O homem vai caminhando e tossindo, se aproximando cada vez mais de Storm. Ela, porém, mesmo sabendo quem é o homem, não consegue reagir, andar, para permanecer o mais longe possível dele. Storm está em estado de pânico.
— Você está bem, Storm? — O homem questiona com voz preocupada.
— Es... Estava me pe... Perseguindo? — Storm questiona com medo.
— Desculpa. Mas eu realmente preciso falar com você. Me disseram que você saiu chorando do seu trabalho... — O homem tenta se justificar e tosse novamente, coloca seu lenço na boca e mostra uma mancha de sangue assim que afasta o lenço de sua boca.
O motorista fica preocupado e tomando o lenço da mão do seu chefe, diz:
— Senhor Charles... O senhor precisa ir para um hospital agora.
— Não, Natan... Sabe que não tenho mais tempo. — Charles retruca, mas não entrega o lenço.
— Por que quer falar comigo, Charles? Justo agora? Veio rir da minha desgraça como fez com a minha mãe? — Storm questiona com raiva.
— Não. Eu estou realmente arrependido do que fiz com a sua mãe, Storm. E com você... — Charles se justifica.
— Quer mesmo que eu acredite nisso? — Storm rebate com ironia, com sua voz ainda trêmula.
— Querendo ou não, eu sou o seu pai e eu preciso de você. — Charles desabafa de uma vez e volta a tossir sangue.
— Meu pai? Desde quando? — Storm interroga furiosa e completa: — Pais são as pessoas que dão amor. Que cuida! Você é só um estranho para mim! Onde você estava nos momentos em que mais precisei de você?
— Senhor Charles, se sente um pouco, por favor... — O motorista de Charles pede, arrastando uma cadeira para Charles se sentar.
Charles se senta devagar e olhando para Storm, esclarece:
— Storm... Olha... Eu não tenho muito tempo de vida. A minha empresa que construí com tanto esforço... Você é a pessoa em que eu confio... Você é a herdeira também...
— Não sou não! Nem seu sobrenome eu possuo. Não tenho parte com você! — Storm contradiz com firmeza.
— Isso eu já dei um jeito. Você é a herdeira principal da empresa que eu mesmo construí. — Charles revela e Storm sorri de lado, um misto de ódio e deboche, e então indaga:
— Com que direito? Que direito você acha que tem para decidir sobre a minha vida?
— Storm, escute... Eu sei o dano que causei para a sua mãe, mas estou colhendo as consequências agora. Sei que a sua mãe já contou sobre mim para você. Eu não me orgulho do que fiz, mas os seus irmãos precisam de você. Muitos funcionários precisam de você. Todos eles precisam de um bom futuro e isto eu não vou poder dar a eles porque não ando muito bem como pode ver e aquela maldita ordinária ainda prejudicou a minha empresa.
— Eu não me importo! Eu não quero saber! — Storm rebate indiferente.
O dono do restaurante, ao notar o clima tenso entre pai e filha, resolve não se intrometer e aparecer até que os dois se resolvam. Charles tenta a todo o custo convencer Storm:
— Vai mesmo permitir que injustiças, como a que aconteceu com você hoje se suceda com outros inocentes? Storm, os seus irmãos não têm idade, nem mesmo a capacidade que você tem, eles não são adultos ainda...
— E eu com isso? — Storm retruca.
— O que você precisa eu posso te oferecer agora... Valentina soube criar você bem, mas agora você tem a possibilidade de ser aquilo que sempre sonhou. Eu, mesmo sua mãe não me permitindo chegar perto de você, eu ainda fiz, não foi muito, mas eu paguei a faculdade que você estudou. — Charles relata orgulhoso.
— Pagou? Eu ganhei uma bolsa! — Storm brada furiosa.
— Era essa a única maneira de te ajudar sem que você soubesse... Olha... Começar, recomeçar é algo que eu não tenho mais chance, como pode ver... Mas você tem. — Charles pondera, mostrando o lenço ensanguentado.
Storm, porém, está irredutível, ferida. E olhando firme para Charles interroga com amargura:
— Começar? Você disse esta mesma coisa para a minha mãe, mas você continuou ao lado dela? Na noite em que ela mais precisou de você... Onde você estava? Quantas vezes você veio atrás de mim para saber como eu estava? Se eu estava doente... Quantas? Estou com vinte e dois anos agora... E só agora você acha que eu valho alguma coisa... Porque precisa de mim? O que acha que eu sou?
— Você é, e sempre será valorosa, Storm! — Charles declara convicto e volta a tossir.
Storm analisa o homem, ao que parece a beira da morte e relembra o quanto a sua mãe sofreu para criá-la sozinha.
Valentina Thunder, mãe de Storm, estava com dezenove anos, quando se uniu a Charles, embora não estivessem casados como manda o figurino, os dois passaram a morar juntos. Valentina iniciou seu relacionamento com Charles por persistência dele e renunciou a muita coisa para ajudar Charles abrir a sua empresa. Quando os negócios começaram a prosperar, Charles começou a ficar indiferente com Valentina. No período em que Valentina mais precisava do apoio dele, ele a abandonou.
Para Storm era muita falta de vergonha, ele vir justamente agora atrás da filha que ele nunca se importou porque necessita dela para que os seus outros dois filhos tenham um futuro brilhante... Mas e quanto ao dela? Por que ele nunca pensou nela? O que ele realmente quer?
Com a voz embargada pelo choro, Charles desabafa:
— Eu sei que me odeia... Eu sei que a sua mãe contou sobre mim... Eu sei que não mereço o seu perdão... Eu sei que foi injustiçada... Humilhada, traída... Eu sei que você é inteligente! Eu sei sobre a sua capacidade. Eu me orgulho de você! Eu sou covarde, mas você não é! Eu te observei de longe... Cada conquista sua, embora aquelas duas traidoras estivessem recebendo todo o crédito... Você, apesar de não gostar de se expor, sua sabedoria é notória. Seu sorriso é cativante... Como eu disse, você é a herdeira da minha empresa, Storm. Seus irmãos e a mãe deles me apoiaram quando eu disse que viria encontrar com você. Eu confio em você, Storm. Eles também confiam em você... Não será mais vantajoso você mostrar a todos daquela empresa a sua volta por cima? O que você precisa é de um novo recomeço e estou te oferecendo isso.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
galega manhosa
vamos Storm sambar na cara das inimigas
2025-03-09
3
karvalho Heloiza😍
tá muito interessante
2024-10-25
1
Renascida das cinzas
affff... não me convenceu em nada... nem com o leito de morte. Apesar de eu achar mais fácil abrir mão do orgulho e fazer isso não por ele, mas por si, pois merece e lhe é de direito.
2024-10-11
0