Capítulo 10: Conflitos- Parte I

— Boa noite, pai. — Gregory cumprimenta Jacob apenas verbalmente, caminha até a cama do avô Antony para observá-lo e pergunta preocupado:

— O senhor está bem, vovô?

— Melhor agora. — Antony confirma, esbanjando um sorriso satisfeito se levantando da cama e então confessa: — Estou louco para sair dessa cama, desse quarto.

Gregory nota que o semblante do seu avô parece estar mais avivado. Gregory olha para o pai e para o irmão e diz sério:

— Preciso falar com o vovô a sós.

— Não vai contar o que está acontecendo Gregory? Eu sou o seu pai! — Jacob exige, porém Gregory assegura:

— Depois contarei tudo, pai. Por agora eu realmente preciso falar com o vovô. Podem me dar licença?

— Espero que não estejam tramando pelas minhas costas... Esse papo de deixar você na presidência é o cúmulo do absurdo! Eu sou o seu pai! Primeiramente serei eu a ocupar a sala da presidência e só depois que eu me aposentar, aí sim, será você. Sua estadia na presidência está chegando ao fim. — Jacob assevera e sai do quarto indignado.

Isaac também sai do quarto do avô Antony, antes do seu pai. Storm não ousou entrar no quarto quando Gregory adentrou apressado, ela nem mesmo quis espionar como é lá dentro, apesar de sua curiosidade ser grande. A voz furiosa do pai de Gregory lhe deu medo. Então prefere ficar olhando as artes distribuídas na parede até que Gregory termine de conversar com o avô e saia do quarto.

Isaac passa por Storm, a analisa, mas não diz nada, pois crê que ela está acompanhada pelo irmão.. Jacob, porém, ao passar por Storm, a examina furtiva e intensamente. Ele nota a aliança no dedo de Storm e antes mesmo de questioná-la, Gregory a chama:

— Storm, por favor, entre!

Storm adentra rapidamente o quarto por temer ser outra vez caluniada, agora pelo pai de Gregory, já que ela não gostou nada do olhar julgador dele para cima dela. Storm fecha a porta e escora sua testa na porta um pouquinho, antes de se virar para olhar para Gregory.

— Aconteceu algo, Storm? — Gregory questiona desconfiado.

Storm apenas balança a cabeça negando.

— Ela é linda! Quem diria que Sanchez teria uma filha tão linda assim? E você é bem sortudo, Greg! — Antony enaltece a beleza de Storm e bate no braço do neto.

Storm fica acanhada perto da porta e o avô de Gregory já colocando os seus pés no chão, diz:

— Preciso trocar de roupa, pois quero jantar na mesa e não mais nesse quarto.

— Mas os médicos não disseram... — Gregory argumenta, mas o seu avô corta ele e declara convencido:

— Que eu estou à beira da morte? Não estou. Pode ficar tranquilo. Este velho aqui tem muito ainda para viver! Estou me recuperando bem. Só que o seu pai e os seus tios estavam me perturbando tanto que fingi ainda estar doente para ver se eles me deixavam em paz. Mas hoje eles tiraram o dia para me azucrinar. Bom... Agora as coisas vão mudar. Minhas férias definitivas começarão a partir de hoje. Precisamos comunicar a todos que você será empossado de vez em seu cargo.

Storm começa a fazer movimentos com as suas mãos, demostrando estar muito nervosa, mesmo assim, com a voz trêmula, ela se manifesta:

— Eu... Eu queria ir embora... Senhor... Eu... Eu sei que o casamento foi só por causa das terras... Eu não me importo com elas, senhor... Podem ficar com todas elas... Eu...

Antony encara o neto e depois Storm. A moça é linda aos seus olhos. E pelo jeito simples e meigo, ela é a esposa perfeita para o neto. Se ela continuar com o neto, muitas aproveitadora sairão do pé de Gregory, até mesmo as suas duas primas que nutrem um sentimento amoroso por ele que ele jamais corresponderá.

Antony volta a sua atenção para Gregory e este balança a cabeça em negativa. Antony entende a súplica do neto, mesmo não pronunciando uma só palavra: Gregory está implorando ao avô que não atenda ao pedido de Storm. Antony respira pausadamente e informa:

— Querida... Sei que está com medo, nervosa... Mas o Gregory já deve ter revelado que o casamento, o contrato, não poderá ser quebrado, desfeito.

— Sério mesmo? — Storm indaga com a voz embargada pelo choro.

Gregory corre ao encontro de Storm e a abraça carinhosamente. O corpo dela está tremendo. Gregory acredita que o seu pai possa ter dito algo para ter deixado Storm tão abalada. Antes mesmo de questioná-la, o som do trovão estronda dentro do quarto anunciando a tempestade e Storm aperta o corpo de Gregory com medo.

— Storm... Eu estou aqui. Eu protestei você... — Gregory diz amoroso.

Storm apenas se agarra mais a Gregory.

— Seu nome é Tempestade e ao que parece você tem medo dela... — Gregory observa, mas Storm retruca:

— Eu só me assustei... Aconteceram tantas coisas ruins comigo hoje...

— Leve ela para o seu quarto até ela se acalmar e depois desçam para jantarmos. — Antony sugere e Gregory atende a sugestão do avô.

Já no quarto, Gregory apontando para a sua cama diz:

— Sente-se, Storm. Vou procurar um carregador para o seu celular.

Storm fica acanhada e não se move. Gregory vendo-a travada, paralisada, a conduz gentilmente até a cama dele. E assim que ela se senta, Gregory comunica:

— Storm... A partir de hoje iremos morar na minha casa... Nossa, na verdade. Precisamos viver juntos para não levantar suspeitas, principalmente, gerar conflitos. Então não precisa ficar com medo da minha família. Se quiser que a sua mãe venha morar com você, não vou me impor.

— Ela não irá. Agora que ela e o tio Chris finalmente estão dispostos a viverem juntos... Ela não aceitará essa proposta. — Storm afirma.

— Tudo bem. Eu prometo que cuidarei bem de você. — Gregory garante com um sorriso no rosto.

Storm fica um pouco mais calma e Gregory após colocar o celular de Storm para carregar, a leva para jantarem. Quando eles chegam na sala de jantar, toda a família já está reunida. Antony que já está sentado em seu lugar costumeiro, ordena ao casal:

— Sentem-se!

Gregory afasta a cadeira para Storm se sentar e se senta ao lado dela e fica entre Storm e o seu avô Antony. Reese, Elisa e Eva olham furiosas para Storm. Antony então começa o discurso:

— Como já havia mencionado antes... Gregory, hoje se torna efetivamente o CEO das empresas FERGUSON SA. Ele é um homem casado e tem muitos desafios pela frente...

— Como assim!? — Jacob, Marcus, Catherine e seus dois filhos, gritam em uníssono interrompendo Antony.

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