e até terminarem as apurações e eu ser inocentada o Carlos já vai ter tirado meu filho de mim, e para eu conseguir a guarda dele de volta vai ser quase impossível.
Não acredito, esses imbecis devem fazer essa merda sempre, que idiota que eu sou, olho para o Eduardo que ainda não disse nada, mas não está com uma cara nada boa.
— Eduardo, por favor, só me empresta o celular alguns minutos. - Ele fica me olhando com um ar indecifrável.
— Chega dessa merda, Carina liga para polícia – Leonardo fala e a caixa pega o telefone.
— Não!!!
Falo para caixa ficando de frente com o Leonardo, puta que o pariu, eu não acredito que eu vou fazer essa merda.
— Eu aceito a droga da sua proposta.
Falo entredentes com vontade de esganar o Leonardo e não de transar com ele, quero dizer com eles. Leonardo sorri, retira um cartão preto da carteira e entrega para caixa sem tirar os olhos de mim.
Olho para o Eduardo que fica me analisando com a sobrancelha levantada e a cara como se tivesse se perguntando em que tipo de merda eu ando envolvida para ter tanto medo da polícia, eu reviro os olhos para ele. Quando a caixa entrega de volta o cartão para o Leonardo, ele pega minha mão e eu suspiro, com um misto de irritação e frustração, ele me guia pela pista, para área vip em direção às escadas, enquanto Eduardo segue nós dois.
Essa não é a maneira ridícula que eu queria que a minha noite especial terminasse, merda como eu pude cair na armadilha indecente deles, agora vou ligar um foda-se bem grande e ir embora rápido quando isso acabar.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Beatriz da Encarnaçao (Custódio)
Não tem graça nenhuma essa atitude deles. Isso foi muito baixo
2024-10-25
1
Andressa Silva
não achei legal a atitude deles
2024-09-12
1
Noemia Fernandes
nossa isso foi palha demais
2024-04-18
4